Demi
não sabia o que esperar de suas aulas de dança, mas acreditava que sobre tudo
consistia em aprender alguns passos. Estava totalmente equivocada.
—Que
quer que eu faça? —perguntou, olhando surpresa para Joseph.
—Que
caminhe. — E dizendo isso, a pegou pelo braço e a levou fora da sala, até o
início do enorme corredor.
—Que
tonta sou eu —murmurou ela, —pensava que ia me ensinar a dançar.
—E
ensinarei, mas primeiro quero ver como caminha.
Essa
era a última coisa que Demi desejava fazer, mas quando viu que ele coloca as
mãos em sua costa e começou a andar, não teve outro remédio a não ser segui-lo.
—Para
dançar bem, senhorita Lovato— continuou, —tem que andar bem. Dançar não é mais
que caminhar com música.
Só
tinham dado alguns passos quando Joseph parou.
—Por
que parou? —perguntou Demi.
Ele
não respondeu, mas virou-se para ela e a rodeou com suas mãos. Colocou uma
encima do diafragma e a outro no final de sua costa. Ao notar o contacto ela
ficou sem respiração. Ele não deve ter se dado conta, porque apertou ainda mais
as mãos contra seu corpo e em um tom muito pragmático, disse:
—Lembre-se
sempre de manter a coluna erguida. Esta noite não é uma restauradora tentando
restaurar um velho vaso de bronze, e sim uma jovem dama desfrutando de um
agradável passeio.
Então
ele a soltou, mas a pele dela continuava quente ali onde ele a tinha tocado e
Demi se sentia capaz de tudo menos de se imaginar que era uma jovem dama passeando.
Tentou caminhar como ele lhe dizia, mas seu coração ressoava em seu peito como
se estivesse estado correndo durante horas.
Não
estava acostumada que a tocassem isso era tudo, disse a si mesma. Nos últimos
dias ele a tinha tocado varias vezes e ela sempre se surpreendia o muito que
ela gostasse disso. Se derretia só de pensar que tinha sentido quando ele a
acariciou no rosto ou agora, quando tinha colocado suas mãos sobre seu corpo.
Ela não queria se sentir assim, não queria que ele lhe fizesse se sentir assim.
Percorreram
o corredor inúmeras vezes sem dirigindo-se apenas a palavra, apenas para as
correções que ele fazia. Queixo para cima, ombros para atrás, sem correr.
Ela
não o olhava, só o olhava ele pelo canto do olho, mas ele sim a observava detalhadamente.
Quando achava ter percorrido aquele corredor umas mil vezes, finalmente disse
para ele parar.
—Excelente,
senhorita Lovato— comentou e indicou-lhe que voltasse para a sala. —A senhorita
tem uma graça natural, acredito que dançará muito bem. Me atreveria a
aconselhar-lhe que usasse espartilho, isso lhe ajudaria a manter a coluna
ereta. Além do mais, se não usa, seu par de dança se escandalizará quando lhe
por as mãos na sua cintura e a nota sem a peça.
Joseph
caminhou até a chaminé e começou a dar corda a caixa de música.
—Mas
procure não apertá-lo muito. Não gostaria que desmaiasse no meio do baile por
falta de ar.
—Não
acho que seja apropriado que o senhor faça comentários sobre minha roupa íntima
— disse ela com a maior dignidade que foi capaz.
Ele
fez uma pausa no que estava fazendo e a olhou diretamente nos olhos.
—Acho
que estava comentando algo sobre a ausência de roupa íntima — respondeu ele
serio, ainda com um meio sorriso apontando.
Ela
tinha visto outras poucas vezes esse sorriso travesso. Começava a gostar dele e
não pode evitar sorrir.
Joseph
deixou a caixa encima da mesa e começou a sussurrar a música.
—A
valsa é uma dança muito simples — disse-lhe enquanto se colocava em frente a
ela. Pegou sua mão direita em sua esquerda e colocou a outra em sua cintura.
Demi ficou nervosa no mesmo instante.
—Relaxe,
senhorita Lovato.
—Estou
relaxada — mentiu.
—De
verdade? Pois seu corpo parece achar o contrario. — Ele afrouxou seu abraço.
—Não se preocupe, não tenho nenhuma intenção de violá-la. Pelo menos agora — se
corrigiu. —Relaxe.
