terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Prazeres Proibidos Capitulo 23 parte II

—Lady Sarah não poria nunca um de seus delicados pés em um lugar como esse. Antes ela morre. E tampouco acho que ela tenha sido capaz de me mandar uma planta morta. — Se interrompeu e estudou seu amigo durante um momento. —Você mudou de ideia. E escolheu outra. Me diga que sim, eu te rogo.
—Sim, sim é isso.
—Eu estou ouvindo como os anjos cantam, Tremore. Você não esta brincando, não? De qualquer modo, estou tão aliviado que não me importa. Então, quem é sua nova escolhida? Que tipo de futura duquesa vai a um baile nas Haydon Rooms e te manda uma planta morta? Não será uma moça do campo?
—Mais ou menos, mas seria mais preciso dizer que é uma moça do mundo.
—Fiquei intrigado.
—Eu sei — respondeu Joseph caminhando até a porta com seu amigo pisando nos calcanhares. —Estava convencido de que assim seria.
Demi pensava que a primeira vez que ia em um baile em Londres passaria o tempo sentada olhando como as pessoas dançavam, mas surpreendeu-se ao ver que se equivocava e que lhe solicitavam danças em varias ocasiões. Nenhum de seus parceiros podia se comparar com o homem que tinha lhe ensinado a dançar, mas ela não podia evitar pensar.
—Quanto tempo vai ficar em Londres, senhorita Lovato? —perguntou-lhe sir William Laverton enquanto participavam em uma quadrilha. —Já visitou algum museu?
—Sim, claro — respondeu ela tentando se concentrar em seu par e na porta do Haydon Rooms. Uma planta gelada simbolizava a recusa de alguns avanços, mas não sabia se Joseph iria aceitar sua resposta. Temia que aparecesse por ali em qualquer momento.
—Sendo filha de quem é, tenho certeza que encontrará museus fascinantes em Londres. — Sir William continuava falando e ela voltou a tentar se concentrar no que dizia e tratando de não bocejar. Seu par era bastante agradável, mas não á motivava. Era o tipo de homem que não lhe partiria o coração somente em olhá-la e que era incapaz de chegar a sua alma só em tocá-la. Deveria se alegrar disso.
A música parou de repente e todo mundo parou de dançar. Seu parceiro tinha o olhar fixo em algum ponto em cima de seu ombro e Demi se virou. Apesar de não usar seus óculos, não precisou para saber quem acabava de entrar.
Todos os sopros foram se silenciando e o são ficou em completo silencio. Inclusive aqueles que não o conheciam podiam distinguir que se tratava de um membro da nobreza. As pessoas começaram a se inclinar e a fazer reverencias diante dele como salgueiros balançando ao vento.
Ainda não podia vê-lo bem, Demi, notava que ele a estava olhando. Distinguia o bastante como para perceber de que tinha começado a caminhar até ela, mas tinha parado de repente.
Outro homem seguia a Joseph e parou ao seu lado. Um homem vestido todo de negro com a exceção da camisa branca. Tinha tal silencio que todo mundo podia ouvir o que dizia.
—Serio, Tremore —se queixou. —basta você chegar para acabar com a diversão. — Com um gesto de aborrecimento continuou. —Estão todos parados. Vamos, faz os que fazem os duques e lhe diz que podem continuar. Se não fazer isso, não vamos poder dançar com nenhuma das damas aqui presentes.
—Isso seria uma pena —respondeu Joseph e ela notou como ele continuava olhando-a. —Me viciei muito em dançar ultimamente.
Ele deixou de olhá-la um instante para saudar as pessoas ali reunidas.
—Podem continuar.
A música voltou a tocar e seu acompanhante continuou dançando com ela.
—O duque de Tremore —disse sir William em um de seus encontros. —Nossa pequena reunião não pode ter nenhum interesse para ele. Me pergunto o que faz aqui.
—Não posso nem imaginar —mentiu ela quando voltaram a se separar.
Demi continuou dançando com sir William e se manteve todo o tempo concentrada nos passos, mas quando a música finalizou, viu que Joseph e seu amigo estavam com os Fitzhugh. Não podia escapar dele.
