Quando
entrou em antika ouviu alguém armazenando e viu que o senhor Bennington tinha
chegado ali antes que ela. Se surpreendeu ao ver-lhe, já que ninguém começava a
trabalhar a essa hora. Se deu conta de que ele pensava o mesmo.
—Bom
dia, senhorita Lovato, — saudou-a respeitosamente levantando o chapéu. —Não
sabia que se levantava ao romper da aurora.
Demi
notou que estava tenso e um pouco incomodado.
—Sou
madrugadora. — Ela olhou perplexa as prateleiras que tinha detrás dele.
Voltavam a estar cheia de peças de afresco quando ela estava convencida de que
já tinha restaurado todos. — De onde saiu tudo isso? —perguntou surpresa
apontando para as prateleiras.
O
senhor Bennington parecia ainda mais incomodado, nem sequer se atrevia a
olhá-la no rosto.
—Oh,
as encontraram fazia algumas semanas. Sua senhoria ordenou que as guardassem
aqui, mas esta manhã me pediu que as preparassem para serem transportadas a
Londres, junto com as peças que o senhor e eu restauramos durante sua ausência.
Demi
ao ouvir essas palavras, seu coração deu um pulo.
—O
duque já retornou?
—Sim,
chegou ontem à noite.
Ela
mordeu o lábio e afastou o olhar, não devia demonstrar tanta alegria. Quando
tem controlado suas emoções voltou a se concentrar no arquiteto.
—Mas
por que vão levar estas peças a Londres?Acaso não quer que as restaure e as
catalogue?
O
homem se ruborizou.
—Acho
que sua senhoria quer que estas peças fazem parte de sua coleção particular.
Mas adiante encarregará que as restaurem em Londres. Agora o mais importante é
que vá para o museu e a senhorita já tem muito o que fazer.
Demi
entendeu imediatamente e apertou os lábios para evitar rir.
—Me
alivia saber que não terei que me encarregar também delas — respondeu tentando
parecer agradecida. —Tinha razão ao dizer que agora o museu é muito mais
importante que a coleção particular do duque, assim que vou por mãos a obra.
Saiu
da habitação e ele continuou preparando as peças. De volta a sua mesa, Demi
começou a desenhar o afresco de Orfeu. O senhor Bennington lhe lembrava tanto
seu pai que não pode evitar sorrir. As vezes os homens eram tão inocentes.
Logo
que o arquiteto abandonou antika para tomar o café da manhã, Demi entrou para
inspecionar de perto aqueles misteriosos afrescos. Tirou alguns dos fragmentos
da cesta onde estava e rapidamente confirmou suas suspeitas: se tratava de
pinturas eróticas.
Provavelmente,
o afresco completo não teria nada que Demi não tivesse visto antes, mas não
pode evitar começar a juntar as peças e tentar adivinhar que representavam.
Passado
alguns minutos, tinha reunido peças o suficiente para ter uma ideia do desenho
final. Nos afrescos romanos, a imagem de um casal despido fazendo amor não era
incomum. Naquele afresco, a mulher estava encima do homem e rodeava com as
pernas seus quadris enquanto ele lhe acariciava os seios. Uma postura comum,
mas ao vê-la ali pintada, Demi começou a notar como o calor inundava todo seu
corpo. Era o mesmo calor que sentia cada vez que Joseph a tocava, quando
sonhava com seus beijos ou quando o espiava sem camisa.
«Lhe devolverei os
óculos se me der um beijo.»
Mas
ela não tinha feito isso e a satisfação que sentiu ao ganhar nesse momento já
não a reconfortava. Quanto mais olhava a imagem do casal mais se arrependia de
não tê-lo beijado. Só tinha que rodear-lhe o colo com os braços e colocar seus
lábios aos dele, assim teria satisfeito sua curiosidade. Tinha tido a
oportunidade de beijar Joseph e a deixou escapar. Três semanas de lições de
baile, noite após noite e nem uma só vez ele tinha voltado a lhe propor. Tinha
se comportado como um perfeito cavalheiro educado e distante, como se nunca
tivesse pedido algo semelhante.
Ela
iria embora em poucas semanas e sabia que provavelmente, nunca votaria a ter a
oportunidade de beijar um homem como ele. E lamentou profundamente e jurou que
se ele voltasse a pedir não hesitaria em aceitar.
Olhava
a pintura e pensando em Joseph acariciou seus lábios com os dedos, como ele
tinha feito. Fechou os olhos e imaginou que a beijava, que a acariciava e muito
mais.
O
barulho da porta se abrindo a sobressaltou e a obrigou a se despertar de seu
sonho tão maravilhoso. Viu como Joseph entrava em antika e se dirigia ao
armazenamento. Ao vê-la ali parou e depois de um breve instante, fechou a porta
e caminhou até Demi.
Ela
se deu conta do qual descuidada que tinha sido ao deixar a porta do depósito
aberta, agora já não podia esconder as peças.
—Bom
dia — ela disse, tentando disfarçar. —Vejo que já está de volta.
—Desde
ontem a noite — respondeu ele.
