quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Prazeres Proibidos Capitulo 1 parte II

Demi se espreguiçou em sua cadeira com um suspiro e continuou, com a mão apoiada embaixo do queixo, contemplava o vazio; sonhava com coisas que sabia que nunca se tornariam realidade.
Ele era um duque, pensava Demi e ela trabalhava para ele. Há tinha contratado fazia cinco meses e lhe pagava o generoso salário de quarenta e oito libras ao ano por ela restaurar afrescos, mosaicos e antiguidades e por confeccionar um catálogo para o museu que ele estava construindo em Londres. Era um trabalho exigente, com um patrão exigente, mas estava feliz. Fazia todo o que lhe pedia, não só porque era seu trabalho, mas também porque estava apaixonada por ele e amá-lo era para ela um prazer secreto e oculto.
Joseph se inclinou na banheira de cobre com um suspiro de satisfação. Por Deus, estava cansado, mas o trabalho havia valido a pena. O piso da sala que ele e os trabalhadores haviam descoberto essa manhã era extraordinário.
Também haviam encontrado uma parede inteira cheia de afrescos, danificados e meio descoloridos, mas que pareciam bem eróticos. Ele devia se lembrar para contar a Marguerite, especialmente o que mostrava o amo de uma casa como se fosse o deus Príapo com o pênis em um dos pratos de uma balança e barras de ouro no outro. Não tinha necessidade de dizer a Marguerite qual lado parecia o mais pesado. As amantes sempre entendiam esse tipo de piadas.
—Senhor?
Abriu os olhos e se deparou com Richardson de pé ao lado da banheira com um pedaço de sabão e um novo balde de água quente. Joseph se mexeu um pouco para que seu mordomo pudesse lhe lavar o cabelo e desfrutou o aroma do sabão de limão e a sensação de toda a sujeira e pó de um dia de trabalho.
Quando Richardson tinha acabado, Joseph se levantou e saiu da banheira. Pegou a toalha quente que o mordomo oferecia e começou a se secar enquanto este abandonava a habitação.
Pensar em Marguerite fez que Joseph pensasse e se desse conta de que fazia meses que não via a beleza de olhos e cabelos negros. Fazia um ano que era sua amante, mas apenas a tinha visitado em media meia dúzia de vezes. A escavação de Tremore havia captado toda sua atenção e o havia mantido longe da casa que ele tinha comprado nos arredores de Londres.
Joseph tirou a toalha e penteou o cabelo ainda molhado com as mãos. Depois se dirigiu ao seu dormitório onde Richardson lhe esperava com uma camisa de linho e um roupão de seda de jacquard negro e dourado. Levantou os braços para que lhe passasse pela cabeça a camisa e então a porta se abriu e entrou um empregado.
—Lady Hammond está aqui, senhor — disse o rapaz fazendo uma reverencia.
—Viola? —Joseph não esperava sua irmã e olhou surpreendido por cima do ombro do empregado enquanto seu mordomo lhe abotoava a camisa.
—Quando chegou?
—Faz quinze minutos, senhor.
Joseph proferiu um insulto. Se Hammond havia envergonhado outra vez Viola com um escândalo iria pegar a cabeça desse canalha.
—Diga a viscondessa que estarei logo com ela, traga logo o Porto e o Madeira.
—Muito bem, senhor. Lady Hammond disse que lhe esperaria em sua sala de estar.
O servo se foi e Joseph colocou os braços das mangas do roupão. Minutos mais tarde saiu de sua habitação e foi à procura de sua irmã que estava justo na outra extremidade da passagem. Um serviçal abriu a porta para que entrasse. A sala era uma fantasia barroca de veludo rosa, brocados brancos e adornos dourados que combinavam perfeitamente com a beleza dourada e o caráter forte, mas feminino de Viola.
A preocupação de Joseph de que a visita se devia a más notícias se dissipou quando sua irmã o viu e sorriu. Esse sorriso o tranquilizou e meio sorriso surgiu em seu rosto. Estava feliz de ouvi-la rir. Era muito melhor que ouvi-la chorar por culpa de seu desgraçado marido.
—O que você achou tão divertido?
—Você — disse ela se levantando do sofá—. Parece um decadente turco com esse roupão e essa expressão no rosto. É como se estivesse a ponto de ordenar que cortassem a língua de alguém.
—Não, a língua não — respondeu ele, pegando as mãos—.O que tinha em mente era a cabeça de Hammond.
Viola o beijou afetuosamente nas bochechas e ele deu outro de volta. Joseph não lhe passou despercebido que ela não o olhava nos olhos.
