—Então
essas são as últimas descobertas da senhorita?
Sir
Edward sorriu para Demi por cima das jóias espalhadas pela mesa da biblioteca.
Havia cadeiras de ouro, vários pares de brincos de pérolas, alguns camafeus e
um esquisito colar de esmeraldas enfiadas em folhas douradas. As jóias
brilhavam a luz da manhã que entrava pelas janelas da biblioteca e ofereciam
uma resplandecente imagem acima do tecido branco.
—Esmeraldas
preciosas — analisou, estudando o colar utilizando o monóculo.
—Não
tão requintadas como as esmeraldas da família do duque — disse a senhora
Bennington enquanto ele inclinava sua forte e rechonchuda figura sobre a mesa
para poder observar-las mais de perto. Ele fez uma careta de decepção.
—Quando
Bennington me contou sobre as jóias romanas, estava ansiosa para vê-las, mas
agora que as vi me decepcionei. São tão rudimentares… Nenhuma moça poderia
querer!
Demi
riu.
—Mas
a senhora Bennington, estas jóias não são para dar a alguém. São para o museu.
Sua senhoria não quer este apenas para os ricos e privilegiados, mas para o
mundo todo. Não é um objetivo nobre? Todos os britânicos, ricos ou pobres
poderiam conhecer sua historia.
—Fala
como Tremore, não é? —Uma voz feminina veio da porta.
Os
três se voltaram para ouvir a mulher que tinha acabado de entrar na biblioteca.
Demi empurrou os óculos para ver melhor e graças aos retratos da galeria a
reconheceu. Era a irmã de Joseph, embora o quadro não lhe fizesse justiça. Nele
apenas se via uma mulher bonita, loira e olhos de cor avelã como os de seu
irmão. Mas na realidade seu rosto faria parar milhares de barcos a Troya.
Lady
Hammond sorriu amavelmente para Demi e para a senhora Bennington e em seguida
cumprimentou ao homem que estava no fim da mesa.
—Sir
Edward. — disse se aproximando dele— Que bom ver você tão cedo de novo.
—Lady
Hammond. — falou ele e beijou a mão que ela lhe havia oferecido— Estou gostando
muito de jantar ontem a noite em Tremore e sua presença tornou ainda mais
agradável.
—Eu
também gostei sir Edward. Fiquei fascinada com a conversa que teve com o duque
sobre a escavação.
Demi
gostaria de estar presente no jantar, mas isso nunca aconteceria.
Sendo
uma empregada ela não jantava com Joseph e seus convidados. Comia com os
Bennington em um jantar aparte, embora fosse o caso, tampouco poderia participar.
Ela tinha passado a noite toda cumprindo as ordens que Joseph tinha lhe dito
pouco antes da hora do jantar.
<<—Você
poderia terminar estas listas de jóias para amanhã de manhã, senhorita
Lovato?>>
Restaurar
jóias era um processo árduo e muito longo, mas ela havia passado alegremente à
tarde a noite toda para chegar lá.
A
viscondessa viu as jóias que estavam na mesa.
—Estas
devem ser as esmeraldas de que meu irmão me falava ontem à noite. É difícil
imaginar que estavam debaixo da terra todo este tempo. Realmente elas têm mais
de quinhentos anos de idade?
—Na
realidade mais de seiscentos — replicou Demi e então a viscondessa se voltou em
sua direção.
—Lady
Hammond, — se entreviu sir Edward— me permita apresentar-lhe a senhorita Lovato e a senhora Bennington. A senhora
Bennington é a esposa do arquiteto do projeto e a senhorita Lovato…
—Ela
faz tudo. — interrompeu a viscondessa—Eu já ouvi. Sir Edward a estava elogiando
a noite toda, senhorita Lovato. Inclusive Joseph admitiu que a senhorita é a
melhor restauradora que conhecia.
—Ele
disse isso? —Demi sentiu um calafrio ao saber que Joseph a tinha elogiado, mas
não demonstrou temerosa de revelar seus sentimentos— Fico feliz em ouvir isso.
