sábado, 20 de janeiro de 2018

O Amor é Cego Capitulo V parte 1

— Peço desculpas por sua noite acabar mais cedo por causa do meu cabelo — disse Demetria quando a carruagem começou a se movimentar.
Uma risadinha espocou dos lábios de Joseph.
— Você não tem de pedir desculpa alguma, afinal fui eu o principal responsável pelo estrago.
— Isso é verdade! — disse Demetria, concordando com a cabeça, mas não parecendo nada aborrecida com isso. Dando um sorriso tímido, ela perguntou então: — Foi sincero o que você disse?
— Quando?
— Que não é para evitar o escândalo que você quer se casar comigo?
Joseph sorriu. Demetria tinha o semblante carregado e apertava muito os olhos na tentativa de vê-lo melhor. Era evidente que se sentia insegura e que sua resposta era muito importante para ela.
— Estar casado com você é o que eu mais quero, querida.
Ela abriu um largo sorriso que iluminou o seu rosto tal qual o sol que brilha após uma tempestade. Joseph sentiu um nó na garganta.
— Então por que não me beija para selarmos nosso compromisso?
Ele se derreteu diante de pergunta tão direta, mal acreditando no que ouvira:
— O quê?
— Adoro quando você me beija — Demetria explicou — e não me importaria nem um pouco se você quisesse me beijar agora.
— Melhor não.
— Por quê? Você não gosta de...
— Claro que gosto!
— Então por que não me beija?
Joseph franziu a testa.
— Essa é uma pergunta que a maioria das mulheres não faria.
— Eu não faço parte dessa maioria. Além disso, meu pai sempre diz que quem não pergunta nunca fica sabendo. E eu quero saber. Por que você não me beija se é o que nós dois desejamos?
— Porque, se eu a beijar, vou querer tocar em você.
— Eu gosto quando você me toca — Demetria não hesitou em dizer.
— Só que se eu tocar em você — Joseph completou —, vou querer fazer amor com você.
— Acho que também vou gostar.
Joseph levantou uma sobrancelha.
— Você acha que vai?
— Bem... — Demetria hesitou por um momento, mas resolveu perguntar: — Não foi amor o que você fez comigo na noite do incêndio?
— Não — respondeu Joseph, em um tom hostil ao se lembrar daquela noite. Por um lado, parecia ter acontecido há muito tempo; por outro, era como se tivesse sido um minuto atrás. Ainda tinha na boca o gosto dos beijos dela e quase podia sentir o clamor do corpo se mexendo ao toque de suas mãos. Céus, estava tendo uma nova ereção só de lembrar. Estava claro que ele não tinha autocontrole algum quando Demetria estava por perto.
— Não foi? — Demetria estranhou. — Então o que foi o que fizemos?
— Foi... foi... — Joseph não sabia por onde começar. — Sim, foi mais ou menos. Mas não foi... — Ele fez uma pausa e dirigiu um olhar terno para ela. — Será que ninguém explicou essas coisas para você?
— Não. — Demetria balançou a cabeça e encolheu os ombros. — Não se preocupe, milorde. Não precisa falar sobre isso se não se sente à vontade. Tenho certeza de que Taylor vai me explicar tudo no dia do casamento.
Josep sentiu-se horrorizado ante essa possibilidade. Aquela mulher faria terrorismo com Demetria, contando-lhe histórias que a encheriam de medo e ansiedade. A noite de núpcias acabaria sendo um pesadelo se ele tivesse de passar acalmando-a e confortando-a. Não poderia permitir que coubesse a Taylor explicar a Demetria os detalhes do que se passava entre um homem e uma mulher. Outra pessoa teria de fazê-lo.
— Vou pedir a minha mãe que converse com você — Joseph decidiu. — Se Taylor tomar a iniciativa, diga a ela que não há necessidade e não ouça nada do que ela tenha a dizer.
— Ah, não — disse Demetria, balançando a cabeça resoluta. — Ficaria muito sem-graça de conversar com sua mãe sobre essas coisas. Além disso, seria um insulto para Taylor se eu não a deixasse falar. Sabe, começo a pensar que há mais motivos para se ter pena de Taylor do que para não se gostar dela.
— Não vou deixar que ela a assuste com histórias de sangue e dor e...
— Fazer amor causa sangue e dor? — Demetria perguntou assustada.
— Não, claro que não — disse prontamente Joseph, com raiva de si mesmo por falar demais.
— Por que disse isso então? Há ou não há sangue e dor? Você não quer é que eu saiba!
— Droga! — Joseph resmungou.
Demetria estava visivelmente ansiosa, e ele não sabia como consertar a situação.
— Demetria ... — Joseph começou a falar, mas foi interrompido por ela.
