domingo, 28 de outubro de 2018

O Diário Secreto da Senhorita Demetria Cheever Capitulo 19 PENULTIMO


—Demetria, está certa de que se encontra bem? — Perguntou Selena quando Adam mandou chamar um servente. — Está muito estranha.
—Faz que venha sua mãe — grasnou Demetria. — Agora.
—É...?
Demetria assentiu com a cabeça.
—OH, Meu Deus! — Disse Selena engolindo saliva. — É o momento.
—Que momento? — Perguntou Adam com irritação. Então espionou a expressão aterrorizada de Demetria. — Por todos os Santos! Esse momento.
Cruzou com longos passos a sala e pegou a esposa nos braços, inconsciente do modo em que suas saias empapadas manchavam a fina malha de sua jaqueta.
Demetria se agarrou ao poderoso corpo, esquecendo todos seus votos de permanecer indiferente diante dele. Sepultou seu rosto na curva de seu pescoço, permitindo que sua força se filtrasse nela. Ia necessitála nas horas vindouras.
—Pequena tola — murmurou. — Quanto tempo você está aí sentada com dores?
Decidiu não responder, sabendo que a verdade só lhe proporcionaria uma reprimenda.
Adam a levou para um quarto de convidados que havia sido preparado para o parto. No momento em que a deitou na cama, Lady Rudland se precipitou dentro.
—Muito obrigada, Adam — disse rapidamente. — Mande chamar o médico.
— Brearley já se encarregou disso — respondeu, olhando para baixo, Demetria com expressão ansiosa.
—Bem, então, vá se mantiver ocupado. Tome uma taça.
—Não tenho sede.
Lady Rudland suspirou.
—Tenho que lhe explicar isso mais detalhadamente, filho? Vai!
—Por quê? —Adam parecia incrédulo.
—Não há lugar para os homens em um parto.
—Certamente houve suficiente lugar para mim antes — resmungou.
Demetria ruborizou com um profundo carmesim.
—Adam, por favor — rogou.
Ele a olhou.
—Quer que eu vá?
—Sim. Não. Não sei.
Ele colocou as mãos nos quadris e confrontou a mãe.
—Acho que deveria ficar. Também é meu filho.
—OH, muito bem. Só se aproxime daquele canto e fique fora do caminho. —
Lady Rudland agitou seus braços, espantandoo.
Outra contração pegou Demetria.
—Eeeengh — gemeu.
—O que foi isso? — Adam saiu disparado para o lado dela de um salto. — Isto é normal? Se ela estiver...
—Adam, calese! — Disse Lady Rudland. — Vai preocupála. — Inclinouse para Demetria e pressionou um pano úmido em sua testa. — Não de ouvidos, querida.
É absolutamente normal.
—Eu sei. Eu... — Fez uma pausa para tomar fôlego. — Poderia tirar este vestido?
—OH, Meu Deus! É obvio. Sinto tanto. Esqueci por completo. Deve estar tão incômoda. Adam venha aqui e me dê uma mão.
—Não! — Exclamou Demetria bruscamente.
Ele parou em seco e seu rosto ficou frio.
—Quero dizer, ou faz você ou ele — disse Demetria a sogra. — Mas não ambos.
—É o parto o que fala — disse Lady Rudland docemente. — Não está pensando com claridade.
—Não! Ele pode fazêlo, se você quiser, por que... Viume antes. Ou você pode fazêlo porque é uma mulher. Mas não quero que me olhe enquanto ele me vê. Não entende? — Demetria agarrou o braço da mulher mais velha com uma força inusitada.
Atrás, no canto, Adam reprimiu um sorriso.
—Deixarei que faça as honras, mãe — disse mantendo a voz inexpressiva para assim não começar a rir. Com uma brusca inclinação de cabeça, deixou o recinto.
Obrigouse a andar até a metade do corredor antes de deixarse levar pela risada. Que pequena coleção de escrúpulos tão graciosos tinha sua esposa.
De volta ao quarto, Demetria estava apertando os dentes ante outra contração quando Lady Rudland lhe tirou o vestido estragado.
—Ele foi? — Perguntou. Não confiava em que ele não desse uma olhadinha.
Sua sogra assentiu com a cabeça.
—Não nos incomodará.
—Não é um incomodo — disse Demetria, antes que pudesse pensar bem nisso.
—É obvio que é. Os homens não têm lugar durante o parto. É sujo e doloroso, e nenhum deles sabe o que fazer para ser útil. O melhor, é deixar que se sente do lado de fora e que reflitam todos os modos em que eles deveriam nos recompensar pelo árduo trabalho.
—Comproume um livro — sussurrou Demetria.
—Ele? Estava pensando em diamantes.
—Também seria agradável — disse Demetria fracamente.
—Deixarei cair uma indireta em seu ouvido. —Lady Rudland terminou de colocar Demetria na camisola e afofou os travesseiros atrás dela. — Pronto. Está cômoda?
