segunda-feira, 30 de julho de 2018

O Diário Secreto da Senhorita Demetria Cheever Capitulo 12

Quando no dia seguinte Adam retornou para casa, retirouse a seu estúdio com um copo de brandy e a mente turvada. A festa na casa de Lady Chester não estava programada para terminar até dentro de alguns dias, mas inventou uma história a respeito de assuntos urgentes que tinha que tratar com seus advogados na cidade e foi embora antes. Estava bastante seguro de poder comportarse como se nada tivesse acontecido, mas não estava tão seguro de que Demetria poderia. Era inocente?
Ao menos tinha sido? E não estava acostumada a esse tipo de fingimento. E em consideração a reputação dela, tudo deveria parecer escrupulosamente normal.
Lamentava não ter tido oportunidade de explicar as razões de sua partida prematura. Não pensava que ela pudesse sentirse ultrajada; depois de tudo, disse a ela que precisava de tempo para pensar. Também disse que iriam se casar; certamente não poriam em dúvida suas intenções por tomar poucos dias para refletir a respeito da inesperada situação.
Não lhe escapava a enormidade de seus atos. Tinha seduzido uma jovem dama solteira. Uma que gostava de verdade e que respeitava. Uma que sua família adorava.
Para um homem que não desejava voltar a se casar, era evidente que não esteve pensando com o cérebro.
Gemendo, afundouse em uma poltrona e recordou as regras que ele e seus amigos tinham estabelecido anos atrás quando deixaram Oxford para inundarse nos prazeres de Londres e da alta sociedade. Só eram dois. Não envolverse com damas casadas, a não ser que fosse extremamente óbvio que ao marido não importava. E sobre todas as coisas, nada de virgem. Nunca, nunca, nunca seduzir uma virgem.
Nunca.
Tomou outro gole da bebida. Bom Deus. Necessitavase uma mulher, havia dúzias que teriam sido mais convenientes. A adorável e jovem condessa viúva esteve frequentemente o agradando. Katherine teria sido a amante perfeita e não haveria necessidade de casar com ela.
Matrimônio.
Havia tentado uma vez, quando possuía um coração romântico e estrelas nos olhos e isso o destruiu. Era realmente gracioso. No casamento, as leis da Inglaterra davam absoluta autoridade ao marido, mas nunca se sentiu com menos controle de sua vida do que quando esteve casado.
Camille enterrou seu coração na terra e o converteu em um homem colérico e desalmado. Alegravase de que tivesse morrido. Alegravase. Em que tipo de homem o convertia isso? Quando o mordomo o encontrou em seu estúdio e vacilando informou que houve um acidente, e que sua esposa estava morta, Adam nem sequer se sentiu aliviado. O alívio ao menos teria sido uma emoção inocente. Não, o primeiro pensamento do Adam foi...
Graças a Deus.
E sem importar quanto desprezível pudesse ter sido Camille, sem importar quantas vezes desejou não ter se casado com ela, não deveria ter sentido algo mais caridoso ante sua morte? Ou ao menos, algo que não fosse tão inteiramente pouco caridoso?
E agora... E agora... Bom, a verdade era que não desejava casar. Era o que tinha decidido quando trouxeram o corpo morto de Camille para casa e foi o que voltou a ratificar quando esteve ante sua sepultura. Teve uma esposa. Não desejava outra. Ao menos não em um futuro próximo.
Mas apesar dos melhores esforços de Camille, aparentemente não tinha matado tudo o que era bom e correto nele, porque aqui estava planejando casar com Demetria.
Sabia que era uma boa mulher e sabia que nunca o trairia, mas, Deus querido, sim podia ser ela teimosa. Adam se lembrou dela na loja de livros, atacando o proprietário com a bolsa. Agora se converteria em sua esposa. Corresponderia a ele mantêla separada dos problemas.
Amaldiçoou e tomou outro gole. Não desejava esse tipo de responsabilidade.
Era muito. Só desejava descansar. Isso era pedir muito? Um descanso de ter que pensar em alguém mais que não fosse ele mesmo. Um descanso de ter que preocuparse, de ter que proteger seu coração de outro golpe.
Era isso ser muito egoísta? Provavelmente. Mas depois de Camille, merecia um pouco de egoísmo. Certamente, era necessário.
Mas por outro lado, o matrimônio poderia trazer alguns benefícios oportunos.
Apenas pensar em Demetria, começou a lhe fazer cócegas pela pele. Na cama, debaixo dele. E logo quando começou a imaginar o que poderia trazer o futuro...
Demetria. De volta na cama. E outra vez na cama. E outra vez na cama. E outra vez...
O que estava pensado? Demetria.
Casamento. Com a Demetria.
E raciocinou, terminou o resto da bebida, realmente gostava mais que quase todo o resto das pessoas. Era certamente mais interessante e mais amena para conversar que qualquer das outras damas da alta sociedade. Deverseia ter uma esposa, provavelmente poderia ser Demetria. Era uma maldita melhor visão que qualquer outra.
Ocorreu que não estava enfocando este assunto de uma maneira terrivelmente romântica. Necessitaria mais tempo para pensar. Talvez devesse ir à cama com a esperança de que sua mente estivesse mais clara pela manhã. Com um suspiro, deixou o copo na mesa e ficou de pé, logo o pensou melhor e voltou a levantar o copo. Outro
brandy poderia ser justo o que necessitava.
À manhã seguinte, a cabeça de Adam pulsava e certamente sua mente não estava mais disposta a lutar com o assunto que tinha entre mãos do que esteve a noite anterior. É obvio, ainda planejava casarse com Demetria... Um cavalheiro não comprometia uma dama de bom berço sem pagar as consequências.
Mas odiava o sentimento de estar sendo apressado. Não importava que este enredo fosse inteiramente culpa dela; precisava sentir que solucionou todas as coisas a sua própria satisfação.
Foi por isso que, quando desceu para tomar o café da manhã, a carta de seu amigo Lorde Harry Winthrop foi uma distração muito bemvinda. Harry estava considerando comprar uma propriedade em Kent. Gostaria que Adam fosse dar uma olhada para lhe oferecer sua opinião.
Adam partiu em menos de uma hora. Era só por poucos dias. Encarregarseia de Demetria na volta.
******
Demetria não se importou muito de Adam ter abandonado a festa antes do tempo. Se pudesse ela teria feito o mesmo. Além disso, podia pensar mais claramente na ausência dele e embora realmente não houvesse muito que debater. Comportouse de forma contrária a cada principio pelos quais foi educada, e se não se casasse com Adam, estaria desonrada para sempre. Ao menos era um pequeno alívio sentirse parcialmente com o controle de suas emoções.
Alguns dias depois quando retornou a Londres, Demetria tinha plena esperança de que Adam desse a cara imediatamente. Realmente não tinha intenção de forçálo a casar, mas um cavalheiro era um cavalheiro e uma dama era uma dama, e quando ambos se juntavam em geral o que seguia era um matrimônio. Ele sabia. E havia dito que se casaria com ela.
E certamente queria fazer isso. Havia se sentida profundamente comovida pela intimidade compartilhada... Ele devia ter sentido algo também. O sentimento não podia ter sido unilateral, ao menos não completamente.
