sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Prazeres Proibidos Capitulo 18 parte II

—Tanto? —perguntou enquanto voltava a si.
—Qual é esse compromisso? Monforth e sua família não estão em Londres, acho que passam estes dias em Hertfordshire. — Fez uma pausa e repassou todas as opções. —Ah — sorriu—, suponho que te referes a encantadora Marguerite.
Ao ouvi-lo, Joseph se deu conta de que tinha mais de oito meses sem visitar sua amante. Deus, nem sequer tinha lembrado dela.
—Não vou ver Marguerite — respondeu ele, pensando que talvez pudesse considerar fazer. Talvez assim conseguiria recuperar um pouco de paz. —Vou jantar com os membros do Clube de Antiquários, temos muitas coisas que falar sobre o museu. Gostaria de vir? Estou convencido de que nunca conheceram alguém que nem você. Se me prometer não fazer nada vergonhoso, como por exemplo, recitar versos obscenos, deixo que você me acompanhe.
Dylan se arrepiou todo só de pensar.
—Me sentar para beber vinho do Porto rodeado de velhos arqueólogos e tratando de me comportar? Não, obrigado. Acho que prefiro que me açoitem em praça pública ou beber limonada com as debutantes em Almack's.
—Não pode. Te expulsaram de lá faz dois anos e tem a proibição de entrada. Lady Amélia. Se lembra?
—Ah, sim. Lady Amélia. Já tinha esquecido.
Lady Jersey e o resto das grandes damas que comandavam Almack's tinham-lhe proibido a entrada a tão respeitável instituição quando Dylan tinha se negado a se casar com lady Amélia depois de tê-la beijado diante de todo mundo enquanto dançavam uma valsa. Dylan não lamentava a perda realmente.
—Se não chega a te esbofetear tão rápido, a reputação de lady Amélia não tinha se recuperado desse incidente — continuou Joseph. —Esse beijo a teria arruinado para sempre.
—Eu disse-lhe para me bater. Era a única solução, todo mundo estava nos olhando. —Dylan se separou da estatua e começou a caminhar até a porta. A cada passo que dava, o forro dourado de seu casaco brilhava atrás de suas botas. —Se não quer vir comigo a perseguir saias, terei que ir sozinho. Acho que o melhor será que vá ao teatro, Abigail Williams apresenta Os rivais. Saltarei de minha caixa e vou subir ao palco.
—Sério, Moore — gritou-lhe Joseph a seu amigo. —Não acha que leva muito longe esse papel de artista maluco?
—Quem disse que é um papel? —perguntou Dylan na porta; continuou parado e sorriu-lhe. —Eu mesmo não tenho nada ainda claro. Quando se decidir fazer algo divertido, me chame, Tremore.
Joseph viu como seu amigo desaparecia na escuridão e negou com a cabeça. Dylan era um homem brilhante, com talento, mas cada vez parecia perder mais o curso. Desde seu acidente em Hyde Park fazia três anos, não tinha voltado a ser o mesmo.
Joseph deixou de pensar em Dylan e voltou a olhar o afresco. Deslizou o dedo sobre uma pequena rachadura que tinha sido perfeitamente reparada.
Ele nunca queria tanto algo cuja perda pudesse levá-lo a loucura. Nunca.
Afastou a mão da pintura. Logo que fosse de Londres, iria a Hertfordshire para ver Sarah. Tinha chegado o momento de fazer oficial seu compromisso.
—Não, não — disse Elizabeth rindo. —. Tem o lado errado. —a pegou pelos ombros e a fez girar.
—Tem razão — admitiu Demi entre gargalhadas—. Receio que nunca vou aprender essas quadrilhas — reconheceu e voltou a dançar tentando recordar os passos que Joseph tinha-lhe ensinado. A música correu a cargo de três violinistas e não de uma caixa de música. Elizabeth e não Joseph era agora seu par de dança e outros casais já não eram imaginários. Nessa sala tinha em volta um total de vinte e duas meninas tentando aprender os passos das danças populares.
Graças a Joseph, já não tinha medo de tomar suas lições em uma sala cheia de gente. Agora tinha suficiente autoestima para poder rir de si mesma se errasse. Quando três semanas atrás tinha confessado a Elizabeth que não conhecia as danças populares e que queria aprender, ela insistiu em vir cada quinta-feira pela manhã essas aulas.
—Não te desanimes, Demi — disse-lhe lady Fitzhugh de uma cadeira que tinha junto a parede. —Dançar bem requer prática. Anne e Elizabeth frequentam essas aulas de dança desde que completaram dez anos. Já esta fazendo muito bem, querida — animou-a quando voltou a girar até o lado equivocado.
—É verdade — disse Elizabeth enquanto voltavam a alinhar-se com as demais meninas para começar uma nova quadrinha. —Para quando você for a Londres, já estará fazendo muito bem. Dança melhor do que possa imaginar.
Joseph tinha-lhe dito o mesmo, mas dançar com tanta gente ao redor ainda parecia complicado e fazia com que suas carências fossem mais evidentes.
Mas não queria pensar em Joseph, assim que se obrigou a começar uma conversa.
