Tal
como tinha prometido a lady Fitzhugh, Joseph aceitou seu convite para o jogo de
cartas, já sabia de antemão que isso serviria para alimentar ainda mais
rumores.
Queria
ver Demi. Desejava que o fato de se comportar corretamente não estivesse em
contradição com poder vê-la secretamente, mas vê-la entre um grupo de pessoas
era melhor que não vê-la. Ainda assim, ao chegar à casa de Russell Square,
obteve o que tinha desejado encarecidamente: uma oportunidade para estar a sós
com ela.
A
usual excitação que se produzia com a chegada de um duque prosseguiu com as
pertinentes apresentações do resto dos convidados e acabou com um incômodo
silencio. Lady Fitzhugh tossiu e se dirigiu a seu marido, sugeriu:
—Talvez
devêssemos começar?
—Sim,
sim, grande ideia, Elinor — disse sir Edward imediatamente. —Que comece o jogo.
Ainda lamento que dois de nós teremos que nos contentar em jogar ao piquet, em
vez de ao whist. O senhor Jennings pegou um resfriado e sua mulher não nos
avisou até a última hora que não poderiam assistir, assim que faltam duas
pessoas para o whist.
Demi
se dirigiu a Joseph e enquanto apontou para um corredor que tinha um cômodo
ligado, sugeriu:
—Talvez
sua senhoria preferisse jogar xadrez em vez de jogar cartas?
O
silencio que prosseguiu foi mais que incômodo, importuno. Por algum motivo,
Demi queria uma entrevista privada com ele e ainda duvidava que os motivos dela
fossem os mesmos que os seus, Joseph aproveitou rapidamente a ocasião.
—Eu
gosto muito de xadrez, senhorita Lovato— disse ele. —Seria uma honra para mim.
—Excelente
— respondeu Demi e se dirigiu ao cômodo anexo, onde se tinha afastado o
tabuleiro de xadrez para dar lugar para o jogo de cartas.
Ele
saudou aos outros convidados e a seguiu. Quando ela se sentou ele colocou a
cadeira dele em frente a dela.
—Senhoria
—disse abertamente, —o senhor tem que parar. —E parou ao ver-lhe o sorriso em
seu rosto. —Por Deus! Por que o senhor me olha dessa maneira?
—Porque
amanhã todo mundo em Londres saberá que estamos comprometidos. — Observou o
tabuleiro e continuou. —As mulheres começam.
—Do
que esta falando? Não estamos comprometidos! — Ela franziu o cenho enquanto movia
um peão do tabuleiro totalmente absorta. —Eu não me importo nem um pouco com o
que pensem da gente.
—Diante
de todos os presentes na sala, me convidou para ficar a sós comigo — observou
enquanto mexia seu peão. —A conclusão evidente é que estamos comprometidos. Se
tivesse sabido que iria ser tão simples, eu deveria ter ido antes para que não
me convidasse para jogar xadrez.
Demi
olhou impacientemente para o corredor e adiantou outro peão.
—Isso
é ridículo. Não estamos sozinhos e as portas estão abertas. Lady Fitzhugh pode
nos ver perfeitamente de onde está sentada.
—Não
importa. Nós estamos em outra habitação e estamos mantendo uma conversa
particular. Ninguém que não está comprometido pode se permitir essa liberdade.
— Ele moveu seu cavalo e lhe disse esboçando um sorriso: — Quando você estava
aprendendo as de etiqueta, perdeu esta parte?
—Joseph,
você deve parar com isso. O fato de que eu necessite de livros de etiqueta
mostra a péssima duquesa que eu seria.
—Você
será uma duquesa estupenda quando você pegar o jeito. Tudo o que você faz, faz
muito bem.
—Isso
não é verdade e de todas as formas não é disse que estamos falando. Não vou me
casar contigo.
—Se
quiser se mantenha assim, mas espero que um dia se dei conta do meu tormento e
sinta pena de mim. — Apontou o tabuleiro. —É sua vez.
—Por
que você faz isso? —perguntou sem se importar com nada na partida. —Porque sou
uma loucura temporal? E quando passar esta loucura, o que acontecerá?
Marguerite voltará a sua cama? Ou talvez uma nova amante? Certamente, quantas
amantes você já teve?
—Mais
de uma e menos de uma dezena.
—Como…?
—parou um instante e afastou o olhar. Joseph sentiu uma pontinha de esperança
quando ela prosseguiu: — Já tornou a ver a essa mulher?
Ela
se importava. Ela devia se importar se tinha formulado essa pergunta. Ele disse
a verdade.
