— O quê? Por
quê? — Ele estava expulsando Demetria da suíte porque ela havia pedido o
divórcio? Isso não fazia sentido.
— Precisamos voltar para Lo Paradiso imediatamente.
Ela pulou da
poltrona, apertando o cobertor com força em volta do corpo.
— Aconteceu
alguma coisa?
— Meu pai teve
um infarto.
— Não. — O rei
Paul, não. — Como ele está?
— Estável, mas
precisa de uma cirurgia para colocação de um marca-passo. Está no hospital —
Joseph falava entre os dentes, com o olhar acusatório. — Está sozinho, sem a
família por perto, pois você resolveu vir para cá sem motivo algum.
— Onde está seu
irmão?
— A caminho,
agora que liguei para ele. O papai não permitiu que ligassem para ele e só
permitiu que me avisassem depois que ficou estável. Se você estivesse lá, isso
jamais teria ocorrido.
Ela engasgou.
— Não pode me
culpar por ele ter enfartado.
— Não, mas se
você estivesse lá, teria ligado para mim e para o meu irmão, apesar dos desejos
do meu pai. Ele não lhe daria ordens como a um criado.
— Tem certeza?
— Talvez o rei não tivesse solicitado sua submissão como se ela fosse uma
criada, mas ela se importava com ele e podia muito bem ter concordado para
evitar mais estresse.
Mas então ela
pensou que certamente faria o que julgasse correto... o que talvez fosse ligar
para Joseph. Ela e o resto da família estavam acostumados a contar com ele em
momentos de crise. Na realidade, sua primeira reação ao sentir as primeiras
dores abdominais teria sido recorrer a Joseph.
Ela havia
decidido tomar o curso contrário diante da necessidade de protegê-lo.
— Sim, tenho
certeza. Você teria me ligado, mesmo contra a vontade do papai — Joseph
respondeu, mostrando que a conhecia bem de todas as formas, menos da que mais
importava para ela.
Ele não sabia
do amor dela por ele e não podia se importar menos com sua existência, ela
admitira dolorosamente.
— Você foi
avisado agora — ela observou.
— E se ele
tivesse morrido? E se for pior do que o que ele me falou?
— Eu não
poderia ter controlado nenhuma das situações, e não tenho dúvidas de que você
já conversou com o médico e sabe exatamente quais são as condições do seu pai.
— Falei, e não
são boas. Você deveria estar lá — ele repetia, como
se essa traição fosse mais grave que o pedido de
separação.
— Não está
sendo justo. Sabe que eu precisava vir. Precisava conversar com você.
— Sobre quebrar
suas promessas. E, ainda assim, quando voltei da reunião, você já havia
decidido que a conversa podia esperar. O que era imperativo não foi tão
importante para você. Você partiu em um capricho egoísta e meu pai pagou por
isso. Eu fiz um péssimo cálculo quando a pedi em casamento — ele falou,
colocando um ponto final na discussão.
Entretanto, ela
estava muito tomada pela própria raiva diante da reação dele pela doença do pai
para sentir a dor que aquelas palavras teriam causado há algumas horas.
— Entendo por
que pensa dessa forma — ela falou, suspirando. — Mas ainda preciso lhe contar
algo.
— Não quero
ouvir.
— Você precisa.
O desdém da
expressão dele dizia tudo. Ele não ouviria as explicações dela.
— Vou sair em
dez minutos. Se quiser ir comigo, vista-se.
Demetria passou
as duas primeiras horas de voo remoendo a raiva. Ela escolhera um assento o
mais longe possível dele, sem se importar com o fato de ele ter demonstrado
satisfação com sua atitude. O comportamento dele era tudo, menos exemplar.
Quando dera
motivos a Joseph para ele acreditar que ela fosse caprichosa e egoísta? Ela
havia cumprido seu papel como princesa, ignorando suas necessidades pessoais
reiteradas vezes, mas, aparentemente, dois anos como a perfeita filha do
diplomata e aliado político viraram fumaça diante do primeiro ato que ele não
aprovava.
Será que ela,
como esposa, não merecia o mínimo de consideração? Mas ele deixou claro...
antes de tudo, ela era princesa. Seu papel como esposa era sempre ofuscado pelo
papel principal como sua futura rainha. Reconhecer isso arrasava o que ainda
restava do seu ego feminino.