Quando perguntou à Lady Rudland onde ele estava, conseguiu manter um tom casual, mas ela respondeu que não tinha nem a menor ideia, só sabia que tinha deixado a cidade. Demetria sentiu o aperto no peito, e murmurou: "OH" ou "Já vejo" ou algo assim, antes de subir correndo as escadas para meterse no quarto, onde chorou tão silenciosamente como pôde.
Mas logo apareceu seu lado otimista, e decidiu que talvez tenha sido chamado para ocuparse de uma emergência nos assuntos da fazenda. Havia um longo caminho até Northumberland. Certamente estaria fora ao menos por uma semana.
Uma semana chegou e passou, e no coração de Demetria cresceu a frustração da mão do desespero. Não podia perguntar pelo paradeiro dele. Ninguém da família
Bevelstoke percebeu que tinha uma estreita relação, Demetria sempre foi considerada amiga de Selena, não de Adam. E se perguntasse repetidamente onde ele estava, seria suspeito. E não era necessário dizer que Demetria não tinha uma razão lógica para ir pessoalmente à morada do Adam perguntar por ele. Isso arruinaria completamente sua reputação. Ao menos agora sua desonra ainda era um assunto particular.
Entretanto quando passou outra semana, decidiu que já não podia suportar ficar em Londres por mais tempo. Inventou uma enfermidade para o pai e disse aos
Bevelstoke que devia retornar a Cumberland imediatamente para cuidar dele. Todos estavam terrivelmente preocupados, e Demetria se sentiu um tanto culpada quando Lady Rudland insistiu que viajasse na carruagem com dois criados e uma donzela.
Mas tinha que fazêlo. Não podia permanecer em Londres nem um minuto mais. Era muito doloroso.
Poucos dias depois, estava em casa. Seu pai estava perplexo. Não sabia muito a respeito de mulheres jovens, mas lhe asseguraram que todas queriam temporadas em Londres. Mas ele não se importava; certamente Demetria nunca foi um incomodo. A metade do tempo nem sequer se dava conta de que ela estava ali. Assim que lhe afagou a mão e retornou a seus apreciados manuscritos.
Quanto a Demetria, quase se convenceu de que estava contente de estar de volta ao lar. Tinha sentido saudades dos prados verdes e do ar puro dos Lagos, o sereno transportar do povoado, o costume de levantar e deitar cedo. Bom, talvez isso não... Sem compromissos e sem nada que fazer dormia até o meiodia e ficava acordada até tarde na noite, rabiscando furiosamente em seu diário.
Só dois dias depois da chegada de Demetria, chegou uma carta de Selena.
Demetria sorriu enquanto a abria... Estava segura de que a impaciência de Selena a levou a lhe enviar uma missiva imediatamente. Antes de lêla, os olhos de Demetria voaram sobre a carta procurando o nome de Adam, mas não o mencionava. Sem estar segura de se sentia desiludida ou aliviada, voltou para o princípio e começou a ler. Selena escrevia que Londres era aborrecido sem ela. Não tinha se dado conta de quanto desfrutava das secas observações de Demetria quanto à sociedade até que já não as teve. Quando voltava para casa? Seu pai estava curado? Se não fosse assim, estava melhorando ao menos? (sublinhado três vezes, em um estilo típico da Selena).
Demetria leu essas frases sentindo uma pontada na consciência. Seu pai estava no andar de baixo, no estúdio, examinando seus manuscritos sem nem sequer o menor dos resfriados.
Com um suspiro, Demetria empurrou sua consciência a um lado e dobrou a carta de Selena, deixandoa na gaveta da escrivaninha. Disse que uma mentira não era sempre um pecado. Certamente havia desculpas para algo que teve que fazer para escapar de Londres. Onde tudo o que podia fazer era permanecer sentada, esperando com desejo que Adam se decidisse a passar por ali.
É obvio, que tudo o que fazia no campo era sentarse e pensar nele. Uma noite se obrigou a contar quantas vezes aparecia seu nome no diário, e para seu absoluto desgosto, o total era de trinta e sete.
Evidentemente a viagem ao campo não estava clareando a mente.
Logo, depois de uma semana e meia, chegou Selena em uma visita surpresa.
—Livvy, o que está fazendo aqui? —Perguntou Demetria enquanto se apressava a entrar na sala onde a esperava sua amiga. — Há alguém ferido? Aconteceu algo de errado?
—Não aconteceu nada — respondeu Selena animadamente. — Só vim buscála. É necessária desesperadamente em Londres.
O coração de Demetria começou a pulsar erraticamente.
—Quem?
—Eu! —Selena entrelaçou o braço com o dela e a levou para a sala de estar.
Santo Deus eu sou um completo desastre sem você.
—Sua mãe te deixou abandonar a cidade no meio da temporada? Não posso acreditar.
—Virtualmente me empurrou pela porta. Desde que partiu me comportei horrivelmente.
Demetria começou a rir apesar de si mesma.
—Certamente não deve ter sido tão mau.
—Não estou brincando. Mamãe sempre disse que é uma boa influência, mas acredito que não se deu conta de quão certo era até que foi. —Selena lhe dedicou um sorriso culpado. — Parece que não sou capaz de conter a língua.
—Nunca foi. —Demetria sorriu e liderou o caminho para o sofá. — Você gostaria de tomar chá?
Selena assentiu.
—Não entendo por que me meto em tantos problemas. A maioria das coisas que digo não é nem a metade mal do que você diz. É a língua mais malvada de
Londres.
Demetria puxou o cordão para chamar uma criada.
—Não sou.
—OH, sim, é. É a pior. E sei que sabe. E nunca se mete em problemas por nada disso. É terrivelmente injusto.
—Sim, bom, talvez não diga as coisas tão escandalosamente como você respondeu Demetria, reprimindo um sorriso.
—Tem razão — suspirou Selena. — Sei que tem razão, mas ainda assim é imensamente incomodo. Você verdadeiramente tem um senso de humor malicioso.
—OH, vamos, não sou tão má.
Selena deixou escapar uma curta risada.
—OH, sim é. Adam também sempre fala, assim não sou só eu.
Demetria engoliu com força o nó que estava formando rapidamente na garganta ante a menção de seu nome.
—Então, voltou para a cidade? — Perguntou, Oh tão casualmente.
—Não. Faz séculos que não o vejo. Está em algum lugar de Kent com os amigos.
Kent? As pessoas não podiam viajar muito mais longe de Cumberland e ainda permanecer na Inglaterra, pensou Demetria melancolicamente.
—Está ausente há bastante tempo.
—Sim, assim é não é verdade? Mas, bom, está com Lorde Harry Winthrop, e
Harry sempre foi algo mais que um pouquinho selvagem, se entende o que quero dizer.
Demetria temia entender.
—Estou segura que se deixaram levar pelo vinho, as mulheres e coisas desse tipo — continuou Selena. — Certamente nenhuma dama decorosa vai frequentar.
Rapidamente o nó reapareceu na garganta de Demetria. O pensamento de
Adam com outra mulher era extremamente doloroso, especialmente agora que sabia que tão perto podiam estar um homem e uma mulher. Inventou todo tipo de razões para sua ausência... Seus dias estavam cheios de raciocínios e desculpas em sua defesa. Era, pensou amargamente, seu único passatempo.