Demi
queria, mas a ideia de que ele não quisesse violá-la agora, mas sim em outro
momento não ajudava muito. Se sentia tonta, como se tivesse bebido mais vinho
que o normal. Se lembrou de que naquela mesma tarde, na colina, ele quase a
tinha beijado. Agora era nitidamente consciente da mão dele na sua costa e
tinha que controlar-se para não sair correndo. De repente, a sala tinha
aumentado demais de temperatura. Demais para dançar.
—Quando
se dança uma valsa — continuou Joseph como se não tivesse notado que ela tinha
re ruborizado, — o primeiro é manter a distancia apropriada. Tem que estar a um
pé de seu acompanhante, justo como estamos agora. Ponha a mão em meu ombro.
Ela
hesitou um instante antes de apoiar a mão em seu escuro casaco verde. Podia
notar contra sua palma os fortes músculos de seu ombro e lembrou a forma que
tinha sem camisa. O tinha desenhado muitas vezes e conhecia cada parte de seu
torso, mas ao tocá-lo sentiu como se um estranho fogo o queimava por dentro e
teve que se concentrar para escutar o que ele dizia.
—A
segunda coisa que deve lembrar é que eu mando e a senhorita me segue. Seu corpo
vai aonde o meu lhe conduz.
—Acho
que gostaria mais se fosse o contrário.
—Verdade?
—murmurou ele. —Essa sim que é uma ideia interessante, senhorita Lovato. Talvez
algum dia lhe permita. — Voltou a colocar a mão e levantou o braço adotando a
postura previa ao inicio dança. —Os passos da valsa são muito simples, é uma
contagem de um, dois, três. Assim.
Joseph
começou a se mover levando ela com ele, mas ela só olhava os pés e ele parou um
instante.
—A
terceira coisa e a mais importante é que tem que me olhar, senhorita Lovato,
não para o assoalho.
—Mas
e seu eu lhe pisar?
—Sobreviverei,
estou seguro. Não se preocupe, se errar só estou eu para vê-lo e já sabemos que
a senhorita não se importa com o que eu penso. — Joseph começou a se mover de
novo levando ela. —Um, dois, três — contava ele ao ritmo da melodia e os dois
iam completando as figuras da valsa ao longo de toda a sala. —Um, dois, três.
Demi
se sentia bastante desajeitado dando voltas sem sentido, e inclusive depois de
tê-lo pisado e tê-lo feito que parasse incontáveis vezes, ele não se mostrou
impaciente nem um instante. Simplesmente lhe dizia que voltasse a tentar. Uma e
outra vez.
—Já
está fazendo muito bem — a tranquilizou dando corda pela terceira vez a caixa
de música. —Sabia que seria uma boa dançarina.
—O
senhor é um bom professor — reconheceu ela ao vê-lo de novo em sua frente. —Só
desejaria não me sentir tão desajeitada e insegura.
—Isso
requer prática. —Voltou a pegar-lhe na mão e começaram a dançar. Joseph tinha
que se lembrar constantemente que olhasse ele e não chão.
—É
que acho que o único modo de não pisar-lhe é se olho onde ponho os pés— confessou
ela. —Mas não importa o que faça, temo que quando acabe a noite vai estar cheio
de contusões.
—Então
deveria apreciar o sacrifício que estou fazendo pela senhorita.
Ela
o olhou com fingida preocupação.
—Oh,
coitado. Com certeza está sofrendo muitíssimo, ainda poderia ser pior. Eu
poderia pesar cem quilos.
A
mão dele apertou a cintura dela.
—Isso
seria uma pena — murmurou e a olhou, —ainda continuaria tendo esses olhos
incríveis.
O
coração dela deu um pulo e quase tropeçou de novo.
—Dança
muito bem — disse ela para mudar de assunto. Não queria que ele lhe elogiasse
pois sabia que não eram sinceros. — Por que não gosta de dançar?
—Na
verdade é que dançar eu gosto, o que eu não gosto são suas consequências.
—A
que se refere? Que consequências?
—As
mesmas que me obrigam a evitar as damas com tendência a desmaiar. Ser um duque
rico e além de mais solteiro me transforma numa presa perfeita em um baile.