Ela havia
demonstrado ousadia ao reorganizar sua agenda por algo que julgava importante e
ele destruíra tudo. Não apenas isso, ele simplesmente supôs que as razões para
ela pedir o divórcio teriam sido egoístas e falsas. Por quê? Como mulher,
sempre deu a ele tudo de que precisava, mesmo quando ele não notava. Quando foi
que ela tomou alguma atitude em relação a ele baseada no egoísmo? Mesmo a sua
decisão de casar-se com ele foi tomada com a consciência de que seria o tipo de
mulher que ele queria.
Ela o amava,
mas não teria se casado com ele se não soubesse que ele não a amava, caso não
conseguisse ser esse tipo de mulher. Olhando para
trás, para ver o quanto sofrerá pelo que era melhor para
ele, dedicando muito pouco tempo a si mesma, ela refletia se era masoquista ou
uma perfeita idiota, ou se tinha ambos os defeitos.
Mas ela havia
passado toda a vida tentando agradar as pessoas. Primeiro seus pais, cada um
com expectativas diferentes para a vida dela. Ela preencheria as da mãe, pois
seria a única forma de obter êxito.
A mãe dela
dissera várias vezes que a beleza e o porte de Demetria eram sua principal arma
e que ela devia usá-la com cautela. Isso foi fácil. A beleza física fora uma
providência divina, e porte era algo que uma filha de diplomata não poderia
deixar de ter na escola.
Esses atributos
chamaram a atenção de Joseph, mas mesmo suas maneiras perfeitas e seu
discernimento político não foram suficientes para balançá-lo nos votos do
casamento. Ele queria ter certeza de que ela não o desapontaria na cama e a
testou nesse quesito.
Joseph mão amou
Demetria quando a cortejou, pensando em casamento. Ele a beijava e tocava com
uma paixão animalesca, provocando respostas que ela aprendera a aceitar, mas
que inicialmente a chocaram e assustaram. Ficar tão à mercê dos desejos do seu
corpo ia de encontro à forma como fora criada, que demandava esconder os
sentimentos.
Na realidade,
ela provavelmente não teria permitido que seu amor por Joseph florescesse se
ele não tivesse provocado sua sensualidade latente. Ela ultrapassou suas
barreiras emocionais e deixou seu coração totalmente sob a influência dele.
Agora ela
pagaria o preço por sua fraqueza.
A
vulnerabilidade sempre tinha um preço. Seu pai vivia repetindo isso, e sua
mãe... pensaria em palavras diferentes? Mas ela não teve forças para impedir-se
de apaixonar-se pelo príncipe que tinha um coração feito de pedra.
O custo desse
amor era seu coração despedaçado.
Saber da doença
do rei Paul aumentou o nível de sofrimento do seu coração. Ela amava o sogro de
uma forma que nunca amou o próprio pai. E o rei Paul a aceitara de uma forma
como seu pai nunca o fez. Ele admirava sua força feminina e sempre falava isso
a ela.
Quando ele
pensou que ela estivesse sendo negligenciada, fez comentários sobre o
comportamento de Joseph em relação aos seus deveres de uma forma nada elogiosa.
Ele foi seu aliado por três anos e, se o perdesse agora, ficaria arrasada. E
isso também significaria que a necessidade de Joseph de ter um herdeiro viraria
uma urgência.
Joseph falou
que o estado do pai era estável, mas ela sabia o quanto os problemas de coração
podiam ser imprevisíveis. Por mais que considerasse as acusações de Joseph
injustas em relação a ela, se soubesse
que a saúde do sogro estava ameaçada, teria esperado o
retorno do marido de Nova York para falar sobre o fim do casamento.
Porque adorava
o rei Paul, que era um pai melhor que seu pai biológico jamais fora, e não
permitiria que ele fosse parar sozinho em um quarto de hospital, preocupado com
a própria vida.
As lágrimas
dela foram suficientes para fazer seu coração tremer. Além disso, ela ainda se
ressentia da forma como Joseph havia acabado com qualquer esperança de ela
significar algo mais em sua vida do que um corpo na cama e uma aliada.
Ela,
honestamente, não pensava que poderia suportar uma guerra silenciosa contínua
com o marido. Porém, quando falasse sobre a endometriose, pelo menos isso teria
fim. Ele ficaria um pouco desapontado. Poderia até vê-la como uma total derrota
feminina, como ela mesma se via, mas não ficaria mais furioso.