Mas nunca pensou que estava com outra mulher. Ele sabia quão doloroso era ser traído. Como podia fazer o mesmo a ela?
Não a amava. A verdade a golpeou e a esbofeteou, enterrando as pequenas e sujas unhas justo no coração.
Não a amava, e ela ainda o amava tanto que doía. Era algo físico. Podia sentir, apertando e cravando, e graças ao céu, Selena estava examinando o vaso grego premiado de seu pai, porque não pensava que pudesse ocultar a agonia de seu rosto.
Com algum tipo de comentário resmungado que não foi dito com a intenção de ser entendido, Demetria ficou de pé e rapidamente cruzou o recinto até a janela, pretendendo olhar o horizonte.
—Bom, deve estar divertindose — conseguiu dizer.
—Adam? —Escutou a suas costas. — Certamente, ou não ficaria tanto tempo.
Mama está desesperada, ou estaria se não estivesse tão ocupada se desesperando por mim. Agora, incomodaria que ficasse aqui contigo? Haverbreaks é muito grande quando não há ninguém em casa e está cheio de correntes de ar.
—É obvio que não me incomoda. — Demetria permaneceu na janela poucos instantes mais, até que pensou que era capaz de olhar Selena sem começar a chorar.
Ultimamente estava muito emotiva.
— Será um grande prazer para mim. — Aqui é um pouco solitário com apenas meu pai para me fazer companhia.
—OH, sim. Como vai? Melhorando, espero.
—Meu pai? —Demetria se sentiu agradecida pela interrupção provocada pela donzela que veio em resposta sua demanda. Antes de dar a volta para Selena, ordenou o chá. — Ehm, está muito melhor.
—Deveria procurálo para desejar melhoras. Além disso, mamãe me pediu que mandasse lembranças.
—OH, não, não deveria fazer isso — disse Demetria apressadamente. — Não gosta que o recorde sua enfermidade. É muito orgulhoso, já sabe.
Selena, que nunca foi do tipo que medisse as palavras, disse:
—Isso é muito estranho.
—Sim, bom, é uma doença masculina — improvisou Demetria.
Tinha ouvido tantas vezes a respeito das doenças femininas; certamente os homens deviam ter algum tipo de padecimento que fosse exclusivamente deles. E se não fosse assim, estava segura que Selena não saberia.
Mas Demetria não tinha contado com a insaciável curiosidade da amiga.
—OH, sério? — Suspirou inclinandose para frente. — O que é exatamente uma doença masculina?
—Não deveria falar disso — disse Demetria rapidamente, dando a seu pai uma silenciosa desculpa. — Envergonharia enormemente.
—Mas...
—E sua mãe se desgostaria muito comigo. Realmente não é um tema adequado para ouvidos inocentes.
—Ouvidos inocentes? — Bufou Selena. — Como se seus ouvidos fossem menos inocentes que meus.
Podia ser que seus ouvidos fossem, mas o resto dela certamente não o era, pensou Demetria sarcasticamente.
—Não falemos mais desse assunto — disse firmemente. — Deixarei a sua magnífica imaginação.
Selena resmungou um pouco, mas finalmente suspirou e perguntou:
—Quando voltará para casa?
—Estou em casa — recordou Demetria.
—Sim, sim, é obvio. Esta é sua casa oficial, sei, mas te asseguro que toda a família Bevelstoke sente saudades, então quando voltará para Londres?
Demetria apanhou o lábio inferior entre os dentes. Obviamente nem toda a família Bevelstoke sentia saudades, ou certo membro dela não teria permanecido tanto tempo em Kent. Mas ainda assim, retornar a Londres era a única maneira que poderia lutar por sua felicidade, e ficar sentada aqui em Cumberland, chorando com seu diário e olhando mal humoradamente pela janela, a fazia sentir como uma imbecil exímia.
—Sim, sou uma imbecil — murmurou para si mesma, — ao menos deverei me converter em uma imbecil substancial.
—O que foi o que disse?
—Disse que sim retornarei a Londres — respondeu Demetria com grande decisão. — Papai está bem o suficientemente para se arrumar sem mim.
—Esplêndido. Quando partimos?
—OH, penso que em dois ou três dias. —Demetria não era tão valente para não desejar pospor o inevitável por poucos dias. — Preciso empacotar minhas coisas, e certamente está cansada pela viagem através do país.
—Estou um pouco cansada. Talvez devessem ficar uma semana. Assumindo que a estas alturas não esteja cansada da vida do campo. Não me importaria ter um breve descanso da congestão de Londres.
—OH, não, isso está bem — assegurou Demetria. Adam podia esperar.
Certamente não ia casar com ninguém no ínterim, e ela podia usar esse tempo para reforçar sua coragem.
—Perfeito. Então vamos cavalgar amanhã pela tarde? Morro por um bom galope.
—Isso soa ideal. — Chegaram o chá, e Demetria se ocupou de servir o fumegante líquido. — Acredito que uma semana é perfeita.
*****
Uma semana depois, Demetria estava convencida além de toda dúvida de que não podia voltar para Londres. Jamais. Seu período, que era tão regular que certamente era mensal, não tinha aparecido. Deveria ter sangrado alguns dias antes da chegada de Selena. Os primeiros dias venceram as preocupações, dizendo a si mesma que era só porque estava deprimida. Logo com a excitação da chegada de Selena, esqueceuse do assunto. Mas agora tinha mais de uma semana de atraso. E esvaziava seu estômago cada manhã. Demetria tinha levado uma vida protegida, mas era uma garota do campo, e sabia o que isso significava.
Deus querido, um bebê. O que ia fazer? Deveria dizer ao Adam; não havia como evitar. Embora não queria usar uma vida inocente para forçar um matrimônio que obviamente não estava destinado a acontecer, como podia negar ao filho seu direito de nascimento? Mas o pensamento de viajar a Londres era pura agonia. Já estava doente de perseguilo e esperálo, de ter esperanças e rezar para que talvez algum dia ele chegasse a amála. Por uma maldita vez, bem que ele poderia ir a ela.
E ele o faria, não é? Era um cavalheiro. Poderia não amála, mas certamente ela não poderia têlo julgado tão completamente mal. Ele não evitaria sua responsabilidade.
Demetria sorriu fracamente para si mesma. Assim estavam as coisas. Ela era um dever. Teria... Depois de tantos anos de sonhar, na verdade conseguiria ser Lady Adam, mas não seria mais que uma obrigação. Colocou a mão no estômago. Este deveria ser um momento de alegria, mas, entretanto, tudo o que desejava era chorar.
Soou um golpe na porta de seu dormitório. Demetria levantou a vista sobressaltada, mas não pronunciou uma palavra.
—Demetria! —A voz de Selena era insistente. — Abre a porta. Posso ouvir que está chorando.
Demetria tomou um profundo fôlego e caminhou para a porta. Não seria simples ocultar o segredo de Selena, mas tinha que tentar. Selena era extremamente leal e nunca trairia a confiança de Demetria, mas não obstante, Adam era seu irmão. Não podia prever o que Selena faria. Demetria não se surpreenderia que ela mesma pusesse uma pistola nas costas e o fizesse partir para o norte.
Demetria deu uma rápida olhada no espelho antes de dirigirse à porta. Podia enxugar as lágrimas, mas teria que culpar o jardim do verão pelos olhos avermelhados.
