Quando
Joseph se foi, Demi jurou que não contaria os dias desde sua partida e cumpriu.
Não corria para a janela para olhar de antika cada vez que ouvia que se
aproximava uma carruagem. Não perguntou ao senhor Bennington se sabia quando
iria voltar. Não voltou a se aproximar da ala norte nem a passear pela estufa.
Mas
nada disso pode evitar que sentisse falta dele, que sentisse falta de suas
brigas verbais, suas danças a meia noite, suas negociações e seus beijos. Ela
se repetia constantemente que isso não lhe fazia nenhum bem, já que tanto se
ele voltasse como se não, ela iria embora, tentava recordar uma e outra vez
todas as palavras desagradáveis que ele tinha dito sobre ela com a esperança de
que isso a curasse de sua saudade, mas tampouco funcionou. Essa lembrança tinha
deixado de doer-lhe.
Decidida
não sentir mais sua falta, Demi se concentrou em seu trabalho. O armazenamento
de antika ainda estava cheio de peças para restaurar; logo, passava duas tardes
da semana com a família Fitzhugh e ocupava resto do tempo lendo tudo o que
encontrava sobre política inglesa, moda ou nobreza. Inclusive chegou a ler um
livro que encontrou na biblioteca da cidade sobre como preparar-se para ser uma
boa instrutora. A única coisa que Demi evitava com todas as suas forças eram os
jornais da sociedade. Não queria ler as especulações que tinham sobre Joseph e
sua futura prometida.
Seguido
as instruções de Joseph, o funcionário dos estábulos ensinou-lhe a montar em
cavalos. Dada sua experiência com os camelos, só foram necessários um par de
dias para que se sentisse cômoda na sela de montar, ainda continuava pensando
que era um invento totalmente ridículo.
Quando
chegaram as férias o senhor e a senhora Bennington foram passar o natal na casa
de seu sobrinho, em Wiltshire e lady Fitzhugh convidou Demi a Long Meadows. Ela
aceitou encantada e escreveu a Viola para informar-lhe de que ficaria alguns
dias a mais em Hampshire, Demi nunca tinha celebrado o natal na Inglaterra e
tinha muita vontade de comemorar essa festa com os Fitzhugh. Naqueles últimos
meses tinha tido muito carinho a essa família e eles a tratavam como se fosse
parte da família.
Em
sua primeira ceia de Natal inglesa, Demi comeu os pratos mais exóticos que
tinha visto em sua vida, ainda que para seus anfitriões eram mais que comuns. O
porco assado não conseguiu gostar, mas gostou do pudim de ameixas.
Os
Bennington retornaram a Tremore Hall para se despedir dela e desejaram-lhe uma
aventura melhor. No dia cinco de janeiro, o senhor Cox pagou-lhe o prêmio de
quinhentas libras. Já não tinha nada que a retese em Hampshire. Tinha chegado o
momento de ir embora.
Lady
Fitzhugh se escandalizou ao saber que Demi pretendia pegar a diligencia para ir
a Londres e insistiu que ficasse com eles em Long Meadows. Eles partiriam até
Londres no fim de poucos dias e podiam deixá-la em Chiswick sem nenhum tipo de
problema, assim poderia viajar com eles em sua carruagem. Demi aceitou o
convite. No mesmo dia cinco de janeiro, Joseph voltou para casa.
Ela
estava em antika, acabando de restaurar sua última peça, uma esquisita vasilha
samariana. Tinha passado todo o dia e grande parte de da noite recompondo-a e
já era quase meia noite quando acabou de catalogá-la.
Sob
o desenho que tinha feito podia ler:
«Vasilha redonda. Grupo
D: cerâmica rústica, fig. 16.2. Vasilha de Samada com adornos vermelhos e
negros; Adriático, século II. Villa de Drucus Aurelius, Wychwood, Hampshire.
1831».
Demi
olhou fixamente o desenho. Aquele era o último objeto da villa romana de Joseph
que iria restaurar. Talvez o visse em Londres, talvez algum dia visitaria seu
museu, mas aquela vasilha simbolizava o fim de seus dias em Tremore Hall e de
repente se sentiu desconsolada. Um futuro excitante lhe esperava e cheio de
possibilidades, mas quando pensava em Joseph tudo se desvanecia.