A raiva de
Demetria dizia que ela não devia se importar, mas seu coração estava muito
sensível, devido às feridas recentes, para suportar mais, e ela era esperta
para perceber isso. Além disso, era totalmente possível que não conseguisse
mais esconder a dor física causada pela endometriose quando ficasse menstruada.
Pelo menos, se
contasse agora, não teria de lidar com as revelações em um momento delicado
para fazê-lo. A cada mês piorava e, até fazer a cirurgia, continuaria assim.
Embora ele provavelmente não fosse gostar de ouvir a verdade, não poderia ser
pior que ele acreditar que ela o estava abandonando por egoísmo.
Ela se moveu
para sentar-se ao lado dele, irritada, e a necessidade de deixar as coisas
claras entre ambos ainda brigava dentro dela.
— Joseph.
Ele olhou para
ela com um frio olhar.
— Oi.
Lembre-se de
diplomacia e tato, ela dizia a si mesma.
— Não quero
preocupá-lo ainda mais, porém...
— Então não me
preocupe.
— O quê? — ela
perguntou, sem esperar uma interrupção desse jeito. Afinal, apesar da forma
como ele agira mais cedo, ele também fora treinado a manter a diplomacia desde
a infância.
— Está querendo
me contar por que quer se divorciar, não é?
— Sim.
— Não conte.
— Mas eu
preciso.
— Não quero
ouvir.
— Mas...
— Você terá o
divórcio, Demetria, mas espere até a saúde do meu pai ficar estável o
suficiente para suportar a notícia de que sua adorada nora tem pés de argila.
Até lá, continuaremos com a fachada do nosso casamento. Capice?
— Não, não
entendo. Não entendo nada — ela admitiu, confusa pela terceira vez em uma noite
pelas reações dele. Era como se ele fosse um homem totalmente diferente do que
aquele que havia se casado com ela. — Pensei que tivesse dito que nosso
casamento só terminaria por cima do seu cadáver.
— Mudei de
ideia.
— Posso
perceber, mas por quê?
— Você não foi
a única a ficar entediada pelo protocolo, mas eu não fiz nada para você pensar
que eu seja um idiota por causa dos meus deveres.
E ela pensou
que estivesse acostumada com muita dor. Que piada! Ela sentia como se seu
coração estivesse sendo arrancado do peito.
— Eu nunca
falei que estava entediada.
— Mas eu estou.
— Ele fez um gesto com as mãos que indicava que seu casamento não significava
nada. — A verdade é que estou muito contente em lhe conceder o divórcio, mas
como eu disse... terá que esperar até a melhora do meu pai. Acredito que possa
viver com essa limitação.
— Você quer o
divórcio? — ela perguntou, registrando apenas essas palavras.
Essa era a pior
situação que poderia prever. Ela pensou que pudesse ser possível que ele
aceitasse a solução dela com dolorosa resignação, mas nunca imaginou que daria
boas-vindas a ela. Que ele havia ficado entediado ao seu lado.
— Você é linda,
Demetria, mas um homem precisa de algo mais que um rosto lindo e maneiras
impecáveis à mesa para amenizar a perspectiva de toda uma vida em comum. Quando
você começou a me rejeitar na cama, seu papel caiu muito na minha vida. Como eu
disse, eu teria mantido o casamento para cumprir minha promessa. Mas não vou
lutar por um casamento que, na realidade, não quero.
— Não quer
continuar casado comigo? — ela perguntou, sem forças, precisando que ele
revisse as palavras.
— Por que a
surpresa? Você sente o mesmo.
— Eu... sinto?
— ela perguntou estupidamente, sem conseguir pensar.
— E sequer tem
a força de caráter para pôr isso para fora — ele falou, tratando as palavras
dela como confirmação, em vez de dúvida. —
Engraçado, sempre pensei que sentia mais por você que
isso, mas não vou fingir um desgosto que não sinto.
— Mas antes...
— Deixei que
meu orgulho ditasse as palavras. Certamente não estava reagindo de acordo com o
que queria.
Sentindo-se
enjoada por conta de um verdadeiro desgosto pesando no estômago, ela se
levantou.
— Então, acho
que não preciso falar mais nada.
— Nada que eu
queira ouvir.
Ela assentiu
rispidamente, surpresa com a força do coração humano, que conseguia suportar
tanta dor sem sucumbir, e sangrando por dentro.
Joseph observou
a esposa cambalear até o assento e teve vontade de jogar algo para o alto.