Inspirou profundamente várias vezes, colocou o sorriso mais alegre que pudesse em seus lábios e foi abrir a porta.
Não enganou Selena nem por um minuto.
—Santo céu, Demetria — disse, apressandose a rodeála com os braços. — O que aconteceu?
—Estou bem — assegurou Demetria. — Meus olhos sempre ardem nesta época do ano.
Selena se afastou, olhoua por um momento, logo fechou a porta com o pé.
—Mas está muito pálida.
A Demetria começou a revolverse o estômago e engoliu convulsivamente.
—Penso que peguei algum tipo de... —Ondeou a mão no ar, com a esperança de que essa ação terminasse a oração por ela. — Talvez devesse me sentar.
—Não pode ter sido nada que tenha comido — disse Selena ajudandoa a alcançar a cama. — Ontem mal tocou a comida, e em qualquer caso, eu comi o mesmo que você e mais. —Inclinou Demetria para frente para acomodar os travesseiros. — E me sinto tão bem como sempre.
—Talvez tenha me resfriado — murmurou Demetria. — Possivelmente deveria retornar a Londres sem mim. Não desejo que também caia doente.
—Tolices. Não posso deixála sozinha estando assim.
—Não estou sozinha. Estou com meu pai.
Selena a olhou.
—Sabe, não tenho intenção de desmerecer seu pai, mas penso que com muita dificuldade saberá o que fazer com uma pessoa doente. A metade do tempo, nem sequer estou segura de que recorde que estamos aqui.
Demetria fechou os olhos e se afundou entre os travesseiros. Selena tinha razão, é obvio. Adorava o pai, mas sinceramente, quando se tratava de assuntos que envolviam uma interação com outro ser humano, era um caso completamente perdido.
Selena subiu na beira da cama, afundando o colchão com seu peso. Demetria tratou de ignorála, tentou fingir que não notava, apesar de ter os olhos fechados, que
Selena a estava olhando fixamente, simplesmente esperando que reconhecesse sua presença.
—Demetria, por favor, me diga o que está acontecendo — disse Selena brandamente. — É seu pai?
Demetria negou com a cabeça, mas justo, nesse momento, Selena mudou de posição. O colchão ondulou debaixo delas, de forma parecida com o movimento de um bote, e embora Demetria nunca tivesse padecido de enjoos nenhuma única vez em sua vida, seu estômago começou a revolverse, e subitamente se tornou imperativo...
Demetria se levantou de um salto, jogando Selena ao chão. Conseguiu chegar bem a tempo a bacia que havia no recinto.
—Deus seja louvado — disse Selena, mantendo uma respeitosa conservadora distância. — Quanto tempo faz que você está assim?
Demetria evitou responder. Mas seu estômago fez arcadas em resposta.
Selena deu um passo atrás.
—Er, eu posso ajudar em algo?
Demetria sacudiu a cabeça, agradecida de que seu cabelo estivesse preso para trás.
Selena a observou durante alguns instantes, logo foi para a tigela e umedeceu um pano.
—Aqui tem — disse, sustentandoo diante dela, com o braço completamente estirado.
Demetria tomou agradecida.
—Obrigada — sussurrou, limpando o rosto.
—Não acredito que isto seja um resfriado — disse Selena.
Demetria sacudiu a cabeça.
—Estou bastante segura de que o pescado de ontem à noite estava perfeitamente bem e não posso imaginar...
Demetria não precisou ver o rosto de Selena para interpretar seu ofego. Sabia.
Podia ser que ainda não acreditasse de tudo, mas sabia.
—Demetria?
Demetria permaneceu imóvel em seu lugar, inclinada pateticamente sobre a bacia.
—Está... Por acaso você...?
Demetria engoliu convulsivamente. E assentiu.
—OH, Senhor. OH, Senhor. OH, OH, OH, OH, OH...
Era, talvez, a primeira vez em sua vida que Demetria via Selena ficar absolutamente sem palavras. Demetria terminou de limpar a boca, e logo, com o estômago ainda um pouco revolto, finalmente se separou da bacia e se sentou um pouco mais reta.
Selena ainda a estava olhando fixamente como se tivesse visto um fantasma.
—Como? — Perguntou finalmente.
—Como de costume — replicou Demetria. — Garanto que não há motivo para informar à Igreja.
—Sinto muito. Sinto muito. Sinto muito — disse Selena apressadamente. Não tinha intenção de transtornála. É só que... Bom... Deve saber... Bom... É só que isto é uma tremenda surpresa.
—Também me surpreendeu — respondeu Demetria com uma voz certamente apagada.
—Não pode ter sido tanta surpresa — disse Selena sem pensar. — Quero dizer, se fez... Esteve... —Deixou que as palavras se desvanecessem, dandose conta de que falou de mais.
—Ainda assim foi uma surpresa, Selena.
Selena ficou calada por um momento enquanto absorvia o impacto.
—Demetria, eu devo perguntar...
—Não o faça! — Advertiu Demetria. — Por favor, não me pergunte com quem.
—Foi Mikey?
—Não! —Replicou violentamente. E logo murmurou. — Por Deus.
—Então, quem?
—Não posso dizer — disse Demetria, quebrando a voz. — Foi... Foi alguém totalmente inadequado... Não... Não sei no que estava pensando, mas, por favor, não volte a me perguntar. Não quero falar disso.
—Está bem — disse Selena, evidentemente dandose conta que seria imprudente pressionála mais. — Não voltarei a perguntar, prometo. Mas, o que vamos fazer?
Demetria não pôde evitar sentirse um pouco animada pelo uso da palavra vamos.
—Digo Demetria, está segura de que está grávida? — Perguntou Selena de súbito, com os olhos brilhando de esperança. — Poderia ser só um atraso. A minha atrasa todo o tempo.
Demetria deu uma significativa olhada a bacia. E logo sacudiu a cabeça e disse:
—Eu nunca atraso. Jamais.
—Terá que ir a algum lugar — disse Selena. — O escândalo será espetacular.
Demetria assentiu. Planejava enviar uma carta a Adam, mas isso não podia dizer a Selena.
—O melhor que podemos fazer é tirála do país. Ao continente, talvez. Que tal está seu francês?
—É triste.
Selena suspirou afligida.
—Nunca foi muito boa com os idiomas.
—Nem você tampouco — disse Demetria.
Selena decidiu não se dignar a responder isso, em troca sugeriu:
—Por que não vai a Escócia?
—Com meus avôs?
—Sim. Não me diga que a rejeitarão devido a sua condição. Sempre está dizendo quão bons são.
Escócia. Sim, essa era a solução perfeita. Notificaria Adam e ele poderia encontrála ali. Poderiam casarse sem publicar as admoestações e então, tudo ficaria ao menos bem.
—Eu a acompanharei — disse Selena decididamente. — Ficarei todo o tempo que puder.
—Mas, o que dirá a sua mãe?
—OH, direi que alguém adoeceu. Funcionou antes, não é assim? — Selena dedicou a Demetria um olhar penetrante, um que claramente dizia que sabia que inventou a história a respeito de seu pai.
—Isso é uma quantidade incrível de pessoas doente.
Selena deu um encolher de ombros.
—É uma epidemia. Mas raciocine para que ela permaneça em Londres. Mas, o que dirá a seu pai?