Fazia
muito tempo que já não sentia por ele aquela adoração estúpida do início. Agora
se tratava de algo muito mais profundo, tinha respeito e amizade. Também
desejo, isso sempre tinha estado ali. Um sentimento que fazia que ela se
derretesse como manteiga simplesmente ao imaginá-lo sem camisa ou se lembrava
dos fortes que eram seus braços quando a abraçou ou de como a tinham embriagado
seus beijos. Doía-lhe recordar essas sensações, doía-lhe tanto que era como se
um grande peso tivesse sido instalado em sua alma. Seu tempo juntos tinha
acabado. Tinha sido maravilhoso trabalhar ombro a ombro com ele, dançar, comer
no picnic, negociar sobre o tempo que ela iria ficar. Tinha sido mágico e
especial e pensar em sua partida era quase insuportável.
Uma
lágrima deslizou pelo seu rosto e bruscamente secou-a com um lenço. Tinha
jurado que nunca voltaria a chorar por ele e iria cumprir essa promessa.
Demi
viu que na chaminé, o fogo tinha se reduzido a brasas e começou a sentir frio.
Flexionou os dedos, cansados depois de um dia tão duro de trabalho e
ressentidos pela baixa temperatura de antika. Apoiou os cotovelos na mesa e
esfregou os óculos sob o vestido, tinha as mãos geladas e isso aliviou suas
pálpebras cansadas. Bocejou, era muito tarde, deveria ir dormir, os Fitzhugh
esperariam a primeira hora e tinha que madrugar.
A
porta se abriu. Demi levantou a cabeça e uma fria corrente de ar apagou as
velas de sua mesa de trabalho e reavivou as brasas do fogo. As chamas acenderam
o bastante para que ela pudesse ver quem estava de pé no umbral e logo voltaram
a se apagar.
Era
ele. Ela distinguia perfeitamente sua inconfundível silhueta no marco da porta,
seus grandes ombros pareciam um muro negro contra a prateada luz da lua.
—Eu
a vi aqui. — Fez uma pausa e enigmático, continuou: — Onde quer que fosse.
Demi
tossiu nervosa.
—Já
voltou. — Foi à única coisa que conseguiu dizer. Não se via capaz de formular
nada mais complicado. Quando ele entrou na habitação, ela se levantou e cruzou
os braços para se proteger do frio que tinha entrado ao abrir a porta.
Ele
a fechou e se apoiou nela, seu rosto permanecia na escuridão.
—E
a senhorita ainda está aqui — disse ele tranquilamente. —Pensei que já tinha
ido. Seu último dia de trabalho não era no dia vinte e três de dezembro?
Ele
não tinha tido nenhuma intenção de se despedir dela. Demi recorreu ao orgulho
para controlar suas emoções.
—Amanhã
vou para Long Meadows. Estarei ali duas semanas e quando os Fitzhugh forem à
cidade, me acompanharão a casa de sua irmã.
Ele
não respondeu e à medida que crescia o silencio entre eles assim como a raiva
dela.
—Quê,
não vai tentar para que eu fique senhoria? —finalmente disparou, irritada
diante de sua indiferença. —Não vai me falar de nossa amizade, de meus belos
olhos? —A voz lhe falhou. —Não vai se despedir nem me desejar sorte, como faria
com qualquer outro membro de seu serviço?
Ele
se afastou da porta e caminhou até ela como uma sombra cinza e negra.
—Deus,
Demi, de que acha que sou feito? —perguntou enquanto rodeava a mesa e ficava
atrás dela. —Acaso pensa que sou de pedra?
—Não
é isso que acha que eu sou feita? —atacou ela e tentou se afastar, mas ele não
permitiu.
Ele
colocou uma mão em seu ombro e com a outra acariciou-lhe o rosto e afastou uma
mecha de cabelo do rosto dela.
—Não,
não é de pedra — sussurrou-lhe, apertando-se contra suas costas. —Eu acho que
você é melhor como uma trufa.
—Obrigada
por me comparar com um cogumelo — disse ela e tratou de se soltar dos braços
para assim se separar um pouco dele.
Joseph
pôs a mão no outro lado do ombro para mantê-la onde estava e sua cálida risada
acariciou-lhe o rosto.
—Não
o vegetal — explicou ele e beijou-lhe o rosto, —o chocolate. É como uma trufa
de chocolate, doce, suave e deliciosa no interior, mas protegida por uma caixa
de papelão. — Deslizou suas mãos até as suas. —Uma trufa gelada, receio. Tem as
mãos congeladas.
O
calor de seu corpo contra o seu começava a fazê-la ficar com calor. Ela
preferia ter frio.
