Já
sozinha, Demi lembrou-se como tinha lhe afetado o sorriso de Joseph a primeira
vez que o viu.
Ela
estava esperando na sala anterior do grande salão, oprimida ante há tanta
opulência e surpresa de que alguém vivesse num lugar como aquele. Tremore Hall
não era uma casa, era um palácio.
O
barulho das imensas portas se fechando atrás dela a assustou. O barulho dos
fortes passos que se aproximaram lhe fez reviver o medo que tinha sentido a se
ver sozinha, pobre e desesperada. Mil perguntas cruzaram sua mente enquanto
ouvia seus passos. E se a rejeitasse? E se lhe perdesse? Que faria se não
pudesse convencer-lhe a contratá-la?
Então
ele entrou na sala e ela ficou petrificada. Era o homem mais bonito que tinha
visto na vida: tinha o cabelo negro, os olhos cor de avelã com grandes pestanas
e uns lábios carnudos. Mas essas características de menino travesso ficavam desbotadas
ante seus outros atrativos. Não tinha nada de infantil em suas maçãs do rosto,
nem em seu nariz reto, nem em sua mandíbula implacável. Demi soube nesse mesmo
instante que era um homem que destacava no meio dos outros. Sim Tremore era um
palácio, e ele era seu príncipe.
Era
muito mais alto que Demi. Vestia botas de montaria, calças claras, casaco azul
de veludo e uma camisa de linho branco imaculado. Seus grandes ombros se
destacavam embaixo da roupa e seu corpo bloqueava a porta por completo. Não se
parecia a nenhum homem que Demi tivesse visto antes. Ela estava acostumada aos
magros e envelhecidos árabes que trabalhavam nas escavações. Nada tinha
preparado para o duque de Tremore, que exalava força, vitalidade e poder por
todos seus poros.
Se
aproximou dela e com uma voz suave, disse:
—Vejamos,
a senhorita é filha de sir Henry? Onde está seu pai, senhorita Lovato?
De
algum modo, Demi foi capaz de dizer a ele o que tinha acontecido, disse-lhe que
seu pai estava morto e que ele devia ainda assim, contratá-la. Inclusive agora,
não sabia como tinha sido capaz de dizer-lhe. Seus olhos estiveram a estudando
todo o tempo e ela chegou a pensar que ela sairia dali aos chutes.
Era
evidente que ele duvidava de sua palavra, que não confiava em suas habilidades
como restauradora. E quem poderia culpar-lhe? Ela estava ali, tentando
convencê-lo de que não encontraria ninguém melhor que ela para sua escavação.
Tinha todo o direito a se mostrar cético.
Mas
no final não só lhe olhou, mas disse:
—Está
contratada, senhorita Lovato. —E lhe estendeu a mão.
Ela
a aceitou, sentido-se muito aliviada e agradecida de ter a oportunidade de
demonstrar tudo o que sabia.
A
olhou e então sorriu assim se transformando de um príncipe frio para um homem
encantador. Este sorriso a deixou sem fala, quase fizeram seus joelhos
tremerem, lhe aceleraram o pulso e disparou todas as emoções que ela era capaz
de sentir. Todas, exceto o medo que durante tantos meses a tinham atormentado.
O
medo tinha desaparecido. Ao lado daquele homem não tinha nada o que temer,
estava a salvo e voltou a ter um lugar no mundo. Nesse instante, se
apaixonou
pelo duque de Tremore.
Por
sorte, agora era melhor que cinco meses atrás. Tinham ficado longe a admiração,
a gratidão e deslumbramento. Tudo isso tinha se apagado, igual a uma vela que
se acende só por um instante. Que tonta havia sido.
Demi
voltou a se concentrar no seu trabalho. Por muito persuasivo que ele pudesse
chegar a ser, ela iria embora, já não podia conquistá-la com seu sorriso. Se
alguma vez tinha tido algum poder sobre ela, agora tinha desaparecido. Não
havia nada que Joseph pudesse fazer para que Demi ficasse até que passasse
primeiro de dezembro. Nada.