—OH, qualquer coisa — respondeu Demetria tirando importância. — Não dá muita atenção ao que faço.
—Bom, por uma vez isso é uma vantagem. Partiremos hoje.
—Hoje? —Disse Demetria como um eco.
—Depois de tudo, já empacotamos, e não há tempo a perder.
Demetria olhou seu estômago que ainda estava plano.
—Não, creio que não.
13 DE AGOSTO DE 1819
Selena e eu chegamos hoje a Edimburgo. A vovó e o vovô ficaram bastante surpresos ao me ver. Ficaram ainda mais surpresos quando disse o motivo de minha visita. Estavam muito silenciosos e sérios, mas nem por um momento me fizeram ver que estavam decepcionados ou envergonhados de mim. Sempre os amarei por isso.
Livvy mandou uma nota a seus pais dizendo que tinha me acompanhado a
Escócia. Cada manhã me pergunta se veio o período. Como eu já havia previsto, não aconteceu. Me encontro olhando o ventre constantemente. Não sei o que espero ver.
Certamente não irá crescer da noite para o dia, e certamente não tão precocemente.
Devo dizer ao Adam, sei que devo fazer isso, mas parece que não posso escapar de Selena e não posso escrever a carta na presença dela. Por muito que a adore, terei que espantála. Certamente não posso têla aqui quando Adam chegar, que certamente virá uma vez que receba minha nota, assumindo, é obvio que alguma vez seja capaz de enviar.
OH, céus, ai vem ela.



quarta-feira, 11 de julho de 2018

O Diário Secreto da Senhorita Demetria Cheever Capitulo 11

Adam estava tão ocupado pensando em quanto gostaria de tocar Demetria em qualquer e por toda parte — que esqueceu por completo que ela deveria estar congelando o traseiro no outro cômodo. Só quando se deu conta de que por fim estava aquecido lhe ocorreu que ela não estava. Amaldiçoando uma e outra vez e dez vezes mais por ser um idiota, levantouse e caminhou a passos largos para a porta que ela tinha fechado entre ambos. Abriu de um puxão e proferiu outra fileira de maldições quando a viu aconchegada no chão, tremendo violentamente.
—Pequena tola — disse. — Tenta se matar?
Ela levantou a vista, seus olhos se alargaram ao vêlo. Adam lembrou de repente que estava semivestido.
—Merda — murmurou para si mesmo, então sacudiu a cabeça com exasperação e a puxou até colocála de pé.
Demetria saiu de seu atordoamento e começou a lutar.
—O que está fazendo?
—Te devolvendo um pouco de sentido comum.
—Estou perfeitamente bem — disse, embora seus estremecimentos fossem a prova de que mentia.
—Estou vendo como. Estou congelando, só de falar contigo. Venha para junto do fogo.
Ela olhou com desejo as alaranjadas chamas que chispavam no cômodo ao lado.
—Só se ficar aqui.
—Bem — disse ele. Tudo para que ela ficasse aquecida. Com um empurrão pouco amável, dirigiua na direção adequada.
Demetria se deteve perto do fogo e estendeu as mãos para frente. Um baixo gemido de felicidade escapou de seus lábios, viajando ao outro lado do quarto e o golpeando diretamente no estômago.
Deu um passo para frente, fascinado pela pálida e quase translúcido pele do dorso de seu pescoço.
Demetria voltou a suspirar então se virou para esquentar as costas. Afastou alguns centímetros de um salto, sobressaltada ao vêlo tão perto.
—Disse que iria — acusou.
—Menti. —Adam deu um encolher de ombros. — Não tenho o menor pingo de fé de que irá se secar apropriadamente.
—Não sou uma menina.
Ele lançou uma olhada aos seios dela. O vestido era branco e grudou na pele como estava, poderia distinguir a escura cor róseas de seus mamilos.
—É óbvio que não.
Os braços dela voaram aos seios.
—Virese se não quer que a olhe.
Ela o fez, mas não antes de ficar com a boca aberta ante sua audácia.
Adam observou suas costas durante um longo momento. Era quase tão adorável como era parte da frente. A pele do pescoço era de alguma forma bela e poucos cachos de cabelo haviam escapado do penteado e se curvavam devido à umidade. Cheirava como rosas umedecidas, e custaram todas suas forças não elevar a mão e deslizála ao longo daquele braço.
Não, não pelo braço, pelos quadris. Ou talvez pela perna. Ou talvez...
Ele respirou de forma entrecortada.
—O que foi? — Ela não se virou, embora sua voz soasse nervosa.
—Nada absolutamente. Está esquentando?
—OH, sim — mas inclusive enquanto dizia aquilo, estremeceu.
Antes que Adam desse a si mesmo a oportunidade de pensar nisso, elevou a mão e desabotoou a saia.
Da boca dela emergiu um estrangulado grito.
—Nunca ficará aquecida com esta coisa grudada a você como um pedaço de gelo. — Começou a puxar o tecido para baixo.
—Não acho que... Sei que... Isto realmente...
—Sim?
—É uma má ideia.
—Provavelmente. — A saia caiu ao chão em um montão empapado, deixando Demetria vestida unicamente com a fina blusa, que estava grudada como uma segunda pele.
—OH, Meu Deus. —Tentou se cobrir, mas obviamente não sabia por onde começar. Cruzou os braços, logo baixou uma mão para cobrir o lugar onde se uniam as pernas. Então deve ter se dado conta de que não estava nem sequer de cara com ele, assim levou as mãos aos lados e as colocou sobre o traseiro.
Adam quase esperou que o apertasse.
—Poderia, por favor, simplesmente ir? — Disse em um mortificado sussurro.
Queria fazêlo. Querido Deus, sabia que deveria obedecer ao pedido. Mas suas pernas se negavam firmemente a moverse, e não podia afastar os olhos da visão do requintadamente redondo traseiro coberto pelas esbeltas mãos.
Mãos que tremiam de frio.
Amaldiçoou outra vez, recordando o porquê tirou a saia dela.
—Aproximese mais do fogo — ordenou.
—Mais perto e entrarei na lareira! — espetou. — Somente saia daqui.
Ele retrocedeu um passo. Gostava mais quando expulsava fogo.
—Fora!
Caminhou até a porta e a fechou. Demetria ficou totalmente quieta durante um momento, então por fim deixou cair à manta que tinha ao redor dos ombros enquanto se ajoelhava ante o fogo.
O coração de Adam pulsou com força no peito, tão alto, de fato, que se surpreendeu de que não tivesse delatado sua presença.
Demetria suspirou e se sentou.
Adam ficou inclusive mais duro, uma proeza que não achava possível.
Ela afastou as pesadas tranças do pescoço e moveu a cabeça ao redor languidamente.
Adam gemeu.
O coração de Demetria deu um pulo.
—Patife! —Cuspiu, esquecendo de se cobrir.
—Patife? —Teve que elevar uma sobrancelha ante a antiquada palavra.
—Patife, libertino, demônio, como quiser chamar.
—Culpado, receio.
—Se fosse um cavalheiro, sairia daqui.
—Mas você me ama — disse, sem estar seguro de por que recordava isso.
—É horrível por falar disso — sussurrou ela.
—Por quê?
Demetria o olhou duramente assombrada de que tivesse perguntado.
