Um
dos muitos motivos porque Demi admirava Joseph era pela sua grande praticidade.
Quando o duque decidiu iniciar as escavações em sua propriedade, dois anos
atrás, ordenou a construção de um pequeno edifício perto das ruínas; o chamavam
de antika e era o lugar onde se guardavam as descobertas até estarem
completamente restauradas e serem enviadas a Londres.
Antika
tinha três espaçosos compartimentos. Um era uma sala para as antiguidades que
Demi ainda não tinha restaurado. Outra servia para guardá-las quando já tinham
passado por suas mãos. A terceira habitação era seu lugar de trabalho e Joseph
o tinha desenhado bem. O quarto estava bem ventilado para entrar luz natural.
As paredes e o chão de pedra mantinham o lugar fresco no verão, um fato que a
senhora Bennington gostava muito, mas que Demi não se importava nem um pouco.
Para ela, o verão na Inglaterra era agradável e nada caloroso. Desde sempre,
muito melhor que o mês de agosto nos desertos do Marrocos.
Tinha
também uma bomba de água e uma pilha, além de enormes mesas de carvalho para os
trabalhos de curso. Um desses trabalhos era o assoalho de mosaico que haviam
encontrado essa manhã e que agora Demi estava disposta a restaurar.
Concentrada
em seu trabalho, que não tinha se dado conta de que lady Hammond a observava na
porta, até que ela tossiu ligeiramente.
—Espero
não interromper algo de grande importância histórica. — disse a viscondessa
sorrindo— Estava dando uma volta pelas escavações com meu irmão quando nos
interromperam. Aparentemente trabalhadores encontraram uma estátua de grande
importância.
—Verdade?
Que estatua?
Lady
Hammond sacudiu a mão dando pouca importância ao tema.
—Não
tenho ideia. A atenção de meu irmão se concentra completamente nessa nova
descoberta e eu tive a oportunidade de escapar.
—Escapar?
—se surpreendeu Demi.
—Sim,
claro. Quando Joseph começa a falar de antiguidades romanas, devo lhe confessar
que me aborreço muito. Ontem, quando me mostrava uma inacabável coleção de
jarros, facas e objetos de metal, tive que fazer grande esforço para não
bocejar. A visita de hoje de paredes, telhados quebrados e camadas e camadas de
poeira era demais para mim, e me vi encurralada para fugir. Você é como Joseph
e sem dúvida nenhuma gosta de tudo isto. Eu, entretanto, não sou uma
intelectual e lamento não poder ficar horas discutindo sobre uma velha garrafa
de vinho quebrada.
Demi
se perguntou como era possível que alguém achava enjoadas essas conversas. Em
seus sonhos, ela e Joseph debatiam apaixonadamente sobre esse tipo de coisas
todo dia; claro, isso nunca acontecia de verdade, já que ela ficava sem
palavras sempre que ele se aproximava.
—Por
isso — continuou lady Hammond interrompendo seus pensamentos— eu fugi do meu
irmão e vim até aqui. Eu estava a observando na porta e pensei que poderia
entrar e visitá-la um momento. Se você não se importa.
Demi
hesitou. Ainda se sentia incomodada ao pensar que a viscondessa tinha visto
seus desenhos no dia anterior. Ninguém gosta que seus segredos mais íntimos
saiam para luz, especialmente na frente de gente estranha.
Como
se pudesse lhe ler o pensamento, lady Hammond disse:
—Devo
lhe confessar que tenho uma opinião muito definida sobre os segredos. Sempre os
guardo.
Ambas
trocaram um olhar de compreensão.
—É
uma qualidade admirável. — respondeu Demi— Acredito que seus amigos lhe estão
muito agradecidos.
—Talvez
alguns, ainda que meus amigos menos íntimos se perturbem enormemente.
Demi
não pode evitar rir do comentário. A irmã de Joseph era amistosa e direta,
gostava dela e por isso lhe deu bem-vindas a Antika.
—Gostaria
muito de aproveitar de sua companhia.
—Que
bom. —Lady Hammond entrou e atravessou a habitação até chegar à mesa. Ela olhou
para as telhas de pedra calcária que estavam em cima da mesa.
—Que
está fazendo?
—Estou
restaurando um mosaico. Olhe.
Demi
colocou um par de couro grossas e tirou uma garrafa de debaixo da mesa. A abriu
com cuidado, derramou uma pequena quantidade de líquido sobre as colocação de
azulejos. A medida que a sujeira se dissolvia ia aparecendo a imagem de uma
mulher nua deitada numa balsa.
