Enquanto
ainda restava um pouco de sanidade, Joseph deu a volta e se foi, tinha que
afastar-se o máximo possível. Mas dois passos não foram suficientes para fugir
dela. Suas roupas tinham se impregnado de seu aroma de gardênia e apesar da
insistência de seu mordomo, dormiu com a camisa que estava vestindo e essa
essência o torturou a noite toda, inundando seus sonhos de imagens eróticas.
Quando despertou pela manhã, ela ocupava todos os seus sentidos e sabia que a
coisa mais segura era por terra no meio.
Na
hora do café da manhã ela soube que ele tinha partido. O senhor Bennington
contou-lhe que ele tinha ido a Londres com todas as peças que estavam prontas
para o museu. Não, não tinha dito quando iria retornar. Tinha uma carta junto
ao prato de Demi, mas não era uma carta de despedida dele. O selo não tinha o
escudo de Joseph. Era uma carta de Viola.
Demi
olhou sem ver a carta fechada na mão. Joseph tinha ido por culpa do que tinha
passado entre eles, ou melhor, dizendo, pelo o que quase tinha acontecido. Nem
sequer tinha-lhe dito adeus.
«Um beijo pode chegar a
ser muito mais tentador do que se imagina.»
Tentador
sim tinha sido para ambos.
Demi
jurou a si mesma que não iria se torturar recordando e abriu a carta de Viola.
Dentro tinha outra sobre a primeira, mas primeiro leu a da viscondessa.
Demi:
A noticia de que Joseph
está te ensinando a dançar me deixou muito feliz, dominar essa arte te ajudará
a desfrutar mais de tua estadia em Londres. Também estou muito contente de
saber que finalmente se deu conta de que meu irmão é encantador, eu sempre
pensei, mas por ser sua irmã talvez não seja objetiva. Ele sempre se preocupou
tanto por mim…
Querida Demi, tenho que
confessar-te uma coisa. Temo que tenha abusado de tua confiança e me atrevi a
investigar sobre o casamento de teus pais. Incluí a carta que recebi do vigário
de uma pequena paróquia de Gretna Green na Escocia. Nela encontrarás o
certificado de casamento que contraíram sir Henry Lovato, G. C. B, e a
senhorita Jane Durand, filha de lord Durand, no dia 24 de fevereiro de 1805.
Dado que você tem vinte e quatro anos, as datas coincidem perfeitamente.
Se o nome de solteira
de sua mãe era Jane Durand, acho que já tem bastantes provas para reclamar teus
direitos. Espero que me perdoe por ter-me intrometido assim em sua vida, mas eu
fiz com a melhor intenção. Você merece que sua família te reconheça e te
ofereça todo seu apoio, e desejo muito que sejas feliz!
Enquanto isso espero
ansiosa tua chegada. Dê minhas lembranças ao senhor e a senhora Bennington.
Tua amiga,
VIOLA
—Alguma
novidade interessante de Chiswick ou Londres? —perguntou à senhora Bennington.
Sem
responder, Demi olhou a carta que tinha na mão. O barão não a queria e ela não
tinha nenhuma intenção de exigir-lhe nada, nem dinheiro nem apoio. Sabia que
era muito orgulhosa e que talvez estivesse errada, mas a não ser que não
tivesse nenhuma outra escolha, nunca iria perdir-lhe nada a uma família que não
a queria. Primeiro viajaria a Londres e desfrutaria da temporada social tal
como tinha previsto, logo procuraria trabalho como instrutora.
Dobrou
as duas cartas e guardou-as no bolso.
—Nada
de novo, receio —respondeu para a senhora Bennington—. Lady Hammond manda-lhe
lembranças. — E logo, dirigindo-se ao senhor Bennington, perguntou: — O duque
disse-lhe que queria que fizesse enquanto ele não estava?
—Ele
mencionou os mosaicos que lhe dei ontem e, todavia há um ou dois afrescos. Sem
esquecer, claro, as muitas peças que ainda nos faltam para restaurar e
catalogar. Acredito que tem trabalho suficiente para estar ocupada até o dia de
sua partida.
Demi
notou a ironia de sua voz e se animou um pouco.
—Com
efeito, mais que suficiente — reconheceu. —Sorte que já tenha chegado o frio e
tiveram que parar de escavar.
—Está
fazendo um excelente trabalho, senhorita Lovato. Tenho que confessar-lhe que
ainda sentia um grande respeito pelo trabalho de seu pai, quando o duque me
disse que a senhorita iria ocupar seu lugar, pensei que não seria uma
substituta adequada. Mas agora me dou conta que estava errado, a senhorita é
insubstituível. O duque não poderá encontrar ninguém tão bom. Sentirei sua
falta, querida.