—Por que te amo? Não sei. Certamente não merece.
—Não — concordou ele.
—De todas as maneiras, não tem importância. Não acredito que continue te amando — disse rapidamente. Algo para preservar seu machucado orgulho. — Tinha razão. Foi uma teimosia de colegial.
—Não, não foi. E não se deixa de estar apaixonada por alguém com tanta rapidez.
Demetria arregalou os olhos. O que Adam estava dizendo? Queria seu amor?
—Adam, o que quer?
—Você. — As palavras foram apenas um sussurro, como se com muita dificuldade tivesse coragem suficiente para dizêlas.
—Não, não é verdade — disse, mais por nervos que por outra coisa. — Você disse.
Ele deu um passo a frente. Iria ao inferno por aquilo, mas primeiro iria ao céu.
—Quero você — disse. E era verdade. Desejavaa com mais força, com mais ardor e intensidade do que sequer poderia compreender. Aquilo ia mais à frente do desejo.
Além da necessidade.
Era inexplicável, e certamente era irracional, mas estava ali e não podia ser negado.
Lentamente, diminuiu a distância entre ambos. Demetria ficou paralisada junto ao fogo, seus lábios se entreabriram, a respiração ficou superficial.
—O que vai fazer? —sussurrou.
—Deveria ser óbvio neste momento. — E em um único e fluido movimento, inclinouse para frente e a levantou.
Demetria não se moveu, não lutou contra ele. O calor do corpo de Adam era embriagador. Encheua, derretendo os ossos, fazendoa se sentir deliciosamente lasciva.
—OH, Adam — suspirou.
—OH, sim. —Os lábios dele desenharam uma linha pela mandíbula dela enquanto a deixava com suavidade e reverência sobre a cama.
No último momento, antes de cobrir seu corpo com o dele, Demetria só pôde olhálo, pensando que sempre o amou que cada um de seus sonhos, cada pensamento ao despertar, tinha conduzido aquele momento. Ele ainda não havia pronunciado as palavras que fariam que seu coração voasse, mas agora aquilo não parecia importar.
Os olhos dele resplandeciam brilhantes, com tanta intensidade que Demetria pensou que devia gostar dela ao menos um pouco. E aquilo pareceu ser suficiente.
Suficiente para fazer aquilo possível.
Suficiente para que fosse correto.
Suficiente para que fosse perfeito.
Demetria se afundou no colchão quando o peso dele se assentou sobre ela.
Elevou a mão para tocar o espesso cabelo.
—É tão suave — murmurou. — Que desperdício.
Adam levantou a cabeça e baixou a vista para ela com assombro.
—Desperdício?
—Em um homem — disse com um sorriso tímido. — Como os cílios longos. As mulheres matariam por isso.
—Matariam, não é verdade? — Ele sorriu. — E como qualificaria meus cílios?
—Muito, muito longos.
—E você mataria por cílios assim?
—Mataria pelos seus.
—Sério? Não acha que são um pouco claro para seu cabelo escuro?
Ela bateu nele de brincadeira.
—Quero seus cílios piscando contra meu rosto, não em minhas pálpebras, tolo.
—Acaba de me chamar tolo?
Ela sorriu abertamente.
—Sim.
—Acha que isto é ser tolo? — Moveu a mão para cima por sua perna nua.
Ela negou com a cabeça, o fôlego abandonou seu corpo em segundos.
—E isto? — A mão dele se fechou sobre o seio.
Ela gemeu incoerentemente.
—É?
—Não. — Ela conseguiu dizer.
—Como se sente?
—Bem.
—Isso é tudo?
—Maravilhoso.
—E?
Demetria respirou de forma irregular, tentando não concentrarse no dedo indicador dele, que riscava preguiçosos círculos através da fina seda que cobria seu enrugado mamilo. E disse a única palavra que parecia descrever.
—Faiscante.
Ele sorriu com surpresa.
—Faiscante?
A única coisa que pôde fazer foi assentir. O calor dele a tocava em toda parte e era tão sólido, tão duro e tão masculino... Demetria se sentia como se estivesse deslizando pela borda de um precipício. Estava caindo, caindo, mas não queria ser salva. Só queria leválo com ela.
Ele estava mordiscando sua orelha, em seguida a boca estava no vão de seu ombro, os dentes puxando o fio fino da blusa.
—Como se sente? —Perguntou ele com voz rouca.
—Ardendo. — Era a única palavra que parecia descrever cada centímetro de seu corpo.
—Mmmm, bom. Assim é como eu gosto. — A mão penetrou sob o sedoso tecido e embalou um seio nu.
—OH, Deus! OH, Adam! —Arqueou as costas para ele, lhe dando sem querer um melhor acesso.
—Deus ou eu? — Disse ele zombador.
A respiração de Demetria saía em curtos ofegos.
—Não... ... Sei.
Adam deslizou sua outra mão sob a ponta da blusa e a empurrou para cima até que sentiu a suave curva do quadril.
—Dadas as circunstâncias — murmurou contra o pescoço, — acredito que sou eu.
Ela sorriu fracamente.
—Por favor, nada de religião. — Não necessitava que recordassem que suas ações iam contra qualquer princípio que lhe foi ensinado na igreja, no colégio, em casa e em qualquer outro lugar.
—Com uma condição.
Ela abriu os olhos como pratos, interrogante.
—Tem que tirar esta condenada coisa.
—Não posso. — Afogouse com as palavras.
—É adorável e suave e comprarei centenas delas, mas se não se livrar dela agora mesmo disto, a deixarei em farrapos. — Para demonstrar sua urgência, apertou seu quadril mais perto dela, recordando a intensidade de sua excitação.
—Simplesmente não posso. Não sei por que. — Engoliu saliva. — Mas você pode.
Um dos cantos da boca de Adam se elevou em um ardiloso sorriso.
—Não era a resposta que esperava, mas certamente é uma resposta que aceito. — Ajoelhouse sobre ela e empurrou a camisa mais e mais acima até que deixou os seios a mostra e a deslizou pela cabeça.
Demetria sentiu o ar frio soprar sobre a pele nua, mas, por estranho que parecesse, já não sentia a necessidade de cobrirse. Parecia perfeitamente normal que aquele homem pudesse ver e tocar cada centímetro de seu corpo. Os olhos dele varreram possessivos, sua pele acesa e se sentiu excitada ante a ferocidade da expressão dele. Queria pertencer a ele de todas as maneiras que uma mulher poderia pertencer a um homem. Queria perderse em seu ardor e força.
E queria que ele se entregasse a ela com igual totalidade.
Ele levantou a mão e a colocou contra seu peito, deixando que as pontas dos dedos roçassem o plano mamilo marrom. Ele se estremeceu em resposta.
—Fiz algo de errado? — Sussurrou ansiosa.
Ele negou com a cabeça.
—Outra vez — disse em tom áspero.
Imitando a carícia prévia, agarrou a ponta do mamilo entre o polegar e o indicador. Endureceu sob sua carícia, fazendoa sorrir de prazer. Como se fosse uma menina descobrindo um brinquedo novo elevou a mão para um lado para brincar com o outro. Adam, dandose conta da rapidez que estava perdendo o controle sob os curiosos dedos dela, pôs a mão sobre as dela, mantendoas imóvel. Olhoua durante um minuto inteiro, com os olhos azuis ferozes. Seu olhar era tão intenso que Demetria teve que lutar contra a urgência de afastar o olhar. Mas se obrigou a manter o olhar ao nível do dele. Queria que soubesse que não estava assustada, que não sentia vergonha. E mais importante ainda, que dizia a sério quando disse que o amava.