—É
incrível! —exclamou a viscondessa enquanto estudava a imagem— Sabe a quem
representa?
—É
Vênus. — respondeu rapidamente Demi— A deusa romana do amor. Esta imagem devia
estar pendurada em cima da porta do dormitório dos donos da casa. Graças a este
mosaico sabemos que dormiam juntos e por outros objetos encontrados na
escavação, acredito que ainda devia de ser um casamento de conveniência, e
acabaram se apaixonando. — Fez uma pausa e contemplou o mosaico, continuou — Devem
ter sido tão felizes como meu pai e minha mãe.
—Então
seus pais tiveram um casamento feliz?
—Oh,
sim. Eles tinham um amor e respeito tão profundos como poucos casais podem
desfrutar. Eu apenas era uma menina quando minha mãe faleceu, mas até então,
entendia quão apaixonados estavam.
—Você
acredita que o amor é importante em um casamento, senhorita Lovato?
Demi
olhou a viscondessa que estava do outro lado da mesa. Ela ficou surpresa que
ela lhe perguntasse algo que tinha uma resposta tão óbvia.
—Claro.
Acaso não nem todo mundo acredita?
—Não,
querida, —respondeu lady Hammond com um tom de ironia que Demi não conseguiu
entender— nem todo mundo acredita. Ultimamente eu ouvi a teoria de que o amor e
o casamento não tem nada a ver um com o outro. O que você acha disso?
—Quem
quer que lhe tenha dito isto deve ser uma pessoa infeliz e cínica. —Demi pegou
um pequeno pincel e o submergiu em uma jarrinha com água que tinha no chão ao
seu lado. Se endireitou— Que outra razão há então para se casar? —perguntou,
passando o pincel por cima das pequenas colocações de azulejos para eliminar a
sujeira que ainda tinha entre as junções.
—Os
filhos são uma excelente razão.
—Verdade?
—Demi se deteve e não pode evitar lançar a viscondessa um olhar de fingida surpresa
por cima de seus óculos— Não sabia que era necessário pronunciar votos para ter
filhos.
A
outra mulher riu suavemente.
—Uma
observação muito atrevida, senhorita Lovato. Na sociedade, uma frase como esta
faria que as pessoas achassem que você é muito direta.
—Atrevida
talvez, mas também sensata. Se o objetivo são os filhos, o amor entre as duas
partes possibilitaria que pudessem ter vários.
Para
surpresa de Demi, a viscondessa deixou de sorrir e sua expressão se tornou
melancólica.
—Sim,
suponho que seria assim. —admitiu e sacudiu a cabeça— Mas continuemos com nossa
discussão sobre o casamento. Além das crianças, existem outras considerações
práticas, não acha? Alianças entre famílias, acúmulo de riquezas, obterem poder
e uma melhor posição social. Tem muita gente que acha que todo isso é mais importante
que o amor quando se trata de escolher com quem se casar.
—De
que serve tudo isso se não se é feliz? Eu acredito que se casar sem amor só
serve para ter uma vida infeliz.
A
viscondessa inspirou profundamente de um modo que Demi se assustou e se virou
para olhá-la.
—Lady
Hammond, esta indisposta?
—Não,
não, estou bem. É só que o amor também pode levar sua cota de sofrimento
senhorita Lovato.
Demi
deixou de trabalhar, seus dedos apertaram o pincel que tinha na mão e a olhou
diretamente nos olhos.
—Sim,
— admitiu— suponho que pode ser assim se você ama e não é correspondido. Mas
seguramente tem a recompensa da experiência de estar apaixonada.
—Ah,
é? —murmurou lady Hammond e em seus lábios se desenhou um sorriso irônico.
Tinha seu olhar perdido num ponto distante do horizonte — Eu ficaria surpresa.
Demi
sentiu de repente uma grande afinidade com ela.
—Eu
também. — admitiu— Mas acho que soou muito nobre e poético quando lhe disse.
As
duas mulheres se olharam e começaram a rir.
Demi arrumou uma amiga na irmã do Joe
gente relaxem, quando sumo nos finais de semana é por que voltei a ficar sem net, acho que ja tinha mencionado isso. vizinho descobriu que wifi tava sem senha...bad
bjemi
please, ansiosa, posta logo, bjs :*
ResponderExcluirprimeira de novo, eu arraso u_u
ExcluirOpa tão amiguinhas acho que a irmã do joe vai da um empurrãozinho no futuro pra eles ficarem juntos posta mais
ResponderExcluirTambém acho Nath ..... e que seja logoooo.... adorando essa história..... posta mais pfvrrr!!!
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