Tudo o que faço, tudo o que digo, é estudado e analisado em todas as notas da
sociedade. Se danço com uma dama, as velhas fofoqueiras espalham rumores na
mesma velocidade que a música e se por acaso eu desfruto de sua companhia e
danço outra vez com ela, já estou perdidamente apaixonado; se danço uma
terceira vez, meu casamento é iminente.
—Isso
é uma loucura.
—Ainda
é pior para a dama em questão. As fofocas sempre se concentraram mais nela. Não
importa o quão bela seja, doce ou educada, sempre haverá uma mãe maldosa que
acredita que sua filha seria muito mais adequada para ser minha duquesa.
—Suponho
que isso é inevitável — riu-se ela.
—Sim,
é assim. Por isso não danço.
—Bom,
já que aqui não hã ninguém que nos veja e possa criticar-lhe, deveria tentar
desfrutar desta noite.
—Já
estou fazendo isso.— Apertou-lhe a mão mais forte. —Acredite, estou desfrutando
muito.
Antes
que Demi pudesse pensar numa resposta, a música foi se desvanecendo até
desaparecer por completo. Joseph parou e afastou a mão de sua cintura, mas não
soltou a outra; seus dedos continuavam entrelaçados quando lhe disse:
—Nenhuma
falha.
—É
verdade! —exclamou ela surpreendida. —Bem, eu esqueci de contar os passos.
—Exatamente.
— Ele caminhou até o lado. —Quando finaliza a dança, seu par a escolta até seu
lugar. — Acompanhou suas palavras com ações, como se realmente estivessem num
baile. Soltou-lhe a mão e fez-lhe uma reverencia. Ela supôs que provavelmente
ela também devia saudar-lhe, assim que cruzou um tornozelo atrás do outro e o
cruzou os joelhos brevemente.
—Não,
não, senhorita Lovato— disse ele sorrindo. —Tem que dobrar os joelhos
completamente. Depois de tudo, sou um duque. Se supõe que seu joelho quase
deveria tocar o chão.
Ela
se abaixou de novo, com uma saudação muito mais pronunciada.
—Está
desfrutando disto, realmente?
—Sim,
muito — admitiu ele quando ela se levantou. Olhou seus lábios e seu sorriso
desapareceu por completo. —Desde que me acusou tão severamente de tentar me
aproveitar de nossa amizade estou querendo me vingar. Tenho que aproveitar a
mais mínima ocasião para fazer isso.
Essa
tarde ela não tinha querido repreender-lhe, só tinha sido uma tentativa
desesperada de sair da situação. Ele tinha desejado beijá-la e o pior de tudo é
que ela o desejava com todas as suas forças.
—Eu
não fiz isso.
—Eu
não vou voltar a brigar com a senhorita, por isso não vou morder a isca. Ainda
sim me vejo obrigado a lembrá-la que uma dama nunca, nunca contradiz um duque.
—Há
muitas regras, não é? —perguntou ela tentando parecer relaxada. —Eu li todos os
seus livros de etiqueta, mas ainda me sinto intimidada. Há algo mais que
deveria saber?
—Sim
— respondeu ele aproximado-se dela. —Como já disse em outra ocasião, uma dama
que queira estar na moda nunca usa óculos quando vai a um baile. — Ele ignorou
seus protestos e tirou-lhe os óculos. —Tente usá-los o menor tempo possível e
se puder acostume a ficar sem eles.
—Eu
li que uma dama deve saudar sempre aos seus conhecidos. Como espera que eu faça
isso sem poder vê-los?
e o flerte rola solto, sem que os dois percebam, olha olha que isso ainda vai dar MUITOS problemas e dor de cabeça....ne Joseph....
entao, eu ia postar apenas nas segundas pois os comentarios haviam sumido, mas agora nao irei mais....o que nao quer dizer que eu nao possa mudar de ideia again.....
Muito gosta ele dos olhos dela :) Estas aulas de dança estão a ser um mimo para alimentar a tensão sexual à volta deles hehe
ResponderExcluirAi esses dois... tão ficando bem juntinhos, daqui a pouco tão se agarrando
ResponderExcluirEssas aulas vão render kkkkkk
ResponderExcluirQuero beijo pra ontem...
Posta maiss!! E se possível faz maratona *-*
Bjoss gata!!