—Me toque — sussurrou.
Mas ele parecia congelado no lugar, a mão ainda sustentando o seio. Parecia estranho, dividido, quase... Assustado.
—Não quero te fazer mal — disse rouco.
E ela não sabia como terminou se assegurando que tudo ficaria bem, mas murmurou.
—Não o fará.
—Eu...
—Por favor — rogou. Necessitavao. Necessitavao agora.
Seu apaixonado rogo abriu passo pelas reservas de Adam, e com um grunhido a empurrou para cima contra ele para beijála com dureza antes de voltar e descêla até a cama. E desta vez desceu junto com ela, a dura longitude de seu corpo pressionava seus seios. As mãos dele estavam por toda parte, estava gemendo seu nome, cada carícia e cada som parecia atiçarem a chama em seu interior.
Precisava sentilo. Cada centímetro.
Puxou o improvisado kilt, desejando desfazerse da última barreira entre eles.
Sentiu a fricção enquanto deslizava e então não houve nada mais ali... Exceto
Adam.
Ofegou ante a excitação dele.
—OH, Meu Deus.
E aquilo, o feito rir.
—Não, só eu. — Enterrou o rosto no vão do pescoço dela. — Já disse isso.
—Mas é tão...
—Grande? —Sorriu contra ela. — É sua culpa, céu.
—OH, não. —Retorceuse baixo ele. — Não posso ter feito isso.
Ele se pressionou mais firmemente contra ela.
—Shhh.
—Mas quero...
—Fará. —Silencioua com um ardente beijo, não completamente seguro do que acabava de prometer. Uma vez que a teve gemendo outra vez, afastou a boca da dela e forjou um ardente atalho até o umbigo. Sua língua riscou um círculo ao redor e se introduziu escandalosamente dentro. As mãos estavam em suas coxas, abrindoas com facilidade, estendendo para sua invasão.
Queria beijála. Devorála, mas não achou que estivesse pronta para uma intimidade assim e em lugar disso, empurrou uma de suas mãos...
E deslizou um dedo no interior dela.
—Adam! — gritou, e ele não pôde evitar um sorriso de satisfação. Moveu levemente o polegar sobre as suaves e róseas dobras, revelandose na forma em que ela se retorcia embaixo dele. Teve que manter os quadris parado com a mão livre para evitar que caísse da cama.
—Se abra para mim — gemeu, arrastando sua boca de volta a dela.
A ouviu soltar um pequeno grito de prazer e suas pernas pareceram quase derreterse, deslizandose ainda mais longe até que a ponta de sua ereção pressionou contra ela, provando sua suavidade. Adam moveu os lábios até sua orelha e sussurrou.
—Agora vou te amar.
Ela assentiu, sem fôlego.
—Vou fazêla minha.
—OH, sim, por favor.
Moveuse lentamente para frente, paciente contra a apertada inocência. Estava matandoo, mas ia se segurar. Queria mais que nada no mundo afundarse nela com fortes e furiosos embates, mas aquilo teria que esperar para outro momento. Não na primeira vez.
—Adam? — Sussurrou, e ele se deu conta de que tinham permanecido quieto alguns segundos. Apertando os dentes, retirouse lentamente até que unicamente sua ponta ficou dentro dela.
Demetria se agarrou com força a seus ombros.
—OH, não, Adam. Não vá!
—Shhhh. Não se preocupe. Continuo aqui. —Voltou a entrar.
—Não me deixe — sussurrou ela.
—Não o farei. —Alcançou sua virgindade e grunhiu ante a resistência. — Isto vai doer, Demetria.
—Não me importa. —Seus dedos lhe cravaram na pele.
—Talvez depois importe. —Pressionou um pouco mais à frente, tentandoo com tanto cuidado como podia.
Ela arqueouse embaixo dele, gemendo seu nome. Os braços envoltos ao redor de seu corpo, e seus dedos pressionando espasmodicamente em suas costas.
—Por favor, Adam — rogou. — OH, por favor. Por favor, por favor.
Incapaz de continuar se controlando, Adam se afundou até o final, estremecendose ante a deliciosa sensação dela apertada a seu redor. Mas Demetria ficou rígida embaixo dele e a viu fazer uma careta de dor.
—Sinto muito — disse com rapidez, tentando ficar quieto e ignorar as dolorosas demandas de seu corpo. — Sinto muito. Sinto muito. Dói?
Ela apertou os olhos e negou com a cabeça.
Ele apagou as pequenas lágrimas que estavam se formando no canto de seus olhos com beijos.
—Não minta.
—Só um pouco — admitiu em um sussurro. — Foi mais a surpresa que outra coisa.
—Melhorará — disse ardentemente. — Prometo. — Apoiouse em seus antebraços para mantêla livre de seu peso, e se moveu de novo lentamente, com embates seguros, cada um trouxe uma sacudida de desejo com sua suave fricção.
Enquanto isso tinha a mandíbula apertada com concentração, cada músculo do corpo tenso e apertado com a tensão de manterse controlado. Dentro e fora, dentro e fora, recitava para si mesmo. Se saísse do ritmo só por um segundo, perderia o controle por completo. Tinha que manter por ela. Não estava preocupado por ele, sabia que alcançaria o céu antes que a noite acabasse.
Mas sim por Demetria... Tudo o que sabia é que sentia uma intensa responsabilidade por garantir que ela também encontrasse o êxtase. Nunca esteve com uma virgem, assim não estava seguro até que ponto seria possível, mas por Deus, ia tentar. Temia que inclusive, falar o fizesse estalar, mas conseguiu dizer:
—Como se sente?
Demetria abriu os olhos e piscou.
—Bem. — Soava surpreendida. — Já não dói.
—Nem um pouco?
Ela negou com a cabeça.
—Sintome muito bem... E faminta. — Fez correr seus dedos vacilantes pelas costas dele.
Adam se estremeceu ante seu toque leve como a pluma e sentiu como escapava o controle.
—Como se sente você? — Sussurrou ela. — Também está faminto?
Ele grunhiu algo que ela não pôde entender e começou a moverse mais rápido.
Demetria sentiu seu abdômen apertarse, logo uma insuportável tensão.
Começaram a lhe formigar os dedos das mãos e dos pés, e então, quando esteve segura de que seu corpo se romperia em centenas de pequenas peças, algo em seu interior se partiu, e os quadris elevaram para fora do colchão com tanta força que inclusive o levantou.
—OH, Adam! — Chiou. — Ajudeme!
Ele bombeou para frente mais lento.
—Farei — gemeu. — Juro. — E então gritou, seu rosto se contorceu como se sentisse dor, e por fim, exalou, derrubandose contra ela.
Jazeram unidos durante alguns minutos, úmidos pelo esforço. Demetria adorou o peso dele sobre ela, adorou o sentimento de lânguida satisfação. Tocou ociosamente o cabelo com a mão, desejando que o mundo ao redor deles simplesmente desaparecesse. Durante quanto tempo poderiam permanecer assim, a salvo no pequeno pavilhão de caça, antes que sentissem falta deles?