—Sim,
a vi uma vez em Row. A uns vinte metros de distancia. Já tinha lhe enviado uma
carta comunicando-lhe que nossa relação tinha terminado. — Ele pegou
carinhosamente seu queixo com as mãos, devolvendo sua atenção para ele e
perguntou com gentileza: — Acaso estamos jogando agora as Vinte Perguntas em
vez de xadrez?
—Não,
mas… — Afastou seu olhar do dele e olhou ao redor, como se estivesse pensando
como expressar o que queria dizer. —Uma vez você me disse que eu era um
mistério, mas é você que nunca revelou nada. Desde aquele jantar com os
Bennington eu te contei muitas coisas sobre mim. Minha vida, meu trabalho, meu
pai, meus… meus sentimentos por ti. Mas até agora você só me contou
insignificâncias. Não te conheço o suficiente como para me casar contigo.
—O
que você queria saber? Pergunte sem rodeios. Vai me entrevistar para o posto de
marido.
—Não
estou te entrevistando para nenhum posto! E esta conversa está me demonstrando
que nada do que eu possa te perguntar pudesse se satisfazer com palavras. Nem
com flores. Você não me ama. Você apenas me oferece teu nome porque acha de que
com isso basta e porque é tão obstinado e arrogante e…
—E
você disse que não me conhece o suficiente como para se casar comigo?
Demi
se sentiu ofendida e se levantou. Ela lhe virou as costas e atravessou o tapete
persa em direção a chaminé. Ela olhou a outra sala e percebeu que lady Fitzhugh
estava completamente concentrada nas cartas. Ele se levantou da cadeira e se
aproximou de Demi, que estava observando o fogo. Se pôs atrás dela e lhe
sussurrou ao ouvido:
—Você
me conhece mais do que pensa, Demi. Ninguém me conhece melhor que você. Nunca
ninguém me conhecerá melhor que você.
Ela
começou a falar, mas ele a interrompeu imediatamente.
—Me
escuta. Passei toda a semana tentando te dizer e te demonstrar o quanto te
desejo. Sei que as palavras não são as mais adequadas para te convencer, mas
não sei outra maneira de fazer isso. O que mais posso fazer, Demi? — Ele lhe
pôs as mãos em sua cintura e a atraiu até ele. —Eu poderia dizer com meu corpo?
Demi
fechou os olhos, mas algo havia mudado nela. Algo a tinha comovido, suavizado.
Ela levantou a mão e apertou o punho no ar.
—Não,
Joseph, não.
Ele
aproveitou sua vantagem.
—Você
me deseja. Só faz umas semanas você me desejou, na antika. — Se afastou um
pouco. —Te esqueceu disso?
—Claro
que não! —respondeu ela com um sussurro apaixonado. —Tampouco não me esqueci
que não sou eu com quem você queria se casar.
—Mas
eu nunca desejei ela da maneira que te desejo. — Parece estranho, mas era a
verdade e eu estava desesperado. —É você quem não me quer mais.
Ela
negou com a cabeça com os olhos, todavia fechados e os lábios franzidos,
enquanto emitia um leve som de dissidência.
—Você
diz que não —continuou, —mas você se priva dos muitos dos prazeres da vida. Por
que, se eu posso te dar todos?
Um
ligeiro gemido lhe escapou quando as mãos dele subiram desde suas costas até
seus seios.
—Eu
te desejo — admitiu com um sussurro. —Não é isso. Nunca tinha tido algo assim.
Eu sempre…
—Prove
o que você diz então. — Olhou por cima do ombro até a porta e a beijou na
orelha. —Se você me deseja, passa o resto da noite comigo. Podemos ir para
minha casa. Todos os convidados que estão aqui terão ido a meia a noite a uma e
meia estarão dormindo. Traga algo para cobrir teu rosto. Te esperarei na
passagem com minha carruagem e estará de volta antes do amanhecer. Vem.
—Eu
não irei.
ja to ficando com saudades desses dois.
esta no fim mimimi....mas logo vem o senhor....xiu Lais.
bjemi
Acho que é a primeira vez que eu apareço. Amo essa fic e nem acredito que tá terminando. #triste
ResponderExcluirnao sei nem o que dizer sobre esse capítulo apenas wow. to triste que ta no final mas to curiosa pela próxima
ResponderExcluirO Joe está tentando por tudo conquistar a Demi, mas o que lhe falta é falar dos seus sentimentos e partilhar com ela alguns dos seus pensamentos, ele tem que se abrir mais :)
ResponderExcluirSerá que ela vai ter com ele??? Ah posta mais :)