—Espero
que sim querida, porque é um grande elogio. — apontou a senhora Bennington— O
senhor Bennington sempre diz que é muito difícil ganhar a estima do duque que
nunca a concede com rapidez.
—Isso
é verdade. — confirmou lady Hammond— Sempre é sincero em suas opiniões e as
vezes brutalmente sincero e agora afirma que a senhorita Lovato é uma magnífica restauradora de
mosaicos. Como aprendeu a fazer isso, senhorita Lovato?
—Eu
acho que você poderia dizer que eu nasci para fazer isso. — respondeu ela—.
Tenho vivido e trabalhado em escavações em toda minha vida.
—Falando
de escavações, —continuou sir Edward— tenho que me encontrar com o duque na escavação. Ele
quer me ensinar o hipocausto
—O
hipocausto! Soa ser muito importante, — comentou a viscondessa— mas o que é?
Todos
riram, mas foi Demi quem respondeu:
—O
hipocausto era uma espécie de adega que se construía debaixo da casa e que os
escravos mantinham cheio de água quente para que estivessem quentes no inverno
e assim lutar contra o frio. Um projeto bastante inovador.
—Então
tenho que vê-lo. Qualquer coisa capaz que mantenha os pés quentes no clima frio
inglês deve ser uma grande ideia.
—Seguramente
poderíamos encontrar mais de um sistema, lady Hammond, tenho certeza. —
respondeu sir Edward— Devem me perdoar, mas tenho que ir — disse fazendo uma
reverencia.
—Eu
vou com você. — acrescentou a senhora Bennington— Tenho que falar com meu
marido.
—Claro,
querida, claro. — Sir Edward lhe ofereceu o braço e os dois se foram.
Quando
saíram, Demi se virou para viscondessa que a estava estudando com grande
interesse.
Seus
olhos se encontraram e a viscondessa sorriu.
—Meu
irmão sempre quis escavar as queridas ruínas que tem aqui em Tremore. Me conte,
como ele a contratou para este projeto?
—Meu
pai era sir Henry Lovato um dos restauradores de maior renome em especialidade
romana. E eu era sua ajudante. O duque manteve correspondências com meu pai
durante anos. E muitas vez comprava peças que meu pai e eu encontrávamos e
diversas vezes meu pai reservava as melhores para oferecê-las primeiro a ele.
Finalmente, seu irmão nos contratou para trabalhar nesta escavação, mas meu pai
morreu de repente. Nós… — Ela parou e custou a engolir.
Agora
quase um ano depois de sua morte e ainda lhe doía falar de seu pai. Demorou um
momento para se recompor e então continuou:
—Estávamos
acabando nosso trabalho em Volubilis no Marrocos e nos preparávamos para vim
para cá, quando ele morreu. O duque já tinha pagado nossas passagens e então
decidi vir. Sua senhoria teve a gentileza de me contratar como ajudante do
senhor Bennington. Claro, meus conhecimentos não podem se comparar com os de
meu pai, mas tenho feito o melhor que posso.
A
viscondessa voltou a prestar atenção nas jóias.
—São
peças preciosas. Não posso acreditar que as jóias antigas puderam se conservar
em tão ótimas condições.
—E
não podem, eu garanto. — disse Demi sorrindo— Este colar estava destruído
quando o duque as descobriu, a maioria das pedras tinha perdidos seus ligantes.
Primeiro eu limpei as jóias e mais tarde consegui desenhá-las no catálogo.
Viola
fez uma careta de desaprovação.
—Nenhuma
jovem dama deveria trabalhar tão duro.
os capitulos sao longos e se eu postasse tudo, ia cansar voces, por isso que estou dividindo em partes.
só queria saber onde esta todo mundo, por que os comentarios puff
bjemi
Posta logo, please, please <3
ResponderExcluirAmo essas histórias que se passam antigamente, e claro to amando essa tb posta mais
ResponderExcluirPosta logo
ResponderExcluirAmeiii poste logo
ResponderExcluirAnsiosa para o próximo
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