Cruzou
a habitação e quando parou na frente dela, Demi sentiu como se tivesse mil borboletas
no estômago.
Tossiu
e tentou esconder o afresco com seu corpo.
—Teve
uma viagem agradável? —Rezou para não corar.
Ele
se moveu um pouco par um lado e em sua boca se desenhou um meio sorriso
travesso.
—Achava
que a senhorita não tinha que ver isto — disse, encarando-a diretamente nos
olhos. —O senhor Bennington foi bem cortês a respeito.
—Sim,
estou convencida disso —respondeu ela olhando o queixo de Joseph. —Mas eu sou
uma restauradora profissional.
—Acho
que o senhor Bennington pensava na senhorita como uma jovem dama e não como uma
restauradora.
—Já
tinha visto dezenas destes em varias ocasiões — sussurrou. Que Deus a ajudasse.
Não podia deixar de pensar no homem que estava na sua frente e em como queria
que a tocasse igual à cena da sensual pintura.
—Excelente
— comentou ele e antes que ela se desse conta, deu a volta e a colocou de
frente ao afresco. —Eu gostaria de ouvir sua opinião sobre este, senhorita
Lovato.
Demi
olhou a imagem, incapaz de raciocinar e totalmente dominada de desejo. Ele tinha
ficado atrás dela. Sentiu que começava a arder sua pele e os joelhos já não há
sustentavam.
—Que
opina da técnica do artista? —sussurrou-lhe ao ouvido. —Acha que só tem
interesse histórico ou acha que poderia ter valor artístico?
Ela
corou e tentou se afastar, mas ele colocou as mãos em seus ombros e a impediu.
—Vamos,
senhorita Lovato, me dei sua opinião. Estamos na frente de uma representação de
uns deuses ou são simplesmente um homem e uma mulher fazendo amor? —Ele se
encostou contra suas costas. —Faça-me uma análise intelectual. Eu acho bastante
erótico, mas eu imagino que a senhorita não se afeta com esse tipo de coisa.
Essas
palavras lhe incendiaram como se tivessem jogado licor sobre uma chama ardendo.
—Por
que acha que não me afeta a sensualidade desse afresco? —perguntou ela tentando
se virar outra vez, mas ele a tinha bem presa e de novo a impediu. —Acha que
sou tão fria? Acha que não tenho sentimentos?
—No
pode me culpar —sussurrou ele em seu ouvido. —É muito hábil escondendo seus
sentimentos, senhorita Lovato.
Ela
respirou fundo e abraçou a si mesma para controlar seus tremores.
—Mas
eu tenho. Tenho os mesmos desejos e os mesmos sonhos que qualquer mulher. Como
pode pensar que não sou assim?
—Talvez
seja porque não quis me beijar —murmurou e roçou-lhe os lábios em sua orelha.
—Eu desejava, desejava com todas as minhas forças que me beijasse, mas não
quis. E como já disse, eu sou um cavalheiro e como tal não está permitido
beijá-la.
Ao
ver que ela não respondia, ele se afastou e tirou as mãos de seus ombros.
—Me
distraí de nossa conversa, senhorita Lovato— disse ele e encostou nele ao
apontar os afrescos. —Quando que esta cor vermelha do fundo combina com ocre ou
com cochinilla?
Ela
olhava como ele acariciava com os dedos uma das peças.
—Ocre
—suspirou. —Eu estou lhe atormentando com a promessa de um beijo?
—Profundamente.
Mas fez bem em me lembrar que os amigos não se aproveitam de situações como
aquela. É o que teria feito qualquer jovem dama.
Ela
olhou ao homem e a mulher que apareciam no afresco.
—Suponho
que sim —sussurrou, —mas que acha que teria feito Cleópatra?
Teve
um longo silencio e depois o que parecia uma eternidade ele abaixou a cabeça e
sussurrou-lhe no ouvido.
—Por
que, senhorita Lovato? —murmurou. —Mudou de ideia? Esta me pedindo que a beije?
—Não,
não sei o que estou pedindo.
—Me
pareceu que sim, ou a tenha entendido mal. — Se aproximou do afresco para
contornar a forma da mulher e ao fazer isso encostou outra vez em Demi. —Este
desenho é especialmente bom. Não está de acordo?
—Não
sabia que uma mulher tivesse que pedir a um homem que a beijasse.
Ela
prendeu a respiração e esperou ansiosa pela sua resposta enquanto o dedo dele
deslizava de cima a baixo da mulher pintada.
—E
não é, a não ser que esse homem já tenha tentado beijá-la e tenha sido
rejeitado. Então, a mulher tem que dar o próximo passo. —Afastou o dedo e
avançou até ela. —Se quiser que a beije, senhorita Lovato, só tem que me pedir,
alto e claro.
Na
realidade já não estava mais apaixonada por ele, nem tampouco se importava o
que ele pensava dela. Segura que já tinha beijado a muitas mulheres, seria um
grande especialista. Odiaria que seu primeiro beijo fosse decepcionante.
