sábado, 27 de fevereiro de 2016

Prazeres Proibidos Capitulo 24 ANTEPENULTIMO

Apesar de suas afirmações, Demi não tinha esquecido a noite que passaram juntos, nem ele e não podia acreditar que ele pensasse nisso. Esses momentos estavam gravados para sempre em sua mente. As lembranças de como a tinha beijado, de como eles tinham feito amor, a gloriosa sensação de suas mãos, de sua boca. O ato em si mesmo, o prazer e o desejo que sentiu, se lembrava toda hora. Ela nunca poderia esquecer. Além do mais, nas duas semanas que se seguiram ao baile das Haydon Rooms ele não permitiu que esquecesse.
No dia seguinte da dança deles juntos, ele lhe mandou doze ramos variados de tulipas e alecrim para dizer-lhe que admirava seus belos olhos e que se lembrava da primeira vez que lhe disse isso. Cada ramo vinha em um bonito vaso de cristal com um laço que tinha pendurado uma pequena forquilha de ouro para o cabelo. Demi tocou um desses belos adornos recordando exatamente o que ele queria que se lembrasse; o dia do penteado.
«O cabelo de uma mulher pode se transformar em uma obsessão para um homem.»
Ele estaria imaginando como ficariam seus cabelos sobre seu travesseiro?
Essa noite tinha sido quando ele lhe confessou que tinha medo do amor e que temia se apaixonar.
O presente era tão exagerado e tão caro que o apropriado seria devolver tudo: flores, vasos e forquilhas de cabelo. No final, ficou com as flores e devolveu o resto, com uma nota em que lhe recordava que não podia aceitar presentes e muito menos tão caros, porque se aceitasse todo mundo pensaria que estavam comprometidos e não era assim.
Alguns dias mais tarde, doze ramos de dicanias proclamavam a paixão que sentia por ela e lhe recordava seu picnic, em que ela lhe descreveu as colinas de Creta. Mas desta vez, só estavam atados com uns laços de seda, não tinha nem vasos nem forquilhas para o cabelo.
No fim de alguns dias, chegaram mais doze ramos. Estes de flores de melocotão.
«Me tens cativo», leu Elizabeth no livro que segurava entre as mãos e se aproximou do ramo que Demi tinha em sua habitação para poder cheirá-las melhor.
—Também significam «estou a sua disposição». — Com um suspiro, se afastou do ramo e se jogou na cama de Demi. —Eu me apaixonaria por um homem que me dissesse essas coisas.
—Está dizendo bobagens — respondeu Demi enquanto escorria os cabelos molhados e fazia que a água caísse nas flores que tinha sobre sua mesa. —«Estou a sua disposição» — repetiu e cobriu os cabelos com uma toalha. — Como se Joseph pudesse pensar em algo tão ridículo.
Se virou e ao ver o novo ramo de flores se lembrou da noite em que negociaram sobre os óculos. Cobriu a boca com as mãos.
«Não se dar conta do poder que tem sobre mim.»
Ao recordar essa noite, invadiu nela de novo o desejo, aquela cálida sensação que se apoderava de todo seu corpo quando ele a acariciava.
—Mas isso não abranda teu coração? Nem sequer um pouquinho? —perguntou Elizabeth.
Demi negou com a cabeça e observou preocupada sua amiga.
—Ele não fala serio.
—Você não acha que ele seja sincero?
—Eu não sei! —respondeu exasperada. —Não quero mais falar do tema.
Elizabeth não voltou a mencionar o assunto e o resto da família Fitzhugh guardou também um respeitoso silencio, mas quando chegaram doze limoeiros indicando a inconfundível intenção que tinha o duque de se casar com ela, sir Edward perguntou divertido se aquelas demonstrações de afeto continuariam assim até o Natal. Porque se essa era a intenção do duque, já temia que fossem receber doze pinheiros.
Além das flores que Demi recebia, chegavam cada dia na mansão cada dia centena de cartas e convites. Tanta gente vinha visitar a Russell Square que o pequeno salão frequentemente não podia acomodar a todos. As visitas falavam delicadamente sobre bodas ou compromissos, mas ninguém era nunca tão atrevido como para perguntar diretamente pelos rumores que circulavam sobre ela. Não tinha sido anunciado nenhum compromisso, mas todo mundo interpretava o silencio de Demi como um sinal de que queria ser discreta e ninguém acreditava que pudesse ser verdade que ela tinha rechaçado o duque.
O barão os visitava frequentemente durante a semana, às vezes ficava conversando e outras vezes a convidava a dar um passeio para assim poderem se conhecer melhor. Demi não sabia se ele fazia isso porque realmente sentia certo carinho por ela ou se a única coisa que queria era parecer um avô atento. Em qualquer caso, Durand estava convencido de que apesar de suas negativas, Demi seria em breve a esposa de um duque.
Essa convicção se via reforçada pelas páginas da sociedade nos jornais de Londres, já que todos davam por certo que ela aceitaria a proposta de Joseph. O decoro lhe impedia desmentir-los publicamente, assim que a única opção que ficava era esperar que se cansassem de falar disso.