—Não
falaremos de sua partida — disse sua mulher, —é muito triste. — Logo se dirigiu
a Demi: — Ainda tenho a esperança de que mude de opinião e fique conosco.
—O
senhores tem sido muito amáveis comigo e eu sentirei a falta dos dois — disse
Demi com os olhos cheios de lágrimas e sorrindo-lhe com afeito. —Mas deixamos
de falar disso, ainda faltam seis semanas para minha partida.
—Eu
sei—disse o senhor Bennington enquanto se levantava da cadeira. —Mas a próxima
primavera não será a mesma sem a senhorita. Tenho que deixá-las. Sua senhoria
quer que todo o solo esteja restaurado até sua volta e eu ainda tenho muito que
fazer.
O
arquiteto se foi e sua mulher se aproximou de Demi.
—Eu
recebi outra carta de minha amiga, a senhora Treves — comentou a senhora
Bennington. —Nela me conta que em Londres todo mundo faz apostas sobre quem
será a próxima duquesa. A dama que se case com um homem da posição do duque tem
que ser, no mínimo, filha de um conde e agora em Londres não há ninguém que
cumpra com esse requisito. Ainda é muito cedo. Assim se o duque foi para
Londres tão cedo, duvido que tenha ido ver lady Sarah. Deve ser uma viagem de
negócios ou talvez quisesse visitar sua irmã. — Olhou para Demi esperando que
confirmasse sua posição.
—Lady
Hammond não dizia nada disso em sua carta. Se me perdoa. —Levantou-se e começou
a caminhar em direção a cozinha, deixando à senhora Bennington desconcertada.
—Demi,
querida, se sente bem?
—Sim
— respondeu ela na porta. —É que eu tenho muito coisa para fazer.
No
caminho para antika repetiu uma e outra vez que ela não se importava com quem
fosse casar com Joseph. Iria se esquecer do que tinha acontecido na noite
anterior. Iria esquecer.
Em
cima de sua mesa tinha um mosaico com a representação da Europa. Demi olhou
fixamente e a imagem do continente começou a mudar até formar outra forma
diferente. Demi via um homem e uma mulher nus e lembrou como Joseph tinha
contornado com os dedos as formas da mulher.
E
tinha a acariciado assim também. Ondas de calor inundaram seu corpo ao
lembrar-se dessas caricias. Era impossível deixar de pensar no que tinha
sentido quando ele a abraçou pelas costas e apertou seu corpo contra o seu. Sua
voz sussurrando-lhe ao ouvido, seus beijos, sua excitação.
Contemplar
os afrescos eróticos era uma coisa, mas sentir as mãos dele sobre sua pela, sua
boca torturando a sua, era outra coisa muito diferente, que a deixou ardendo e
desejando algo mais.
Ele
ia se casar com outra. Como tinha podido tocá-la desse modo se iria se casar
com outra?
«Os homens não tem
permanência no que se refere a mulheres.»
As
palavras de Joseph voltaram para atormentá-la e entendeu que um homem podia
desejar uma mulher e não sentir nada especial de por ela. Eles dois tinham
estado flertando durante semanas. Ele a tinha beijado e ela tinha correspondido
o beijo. Os dois queriam algo a mais e os dois tinham tido.
O
amor e o desejo não eram a mesma coisa. Talvez ele a desejasse, mas não estava
apaixonado por ela. Ela também o desejava ansiava por suas caricias, mas já não
o amava. A noite anterior, ambos tinham sentido desejo, não amor. O desejo
tinha-lhe proporcionado um dos melhores momentos de sua vida. O amor tinha
destruído o seu coração. Faria bem em não esquecê-lo.
acredito que o que Joe tem entre as pernas deve estar hiper pesado e ele nem pode se aliviar pois nao pode fazer coisas com a Demi....isso sera um gravissimo problema.
falta pouco pro capitulo 19 que NINGUEM quer ler ne kkkk
bjemi
Ele partiu de novo??!! Eu acho que essa distância só vai aumentar mais a saudade e o desejo e quando ele voltar as coisas até vão pegar fogo hehe
ResponderExcluirEstou a adorar a história :)
Mds coitado do Joe. Eu estou a adorar a fic, desculpe não comentar com regularidade. Ansiosa pelo próximo. Bjs *-*
ResponderExcluirVe se posta rápido ;)
ResponderExcluirJoe ta fugindo da demi,mas a distância em vez de ajudar só vai piorar. E ja to morrendo antecipadamente por causa do cap 19
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