Outra dor agarrou seu ventre.
—Não. Realmente — apertou entre dentes.
—Foi outra? — Perguntou Lady Rudland. — Meu Deus! Vêm muito seguidas.
Este pode ser um nascimento extraordinariamente rápido. Espero que o Doutor Winters chegue logo.
Demetria conteve o fôlego quando remontou outra onda de dor, assentindo com a cabeça seu acordo.
Lady Rudland tomou sua mão e a apertou com seu rosto enrugado com empatia.
—Se a faz sentirse um pouco melhor — disse, — isto é muito pior com gêmeos.
—Não o faz — ofegou Demetria.
—A faz se sentir um pouco melhor?
—Não.
Lady Rudland suspirou.
—Não pensei que o faria realmente. Mas não se preocupe — acrescentou animandose um pouco. — Tudo acabará logo.
Vinte e duas horas mais tarde, Demetria queria uma nova definição da palavra logo. Seu corpo inteiro estava sacudido pela dor, sua respiração vinha em estertores irregulares e sentia como se verdadeiramente não pudesse abastecer de suficiente ar a seu corpo. E as contrações continuavam vindas cada uma pior que a última.
—Sinto que vem uma — gemeu.
Lady Rudland imediatamente esfregou sua testa com um pano frio.
—Só empurra, amor.
—Não posso... Estou muito... Droga! — gritou usando o epíteto favorito de seu marido.
No corredor, Adam ficou rígido quando a escutou gritar. Depois de conseguir que Demetria mudasse o vestido manchado, sua mãe o levou para fora do alcance do ouvido e o convenceu de que seria melhor para todos se ficasse no corredor. Selena havia trazido duas cadeiras de uma sala próxima e diligentemente lhe fazia companhia, tentando não estremecer quando Demetria gritava de dor.
—Isso soou mal — disse nervosamente, tentando conversar.
Ele a fulminou com o olhar. Que palavras mais inoportunas!
—Estou segura que tudo terminará logo — disse Selena com mais esperança que certeza. — Não acredito que isto possa piorar muito.
Demetria gritou outra vez, claramente em agonia.
—Ao menos não acho que tanto — acrescentou Selena fracamente.
Adam enterrou o rosto nas mãos.
—Não vou voltar a tocála jamais — gemeu ele.
—Não vai voltar a me tocar jamais! — Ouviram o rugido da Demetria.
—Bom, não parece que terá muita discussão com sua esposa sobre esse assunto — gorjeou Selena. Deu uma tapinha no queixo com os nódulos. — Animese, irmão mais velho. Está a ponto de se converter em pai.
—Logo, espero — resmungou. — Não acho que posso suportar isto muito mais.
—Se você pensar que é ruim pense em como Demetria deve sentirse.
Cravou um penetrante olhar letal nela. De novo palavras inoportunas. Selena fechou a boca.
No quarto do parto, Demetria sustentava a mão de sua sogra em um apertão firme.
—Faça que pare — gemeu. — Por favor, faça parar.
—Terminará logo, lhe garanto.
Demetria puxoua para baixo até que estiveram quase cara a cara.
—Disse isso ontem!
—Desculpe Lady Rudland?
Era o Doutor Winters, que tinha chegado uma hora depois de as dores tivessem começado.
—Poderia falar com você?
—Sim, sim, é obvio — disse Lady Rudland, resgatando com cuidado sua mão da
Demetria. — Voltarei. Prometo.
Demetria assentiu sacudindo a cabeça e se aferrou aos lençóis, necessitava algo que apertar quando a dor alcançava seu corpo. Sua cabeça caiu de um lado ao outro enquanto tentava respirar fundo. Onde estava Adam? Será que ele não se dava conta de que precisava dele? Necessitava seu calor, seu sorriso, mas sobre tudo, necessitava sua força porque não achava que teria bastante por ela mesma para passar por esta dura prova.
Mas era obstinada e tinha seu orgulho, e não se sentia com ânimo para perguntar à Lady Rudland onde ele estava. Em lugar disso apertou os dentes e tentou não gritar de dor.
—Demetria? — Lady Rudland estava olhandoa com um gesto de preocupação.
—Demetria, querida, o Doutor diz que tem que empurrar mais forte. O bebe precisa de um pouco de ajuda para sair.
—Estou muito cansada — gemeu. — Não posso fazêlo mais. —Preciso do
Adam. Mas ela não sabia como dizer as palavras.
—Sim, pode. Se empurrar só um pouco mais forte agora, acabará muito mais rapidamente.
—Não posso... Não posso... Ohhhh!
—Isso, Lady Adam — disse o Doutor Winters energicamente. — Impulso agora.
—Eu... Oh, isto dói. Dói.
—Impulso. Posso ver a cabeça.