—Não há necessidade de fazer algo tão drástico, querido irmão — disse e voltou a se sentar no sofá.
—Você quer dizer que finalmente decidiu se comportar? —Joseph se sentou na cadeira de listras rosa e brancas que estava na frente dela.
Antes que pudesse responder uma criada entrou na habitação com os vinhos Porto e Madeira e dois copos. Colocou a bandeja numa mesa ao lado de Viola e saiu.
—Você quer o Porto, é claro — disse Viola e serviu o vinho.
—Está se comportando ou não? —Joseph se inclinou para frente para pegar o copo das mãos de sua irmã— Me olha Viola e me conta a verdade.
Viola olhou em seus olhos.
—A verdade é que não sei. Hammond não me informa de suas atividades, mas ontem descobri que seu mais recente passatempo são os banhos de mar.
Pelo seu tom de voz, Joseph teve certeza que nada havia mudado.
—Hammond está em Brighton?
—Sua chegada me obrigou a partir dali imediatamente.
Joseph franziu a testa.
—Não podes evita-lo para sempre, Viola. Para melhor e para pior é teu marido e você passou apenas duas semanas com ele neste último ano. As fofocas estão desenfreadas. Inclusive chegam até aqui, a Hampshire, já se ouvem.
—Falando de rumores. — interrompeu ela— Escutei vários sobre ti ultimamente. —Levantou seu copo e lhe dirigiu um olhar curioso a seu irmão—. É possível que tenha em breve uma irmã?
Suas palavras irritaram Joseph. Não porque ela lhe fizera tal pergunta, sim porque não gostava nada de ser objeto de rumores e especulações.
—Ah. — disse ele e tomou um gole do Porto— Vejo que as últimas notícias sobre mim viajaram até Londres e já chegaram até a costa de Brighton.
—Você pensava que não chegariam? —respondeu Viola sorrindo— O magnífico duque de Tremore um homem que nunca dança nas festas, que nem morto entraria em Almack's, que evita as jovenzinhas de linhagem impecável como se tivessem peste, de repente leva as esmeraldas ducais a Londres para que as limpassem. A maioria de nossos amigos acredita que é um claro indicio de que vai em breve haver uma duquesa. Você vai se casar finalmente? Por favor, me fala que sim. Gostaria muito de saber que você encontrou alguém que te faz feliz.
Ele estudou o rosto de sua irmã por cima da borda de seu copo sem dizer nada durante alguns instantes. Como podia uma mulher casada com um homem como Hammond ser ainda tão otimista sobre a felicidade no casamento?
—Sim, vou me casar. — confirmou.
Viola gritou de alegria.
—Oh, é maravilhoso! Passei todo o caminho imaginando nomes, mas não posso imaginar quem capturou teu coração. Você esta trancado aqui desde março. Quem é ela?
—Você não imagina? Uma escolha sobressai acima do resto. Trata-se de Sarah, a filha mais velha de Monforth.
—Puf! —Viola estava sobre as almofadas do sofá com uma careta de desgosto— Você não pode estar falando serio.
—Monforth é um marquês muito bem relacionado. Lady Sarah será uma excelente duquesa. Ela é bem educada e tem uma fortuna surtida. Também tem saúde, elegância e é bastante bonita.
—E tão inteligente quanto um poste.
Ele deu de ombros e pegou seu copo.
—Não tenho intenção de manter conversas intelectuais com ela — disse enquanto bebia um pouco de Porto—. Que importância tem isso?
—Oh, Joseph! —Viola se levantou, rodeou a mesa e se sentou no braço da cadeira que ele ocupava— Lady Sarah não sente nada por você.
—E o quê que tem?
—Ela parece doce como mel, mas é só fachada.— continuou Viola, com desgosto refletindo em sua voz— A única coisa que lhe importa de verdade é o dinheiro e posição social. Você tem as duas coisas e ela venderia sua alma para consegui-las.
—Sim. — concordou ele desapaixonadamente— Ela faria.


pobre Demi, fica sonhando acordada com um homem que nem a nota. 
que homem mais sem paixao.
bjemi

5 comentários:

  1. dnfhdvyfd apaixonada por essa história, posta mais, bjs

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  2. Ah pobre Demi, ele não pode casar com aquela "gold digger"
    Posta mais :)

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  3. Que capítulo mais lindooo
    Ansiosa para mais...
    Beijos

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  4. Ah Lala, como amo suas fics, mas vou ter um ataque com o Joseph de roupão de seda e bebendo Porto.. <3

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