Ela
era consciente que entre eles não tinha nada mais que um jogo. Um jogo que ele
agora estava dando entrada e Demi aceitou.
Tomou
ar e virou-se para olhá-lo de frente. Se apoiou na prateleira que tinha atrás
dela, levantou o queixo e o olhou nos olhos.
—Eu
gostaria muito que me beijasse — disse-lhe com uma tranquilidade que não sentia
na realidade.
Apertou
os punhos e seu corpo ficou tenso, ansioso, esperando sua resposta. Viu como
ele começava a sorrir, como brilhavam-lhe os olhos.
—Isso
foi bastante claro.
Deu
um passo até ela e o coração de Demi começou a bater com a força de um tambor
somali quando ele tirou-lhe os óculos e os deixou na prateleira.
Ele
acariciou-a no rosto e aproximou sua boca da sua. Ela sentiu uma estranha
sensação no estômago, como se acabasse de saltar de um precipício. Seus lábios
se juntaram.
Nunca
em toda sua vida tinha experimentado algo tão especial, tão doce como aquilo.
Era como se tivesse mil borboletas se agitando por todo o seu corpo.
Nesse
momento se sentia viva, tinha todos os sentidos à flor da pele, queria se
concentrar em cada caricia, em cada beijo até que nada mais importasse. O resto
do mundo desapareceu num instante.
Ela
absorveu seu aroma de sabonete de limão junto com seu sabor. Foi se sentindo
menos tensa e abriu as mãos para poder tocar-lhe. Queria tocar seus fortes
músculos contra suas palmas, sua respiração, a batida de seu coração.
Ele
tomou seu queixo e ao acariciar-lhe o rosto, ela notou que tinha um calo no
dedo indicador. Com o outro braço a rodeou pela cintura e a levantou, para
tê-la assim mais perto, para sentir todo seu corpo contra o seu. Separou-lhe os
lábios com os seus de um modo sensual, bebendo dela completamente e
oferecendo-se por inteiro. Oh, como podia algo tão simples dar tanto prazer?
Demi
o rodeou o colo com os braços e se agarrou a ele. Invadia-lhe uma sensação que
nunca tinha sentido antes, mas era extremamente familiar. Sim, seu corpo
parecia dizer-lhe que era daquilo que os poetas escreviam e que os artistas
pintavam; daquela necessidade, do prazer que causava-lhe sentir seu corpo tão
próximo do seu.
Ele
acariciou seus cabelos e se apertou contra eles, rodeando-lhe com as pernas em
uma tentativa de senti-lo ainda mais perto. Era como se seu corpo soubesse
exatamente o que tinha que fazer, ainda que seu cérebro não tivesse nem ideia.
Esfregou a perna de Joseph com seu pé e ele emitiu um gemido de prazer que se
intercalou com o seu.
Com
uma brusquidão que a surpreendeu, ele se afastou de repente e com a respiração
entrecortada, finalizou o beijo. Afrouxou um pouco o abraço e começou a
soltá-la. Ela não outro remédio que baixar a perna e apoiar-se no assoalho de
novo.
Ainda
acariciando-lhe o rosto, baixou a cabeça até encarar seu rosto em frente ao
dela.
—Se
da conta — perguntou, olhando-a diretamente nos olhos e ainda com a respiração
acelerada — do poder que tem sobre mim quando decide usá-lo?
Ela
se dava conta. Ela que tinha vivido por todo o mundo seguindo seu pai, que
tinha lhe resignado a não ter nada, nem ninguém em sua vida, que tinha adorado
um homem que a ignorava, ela tinha poder agora e o tinha sobre esse homem.
De
repente, a simples e previsível Demi se sentia tão sedutora e misteriosa como
Cleópatra e uma grande alegria floresceu em seu interior.
—Obrigada
—sussurrou— por fazer que meu primeiro beijo tenha sido um dos melhores
momentos de minha vida.
—É
um grande elogio, mas acho que deveria soltá-la agora que ainda me sinto capaz
de fazer. — Tirou a mão de seu rosto e deu vários passos para trás. —Me sinto
muito honrado que tenha me escolhido para seu primeiro beijo, Demi — disse em
voz baixa.
Demi
viu então como abandonava a seriedade e surgia de novo em sua face aquela
expressão atrevida.
—Em
troca de lhe proporcionar um dos melhores momentos de sua vida, ficaria por
mais um mês?
rolou o beijooooo e agora so piora entre esses dois.
hoje tenho prova no Detran de tarde e por isso postando cedo. boa sorte para mim.
ja to vendo o desejo consumindo o Joe e a Demi sem que ambos percebam.
bjemi
Mas que beijo meu deus!! Se só um beijo já foi assim, nem quero imaginar o resto... ou então até quero hehe
ResponderExcluirBoa sorte para a sua prova :)
CARALHO ROLOU BEIJO!!! To ate agora igual uma retardada relendo a parte do beijo se com isso eu surtei imagina com o hot
ResponderExcluirkkkk adorei kkkk
ResponderExcluiresses dois...só aumentando o prazo da Demi ir embora kkk adorei mesmo
perfeito
posta logoo
beijos