—Pode? — Demetria tentou levantar a cabeça.
—Shhh, não estire o pescoço — disse Lady Rudland. — De todos os modos não será capaz de ver nada. Confia em mim.
—Continue empurrando — disse o Doutor.
—Estou tentando. Estou tentando. — Demetria sujeitou fortemente seus dentes juntos e apertou. — É... Você pode... — Tomou umas baforadas gigantescas de ar. —
Qual o sexo?
—Não posso dizer ainda. — Respondeu o Doutor Winters. — Espere. Espere um minuto... Aqui estamos. — Uma vez que a cabeça surgiu, o corpo pequeno deslizou rapidamente. — É uma menina.
—É? — Demetria respirou e suspirou cansadamente. — É obvio que é. Adam sempre consegue o que quer.
Lady Rudland abriu a porta e colocou a cabeça ao corredor enquanto o Doutor olhava o bebê.
—Adam?
Elevou a vista com o rosto gasto.
—Terminou Adam. É uma menina. Tem uma filha.
—Uma menina? — Repetiu Adam. A longa espera no corredor tinha consumidoo, e depois de quase um dia inteiro escutando a esposa gritar de dor, não podia acreditar totalmente que havia terminado, era pai.
—É linda — disse sua mãe. — Perfeita em todos os sentidos.
—Uma menina — disse ele outra vez, sacudindo a cabeça maravilhado. Virou se para a irmã, que permaneceu ao seu lado ao longo da noite. — Uma menina. Selena eu tenho uma menina! — E logo, surpreendendo ambos, jogou os braços a seu redor e a abraçou.
—Eu sei, eu sei. — Inclusive Selena tinha problemas para conter as lágrimas nos olhos.
Adam lhe deu um último apertão, então voltou o olhar a mãe.
—De que cor tem os olhos? São marrons?
Um divertido sorriso se estendeu pelo rosto de Lady Rudland.
—Não sei querido. Não cheguei a olhála. Mas os olhos dos bebês frequentemente mudam de cor quando são pequenos. Provavelmente não saberemos com certeza até dentro de algum tempo.
—Serão marrons — disse Adam com firmeza.
Os olhos de Selena aumentaram ante o repentino conhecimento.
—Você a ama.
—Hmm? O que disse pirralha?
—A ama. Ama Demetria.
Maravilha, mas aquele aperto na garganta que sempre sentia ante a menção da palavra havia desaparecido.
—Eu... — Adam parou em seco, sua boca abriu ligeiramente em assombrada surpresa.
—A ama — repetiu Selena.
—Acho que sim — disse perplexo. — A amo. Amo Demetria.
—Já era hora que se dessa conta — disse sua mãe descaradamente.
Adam se sentou com a boca aberta, assombrado pela facilidade que sentia tudo nesse momento. Por que levou tanto tempo para darse conta? Deveria ter sido claro como o dia. Amava Demetria. Amava tudo dela, desde as sobrancelhas delicadamente arqueadas até as habituais brincadeiras sarcásticas e a forma que inclinava a cabeça quando sentia curiosidade. Amava seu engenho, a calidez, a lealdade. Inclusive gostava da forma que seus olhos ficavam levemente unidos. E agora havia lhe dado uma filha. Tinha jazido naquela cama e parido durante horas sob uma tremenda dor, tudo para lhe dar uma filha. As lágrimas brotaram de seus olhos.
—Quero vêla. — Quase se afogou com as palavras.
—O doutor terá a menina pronta em um momento — disse sua mãe.
—Não. Quero ver Demetria.
—OH. Bom, não vejo nada de mau. Espere só um segundo. Doutor Winters?
Ouviram uma maldição em voz muito baixa, e então deixaram o bebê nos braços da avó.
Adam abriu de repente a porta.
—O que houve?
—Está perdendo muito sangue — disse o Doutor com voz grave.
Adam olhou a esposa e quase tropeçou pela dor. Havia sangue por todos os lados; parecia sair dela e tinha o rosto mortalmente pálido.
—OH, Deus — disse com voz estrangulada. — OH, Demetria.
Dei a luz hoje. Ainda não sei seu nome. Não me deixaram segurála. Achava que poderia te colocar o nome de minha mãe. Era uma mulher encantadora e sempre me abraçava com força na hora de dormir. Seu nome era Caroline. Espero que Adam goste. Nunca falamos de nomes.
Estou dormindo? Posso ouvir todo mundo ao meu redor, mas parece que não posso dizer nada. Tento lembrar estas palavras em minha cabeça para assim poder escrevêlas logo.
Acho que estou dormindo.



e esta terminando a fic.....o que sera que ira acontecer? hmmmm

Um comentário:

  1. Ahh por favor posta logo não vou aguentar muito de curiosidade 😍🤔🙄
    Espero que ela não morra 🙂😣😐

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