Demi
não pode evitar rir ante a resposta tão rápida e tão evidente que ele lhe tinha
dado.
—Veja
como não sou misteriosa? — comentou ela. —Todas nós mulheres gostamos de
flores.
—Eu
gosto de ouvi-la rir.
Seu
corpo todo tremeu e quase ficou paralisada ali mesmo, mas por sorte se
recuperou a tempo. Não respondeu e continuaram o resto do caminho sem falarem.
Quando
chegaram à estufa, foi ele quem rompeu o silencio.
—Devo
lhe confessar, senhorita Lovato, que este passeio não foi o que eu esperava que
a senhorita sugerisse como entretenimento.
—O
que esperava então?
—Vinte
perguntas — sussurrou ao entrar na estufa. —Mas só se eu perguntasse e a
senhorita respondesse.
—Nem
em um milhão de anos — respondeu seria.
Depois,
pegou os óculos do bolsinho de sua saia, os colocou-os e se dispôs a observar o
jardim interior que a rodeava.
Como
todas as partes de Tremore Hall, a estufa era enorme. O telhado estava composto
por painéis octogonais de cristais e tinha no mínimo quinze metros de altura.
As paredes eram também de cristal e os painéis que as formavam estavam
separados por umas colunas de pedra que se arqueavam até juntar-se com as
colunas que tinha no centro da habitação, com um tribunal romano. Nos cristais
se refletiam a luz procedente da casa e os candelabros que tinha encima dos
altos pilares contribuíam para uma luz adicional.
O
senhor e a senhora Bennington começaram seu passeio por um dos lados, mas Demi,
com Joseph a seu lado, se colocou no centro para ter assim uma vista geral.
Tinha limoeiros, palmeiras e plantas de todas as partes como da Palestina e
cheio de fontes, estatuas e bancos de pedra em que se sentassem. Flores
brilhantes cores se abriam por todas partes, muitas eram conhecidas por Demi,
mas outras nunca tinha visto em sua vida.
—Tinha
razão ao dizer que era magnífico? —perguntou à senhora Bennington de trás das
palmeiras.
—Tinha,
é magnífico — lhe deu razão Demi e levantou a vista até o teto de cristal. —Nunca
tinha visto algo assim. —Então se dirigiu a Joseph: —Estou impressionada,
senhoria. Realmente impressionada.
Ele
lhe sorriu e ela voltou a perder o fôlego.
—Vindo
de alguém que viu a metade do mundo, esse é o melhor elogio. Obrigado.
Demi
girou e quando estava de novo na frente dele disse:
—É
muito inglês, não acha?
Ele
riu e ela, sem entender seu riso, o olhou surpresa.
—Senhorita
Lovato, tem ao seu redor estatuas gregas, limoeiros, bonsais japoneses e
abacaxis das ilhas de Sándwich. Como pode ser isto inglês?
Demi
não pode evitar devolver-lhe o sorriso.
—Eu
acho muito inglês. Olhe, na Itália ninguém tem um limoeiro em sua casa e as
palmeiras de Palestina parecem esqueletos ao lado destas. E, por certo, que
demônios é um bonsai?
Ele
disse que tinha a planta a seus pés e ela surpreendida ante a pequenez da
árvore, se abaixou.
—Que
curioso, é uma árvore em miniatura com pequenas maçãs. —Levantou a vista até
ele e perguntou: — São de verdade?
—Comprove
a senhorita mesma. —Joseph se ajoelhou a seu lado, arrancou uma diminuta maçã e
colocou em seus lábios. Ela hesitou um instante, antes de abrir a boca. —Sabe
que a maçã é a fruta da tentação? —disse ele enquanto aceitava a fruta que ele
lhe oferecia.
Demi
quase se engasgou ao notar o tato de seus dedos sobre os seus lábios. Embaixo
da chuva ele tinha acariciado ela dessa mesma forma e ela voltou a sentir o
calor que sentiu naquela ocasião. Era como se uma deliciosa onda do mar Egeu
lhe envolvesse. Queria ficar ali para sempre. Queria escapar dali o mais rápido
que pudesse.