—Senhorita Lovato— disse ele ao saudá-la, — é um prazer voltar a vê-la. Me permita que lhe apresente a este cavalheiro. — Apontou ao homem que estava ao seu lado. —Esse é Dylan Moore, meu mais querido e velho amigo. Moore, ela é a senhorita Lovato. Talvez tenha ouvido falar de Dylan, senhorita Lovato, é um dos melhores compositores da Inglaterra.
—Você exagera meu talento, Tremore. —O homem de negro lhe fez uma reverencia. —Tenho entendido que é uma grande viajante e que esteve em um montão de lugares exóticos, senhorita Lovato. Sir Joseph me contou suas aventuras no deserto com seu famoso pai. Realmente montou num camelo?
—Muitas vezes — respondeu ela evitando olhar Joseph. —Mas não há nada exótico nisso. Um dia a camelo e um é dolorosamente consciente de todos os músculos que tem no corpo. É tão pouco romântico como que te arrancassem um dente.
Todo mundo riu, inclusive Joseph, mas quando os músicos voltaram a tocar, sua expressão ficou seria.
—Eu gostaria de saber mais sobre camelos, senhorita Lovato. Se não tem outro compromisso, me concederia a honra de dançar comigo? —disse Joseph.
—Eu não acho… — se interrompeu, consciente de que todo mundo a estava observando e percebeu que não podia dizer que não. Se lhe rechaçasse o ofenderia publicamente diante de todas as pessoas.
—Claro, senhor — murmurou ela enquanto ele lhe oferecia o braço. —Será uma honra.
Demi foi pega por ele e lhe permitiu guiá-la até a pista de dança. Sentia como todo mundo os observava enquanto Joseph lhe colocava a mão em sua cintura e levantava a outra. Estava certa de que tropeçaria, assim que olhava para o solo.
—Me olhe, Demi. Não para o assoalho.
Ela optou por um ponto no meio. Fixou a vista em sua gravata e tentou não pensar que todo mundo os estavam observando. Mas seu medo a fazer o ridículo desapareceu quando começaram a tocar as primeiras notas da valsa, pois seu corpo se recordava de todas as vezes que tinham dançado juntos e o seguiu com facilidade.
—Me alegra ter finalmente a oportunidade de te ver com o vestido rosa — disse ele quando começaram a dançar. —Me lembro de quanto você estava contente no dia que o comprou.
Surpreendida, Demi o olhou diretamente nos olhos.
—Você se lembra disso?
—Claro. — Tinha algo em seus olhos, algo intenso e apaixonado. —Me lembro de tudo.
Ela podia sentir como tremia por dentro. Tinha medo. Tinha medo de ser sua paixão de hoje, mas não a de amanhã, medo do muito que lhe doeria se voltasse a confiar nele e se enganasse.
—Você esta linda —disse ele, —o rosa fica muito bem em ti.
—Não faça isso — lhe ordenou com a voz controlada. —Não me elogie, por favor.
—Muito bem. Mudarei de assunto e lhe direi o muito que gostei do teu presente. Eu o recebi agora a pouco e devo confessar que nunca em minha vida tinha me sentido tão aliviado ao receber algo.
Ele nem sequer piscou quando ela o olhou cética, nem quando suspirou como se não tivesse lhe acreditado.
—Estou dizendo a verdade, tem sido muito cruel receber a planta congelada durante três dias. Estava começando a perder a esperança de receber alguma resposta.
—Não era minha intenção lhe causar tal inquietude — comentou ela. —Essa coisa tinha que estar três dias no gelo para que estivesse totalmente morta.
Ele soltou uma gargalha e ela viu como um montão de gente se virava para olhá-los.
—Shhh — lhe repreendeu. —As pessoas estão nos olhando.
—Eu sei — disse ele sorrindo. —As palavras não podem expressar o feliz que fiquei em receber essa planta morta e congelada. É um sinal do muito que te importo.
—Feliz? —lhe atacou ela. —Me sinto decepcionada. Esperava que seus sentimentos tomassem outra direção, mas para tragédia do que para alegria.
—Nem muito menos. Talvez quando amanhã você receber minha resposta saberá que vivo dependente de conseguir sua atenção e seus favores.
—Oh, pare agora, Joseph! Não gosto quando você se comporta assim.
