A
mansão que Joseph tinha em Londres estava localizada em Grosvenor Square e era
mais uma amostra de sua opulência, ele passava muito tempo nessa casa e
refletia a perfeição sua personalidade, muito mais que suas outras
propriedades. As chaminés eram de um pálido mármore e os tapetes macios eram de
cores sutis com desenhos simples. Tinha gente que a descrevia como sóbria
demais, sem graça e mais intimidante que impactante. Para Joseph isso tudo era
um elogio.
Um
daqueles tapetes macios estava sendo muito castigado desde que tinha ido
visitar Demi em Russell Square três dias antes. Não deixava de andar de cima a
baixo diante da chaminé de seu estúdio. Cada hora que passava estava mais
impaciente.
Quando
visitou a casa dos Fitzhugh não tinha nenhuma dúvida de que Demi lhe
responderia. Um jogo em que ele tinha que utilizar a linguagem das flores, uma
linguagem que ela tinha demonstrado muito interesse. Por força tinha que estar
intrigada, mas ainda não tinha recebido nenhuma resposta a seu desafio. Ela
gostava de jogar tanto quanto ele.
O
primeiro dia depois de sua visita a Russell Square tinha continuado com sua
rotina, acreditando de que quando chegasse a casa encontraria ali sua resposta,
mas não recebeu nada.
Ao
final do segundo dia, ainda não tinha nenhuma resposta e começou a se preocupar
que ela não respondesse a seu desafio.
Às
nove da noite do terceiro dia, sua confiança e sua preocupação foram
substituídas por um profundo e escuro sentimento de incerteza. Essa era uma
emoção nova para e ele não gostava especialmente.
Agora,
andava na frente do fogo, desejando com todas as suas forças que ela não
tivesse respondido não significava que não tinha intenção de responder e
começou a pensar em uma nova tática. Tinha que encontrar um modo de convencê-la
de que se casasse com ele era a única opção possível. Ele tinha achado que com
o jogo das flores, com sua declaração previa de que iria a ganhar, seria
suficiente para conseguir que ela respondesse, mas se não, tinha que encontrar
outro modo. De nenhuma maneira iria desistir.
A
porta do estúdio se abriu e Joseph se deteve quando entrou Quimby, seu mordomo
de Londres.
—Dylan
Moore está aqui, senhoria — lhe informou Quimby.
O
mordomo se afastou da porta para deixar espaço para o compositor. Dylan era
umas das poucas pessoas que não tinham que pedir visitar previa para visitar o
duque. Ele sempre era bem recebido.
—Tremore,
eu venho te suplicar que venha comigo — disse sem preliminares. —Já não posso
suportar a nenhuma outra diva petulante a mais.
—Problemas
com sua nova ópera? —perguntou Joseph, mas com a cabeça em outro lugar. Não
podia deixar de pensar em tudo o que tinha dito naquela abominável noite
falando com Viola. Tinha que encontrar um modo de convencer Demi de que já não
havia desse modo. Agora via a aquela mulher debaixo da chuva. Via seu belo
rosto que sempre tentava esconder seus sentimentos, até que um dia explodia
entre riso ou raiva e essa raiva só se dirigia a ele. A via com aquele horrível
avental olhando o afresco erótico e depois olhando-o com aquela mistura de
sedução e inocência.
—Não,
não tenho problemas com a ópera, querido amigo, tenho problemas com a diva — corrigiu-lhe
Dylan. —Elena Triandos é uma excelente soprano, mas é grega e as divas gregas
são especialmente insuportáveis. Quando me lembro de que fui eu quem insistiu
em lhe dar o papel principal, me…
A
voz de Dylan se perdeu na distancia enquanto Joseph girava sobre seus
calcanhares e voltava a andar sobre o tapete, mordendo a unha e pensando.
Demi
necessitava que a cortejasse e parecia que as flores não tinham sido
suficiente. Ela nunca tinha tido oportunidade de aproveitar dos prazeres da
vida e Deus sabia que ela necessitava. O modo que seu pai a tinha arrastado por
todo o mundo sem por nunca ao seu alcance as comodidades da civilização lhe
chateava profundamente. Demi merecia algo mais além que os sabonetes
perfumados, os bombons e o vestido rosa que tinha comprado. Merecia todos os
luxos que a vida era capaz de oferecer e ele podia dar a ela. Ele jurou se
tivesse a oportunidade, a encheria de todo tipo de presentes. A única coisa que
precisava era uma resposta.
«E se ela me mandasse
uma indiferente nota em que educadamente me dissesse que me rechaça? Isso seria
muito pior do que se ela não me mandasse nada.»
Sentia
como a dúvida o estava roendo com cada minuto que passava sem ter noticias
dela. Que aconteceria se nada do que ele pudesse fazer fosse o suficiente?
Negou com a cabeça. Não, isso ela não podia aceitar. Não podia acreditar. A
única coisa que tinha que fazer era encontrar a resposta adequada, as palavras
certas que dizer-lhe. Não, não iria se render.
—O
que é que o deixou tão alterado que não pode parar de andar com tanta ânsia?
