sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Prazeres Proibidos Capitulo 3 parte III MINI MARATONA

—Oh, não! Para mim viver aqui é um luxo que ainda não posso acreditar. Devo reconhecer que dormir em um colchão de plumas é muito melhor que em um saco em uma cabana de pedra em uma tenda no deserto.
—Céus, eu imagino que qualquer mulher acredita. Você gosta de estar aqui?
—Sim, eu gosto. Quando cheguei à Inglaterra tinha a estranha sensação que voltava para casa, mas nunca estive aqui. Tudo na Inglaterra é tão legal, tão verde, tão bonito comparado com os áridos desertos em que vivi… É como minha me mãe dizia que era. Não quero nunca sair daqui.
—O que você acha de Tremore Hall?
—Eu tenho receio que não visito muito o local. Tenho estado muito ocupada com os trabalhos na escavação e não tenha tido tempo para explorar, apesar de ter andado várias vezes pelos jardins. É uma propriedade esplêndida, mas intimida um pouco quando se chega pela primeira vez.
—Sim, — confirmou Viola— eu sei o que você quer dizer. Quando era pequeno, estive em um internato na França por vários anos. Viver fora, eu esqueci que foi intimidador, mas me lembrei o quanto queria voltar. Joseph nunca me deixa mudar nada. A história da família e todas essas coisas.
—Posso entendê-lo.
—Sim, claro, Demi, mas você também entende sua afeição por vasos de barro. Se esta fosse a tua casa, sem dúvida seria como Joseph e você se recusa a redecorar nada.
Demi ficou sem respiração ao sentir uma onda de saudade com esse inocente comentário, mas procurou esquecer. Aquela não era sua casa. Ela não tinha casa.
—Há uma coisa que eu mudaria. —respondeu, se forçando a relaxar—Tiraria essas horríveis carrancas da escada principal e as jogaria fora.
—São horríveis. Quando era pequena me causavam pesadelos. Talvez quando Joseph se casar, sua duquesa as tire para que seus filhos não tenham medo.
Demi imaginou em sua mente a imagem de Joseph com sua duquesa e seus filhos, levantando o queixo para disfarçar sua expressão.
—E você quer se casar? —perguntou Viola, interrompendo seus pensamentos.
—Eu… — respirou fundo e se abaixou debaixo da mesa para submergir outra vez o pincel na água— eu nunca pensei. — respondeu, quando se recompunha. Ela retornou a seu trabalho e não olhou a que tinha na sua frente— Não há probabilidade de acontecer.
—Porque diz isso?
—Estou ciente que eu sou uma mulher comum e já tenho pouco mais de vinte e quatro anos. Tenho poucas oportunidades de conhecer gente nova. E se me casasse, seria apenas por um grande, profundo e duradouro amor. Então agora você vê, — continuou, levantando a vista e sorrindo levemente— eu tenho absolutamente tudo contra.
Viola não respondeu, mas Demi podia notar como sua nova amiga a olhava enquanto ela prestava atenção outra vez em seu trabalho. Tendo passado uns minutos, Viola ficou em silêncio.
—É uma pena que você não foi a Londres.
Demi levantou a vista surpresa pela mudança de assunto.
—Eu gostaria, talvez vá algum dia. Você vive lá com seu esposo?
—Depende da época do ano. — respondeu Viola— Passo o outono e o inverno em Enderby, nossa fazenda fica em Chiswick, aos redores de Londres. Enquanto, Hammond está em Hammond Park, em Northumberland. Na primavera, alugamos uma casa na cidade, onde passamos juntos a temporada social. No verão eu vou a Brighton e Hammond volta para Northumberland. É um arranjo que convém a nós dois, porque nos obriga a passar juntos apenas alguns meses do ano. O suficiente para manter as aparências.
Demi estava surpresa, mas disfarçou. Sentia compaixão por sua nova amiga.
—Eu vejo — murmurou.
—Eu mantenho Enderby muito animado no inverno. —continuou Viola com certo tom de amargura— Celebro festas constantemente e que participam muitas pessoas, não gosto de estar sozinha. —Se interrompeu e riu entrecortando. — Não me olhe assim sentindo pena. Deveria se envergonhar. Minha única desculpa é que você é uma boa ouvinte, Demi.
—Não precisa ficar com vergonha de se sentir sozinha.— disse Demi amavelmente—Eu também sei o que é estar sozinha. Grande parte da minha vida passei em desertos, longe de qualquer lugar; lugares em que eu era a única mulher inglesa em quilômetros ao redor. Papai e eu estivemos um inverno em Roma enquanto passava o tempo com outros acadêmicos e restauradores, eu vagava por bibliotecas e museus, lendo tudo o que podia encontrar sobre a Inglaterra. História, política, sociedade, costumes. Gostaria muito de poder conhecer Londres algum dia.
—Oh, Demi, eu gostaria tanto de ser eu que pudesse te ensinar! É uma cidade tão excitante… Eu gostaria que você pudesse vir comigo quando voltar a Enderby. Seria muito boa a sua companhia e Chiswick é só uma hora de caminho. Se você estivesse ali durante a temporada, poderia vir comigo a cidade e te apresentaria em sociedade. Inclusive poderia encontrar a família da sua mãe.
—Isso é impossível — respondeu Demi. Joseph estava ali e ela não podia se imaginar abandonando Tremore Hall em um futuro próximo. — Ainda tenho muito que fazer.
—O museu de Joseph vai inaugurar em março. Não poderia vir depois?
—Não. Embora com o museu inaugurado, terei que continuar trabalhando na escavação. Eu duvido que esteja completamente terminado antes de cinco anos.
—Eu entendo, mas é realmente uma pena. — De repente, Viola suspirou chateada. —Oh, meu Deus, tenho que voltar. Se meu irmão descobrir que escapei de sua escavação se chateará comigo. Ele sempre trata para que eu me interesse por coisas intelectuais.
Viola se dirigiu a porta, mas no caminho se virou e a olhou mais uma vez.
—Outra coisa, Demi: saiba que a beleza não significa nada.
Demi viu como sua nova amiga desapareceu no corredor e sorriu um pouco forçado.
—As mulheres bonitas sempre dizem isso — murmurou para a porta vazia.

Então, é isso mesmo, uma mini maratona a voces.
E ja to me preparando para os xingamentos que sei que farão ao Joe
Bjemi

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