segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Prazeres Proibidos Capitulo 8 parte II

—Isso acontece muitas vezes.
—Com trágicos resultados.
—Talvez para Marco Antonio e Cleópatra — reconheceu ela. —mas não é sempre assim. Há quem é muito feliz.
—Essa felicidade dura sempre muito pouco.
Ele estava começando a frustrar sua firme convicção de que o amor não valia à pena e levantou o olhar para o céu em um claro gesto de desespero.
—Oh, por Deus! —exclamou. —Acredito que alguma vez já viu alguém se apaixonar perdidamente e ser feliz.
Joseph lembrou a noite em que encontrou seu pai morto, com quatro tubos de láudano a seu lado.
—Sim — respondeu ele. —mas teve um trágico final. —Então se levantou bruscamente. Nós não queremos continuar falando. —Queira me perdoar, mas meu banho está esfriando. Boa noite.
E saiu da habitação sem dizer mais nada.
Primeiro Viola, com aquela conversa tão estranha sobre o amor e agora a senhorita Lovato. Maldita seja. Por que as mulheres eram incapazes de entender que o amor não era importante na vida?
Apesar do muito que Demi gostasse do clima úmido inglês, tinha que reconhecer que para seu trabalho era um problema, especialmente quando se tratava de restaurar um afresco. Nos desertos da África, Palestina e Mesopotâmia era suficiente retirar a areia e as imagens reapareciam intactas, com toda sua beleza, mas na Inglaterra a umidade fazia tudo mais complicado.
A lama cobria o afresco e a causa de ter permanecido seiscentos anos embaixo daquela terra úmida, a pintura estava tão degradada que para Demi era quase impossível distinguir qualquer imagem. Encontrar a cor que mais se parecia ao original e tentar desenhar os fragmentos que faltavam era um trabalho exasperante, embora alguns dias fossem mais dos que os outros. Aquele era um desses dias.
Reuniu todos os fragmentos do afresco que dos trabalhadores tinham descoberto até o momento e os classificou por grupos segundo as imagens que se representavam nele. Logo, com a ajuda de uma pequena espátula, começou a juntar as peças como se fosse um enigma. Parecido com um solo que tinha reparado no dia anterior, à medida que os restaurava ia aparecendo à figura de Venus.
Não estava acostumada a trabalhar com um material tão delicado; as peças se quebravam facilmente, assim que tinha que concentrar toda sua atenção. O problema era que uma e outra vez, se distraía recordando o que tinha passado umas noites atrás e a conversa que Joseph e ela tinham tido na biblioteca.
Demi não podia deixar de pensar no que tinha dito sobre conhecer alguém perdidamente apaixonado e cujo final tinha sido trágico. Se perguntava de quem estaria falando. De si mesmo talvez? isso explicaria sua atitude tão cínica, fria e calculadora frente ao casamento. Tinha que concentrar-se. Ela não se importava nada com o que o pensava sobre o casamento nem com quem fosse se casar.
Desde essa noite na biblioteca, cada vez que ele lhe pedia algo adicionava «por favor», e quando ela finalizava a tarefa que pedia, lhe diz sempre obrigado. Muitas vezes conversava com ela sobre coisas sem importância, como o clima de como as quentes temperaturas deviam ser melhores para seu trabalho. Às vezes lhe comentava as noticias do dia, por especial ênfase em excesso de governantas que inundavam a Inglaterra a chateação que era a vida social de Londres. Inclusive tinha ordenado que cada hora um empregada fosse a antika perguntar se queria uma taça de chá e muitas vezes enviava os trabalhadores para lá para ver se precisava de ajuda.
Como se nada disse pudesse convencê-la a ficar. Ao comprovar que com dinheiro não ia convencê-la, agora o duque tentava lhe demonstrar que era capaz de ser encantador e atencioso.