—perguntou Dylan olhando-lhe. —Algum problema político na Câmara? Algum
problema no museu? Se é isso, deve ser muito grave, nunca tinha te visto tão
preocupado.
Joseph
olhou distraído para seu amigo, mas não respondeu. O que tinha que fazer era
conseguir ficar a sós com ela. Isso poderia fazê-la mudar de opinião. Quando
visitou Durand, contou-lhe quais eram suas intenções. Estava certo de que Demi
não tinha gostado disso, mas ele tinha sido obrigado a fazer isso. Sabia que se
a sociedade não há visse como um deles não a aceitaria e ela seria a vítima
perfeita daquelas línguas de víbora. Por mais discretos que fossem os Fitzhugh,
não se poderia manter em segredo que a estava cortejando. Joseph tremia só de
pensar que pudessem dizer que ela era uma oportunista que a única coisa que
queria era capturar um duque. Já que dentro de pouco tempo todo mundo
acreditaria que estariam comprometidos, talvez pudesse ficar a sós com ela.
Pudesse beijá-la, tocá-la, dizer-lhe o quanto era bonita por dentro e por fora.
—Maldita
seja, Tremore! Se der mais um passo sem me dizer o que esta acontecendo eu te
juro que te dou uma surra.
Joseph
não teve oportunidade de responder, porque nesse momento Stephens, um de seus
empregados, apareceu na porta com uma caixa de madeira nas mãos.
—É
de DeCharteres, senhoria — informou ao lacaio. —O senhor Quimby me disse que o
senhor tinha estado perguntando se tinha chegado algo e chegou logo em seguida.
O
alivio se apoderou de todo o corpo de Joseph. De repente sentiu tanta tranquilidade
que teve que fechar os olhos e tomar ar. «Já
era hora.»
Abriu
os olhos e indiciou ao lacaio que entrasse na habitação e deixasse a caixa
encima de seu escritório. Quando saiu, Joseph se aproximou da mesa e a
observou. Não se importava o que ela tivesse mandado, o fato de que ela tivesse
mandado algo já lhe dava esperanças
—DeCharteres?
—Dylan se aproximou do escritório, intrigado, mas sem entender nada ainda. —A
melhor floricultura de Londres manda agora ovos à nobreza? Ou talvez entre
tanta palha escondida há uma delicada flor para sua famosa estufa?
Joseph
estava muito ocupado tirando cachos de palha para responder-lhe. Queria ver o
que ela tinha lhe mandado. Finalmente descobriu um pote envolto em papel.
Quando o retirou, viu que tinha um aspecto lamentável. Suas folhas estavam
secas e destruídas pela terra seca. Se deu conta de que o pote simples continha
algo estava totalmente congelado e Joseph começou a rir.
Seu
amigo olhou a patética planta e levantou uma sobrancelha.
—Que
demônios é isto?
—Um
presente de uma jovem dama — respondeu ele entre risos.
Uma
planta gelada. Não tinha nenhuma nota, mas não fazia falta. Bem próprio de Demi
pensar em algo engenhoso e que lhe fizesse jus.
—Está
morta. — Dylan apontou o que era obvio olhando o aspecto que mostravam as
folhas negras. — E além do mais está congelada. —Olhou surpreso a Joseph. —Isto
é um presente de uma dama e você acha divertido?
—Sim,
muito — respondeu Joseph sorrindo enquanto se aproximava daquela planta tão
feia perto da chaminé. Colocou-a no centro da mesa. —Mas o que é mais
importante: é um fato incentivador. — Olhou por cima do ombro de seu amigo e
continuou: — Já que você esta vestido para a ocasião e me suplicou que te
distraia de suas excêntricas divas, pode me acompanhar.
—Claro,
mas aonde vamos?
—A
Haydon Rooms.
Agora
foi a vez de Dylan rir.
—Está
brincando. As Haydon Rooms são muito mundanas para ti, não acha? Estará repleto
de moças decentes procurando possíveis prometidos. Que homem razoavelmente
inteligente quer conhecer uma moça que pensa em casamento?
Joseph
se virou para olhar o amigo.
—Vamos
ver minha duquesa.
mesmo chateada com o sumiço de voces, postei,
nem deveria, mas como ontem terminei mais uma fic e isso me animou, ja q eu tava meio travada para escrever... espero q isso anime voces tambem
bjemi
Uhull,voltei. Tava sumida pq tinha mts coisas pra fazer,senti tanta falta de ler essa fic *-*
ResponderExcluirAdorei o Capítulo, esses joguinhos estão ficando interessantes kkk. Posta mais gataa.
Bjoss!!
"vamos ver minha duquesa" dei um berro de alegria, eu tô sumida pq minhas aulas voltaram e tb cortaram os fios da internet por engano aqui em casa
ResponderExcluirTambém consegui arranjar um tempinho para vir comentar :)
ResponderExcluirAdorei a parte final do capítulo, ele agora até vai apresentá-la aos amigos (ainda que o Dylan seja meio louquito hehe)
Posta mais :)