Em qualquer caso, durante a segunda semana de seu pouco usual cortejo, as especulações não apenas não cessaram, mas sim que aumentaram consideravelmente. Todo mundo soube dos doze limoeiros e de que Joseph estava usando o livro de Charlotte de la Tour como guia. No fim de alguns dias, todas as livrarias de Londres se encheram de exemplares e muita gente ia passear por Russell Square com a esperança de ver chegar à casa de sir Edward Fitzhugh o novo ramo de flores que o duque mandava à senhorita Lovato.
Havia um grande fórum de discussão sobre as origens de Demi, que eram muito inferiores as do duque. Também se falou da fuga de seus pais e da tentativa do barão de ocultar dizendo que sua filha tinha ido estudar na Itália. Uma ou duas pessoas se atreviam a insinuar que seus pais não tinham se casado, mas esses rumores se calaram em seguida.
Começaram a circular as mais incríveis historias sobre sua vida na África e de como tinha chegado a trabalhar para o duque, restaurando antiguidades e fazendo os desenhos para seu museu.
Se comentava sobre sua beleza muito comum, sua falta de dote e sua falta de influencias. Tudo com a intenção de apontar o quão inadequada que era como duquesa e sugerindo que talvez Tremore não estivesse acertando em sua escolha.
Demi fazia todo o possível para ignorar as coisas horríveis que diziam sobre ela, mas não suportava que a observassem constantemente. Não podia ir a nenhum lugar sem ser observada analisada. Começava a entender o que Joseph lhe tinha dito a respeito o quão pesada que podia ser sua vida.
Mas ele continuava colocando lenha na fogueira. O dia da partida de cartas na casa de dos Fitzhugh outro presente floral chegou a Russell Square.
—É impossível! — disse Demi olhando como dois homens entravam com um enorme ramalhete de flores com todas as cores do arco-íris.
Lady Fitzhugh teve que limpar um canto inteiro da habitação para dar espaço para o enorme ramo que no mínimo, media um metro de largura por um metro e meio de altura e não cabia no pequeno vestíbulo. Quando tinham acabado de instalá-lo, os dois homens que tinham feito a entrega se foram. Elizabeth e Anne examinaram entusiasmadas as flores e Demi olhou exasperada para lady Fitzhugh.
—Que vou fazer? —perguntou desesperada. —Ele não aceita um não como resposta.
—Você vai rejeitar ele? —se surpreendeu Anne. —Oh, Demi, como você pode ser tão ser tão insensível?
A acusação lhe doeu e Elizabeth deve ter percebido, porque saiu em sua defensa.
—Se você não o ama não tem por que se casar com ele.
—Você não o ama? —perguntou Anne incrédula. —Por que não?
—Anne, já é suficiente — disse lady Fitzhugh. —Os sentimentos de Demi não são de nosso assunto. Agora, meninas, acho que é hora de irmos a casa de lady Atherton. São quase três horas. Deixemos Demi em paz um pouquinho, Deus conhece o que lhe convém.
Ela olhou agradecida para lady Fitzhugh enquanto a mulher tirava suas filhas da sala, deixando Demi sozinha com seu novo ramo. O observou durante muito tempo.
Apesar das dezenas de flores e plantas que tinha em sua frente falavam de paixão, de honra, de desejo que tinha de protegê-la, de cuidar dela, Demi não pode evitar perceber de que não tinha nenhuma flor em todo esse enorme ramo que fosse uma declaração de amor.
Não importava muito. O próprio Joseph tinha dito que o que sentia por ela era uma loucura temporal e ainda que tivesse ter havido uma rosa ou um ramalhete de nomeolvides escondido em algum lugar daquele exagerado ramo, não se convenceria de que ele sentisse por ela algo permanente e duradouro. Não havia nenhuma flor, nenhum presente que pudesse convencer seu coração.
Joseph sabia desde o principio que não havia maneira de cortejar Demi sem alimentar fofocas. Mas não estava preparado para a raiva que sentia cada vez que lia algo sobre ela nos jornais. Depois de seu baile em Haydon Rooms não tinha voltado a visitá-la em Russell Square com a esperança de cessar assim os falatórios.
Como não podia ir lá, passava muito tempo no clube. Uma noite, no fim de uma semana do famoso baile, foi a Brook's e se encontrou lá com Dylan, que já tinha bebido mais da metade garrafa de licor.
Joseph aceitou o convite de Dylan de acompanhá-lo e se sentou. Se recostou em sua cadeira e observou a fisionomia cansada e os olhos avermelhados de seu amigo.
—Sempre que te vejo assim me alegro de não ter teu temperamento artístico — comentou.
—Aparentemente eu tampouco tenho. —disse Dylan preocupado. —Não sou capaz de escrever mais de duas notas seguidas, de modo que eu decidi sucumbir aos excessos do álcool. — Apontou a garrafa. —Você quer me acompanhar? Pelo que eu ouvi, você também precisa de um trago.
Joseph não admitiu nada. Em vez disso, se limitou a pedir um copo e quando lhe trouxeram, se serviu ignorando o olhar zombeteiro de seu amigo.
