No
domingo, Demi veio com os Bennington para a casa de sir Edward e lady Fitzhugh
para tomar chá e como era de esperar, o principal assunto da conversa foi seu
tão ilustre vizinho.
—Ontem
fiquei sabendo de uma ótima noticia — disse a senhora Bennington introduzindo
assim o assunto. —Minha boa amiga Margaret Treves me escreveu de Londres para
me contar que o duque foi fazer em sua última visita a capital. — Se aproximou
mais de seus ouvintes, ansiosa por dar a noticia. —Disse que levou as
esmeraldas ducais a uma joalheria de Bond Street para que as limpassem. Isso só
pode significar uma cosa.
—Sim
—interrompeu Anne, —as notas de sociedade levam semanas especulando sobre quem
será a afortunada. Quase todos acham que lady Sarah é a escolha mais acertada.
Demi
apertou tão forte a taça ante a confirmação de que ela já tinha ouvido naquele
dia na sala de música que temeu que se quebrasse.
—Ah,
sim, a filha mais velha do marquês de Monforth — disse lady Fitzhugh. —Sim,
suponho que poderia desempenhar bem o papel, mas não acho que seja seu tipo.
—Uma
bela mulher sempre é o tipo de um homem — disse sir Edward e recebeu um olhar
de reprovação de sua esposa.
Demi
fechou os olhos e lembrou o que Viola tinha dito nessa noite.
«Você é o duque de
Tremore e tem que se casar de acordo com tua posição, ainda que isso implique
renunciar ao amor e ao carinho.»
Já
fazia tempo que Demi sabia que ele ia ser casar com lady Sarah Monforth, mas
ainda assim não podia evitar se aborrecer de novo. Ele não a amava, só ia se
casar com ela para cumprir com suas obrigações.
Abriu
os olhos, se sacudiu de raiva e deixou a taça encima da bandeja. Não era
assunto seu.
—Sua
amiga lhe contou mais detalhes? —perguntou lady Fitzhugh a senhora Bennington.
—Aos seus vinte e nove anos de idade, o duque já tinha idade para se casar, mas
já anunciaram seu compromisso?
—Não,
ainda não, mas reconheço, lady Fitzhugh, que não sei mais nada.
—Bom,
estou convencida de que escolheria a dama adequada.
—Oh,
quem dera que não fizesse isso — exclamou Elizabeth. —Uma dama inadequada seria
muito mais interessante.
—Elizabeth!
— advertiu lady Fitzhugh.
—Dizem
que lady Sarah é muito chata — continuou ela sem se calar.
—Elizabeth
—interveio agora sir Edward, —não corresponde a nós criticar sua escolha de
esposa.
—Suponho
que tinha razão. Eu gostaria que ele frequentasse os bailes da cidade. Nossa
prima Charlotte me contou que lord e lady Snowden vai com seus filhos as festas
de Dorset cada ano. Por que não poderia nosso duque fazer o mesmo? Papai já o
viu em varias ferias de agricultura e em corridas, mas eu tenho vivido toda
minha vida em Wychwood e apenas o vi em um par de festas.
—Aparentemente,
ele não gosta muito de frequentar atos da sociedade — reconheceu a senhora
Bennington, — mas isso era muito raro em um duque.
—Certo
— concordou lady Fitzhugh. —O velho duque gostava de frequentar as festas
locais, mas nem todo mundo gosta das mesmas coisas e é perfeitamente aceitável
que o novo duque não goste.
—Mas
mamãe —replicou Elizabeth, —não acha que é estranho que passe tão pouco tempo
em sua casa, ou que nunca tenha celebrado um baile ou uma caça? É muito raro,
especialmente sendo como é um duque.
—O
peso de suas obrigações deve ser difícil de suportar — disse sir Edward olhando
sua filha. —Talvez quando entra em Tremore Hall vai para descansar com
privacidade e não para passear por toda a cidade.
—Espero
que se case logo — suspirou lady Fitzhugh. —Acredito que tudo irá melhorar
quando tiver uma duquesa na mansão. Sua mãe era uma mulher muito bonita e
atenciosa e enquanto viveu, celebraram muitas festas que vinham multidões de
pessoas. Era uma mulher muito generosa. O velho duque ficou destroçado com sua
morte. Ainda me recordo de como chorava no funeral, como um menino
desconsolado, enquanto seu filho se mantinha ali de pé, estoico, sem dizer
nenhuma palavra, sem derramar nenhuma lágrima. Doía o coração só de ver-lhe.
Demi
mordeu o lábio e baixou a vista até sua taça. Isso era tão próprio de Joseph,
estar sofrendo por dentro e ocultar. Ela lhe entendia perfeitamente, e ela
tampouco gostava de perder o controle de suas emoções.
—Pobre
homem! —disse a senhora Bennington. —Não me surpreende que não goste de passar
muito tempo aqui. Com muitas más recordações.
—Demais
—concordou Anne, —eu faria o mesmo. Não posso imaginar algo mais horrível que
perder a sua mãe e que seu pai tornou-se um louco.
Incapaz
de acreditar em seus ouvidos, Demi olhou surpresa para a menina.
—Anne!
—repreendeu-lhe lady Fitzhugh. —O velho duque acabava de perder a sua amada
esposa. Pobre homem, a pena fez que se comportasse de um modo um pouco
estranho, nada mais. Não ficou louco.