—Deixe
que eu te aqueça. — Ele soltou-lhe as mãos e deu-lhe a volta.
Tirou-lhe
os óculos e os guardou no bolsinho de seu avental. Pegou-lhe o rosto entre as
mãos e então baixou a cabeça e a beijou, mas parou.
—Eu
tentei ficar longe de você — disse-lhe, dando-lhe pequenos beijos nos lábios,
nas bochechas, na testa. —Se voltasse para me despedir não iria ser capaz de
resistir a isto. Demi, tem sido como uma sombra para mim durante estas seis
longas semanas te via em todas as partes. Não sou feito de pedra. Só sou um
homem e que Deus me ajude, não posso deixar de te desejar. Não me torture mais.
—Acariciou-lhe os lábios com a língua. —Me beija.
Ela
abriu os lábios embaixo dos seus e fechou os olhos se entregando. Fazia tanto
tempo… Ele tinha estado longe tanto tempo que ela já tinha esquecido da
sensação de sua boca sobre a sua.
Demi
pegou-lhe na aba de seu casaco e puxou-o, como resposta, ele aprofundou o beijo
saboreando-a consciente. Ela rodeou-lhe o colo e com os dedos, acariciou-lhe os
cabelos.
Ele
interrompeu o beijo e se afastou um pouco para olhá-la, parecia muito
determinado.
—Diga
meu nome — ordenou-lhe e baixou a mão até os nós de seu avental. Começou a desfazê-los.
—Joseph.
—Deixe
de me dar ordens, senhoria — disse ela e ficou na ponta dos pés para poder
beijá-lo. —Não estrague tudo.
Ele
tirou-lhe o avental e atirou-o sobre a mesa atrás dela.
Demi
ouviu como algo caia e se quebrava em mil pedaços contra o solo e supôs sem
nenhuma dúvida que acabava de quebrar a preciosa vasilha. Seu último dia de
trabalho desperdiçado. Começou a rir contra seus lábios.
—Você
quebrou.
—O
que era? —perguntou ele deixando de beijá-la e enterrando a cabeça no colo
dela.
—Uma
vasilha de Samada —suspirou ela, —do século II, de um valor incalculável.
Ele
desabotoou o casaco e a roupa pesada deslizou até seus pés.
—Me
arrependerei disso de manhã. —Voltou a beijar-lhe o colo. —Diga.
Demi
acariciou-lhe o tórax com as mãos notando seus poderosos músculos embaixo da
camisa e voltou a se sentir a excitação de suas antigas negociações.
—E
se eu disser que me oferece em troca, senhoria?
—Que
quer?
Ela
pensou naquele afresco, naquele casal, em como o homem acariciava o seio da
mulher, com seus corpos unidos e decidiu que tinha chegado o momento de ser
sincera consigo mesma e de reconhecer o que sentia.
—O
mesmo que você — respondeu e tentou desfazer-lhe o nó da gravata sem conseguir.
—Deixe-me
fazer. — Ele só demorou um segundo em afrouxá-la e a gravata caiu também no
chão. Tirou seu casaco e tirou a camisa.
Demi
não podia deixar de olhar-lhe, agora já não necessitava da luneta pra ver-lhe.
Tocou-lhe o peito e se deu conta de que estava quente embaixo de suas mãos.
Seus músculos eram duros como pedra, mas agora eram quentes. Ele não se mexia,
mas ela sentia como a observava enquanto ela traçava com seus dedos aquelas
formas que tantas vezes tinha desenhado. Apoiou as mãos em seu abdômen e se
inclinou para beijar-lhe o peito.
Ele
gemeu e agarrou-lhe os pulsos.
—Basta
— disse. —Agora, diga.
Ela
não queria dizer. Ainda soava estranho, parecia-lhe que era muito íntimo. Era
capaz de beijar-lhe o peito nu, mas não queria dizer seu nome e lembrar de seu
amor anterior. Aquele momento de paixão era real e também o desejo, mas não era
amor. Ela lhe desejava, queria viver esse momento e não ter que imaginá-lo,
como tinha feito quando ela o observava com a luneta. O olhou diretamente nos
olhos e sem dizer uma palavra, pegou-lhe na mão e colocou-a em seu peito.
Joseph
abriu a mão e ela suspirou. Uma doce sensação a inundou por completo, era como
se pelo seu corpo circulava uma corrente de mel quente. Ele acariciou-lhe os
seios e aquela suave excitação se transformou em uma necessidade desesperada.
Ela se afastou contra sua mão desejando mais.