—Eu ouvi que os floristas de Londres estão muito ocupados.
Joseph bebeu em silencio.
—Talvez deveria começar a mandar flores para damas. Isso seria algo novo para mim. Com que flor você pergunta a uma mulher para dormir contigo?
Joseph riu suavemente.
—Você dormiu com tantas que não sei se você é capaz de se lembrar de todas.
—Não é verdade — corrigiu Dylan. —Eu ainda não dormi com a sua, apesar do quanto eu gostaria.
Joseph ficou tenso e apertou o copo entre suas mãos, mas não disse nada.
Dylan se recostou na cadeira e levantou as sobrancelhas procurando o confronto.
—As notas da sociedade não deixam de dizer que ela não é bonita, sabia?
Dizem que ela tem a pele muito queimada pelo sol para os padrões, que suas bochechas são redondas demais e que seus cabelos são de um de castanho muito comum. Acredito que para ti é cor de mel.
Joseph não estava de bom humor para aguentar as zombarias de Dylan.
—Está tentando me provocar?
—Confesso que sim. Pelo menos uma vez, eu gostaria de te ver sem essa máscara de controle ducal. Você sabia que em todos os anos que fazem que eu te conheço nunca te vi perder o controle? Nem uma só vez. Mas vamos deixar de lado o teu caráter por hoje e nos concentramos nos encantos da senhorita Lovato. — Bebeu mais um pouco. —Dizem que ela não enxerga bem e que tem que usar óculos quase o tempo todo. Todas as mulheres de Londres se perguntam como alguém tão insignificante pode ter conquistado teu coração, mas eu acho que há muitos homens que estarão de acordo comigo nisto… Olha, aqui está o que quero te ensinar.
Joseph pegou a copia do The Times que tinha encima da mesa e voltou a dobrá-lo pelas páginas de política.
—Ela tem uma figura sensual — continuou Dylan apesar do gesto de Joseph. —Percebi de imediato, eu sempre presto atenção nas coisas mais importantes. Olhe, os jornais talvez tinham razão em dizer que seu rosto é comum, mas é bastante bonito se você o olha em conjunto. É um rosto que não revela seus sentimentos facilmente, não acha? Eu estive observando enquanto você dançava com ela e qualquer um diria que ela não se interessa nem um pouco por ti. E seus olhos. Deus, que cor tão linda…
Joseph bateu na mesa com o jornal.
—Não me pressiones mais, Moore, esta noite não estou com humor para aguentar teus comentários satíricos.
—O que é satírico é ver você se agonizando de mal de amor. A verdade é que observar este romance a distancia pode ser bastante divertido. Limoeiros, Tremore? Ninguém havia te considerado antes um idiota. A senhorita Lovato parece não corresponder aos teus sentimentos. Como você se sente? Frustrado? Ferido? Descontente com os deuses por terem ficado contra a você?
Joseph começava a tremer o músculo do queixo.
—Vai para o inferno.
—Já estou lá, meu amigo. — Dylan voltou a encher o corpo e levantou. —Pelo inferno— disse e bebeu todo o licor. —Agora já estamos nós dois nele.
Se levantou da cadeira e se dispôs a ir embora, mas antes de ir se inclinou sobre Joseph, apoiando as mãos na mesa.
—Acho que vou compor uma peça em homenagem a senhorita  Lovato— declarou em voz baixa. — «Demi, dos olhos violeta» ou algo do estilo. Quem sabe? O melhor seria uma sonata que teria êxito já que as flores tem fracassado…
Uma ira como nunca tinha sentido antes se apoderou de Joseph, e o que viu logo em seguida foi seu melhor amigo caído no assoalho com os lábios partidos. Sentiu uma dor pulsante em seu punho e notou que vários membros do clube o estavam segurando.
Dylan esfregou seus lábios com a mão. Olhou seus dedos ensanguentados e sorrindo, enfrentou Joseph.
—Você vê, meu amigo? —murmurou. —A loucura afeta a todos. Inclusive a ti.


quem sabe agora surgem mais comentarios.....voces sumiram. 
e a outra fic ja esta engatilhada, so esperando essa acabar...gente  sao 26 capitulos ao todo, ou seja...ja ta acabando, entao colaborem.

4 comentários:

  1. Até ao sábado tenho aulas, é uma tristeza mas sempre que posso comento. Faz uma maratona até ao fim da história, ela é tão bonita :)
    Agora é que a história está a avançar a largos passos, mas acho que o Joseph tem que ir falar com ela e dizer-lhe directamente que a ama porque as flores realmente não estão a ter muito resultado.
    Talvez depois da cena do Joseph a Demi o vá visitar, já está na hora de se juntarem ;)

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  2. Joe tem que se declarar logo para Demi !!
    tá tudo maravilhoso !! amando !!
    posta logooo
    beijos

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  3. que homem ciumento pelo amor de deus esse homem tem que mandar logo a rosa vermelha pra demi e para de jogo

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  4. que homem ciumento pelo amor de deus esse homem tem que mandar logo a rosa vermelha pra demi e para de jogo

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