—Então você vai em duas semanas? —perguntou a Elizabeth enquanto giravam fazendo um moulinet.
—Sim. Tenho tanta vontade… Quando você chegar vamos ficar tão bem juntas!
Demi queria sentir o mesmo entusiasmo que Elizabeth, mas não conseguia. Estavam dançando e ela tentava se concentrar em contar os passos, mas não podia deixar de sentir falta dele, ele era seu par de dança favorito.
Já estava um mês fora e ainda não tinha anunciado sua volta. Ou melhor não retornava até que ela não tivesse ido. Por outro lado, qualquer dia podiam chegar noticias sobre seu compromisso. Talvez nunca voltasse a vê-lo. Três meses atrás, a ideia de ir embora dali a enchia de alegria, mas agora só sentia melancolia.
Tinha tentado esquecer aqueles momentos entre os dois, mas não tinha podido. Havia ocupado seus dias com quantidades enormes de trabalho, passava as tardes e os domingos e as quinta-feira com a família Fitzhugh e Elizabeth tinha-lhe ajudado a escolher um novo vestido na loja da senhora Avery. Trabalhava durante todo o dia, mas Joseph aparecia em sua mente cada vez que pegava um artefato, cada vez que dançava, cada vez que caminhava embaixo da chuva.
Apesar de todos os seus esforços, não tinha podido continuar aborrecida com ele. Nas doze semanas que tinha passado desde que ele tinha apresentado sua demissão seu orgulho tinha se recuperado da dor infligido pela conversa ouvida. E, enquanto dançavam e flertavam, tinha indo nascendo entre ambos uma agradável camaradagem. Ele a tinha feito se sentir bela e interessante cada vez que lhe perguntava por suas viagens ou a tocava. Não sabia como, tinham chegado a serem amigos. Mas ter um amigo que com um simples beijo podia acender seu corpo era algo muito perigoso. Especialmente se tratasse de um duque que iria se casar com alguém chamado lady Sarah, uma mulher que sem nenhuma dúvida estava destinada a ser duquesa.
Joseph passou horas sentadas em sua carruagem, olhando a distancia como a chuva molhava os muros e as janelas da mansão Monforth, mas foi incapaz de ordenar a seu cocheiro que cruzasse o portão. Ficou ali, no caminho, escutando como as gotas respingavam no teto da carruagem naquela melancólica e fria tarde de dezembro.
Pensou em Sarah, em sua incrível beleza, em seu mercenário coração e em sua excelente preparação para cumprir com as obrigações de uma duquesa. Ela era absolutamente perfeita para o posto, mas Dylan tinha razão, não era sensual. Joseph a tinha beijado um par de vezes e sabia que se sugerisse algo mais atrevido só conseguiria que desmaiasse e o consideraria um bárbaro. Mas por isso os homens casados, como os solteiros, tinham amantes.
Pensou brevemente em Marguerite. Não há tinha visitado nem uma só vez durante todo o tempo que tinha estado na cidade e nem ele mesmo podia entender por que. Todo seu corpo ardia com um desejo desesperado e incontrolado.
Pensou em suas responsabilidades. Tinha que fazer um bom casamento para poder assegurar o futuro de seu título. Ter descendência era uma de suas principais obrigações e já tinha demorado muito.
Pensou no poder que teriam seus filhos se sua mãe era a filha de um marquês. Nessa união, ambos sairiam ganhando e estava convencido de que Sarah aceitaria encantada. Assim que tivesse as esmeraldas de Tremore ao redor do colo estaria disposta a pronunciar os sagrados votos. Era exatamente o tipo de esposa que necessitava um duque e era o tipo de mulher que nunca conquistaria sua alma.
Ali sentado, vendo como o entardecer envolvia a mansão Monforth, sentiu o peso de das obrigações de sua posição como nunca antes tinha sentido. Escutou o repicar das gotas contra a coberta e se deu conta de que continuava sem saber por que alguém podia ficar feliz em caminhar embaixo da chuva, embora fosse uma quente tarde de agosto.
Já tinha ficado de noite. Joseph ordenou a seu cocheiro que desse a volta e voltasse para Londres e nem ele mesmo entendeu por que fazia isso.


ih Joe, que houve? Lady Sarah te espera para oficializar o noivado....
bjemi

4 comentários:

  1. Amarelou kkk Joseph sabe que essa Lady Sarah n é mulher pra ele, agr so resta ele criar vergonha na cara e admitir que ta apaixonado pela Demi *-*
    POSTA mais!!! Bjosss.

    ResponderExcluir
  2. Ele tem as suas obrigações, mas também tem Demi, por isso ele está à espera do quê para voltar a sua casa para poder ter Demi nos seus braços?!
    Ai, ai Joseph, Lady Sarah pode parecer mas não é a melhor escolha ;)

    ResponderExcluir
  3. Adorei. Joseph VC está a espera do quê? Posta logo.

    ResponderExcluir
  4. Jesuuuus!!! Olha a hora e eu não dormir. Li todos os capítulos atrasados, to extremamente encantada! Lais, posta por favor! Tô extremamente apaixonada por essa história ❤

    ResponderExcluir