No
final, não fez nenhuma das duas coisas assim que se levantou e tentou manter a
compostura enquanto mastigava.
—São
realmente maçãs — disse ao tragar a fruta. —Tal como lhe tinha dito, um jardim
muito inglês — continuou em tom serio para dissimular o que realmente estava
sentindo.
Prosseguiram
seu passeio e Demi se fixou nas plantas mais estranhas que tinha visto em sua
vida. Estavam formadas por um conglomerado de folhas que sobressaia uma haste
central com uma espécie de fruta a final.
—Que
plantas tão raras. O que são? —perguntou a Joseph.
—Abacaxi.
Se oferece como símbolo de boas vindas. Provou alguma vez?
Ela
negou com a cabeça e então Joseph levantou a mão levemente e um servente
apareceu de repente diante deles.
—Corte
um abacaxi para a senhorita Lovato, por favor, leve-o para a cozinha e diga-lhe
que sirvam de manhã no café da manhã.
—Claro,
senhoria. — O lacaio fez uma reverencia e com o abacaxi em baixo do braço, se
foi da estufa.
Joseph
voltou a dirigir-se a Demi.
—Se
a senhorita gosta, pode comer todos os que quiser enquanto estiver em casa.
Demi
não queria que Joseph fizesses esses gestos para ela, não era isso que
desejava, mas agora era tarde demais.
—Obrigada
— sussurrou. —É muito amável de sua parte, senhoria.
—Ao
contrário do que a senhorita pensa, às vezes posso ser amável. — Não riu, mas
seus lábios desenharam um sorriso. —Contudo, devo confessar-lhe que
precisamente agora não estava sendo amável.
—Eu
sei e o que está tentando não vai funcionar.
—O
que não vai funcionar? —perguntou ele tratando de parecer inocente.
—Esta
descarada tentativa de convencer-me de que fique.
—Não
se preocupe, senhorita Lovato, eu me dei conta de que a senhorita é muito
inteligente para que algumas adulações ou alguns pequenos truques a convençam.
Mas não pode me culpar por recorrer à artilharia pesada e utilizar minha melhor
arma.
—Para
persuadir-me?
—Não.
Para provocá-la. A provocação é muito mais forte que a persuasão. Talvez meu
jardim do Éden possa fazer com que fique — Observou uma planta em que cresciam
uma espécie de pequenas frutas. —Gostaria de ver a fruta da paixão?
Demi
assentiu e o seguiu através do espesso jardim até uma pequena árvore.
—Esta
é a fruta da paixão? —perguntou ela quando viu as pequenas fruta. —Com esse
nome, esperava que fosse algo extraordinário.
—A
fruta é insignificante, mas quando floresce é magnífica. Sua flor simboliza a
devoção.
Ela
se voltou até ele e olhou intrigada.
—Maçãs
para a tentação, abacaxis para dar boas vindas, flores para devoção. Todas as
plantas simbolizam algo?
—Em
muitos casos sim. Já leu alguma vez Le langage des fleurs?
—A
linguagem das flores — murmurou ela.
—Fala
francês?
—Sim,
eu aprendi no Marrocos; ali quase não se fala em inglês.
—Quantos
idiomas conhece, senhorita Lovato?
—Não
sei, deixe-me pensar; francês, latim, grego, aramaico, hebraico, persa e árabe
—enumerou com os dedos. —Oito, se conto também com o inglês.
—Extraordinário
— disse ele olhando ela surpreso. —Confesso-lhe que eu apesar das insistências
de meus tutores e de minha estrita educação em Cambridge, só fui capaz de
aprender latim e francês. Me deixou sem palavras, senhorita Lovato.
Por
um momento, Demi se sentiu lisonjeada por esse elogio, mas rapidamente lembrou
que ele não estava sendo sincero.
—Nunca
tinha ouvido falar da linguagem das flores. Realmente todas tem um significado?