Ela fez uma careta de desdém. Ele não era atencioso. Era egoísta, altivo, e não levava em conta os sentimentos dos outros. Além de frio, tão frio que de uma maneira calculista, tinha escolhido se casar com uma mulher que nunca pudesse se apaixonar.
No entanto, apesar de todos esses defeitos, ela tinha achado que estava apaixonada por ele. Por quê? Demi deixou de trabalhar e olhou o infinito pensando nele. O que tinha visto nele que a tinha cativado?
Se lembrou de Cleópatra e se deu conta que não só as mulheres podem ter esse algo que as transformam em mágicas e fascinantes. Joseph também tinha.
Pensou em todas as vezes que ele a tinha olhado como se fosse especial, como se por um instante para ele unicamente ela existisse em seu mundo. Mas apenas por um instante, somente quando ele queria algo dela. Quando precisava que fizesse algo difícil em pouco tempo, tinha recorrido a esse sorriso para que ela não podia se negar. Uma vez tinha obtido tudo o que queria, tinha levando com ele a magia, sem lhe dizer obrigado por ter passado milhares de horas trabalhando.
Agora sabia que todas essas vezes que a tinha olhado desse modo especial nem sequer a tinha visto falar. Só a tinha usado para alcançar seus fins. E, apesar de tudo isso, quando no outro dia tinha pedido que ficasse, durante um segundo esteve tentada a aceitar e obedecê-lo.
Sim, ele tinha essa inexplicável alquimia que podia que uma funcionária fosse procurar à manteiga fresca todas as manhãs sem se aborrecer, que a senhora Bennington ficasse com a respiração acelerada só em estar falando com ele sobre o mal estado do caminho e que a ordinária e comum Demi Lovato se sentisse uma das mulheres mais belas do mundo. Mas não era real.
Respirou fundo e recomeçou seu trabalho. Por sorte agora já o conhecia e essa magia não podia afetar-lhe.
Demi pegou outra peça com a espátula, começou a espalhar sobre ela um pouco de cimento, A pressão deve ter sido muito forte que a delicada peça se partiu em dois entre suas mãos. Era a quarta vez que acontecia isso, quatro fragmentos únicos e irreparáveis tinham se convertido em pó e dreno entre seus dedos.
—Oh, maldita lama inglesa! Destrói tudo o que toco! —gritou e exasperada, lançou a espátula com força. O ruído que fez cair acompanhado de um assobio e quando Demi se voltou viu Joseph de pé em um umbral de antika.
—Olhe para onde joga as coisas, senhorita Lovato— disse e se abaixou para recolher a espátula.
—Lhe acertei?
—Não —respondeu, —mas foi por pouco.
Demi olhou enquanto ele se aproximava dela. Sabia que ainda não tinha ido visitar o senhor Bennington na escavação já que ainda não vestia casaco nem gravata, sua camisa era de um branco imaculado, sem um grão de poeira ou sujeira. Demi se alegrou de que a tinha posto.
Desviou o olhar.
—Eu estou feliz de não ter-lhe ferido — disse, enquanto ele se colocava justo do seu lado.
—Por que estava maldizendo a lama da Inglaterra? —Colocou a espátula na mesa, do lado do bolo preparado de cimento.
Demi tomou fôlego e ao fazer isso, inalou seu aroma mesclado com um pouco de essência de limão. Estava ficando nervosa e não sabia o que fazer. Era realmente necessário que estivesse tão próximo dela?
—Não é nada — respondeu e voltou a colocar a espátula. —É só que hoje estou de mal humor.
—De mau humor? Devo estar sonhando.
Ela pegou um pouco de cimento.
—Não sei o que se refere — disse e começou a repartir a massa por cima de uma peça que tinha pego antes.
—Nós últimos dias me senti perdido, como se estivesse num sonho estranho — explicou e se afastou dela.
Demi se sentiu aliviada que ele se afastasse, mas ainda notava seu olhar fixo enquanto ela se colocava justo de frente para a mesa.
—A senhorita não é nada que eu tinha imaginado —prosseguiu ele, —e a verdade é que estou muito confuso.