Droga, por que ela parecia tão perturbada? Ela queria o divórcio. Fora ela que
conhecera outra pessoa.
E queria contar
isso a ele. Como se os detalhes fossem amenizar a infidelidade dela.
Provavelmente
contaria a ele que se apaixonara, que não conseguira evitar. Ele já tinha
ouvido isso antes de amigos e conhecidos de todo o mundo. Mas raramente os
votos de amor faziam com que essas pessoas do círculo político chegassem ao
divórcio.
Ele entendia
que sua madrasta precisou abandonar seu pai, mas nunca compreendeu o fato de
ter ido tão longe e exigido o divórcio. Ela não se casou novamente... e certa vez
ele ouviu quando ela comentou com alguém que jamais se casaria. Então, por que
arrastar o nome da família na lama?
Por um
princípio?
Ele tinha tanta
certeza de que Demetria não faria nada tão ousado que nunca contou com a
possibilidade de ela conhecer outra pessoa.
Talvez, de uma
forma arrogante, ele tenha suposto que fosse suficiente para os dois, na cama e
fora dela. Estava errado. Então, por que ela agia como se as palavras dele a
tivessem arrasado?
Ele as falou
para salvar sua pele. Elas saíram no impulso, totalmente inesperadas, quando
ele percebeu que ela estava prestes a contar que tinha outro homem. Ele não
estava orgulhoso de mentir. Era um homem honesto e isso o envergonhava, mas não
se arrependia.
Seu orgulho
fora dilacerado pelo pedido de divórcio e pela consequente percepção da
confirmação de todos os seus receios pela falta de interesse sexual de
Demetria. Ela havia conhecido outra pessoa e queria se divorciar dele, do
príncipe Joseph Scorsolini, por causa dele.
Não havia outra
explicação possível para as revelações da noite.
Saber disso o
deixara furioso o bastante para querer matar, mas
não era Demetria que queria ferir. Era o homem que levou
sua suave esposa a uma paixão que obviamente fora além do que o que eles tinham
juntos. Joseph mal podia crer que isso era possível. A maior mentira que disse
a Demetria foi que havia se entediado a seu lado. Ele continuava a desejar seu
corpo, mesmo com a recente falta de disponibilidade sexual dela. Na realidade,
isso chegou a desafiá-lo tanto quanto a decepcioná-lo. Era o predador natural
que havia nele, que desejava caçá-la quando ela se esquivava.
Ele ficava
doente de raiva ao reconhecer que se esforçava para seduzi-la e ela queria
outra pessoa. Ainda assim, ele não acreditava que havia falado aquelas palavras
a ela. Não porque não pudesse ser tão rude quanto todos os seus ancestrais que
colonizaram Isole dei Re, mas porque as palavras não correspondiam à verdade.
Ele havia ficado surpreso e resolvera adotar essa linha de defesa.
O casamento
deles nunca fora apenas sexo, embora para ele esse aspecto fosse de suma
importância. Para qual homem não era? Mas ela confiava nele. E como o veria?
Ele não passava de um corpo na cama dela e de uma forma de atender às
necessidades de alpinismo social da mãe dela.
Mas quem seria
o homem? Não era um João-Ninguém, certamente. Um americano. O que justificaria
as frequentes viagens dela aos Estados Unidos. Não seria difícil para o
detetive Hawke encontrar um nome. Por alguma razão, a ideia de descobrir os
detalhes por conta própria não parecia tão dolorosa quanto a de saber por ela.
Talvez porque se sentisse no controle enquanto estivesse reunindo as
informações.
Joseph ainda
não sabia o que faria com os dados que viesse a obter.
O desejo de
vingança era latente dentro dele.
Ele arrasaria o
outro homem? Faria qualquer coisa para impedir que Demetria fosse feliz ao lado
dele? Tudo o que tinha a fazer era recusar o divórcio. Não era fácil terminar
um casamento com um membro da família real de Isole dei Re.
Denise só
conseguiu com o pai dele porque o casamento aconteceu na Itália e, ainda assim,
porque ele não contestou ou negou sua infidelidade.
Joseph não
sabia se agiria da mesma forma. Falou a Demetria que não ficaria preso a uma
relação que não queria. Isso era verdade... mas não era verdade que não queria
o casamento. Ele não sabia se poderia tocá-la novamente, sabendo que seu corpo
havia pertencido a outro homem, mas também não sabia se conseguiria deixá-la.