Não
conseguiu. Ele se afastou, mas antes que pudesse protestar, notou como suas
mãos estavam desabotoando o vestido.
Quando
tinha soltado todos os botões, Joseph deslizou o vestido por seus ombros e
começou a beijá-la justo por cima do corpete.
—Meu
nome — sussurrou contra sua pele. —Farei com que você diga.
Ela
sabia que estavam a ponto de realizar o ato mais íntimo que pode haver entre um
homem e uma mulher, mas nem podia pronunciar seu nome. Negou com a cabeça e colocou
as mãos nos quadris para atraí-lo até si.
Ele
acariciava-lhe a pele nua de cima dos seios e Demi gemeu. Tratava de se agarrar
a mesa que tinha atrás, pois seus joelhos já não podiam sustentar-lhe. Ele
desabotoou-lhe o corpete e deixou seus seios totalmente descobertos, para logo
cobri-los com suas mãos.
Demi
podia ouvir os estranhos gemidos que saiam de sua própria garganta a cada
caricia. Ele moldou seus seios com as mãos fazendo-a arder de desejo, um desejo
que a impulsionou a arquear-se contra ele. Esfregou seus quadris com os seus e
o atrito ainda produziu mais prazer.
Essa
caricia pareceu acender algo nele, que deslizou o corpete pelos ombros e logo
começou a levantar-lhe a saia até a cintura. Ela sentiu o frio em suas pernas
desnudas e como as mãos dele ardiam contra suas coxas quando a levantou e a
sentou na mesa.
Podia
sentir seu pênis ereto contra seu joelho enquanto ele a acariciava suavemente
no interior de suas coxas.
—Sim,
sim — sussurrou para evitar dizer seu nome.
Apoiou
as mãos na mesa e se recostou nela; seus quadris se moviam ao ritmo das
caricias do homem. O vestido, que agora estava desabotoado, apertava-lhe
incomodamente os braços, mas não se importava.
Ele
abaixou-se e beijou seu umbigo, um beijo quente e molhado enquanto os dedos do
homem se dirigiam a um lugar que ela não podia nem falar, cada caricia mais
doce e insuportável que a anterior. Ele sabia, sabia o que Demi queria melhor
que ela mesma e a estava atormentando sem piedade.
—Diga
meu nome — respirou contra sua pele. —Diga Demi, diga.
Ele
a acariciou com o polegar e essa pequena caricia desatou algo nela a libertou
de todas as restrições e de todas as limitações que tinha se imposto desde o
dia em que o conheceu. Com a força com que um rio rompe uma represa, um prazer
puro, indescritível a inundou e não pode evitar fazer o que ele pedia.
—Joseph
—suspirou, —oh, por favor, oh, sim, sim.
Ele
ouviu como ela dizia seu nome em meio a outros sons incoerentes, súplicas e
gemidos que lhe demonstram como suas caricias a estavam afetando. Deus, ela era
tão doce.
Joseph
a acariciou até que ela teve outro orgasmo e então se colocou entre suas
pernas. Se aguentasse mais iria explodir. Nervoso, desabotoou suas calças e
separou-lhe um pouco mais as pernas dela.
—Demi
— disse e moveu as mãos atrás de suas costas para sentá-la na mesa.
Ela
se aproximou da borda da mesa e quando ele a sentiu, úmida e quente contra sua
ereção, só pode pensar em que tinha que possuí-la. Com um único movimento a
penetrou.
Ela
gritou um pouco, ele sabia que tinha-lhe machucado, assim resolveu se manter
quieto, mas Demi rodeou-lhe o colo com os braços, os quadris com as pernas e o
introduziu mais profundamente em seu interior. Joseph perdeu o pouco de
sanidade que ainda lhe restava. Acariciou-lhe os seios, beijou-lhe o rosto e
não parou de murmurar-lhe palavras sem sentido enquanto a penetrava com mais
força até chegar ao abismo. Quando alcançou o clímax caiu por esse abismo como
nunca antes tinha feito em sua vida.
Depois,
enquanto estavam tombados na mesa, com um braço dele em baixo da cabeça dela
para servir-lhe de travesseiro e cobertos com seu casaco para não sentirem
frio, ele se deu conta do que tinha feito.
Se
deu contas das inevitáveis consequências do que tinha acabado de acontecer.
naquela epoca se o homem dormisse com a mulher antes do casamento e ela sendo solteira...a coitada seria desonrada...ou seja.. JOE E DEMI FIZERAM MERDA!
bjemi