Demi juntou às peças do afresco e não respondeu. Enquanto esperava que o cimento secasse, levantou a vista e viu como Joseph arregaçava as mangas da camisa. À medida que o linho branco desaparecia, ela observava seus marcados antebraços e como ia aparecendo sua pele morena. Começou a sentir calor e lembrar a imagem de Joseph sem camisa, mas lutou para se concentrar no que ele estava dizendo.
—Acho que todas as opiniões que tinha da senhorita estão desmoronando. Uma a uma.
Ela era humana, não uma máquina, assim que não pode evitar perguntar.
—E que opiniões eram essas?
Logo que disse isso, desejou poder retirar aquelas palavras. Não se via capaz de ouvir outra vez falsos elogios destinados a convencê-la que ficasse. Olhou de novo as peças que tinha na mão e tentou reconciliar a conversa para um assunto mais seguro.
—Esquece. Não quero saber.
—Eu vou lhe dizer de qualquer maneira. Achava que a senhorita era uma jovem tímida e maleável, disposta a fazer tudo o que pedisse e quando eu pedisse.
«Também pensava que era como um inseto em cima de uma folha.» Demi não se atreveu a fazer esse comentário em voz alta, ainda que uma parte dela quisesse provocar para que ele se sentisse culpado de tudo o que tinha dito nesse dia.
—Pois estava equivocado.
—Eu já percebi — admitiu ele. —Agora me dei conta de que não é nem tímida nem maleável. Na verdade, senhorita Lovato, tem bastante caráter. Não tem medo de jogar objetos através da habitação quando está irritada e tampouco teme dizer o que pensa. Cinco meses atrás tinha uma atitude serena e paciente, há apenas alguns dias a senhorita expressou com bastante eloquência o que pensa de mim. Compreenderá que me sinto desconcertado e que me pergunto a razão dessas mudanças.
Todo seu corpo ficou tenso ao ouvir essas palavras, mas jurou que nunca lhe diria a verdade. Seria vergonhoso demais. Respirou fundo e respondeu.
—Eu não sei o que aconteceu comigo no outro dia. Não costumo ser tão brusca.
—Aceito suas desculpas.
Demi levantou o queixo e percebeu que ele estava sorrindo, pondo a caminho sua magia.
—Não estava me desculpando — replicou ela enfática. —Nunca me desculpo quando sou provocada, dou minha sincera opinião.
Joseph apoiou as mãos na mesa e se aproximou mais dela. Ainda não
tinha um sorriso em seus lábios parecia que seus olhos estavam sorrindo.
—Senhorita Lovato, não consegue perceber quando alguém está brincando?
—Estava brincando?
—Suponho.
Ela não queria que ele brincasse com ela. Isso fazia com que ela baixasse a guarda e fosse muito mais difícil de odiá-lo. Certamente ele sabia disso.
—O senhor gosta de provocar as pessoas?
—Agora, eu gostaria de provocar-lhe. Confesso-lhe que achei … fascinante. Eu tenho que fazer isso mais vezes. —Retrocedeu e se afastou da mesa. Com as mãos atrás das costas, propôs: — Jante comigo amanha, senhorita Lovato.
—É um convite ou uma ordem?
—Um convite.
Ela se sentiu embaraçado e desviou o olhar. Não queria jantar com ele, não queria conhecê-lo melhor.
—Não acho que seja apropriado.
—Convidarei também o senhor e a senhora Bennington. —Ainda que seu semblante estivesse serio, seu olhos se mantinham com aquele sorriso de antes. —Para persuadi-la estou inclusive disposto a pedir-lhe por favor.


só sei que se a carreira dela nao der certo, pode ser atleta, arremessadora de espatulas kkkkkkkkkkkk, quase machuca o senhor Joe.

meu not nao ta pronto =\ e o pior, deu bug que perdi tudo o que tenho nele, bom, colega ta vendo se consegue fazer back up antes de formatar, mas meu coraçao ta dolorido pois as minhas fics....as que ja estao prontas e as que tava fazendo =\
vai dar tudo certo ne...espero
bjemi

Um comentário:

  1. Espero que dê tudo certo, pois estas histórias são incríveis e seria uma pena perdê-las.
    Joseph está aos poucos a se render aos encantos de Demi, quero ver como o jantar vai correr (mesmo com a companhia do senhor e da senhora Bennington) :)

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