—Isto
é. Existem muitos livros a respeito, mas o primeiro foi Le langage des fleurs,
de madame Charlotte de la Tour. Está na moda expressar os sentimentos através
das flores; assim, um ramo de flores pode dizer tantas coisas como uma carta.
—Que
modo tão belo de expressar os sentimentos, eu gostaria de receber algum desses
ramos.
Ele
se abaixou e de um pote arrancou um ramalhete de flores, se levantou e as
ofereceu. Ela estava tão surpreendida que a única coisa que pensou foi de
aceitá-las.
—Cheiram
muito bem —disse ela, aproximando o nariz. —Qual o nome delas?
—Demi
odora, estas flores tem o seu nome.
—E
o que significam? —perguntou rindo-se. —Não me diga que significam algo
horrível, não poderia suportar.
—Não
se preocupe, pelo contrário. — Então ele pegou o ramo que ela segurava e
suavemente, colocou as flores no seu cabelo. Demi não podia nem respirar.
—Significam «eu gosto de você do jeito
que és».
Ela
se afastou e pensou em algo para dizer, necessitava recuperar o ar.
—Não
entendo por que a flor da paixão simboliza a devoção. Não tem sentido, seria
mais lógico que significasse paixão, não é?
—Ah,
senhorita Lovato, se equivoca; a que simboliza paixão é a fruta, madura e
deliciosa, como o próprio sentimento.
Uma
onda de calor a inundou e deu a volta antes que ele pudesse ver o quanto
ruborizada estava.
—Deveria
prová-la algum dia — comentou por fim e continuou seu passeio.
—Agora
não estão em seu melhor momento — explicou ele caminhando atrás dela. —Se
ficar, dentro de alguns meses poderia prová-las.
—Não,
obrigada. — Notava como lhe estava acelerando a respiração. —Assim não vai
conseguir nada, senhoria. — Decidiu que o melhor era mudar de assunto. —Nem
todos os desjejuns exóticos do mundo conseguirão me tentar.
—Então
ficarei todas as datas e todos os figos para mim.
—Sim,
por favor, faça isso. Eu já comi o bastante para toda minha vida. Não me tentam
em absoluto.
—Eu
gostaria de saber como tentá-la, senhorita Lovato.
Demi
não respondeu e se dirigiu ao outro corredor da estufa. Nada do que ele lhe
oferecia poderia tentá-la, nem agora nem nunca.
Para
tranquilizar-se, Demi respirou fundo e um maravilhoso aroma a embriagou. Quando
procurou de onde vinha, se encontrou com a flor mais maravilhosa que nunca
tinha visto.
—Oh!
—exclamou e com os dedos acariciou suas suaves pétalas—. Era como estar no céu.
Ele
a olhou sorrindo.
—Eu
vejo que gosta de flores, especialmente as aromáticas.
Ela
inspirou de novo profundamente.
—Qual
o nome delas?
—Gardênias.
—Humm.
— Fechou os olhos. —Nunca em minha vida tinha ouvido falar de algo tão
maravilhoso.
—Amor
proibido.
—O
que? —Demi retrocedeu como se tivesse lhe caído encima um balde de água gelada.
Abriu os olhos, mas foi incapaz, de olhar o homem que estava ao seu lado. —Eu…
— tossiu. —O que disse?
gooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooddddddddddddddddd news.
meu colega conseguiu fazer o back up, agora so arrumar o HD e terei meu bebe again *----*
Joe ta deixando a Demi constrangida, eu amo esse casal kkkkkk, serio, eles juntos parecem crianças birrentas!
bjemi
cade o capitulo de hj? nao vai postar?
ResponderExcluirOh me desculpe, ligo o capítulo pelo telemóvel e esqueci-me de vir depois ao pc comentar. Adorei este capítulo (tal como adoro todos)! O Joe realmente está a conseguir provocar a Demi ;)
ResponderExcluirE fico muito feliz que tenha conseguido recuperar tudo, até porque estou ansiosa para ler mais histórias maravilhosas, claro que apenas depois desta acabar :)