terça-feira, 10 de novembro de 2015

Prazeres Proibidos Capitulo 1 parte I

Hampshire, 1830
Ninguém que olhava Demi Lovato imaginaria que ela pudesse ter algum prazer proibido, secreto. Seu aspecto era normal, os óculos não ajudavam muito, tinha o cabelo castanho claro e o usava preso na cabeça. Todos os seus vestidos eram de diferentes tons de bege, marrom ou cinza. Sua altura era normal e sua figura ficava escondida debaixo dos grandes e cômodos aventais que utilizava para trabalhar. Tinha uma voz suave e agradável de escutar, sem sons estridentes que chamassem a atenção. Ninguém que a julgasse só pela sua aparência poderia imaginar que a senhorita Demi Lovato tinha o escandaloso costume de observar o torso nu de seu patrão sempre que tinha a oportunidade, embora a maioria das mulheres estivesse de acordo que Joseph Jonas, duque de Tremore, tinha um torso que valia a pena observar. Demi apoiou os cotovelos no peitoral da janela e levantou a luneta de bronze. Utilizar esse aparelho com lentes era difícil, assim que o deixou na prateleira. Voltou a colocar os óculos e a distância, olhou toda a escavação, procurando Joseph entre os trabalhadores. Sempre que pensava nele pensava usando seu nome. Quando falava com ele, o chamava de «senhor», como todo mundo, mas em sua cabeça e em seu coração, ele sempre era Joseph.
Ele estava falando com o senhor Bennington, o arquiteto da escavação e com sir Edward Fitzhugh, o vizinho mais próximo do duque e antiquário amador como ele. Os três homens estavam no meio de uns campos da escavação, rodeados de muros, colunas quebradas e restos do que havia sido uma vila romana. Nesse momento, discutiam sobre o mosaico que estava debaixo dos seus pés e que havia sido descobertos pelos trabalhadores nessa mesma manhã.
Quando Demi localizou a forte figura de Joseph, sentiu uma familiar chateação em seu coração, uma mescla viciante de prazer e incômodo. Era uma combinação que quando estava em sua presença a calava e lhe fazia querer se misturar com seu ambiente, passar despercebida; em troca quando o contemplava como agora, desejava se transformar no centro de toda sua atenção. O amor pensava, deveria ser algo agradável, cálido, doce, não algo que prejudicasse o coração com sua intensidade.
Demi sentia essa intensidade agora, enquanto o observava. Quando estava em Tremore Hall, ele passava sempre dois ou três horas ao dia trabalhando junto com o senhor Bennington e o resto dos homens na escavação. Algumas vezes ela não estava nas ruínas e às tardes de agosto eram excepcionalmente quentes, e Joseph sempre tirava a camisa. O dia era muito caloroso.
Para Demi, ele quase formava parte da escavação romana que o rodeava. Era como uma escultura. Com sua pouco frequente altura de mais de um metro e oitenta e seus grandes ombros e desenvolvidos músculos, apesar de seu cabelo escuro e sua pele bronzeada parecia um deus romano esculpido em mármore. Ela o observava enquanto os três homens continuavam discutindo sobre o mosaico e teve a estranha sensação que experimentava cada vez que o via e que fazia lhe custar a respirar e que seu coração se acelerava como se estivesse estado correndo.
Sir Edward tratou de mover uma urna que cobria parte do mosaico, mas Joseph o impediu e ele mesmo a levantou. Demi se encantava com esse cavalheirismo, que só reafirmava a boa opinião que já tinha dele. Talvez fosse duque, mas não permitia que um homem como sir Edward, muito mais velho que ele pudesse se machucar.
Joseph levou a urna para o carro que estava próximo e a colocou junto a uma serie de ânforas de vinhos quebradas, estátuas de bronze, fragmentos de afrescos e outras descobertas. No final do dia moveriam as peças a um edifício próximo, onde se armazenavam todos os objetos e esperando que Demi pudesse restaurar-los, desenhá-los e catalogá-los para a coleção de Joseph.
O ruído de passos se aproximando da biblioteca a distraiu de suas clandestinas observações. Dobrou o telescópio e saindo da janela o guardou no bolsinho de seu avental. Quando Ella uma de muitas moças que trabalham em Tremore entrou na sala, Demi estava sentada em seu escritório, com um livro de cerâmica romano-inglesa, fingindo que trabalhava.
—Eu pensei que poderia querer um pouco de chá, senhorita Lovato— disse Ella enquanto deixava uma xícara e o bule na grande mesa de Demi, ao lado das montanhas de livros de antiguidade romanas e latinas.
—Obrigada, Ella —replicou, tratando de fingir muita concentração.
A moça se virou para ir embora.
—Pensava que não podia enxergar sem seus óculos, senhorita —disse sobre seu ombro—. Não acredito que sejam de muita utilidade ali na prateleira da janela.
A moça desapareceu no corredor e Demi escondeu seu rosto vermelho entre as páginas do livro. «Eu me tornei uma pilhagem.»
Ainda assim, quem poderia culpar uma moça tímida, discreta e simples que passava a maior parte de seu tempo enterrada entre madeiras velha e livros de latim, por estar apaixonada por seu patrão quando ele é tão atraente?

e a aventura começou
espero que gostem
bjemi

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