—Os
criados da mansão diziam que só falava com ela — disse a senhora Bennington.
—De noite percorria os corredores de cima abaixo gritando seu nome. Falava dela
como se ainda estivesse viva. Disse que o velho duque chegou a açoitar um
lacaio que se atreveu a dizer-lhe que ela estava morta. Seu filho se viu
obrigado a trancá-lo em uma parte da casa e também dizem que essa foi à única
vez que viram o menino chorar. Depois disso, todas as responsabilidades
recaíram sobre ele.
Oh,
Deus. Demi pensou no menino, na coragem e na valentia deve ter tido, e logo
pensou no homem em que tinha se tornado. Alguém que odiava fofocas e que lutava
para manter sua privacidade. Olhou a taça que tinha na mão e algo dentro dela
despertou.
—Não
acho que devemos falar dessas coisas — disse enquanto deixava a taça sobre a
mesa. —Perdeu a sua mãe e seu pai. A tristeza e o luto são algo muito íntimo e
não um acontecimento social.
Lady
Fitzhugh se virou até ela e apoiou a mão em seu ombro.
—Fez
muito bem em nos repreender, querida. Não voltaremos a falar disso.
Demi
não respondeu e a conversa se encaminhou para assuntos muito mais tranquilos e
que ela não prestou nenhuma atenção. Se lembrou de seu pai, de como tinha se
sentido profundamente triste de ter perdido sua esposa, mas conseguiu encontrar
consolo em seu trabalho e em sua única filha. O pai de Joseph em troca se
abandonou a essa tristeza, perdeu a sanidade e deixou seus dois filhos órfãos.
«O amor nunca deve
estar encima da razão.»
Agora
entendia a quê se referia quando falava da trágicas consequências do amor e
também por que tinha medo de se apaixonar.
«Oh, Joseph.»
—Senhorita
Lovato— a tirou de Elizabeth de seus pensamentos, — nos fale de suas viagens.
Demi
agradeceu a mudança de assunto e tomou fôlego.
—O
que gostaria de saber, senhorita Elizabeth?
—Muitas
coisas. Verdade que na África se comem o coração das pessoas?
—Só
os leões — respondeu tentando sorrir.
Durante
as três semanas seguintes, as aulas de dança com Joseph se desenrolaram na mais
absoluta correção entre um cavalheiro e uma dama; seus corpos na distancia
apropriada. Demi comprovou que Joseph tinha razão. Se lhe olhava o rosto e
falava com ele, não tropeçava tanto, ainda às conversas que agora mantinham
eram totalmente inocentes. Demi perdeu negociações, as insinuações, as caricias
e quando ele saiu em viagem de negócios a Surrey, viu que ficar sem Joseph era
pior do que tinha imaginado.
Enquanto
ele estava fora, Demi não pode deixar de pensar na tarde que passou na casa dos
Fitzhugh. Quando estava trabalhando na biblioteca, aproveitava qualquer
desculpa para dar um passeio pela galeria onde penduravam os retratos da
família. Agora, com tudo o que sabia, os via diferentes. Se parava mais um
pouco em frente aos de Joseph pequeno se partia a alma ao imaginar a dor que
deve ter sentindo ao ter que trancar seu pai.
O
trabalho lhe ocupava grande parte do dia, mas as tardes sem ele ficavam cada
vez mais longas. Era uma boba, sentia falta de um homem que a considerava uma
máquina. Mas de um modo estranho tinham se tornado amigos e cada dia, enquanto
restaurava o mosaico ou reparava vasos, olhava pela janela da antika para ver
se chegava.
Pela
noite, quando estava na cama, voltava a pensar nele, em suas caricias em suas
insinuantes palavras. Se lembrava de como tinha tentado convencê-la de que lhe
desse um beijo e se arrependia de não tê-lo beijado. Pensava tanto nele e
custava tanto a dormir que chegou a sentir a tentação de mudar de ideia e
ficar, mas isso seria uma bobagem ainda maior. Ele ia se casar se ficasse a
única coisa que conseguiria seria seu coração todo dilacerado.
Uma
semana depois de sua partida, Demi estava tão absorta com seus pensamentos que
estava farta de dar voltas na cama e apesar de que ainda não tinha amanhecido,
se levantou e se vestiu. O melhor que o trabalho conseguia tranquiliza-la um
pouco. O caminho para antika passou pela cozinho e pegou um bolo. «Oxalá já estivéssemos em dezembro»,
pensou.
pelo visto ninguem é a favor do casamento do duque com a Sarah. Calma Demi, calminha
ei gente, nao posso ficar fazendo maratona por alguns motivos.
- internet cai direto aqui no trabalho
- chefe nao quer que eu fique fazendo isso.
- tambem tenho que trabalhar
O teu trabalho está primeiro como é óbvio :)
ResponderExcluirNão há como negar que a Demi gosta dele! Ele vai se casar, mas ainda não pediu ninguém em casamento, por isso as coisas podem dar uma grande grande volta ;)
Trabalho em primeiro lugar, desculpa ficar enchendo o saco kkkkkk
ResponderExcluirEle n vai se casar com Sarah, ele n pode e n vai. Além do mais o pedido nem foi feito, e acredito que ele ja esta mudando de idéia quanto qm vai ser a noiva kkkkkk
Posta mais, bjosss..