—Assim, como?
—Todos esses elogios e esse desenvolvimento de sentimentos. Cheira a falsidade e isso não é próprio de você.
—Já te disse que quando dou minha opinião sou sempre honesto. Eu não teria dito se não fosse verdade. Mas não culpo você por não acreditar em meus elogios — continuou antes que ela pudesse responder. —Depois de tudo, eu não tinha sido muito pretendente, falando de obrigações, de honra e de dever quando deveria ter falado da paixão, do romance ou do quanto são bonitos seus olhos.
—Cale-se! Você esta me deixando irritada.
—Você, Demi? A mulher que me atirou uma espátula na cabeça? Não posso acreditar.
—Não atirei em você de propósito — recordou-lhe. —Se você não tivesse feito, teria dado.
—Não tenho nenhuma dúvida.
Ela voltou a abaixar a vista até sua gravata, apertou os lábios e não disse mais nada.
—Por que você aborrecida comigo, Demi?
Ela não estava aborrecida. Só tentava se endurecer em frente a ele, mas a doçura de sua voz a estava deixando nervosa. O olhou nos olhos, afastou a vista e voltou a olhá-lo.
—Você foi ver o barão e disse-lhe que íamos nos casar. Como você pode dizer tal coisa se te rechacei claramente?
—Sim, fui ver a Durand. E não, não lhe disse que íamos nos casar. Como ele é teu parente mais próximo, disse-lhe que tinha intenção de me casar contigo e eu pedi permissão para te cortejar honrosamente. Isso é tudo.
—Eu sabia desde o início que ele aceitaria encantado tua solicitude.
—Sim, claro — admitiu ele tratando de não sorrir. —Mas já te confessei faz tempo como me aborreço quando me dizem não. Esperava que em algum momento você decidisse passar por alto meus defeitos e que aceitasse se casar comigo.
—Eu não quero me casar com você, já te disse isso. Por que você não pode aceitar?
—Porque não posso deixar de pensar em você. Em nossas danças, em nossas conversas, na primeira vez que te ouvir rir. Não posso deixar de pensar em nós dois, naquela noite em antika — disse ele com uma voz entrecortada que lhe chegou ao coração. —Me lembro de como tua pele estava fria a principio, de como sentia que aquecia medida que te acariciava. Me lembro do quanto você estava linda quando estava com a luz da lua refletindo em ti enquanto eu acariciava seus seios.
—Por favor. — Estava se ruborizando diante de todas aquelas pessoas.
—Me lembro de como você repetia meu nome uma e outra vez enquanto te tocava e de quanto eu gostava de ouvir você pronunciar, me lembro de como preencheu todos os meus sentidos até que eu já não podia nem pensar.
Ela engoliu um soluço de dor e de fúria.
—Você é cruel, Joseph — sussurrou-lhe chateada. —É cruel me dizer todas essas coisas quando ambos sabemos que a única coisa que te importa é a tua determinação.
—Ambos fizemos algo que odiamos fazer, Demi. Ambos perdemos o controle. Eu aceitei toda a responsabilidade porque eu sabia o que estava fazendo e não fui capaz de me deter. E você diz que eu sou cruel? Você nem sequer me permite reparar o dano que lhe fiz. Se estou decidido é só porque quero cuidar de você. É você que esta sendo cruel, Demi, ao me negar isso.
A dança acabou e a música parou. Enquanto a acompanhava junto aos Fitzhugh, ele desafiou todos os olhares e lhe sussurrou diretamente ao ouvido.
—Me lembro de tudo e não acredito que você tenha esquecido. E se você esqueceu, farei com que você se lembre. Juro por minha vida que eu farei.

a historia tem 26 capitulos ao todo, ou seja, falta pouco...e Joseph ta investindo pesado, acho que a Demi nao ira resistir por muito tempo.
comentem gente, a proxima historia volta a ser uma das que fiz.
bjemi

Um comentário:

  1. Agora até publicamente ele a corteja, isto está a avançar a largos passos e com o Joseph a ser tão querido, não dá para a Demi o recusar durante muito mais tempo :)
    Posta mais!!! :)

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