Joseph
gostava de levar uma vida tranquila. Sempre que visitava Tremore Hall se
adaptava aos horários do campo e cumpria estritamente com a rotina. Pela manhã
passeava com o senhor Cox, o capataz da fazenda, e repassava a ele várias
questões. Logo se reunia com seu secretario, o jardineiro, a governanta e
outros membros do serviço para resolver qualquer assunto que pudesse tido
surgir. Ainda depois de cumprir com todas as suas obrigações ducais, podia
trabalhar varias horas na escavação. Jantaram no local as seis e as dez foram
para cama.
Mas
desde a demissão da senhorita Lovato, sua rotina tinha mudado. Estava
indignado, tudo lhe fazia pensar nela e na discussão que tinham tido e que
ainda não saber como convencê-la para que ficasse.
Se
lembrou dela quando o senhor Cox lhe explicou que tinha problemas com os novos
aquedutos e sugeriu que talvez a senhorita Lovato pudesse ajudar-lhe. Depois de
tudo, ela era uma especialista em aquedutos romanos.
Se
lembrou dela quando levou sua correspondência. Muitas cartas faziam referencia
ao museu, inclusive uma de lord Westholme, membro do Clube de Antiquários e seu
sócio nesse projeto. Westholme se lembrou da expectativa que tinha em torno da
abertura próxima do museu.
Quando
foi visitar o vigário, tampouco teve sorte, já que este insistiu em falar-lhe
da historia do homem rico e do cordeiro. Joseph declinou educadamente seu
convite para ficar e jantar.
A
senhorita Lovato contava com que ele encontraria um substituto antes do dia
primeiro de dezembro. Mas a verdade era que ainda pudesse, não tinha nenhuma
intenção de procurar.
O
museu e a reconstrução da villa eram de vital importância. Ele não só queria
impressionar os estudiosos, mas também que desejava que todo mundo pudesse ter
acesso a sua própria historia. E isso requeria tempo.
Devia
convencer à senhorita Lovato que no
mínimo, ficasse até março e ele podia ser mais, muito melhor. Se pudesse sair
com ele, ela permaneceria ali até que a villa estivesse totalmente
reconstruída, até que todos os mosaicos e todos os afrescos estivessem pintados
e todas as ânforas e todas as jóias estivessem desenhadas, catalogadas e expostas
em seu museu em Londres.
Joseph
soltou as rédeas de seu cavalo. Queria que Desafio galopasse enquanto ele
analisava as diferentes táticas que podia utilizar para que ela ficasse em
Hampshire, durante os seguintes quatro ou cinco anos.
«O senhor não pode me
obrigar a ficar.»
Ah,
sim, sim que podia, talvez a senhorita
Lovato ainda era inocente demais para acreditar nisso. Já lhe tinha
ocorrido varias opções.
O
dinheiro não há tinha convencido. Assim
percebeu que tinha tentado de tudo.
Com
todo o poder e a influencia que tinha, tinha certeza que pudesse encontrar
alguma maneira diferente para atingir seus objetivos, mas não queria seguir
esse caminho. No fim, era um cavalheiro honrado e não o homem cruel que ela
achava.
Não,
Viola tinha razão. Sim queria que a senhorita Lovato ficasse em Hampshire mais
valia mais habilidade do que forço. Quando chegou a Tremore Hall, sabia
exatamente o que ia fazer.
e o que sera que ele irá fazer?
só digo que amo o final....mais nada
e se a Paloma contar, a capo u.u ja foi avisada
bjemi
Ui agora fiquei muito curiosa! Será que é agora que ele vai aplicar as suas qualidades de sedução em prática?
ResponderExcluirMulher pq esse homem nao seduz ela logo? Mil teorias na mente. Vou suuurtaaar
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