— Não, milorde, você não pode me enganar. Preciso saber a verdade, mas não quero lhe causar qualquer desconforto. Perguntarei a Taylor quando ela e meu pai voltarem para casa. Talvez isso até nos aproxime e possamos nos tornar amigas.
Por Deus! Joseph endireitou o corpo e disse com firmeza:
— Não permito que você fale com Taylor.
— Ainda não somos casados, milorde. Não preciso que me permita o que quer que seja.
Joseph arregalou os olhos diante do pouco caso dela a uma ordem sua.
— Você pretende me desobedecer e me desafiar dessa maneira quando estivermos casados?
— Receio que sim — Demetria admitiu, quase que se desculpando, e então acrescentou: — Mas não é para desafiá-lo, é só quando não concordar com o que você me pede.
Joseph soltou urna gargalhada, e Demetria o encarou, curiosa.
— Você não está zangado comigo?
— Não — disse Joseph, rindo. — Na verdade, desconfio que muito poucas mulheres tenham a intenção de obedecer ao se casarem. Só achei graça de você admitir com tanta franqueza.
— Ora, tento sempre ser honesta, milorde.
— Certo. — Joseph suspirou e endireitou os ombros. — Se eu mesmo lhe contar, você me promete que não vai permitir que Taylor a assuste?
— Prometo.
— Muito bem, então vou pensar na melhor maneira de explicar tudo para você. — Ele recostou-se e refletiu por onde deveria começar. Pensou... e pensou... e pensou.
— Milorde, não vai me dizer nada?
Joseph suspirou constrangido e balbuciou:
— Estou pensando.
E estava mesmo quebrando a cabeça. Não cabia ao homem explicar sexo a uma donzela. Mas se não o fizesse, tinha certeza de que Taylor transformaria sua noite de núpcias em um tormento.
— Talvez eu possa ajudar, milorde.
Joseph piscou os olhos diante da sugestão, fitando-a curioso. — Como?
— Bem, não sou tão ignorante assim — disse Demetria, acrescentando: — Cresci no campo e vi muitos garanhões cobrirem éguas.
— Não é bem assim que acontece entre homens e mulheres — Joseph apressou-se a esclarecer.
— Como não? Certa vez, surpreendi o cocheiro que cuida do estábulo com a criada que fora buscar leite em cima de um fardo de feno no celeiro e...
— Por favor, pare, Demetria — Joseph sussurrou, pois sua mente dera um salto, projetando uma imagem de Demetria vestida de criada debruçada sobre um fardo de feno, com a saia levantada até a cintura e ele envolvendo-a por trás. Afastando a imagem da mente, ele respirou várias vezes fundo e procurou corrigir o que dissera, explicando: — Pode ser desse jeito, mas não na primeira vez. Na primeira vez é melhor que os dois estejam um de frente para o outro.
— Entendo — Demetria murmurou e ele estava quase respirando aliviado por terencerrado o assunto quando ela perguntou: — Por quê?
Joseph pigarreou e respondeu:
— Porque a primeira vez talvez não seja muito confortável para você.
— A sua primeira vez foi desconfortável? — Demetria quis saber.
— Não.
— Então por que a minha seria?
Era uma pergunta mais que razoável, só que Joseph não tinha a menor intenção em entrar em detalhes. Não sabia por onde começar e não queria nem sequer tentar, até que ela disse:
— Está bem, milorde. Vou mesmo perguntar para Taylor.
Rapidamente ele endireitou o corpo e disse:
— Você tem uma... Há uma... É melhor mesmo perguntar a Taylor — finalmente admitiu, sentindo-se um completo idiota. Seria mais fácil fazer a demonstração prática, muito mais do que tentar explicar. A parte de seu cérebro que continha tudo de impróprio, de indecoroso começou a provocá-lo para que fizesse a demonstração naquela noite mesmo, assim não teria mais de se preocupar que Demetria pudesse se recusar a se casar na semana seguinte.
— Desse jeito?
— Hum? — Tirado de seus pensamentos, Joseph viu que Demetria o fitava.
— Ficaríamos nos encarando assim? — ela perguntou.
— Não, você deitada de costas na cama e eu em cima de você —Joseph respondeu automaticamente, já lhe passando pela cabeça a expressão dela cheia de excitação como naquela outra noite.
— Por que eu devo estar deitada de costas?
Joseph olhou para ela, tentando se concentrar e lutando para tirar as imagens que lhe vinham à mente. 


hey gente

Um comentário:

  1. Hahahahahaha Socorro
    Essa conversa deles foi sensacional, tô rindo muito

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