E reconhecer
isso o amargurava, tornando-o ainda mais furioso do que o fato de saber da
infidelidade dela.
Eles chegaram a
Lo Paradiso de madrugada e foram direto para o
hospital.
Demetria tentou
descansar no avião, mas era impossível dormir com aqueles pensamentos, que
oscilavam entre o desejo de Joseph de se divorciar e o rei Paul doente em um
hospital. Ela pensava que nada poderia ser pior que saber que tinha
endometriose com grande chance de total infertilidade.
Estava errada.
Saber que não tinha alternativa a não ser deixar Joseph havia doído, mas
descobrir que ele queria terminar... que ele estava entediado com ela havia
arrasado Demetria. Ela não tinha mais dúvidas de que não era uma sobrevivente
em sua guerra particular. Seu coração estava morto no seu corpo.
Mas se estava
morto, por que ainda doía tanto?
Quando eles
chegaram ao hospital, Joseph segurou o braço dela para impedir que entrasse na
limusine.
— Demetria...
Ela não olhou
para ele. Não podia.
— O quê?
— Minha família
está passando por muito estresse agora.
— Sim — ela
também estava, mas ele deixou dolorosamente claro que não se importava.
Ela teve a
audácia de pedir o divórcio e isso a tornava persona non grata.
— Não quero
estressá-los ainda mais com as notícias de nosso iminente rompimento.
Ele precisava
colocar as coisas assim, como se não pudesse esperar para livrar-se dela?
— Claro.
— Espero que se
comporte como sempre comigo.
— Certamente
não teremos problemas em manter as aparências — ela olhou para ele. — Não é
como se tivéssemos um casamento como os de seus irmãos. Ninguém espera que
sejamos carinhosos.
Ela puxou a mão
com raiva e entrou no carro, com a máscara pública firmemente no lugar.
Esperava-se
isso dela. Ela faria sua parte para mostrar uma aparência de solidariedade. Ela
levantou a cabeça, seu corpo a apenas alguns centímetros do dele, mas podia
muito bem ter sido um quilômetro.
Quantas vezes
caminhou ao lado dele desejando que ele a envolvesse com o braço ou lhe desse a
mão... para mostrar a ela de alguma forma que sentia uma ligação entre ambos?
Mas ele nunca agiu assim. Ela ficava furiosa consigo mesma, mas desejava aquele
apoio físico ainda mais agora.
Ela não tinha ideia do que encontrariam no hospital e.
estava assustada, com o coração em frangalhos.
Eles caminharam
para o prédio e cruzaram um batalhão de repórteres.
Ela escondeu o
rosto com as mãos, mas seus pés vacilaram e ela teve de se esforçar para
continuar andando.
De repente, o
corpo forte de Joseph estava ali, protegendo-a dos jornalistas, seu braço forte
em torno dos ombros dela.
Embora sentisse
que estava se apoiando no inimigo, ela aproveitou o conforto do escudo humano
que ele oferecia e deixou que ele a conduzisse pelos ávidos jornalistas. Ela
não conseguiu deixar de pensar que seria assim ou pior, caso a imprensa
soubesse que ela não poderia engravidar sem fertilização in vitro.
Que tipo de
perguntas acusatórias fariam a ela e Joseph?
Ela não se
importava em pensar nisso. Não se quisesse manter a sanidade diante da saúde do
rei Paul.
Quando eles
entraram no hospital e a porta se fechou, Joseph a soltou, como se não
suportasse ficar perto dela por mais nenhum segundo.
Eles caminharam
em silêncio. O próprio diretor veio recebê-los e os levou à área destinada à
família real. Ele e Joseph conversaram, mas, quando ela notou que ele não dizia
nada diferente sobre a condição do sogro, deixou os homens a sós.
Em algum lugar,
por trás daquelas silenciosas paredes, seu sogro lutava pela vida. Estável ou
não, seu estado não era seguro, se tinha de passar por uma cirurgia para
colocação de marca-passo. Ela já ouvira falar de pessoas perfeitamente
saudáveis que haviam enfartado pela segunda vez durante esse tipo de cirurgia.
Ela só podia agradecer pela primeira não ter matado o líder do país.
capitulo fresquinho...estão odiando o Joseph ne? hehehe mas logo ele vai meio que se dar mal..nao falo mais nada
Posta mais por favor!!!! Estou amando
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