—Como se sente? —Perguntou ela brandamente.
Os lábios dele se curvaram em um juvenil sorriso.
—Como acha que me sinto?
—Bem, espero.
Rodou em cima dela, apoiouse sobre um cotovelo e a agarrou por debaixo do queixo com dois dedos.
—Bem, sei — disse, enfatizando deliberadamente a última palavra.
Demetria sorriu. Não podia esperar nada melhor que aquilo.
—Que tal você? —Perguntou em voz baixa, a preocupação marcando seu cenho franzido. — Está dolorida?
—Não acredito. —Moveuse para verificar seu corpo. — Talvez depois.
—Ficará.
Demetria franziu o cenho. Então, tinha muita experiência em desflorar virgens?
Havia dito que Camille já estava grávida quando se casaram. E afastou o pensamento de sua mente. Não queria pensar em Camille. Agora não. A esposa morta do Adam não tinha lugar na cama com eles.
E se encontrou fantasiando com bebês. Pequenos loiros, com brilhantes olhos azuis, sorrindo com regozijo. Um Adam em miniatura, isso é o que queria. Supunha que um bebê poderia parecerse com ela e ter que carregar com sua singular cor, mas em sua mente, era todo Adam, dos pés à cabeça.
Quando finalmente abriu os olhos, viuo olhandoa, e a tocou a boca, junto à comissura que se esteve curvando para cima.
—Porque você estava tão absorta? — Murmurou, com a voz carregada de satisfação.
Demetria evitou seu olhar, envergonhada pela direção de seus pensamentos.
—Nada importante — murmurou. — Ainda chove?
—Não sei — respondeu, e se levantou para dar uma olhada pela janela.
Demetria empurrou os lençóis sobre seu corpo nu, desejando não ter perguntado pelo tempo. Se tivesse deixado de chover, teriam que voltar para a casa principal. Certamente, a essas alturas já tinham sentido falta deles. Poderiam afirmar que tinham procurado refúgio sob a chuva, mas aquela desculpa soaria falsa se não voltassem assim que tempo melhorasse.
Adam voltou a colocar as cortinas no lugar e se virou para ficar frente a ela, e Demetria conteve o fôlego ante a pura e masculina beleza dele. Tinha visto desenhos de estátuas nos muitos livros de seu pai, e inclusive possuía uma miniatura da estátua de David. Mas nada se comparava ao homem vivo de pé ante ela, e baixou a vista ao chão, temendo que o mero fato de vêlo voltasse a seduzila.
—Ainda chove — disse sereno. — Mas está limpando. Deveríamos limpar nossa... Hein desordem, assim estaremos preparados para ir ao momento em que a chuva passe.
Demetria assentiu.
—Poderia pegar minha roupa?
Elevou uma sobrancelha.
—Modéstia agora?
Ela assentiu. Talvez fosse algo tolo, depois de seu comportamento lascivo, mas não era tão sofisticada para levantarse nua da cama com alguém mais no aposento.
Inclinou a cabeça para a saia, que estava ainda sobre o chão em um monte.
—Poderia, por favor?
Recolheua e a estendeu. Ainda estava úmida em alguns lugares posto que
Demetria não se preocupasse em estendêla, mas ficou perto o suficientemente do fogo, não seria tão horrível. Vestiuse com rapidez e arrumou a cama, apertando com cuidado e esticando bem os lençóis, com viu as donzelas fazerem em casa. Foi um trabalho mais duro do que esperava, pela cama estar contra a parede.
Quando por fim tanto eles como o pavilhão estavam apresentáveis, a chuva havia diminuído até converterse em uma vaga garoa.
—Suponho que nossas roupas não se molharão muito mais do que já estão disse Demetria enquanto colocava a mão pela janela para avaliar a chuva.
Ele assentiu, e se colocaram a caminho de volta à casa principal. Não disse nada, e Demetria tampouco foi capaz de romper o silêncio. O que ia acontecer agora?
Tinha que casarse com ela? Deveria, é obvio se era o cavalheiro que sempre pensou que fosse, faria, mas ninguém sabia que foi comprometida. E ele a conhecia o suficientemente bem para não se preocupar de que contasse a alguém para apanhálo em matrimônio.
Quinze minutos depois, encontravamse diante dos degraus que conduziam à porta principal de Chester House. Adam fez uma pausa e, olharam Demetria, seus olhos sérios e decididos.
—Ficará bem? —Perguntou amavelmente.
Ela piscou várias vezes. Por que estava perguntando isso agora?
—Não poderemos conversar uma vez estejamos lá dentro — explicou Adam.
Ela assentiu, tratando de ignorar a sensação de desgosto de seu estômago. Algo não ia bem.
Ele clareou a garganta e puxou a gola como se a gravata estivesse muito apertada. Voltou a clareou a garganta, e voltou a fazêlo uma terceira vez.
—Irá me notificar se surgir alguma situação pela qual devamos agir com rapidez.
Demetria assentiu uma vez mais, tentando discernir se aquilo tinha sido uma afirmação ou uma pergunta. Um pouco de ambas, decidiu. E não estava segura de por que isso importava.
Adam respirou fundo.
—Necessitarei um pouco de tempo para pensar.
—No que? — Perguntou, antes de ter a oportunidade de pensar melhor.
Não deveria ser tudo simples agora? O que ficava para pensar?
—Sobre mim mesmo, principalmente — disse, com a voz ligeiramente rouca, e possivelmente um pouco distante. — Mas a verei dentro de pouco e arrumarei tudo.
— Não tem que se preocupar.
E então, posto que Demetria estivesse farta de esperar, e farta de ser tão malditamente conveniente, deixou escapar.
—Vai casar comigo?
Porque Por Deus, era como se o homem estivesse falando através da névoa.
Ele pareceu surpreso pela estridente pergunta dela, mas ainda assim, disse bruscamente.
—É obvio. — E enquanto Demetria esperava o júbilo que sabia que deveria sentir, ele acrescentou. — Mas não vejo razão para nos apressarmos a menos que se apresente uma razão de peso.
Ela assentiu e engoliu saliva. Um bebê. Queria casar com ela só se houvesse um bebê. Faria acontecesse o que acontecesse, mas quando acontecesse.
—Se nos casarmos agora mesmo — disse — seria óbvio porque temos que fazêlo.
—Que você tem que fazer — murmurou Demetria.
Ele se inclinou para frente.
—Umm?
—Nada. — Porque seria humilhante voltar a dizer. Porque já era humilhante ter dito uma vez.
—Deveria entrar — disse ele.
Ela assentiu. Estava ficando uma perita em assentir.
Sempre um cavalheiro, Adam inclinou a cabeça e segurou o braço de Demetria.
Então a conduziu ao salão e agiu como se não tivesse nada pelo que se preocupar.
3 DE JULHO DE 1819
E depois do que aconteceu, não voltou a me dirigir a palavra nenhuma única vez.




e o que acham que ele fará agora? deflorou ela, antes do casamento tsc tsc

                    Shikshin
Alligator Yoong
Dance Queen
 Black Pearl
Miyoung
Kid Leader(1ªbias)
Sunny Bunny(2ªbias)
 Maknae
   Ice Princess(3ªbias)

Best group by South Korea