—
Peço desculpas por sua noite acabar mais cedo por causa do meu cabelo — disse Demetria
quando a carruagem começou a se movimentar.
Uma
risadinha espocou dos lábios de Joseph.
—
Você não tem de pedir desculpa alguma, afinal fui eu o principal responsável
pelo estrago.
—
Isso é verdade! — disse Demetria, concordando com a cabeça, mas não parecendo
nada aborrecida com isso. Dando um sorriso tímido, ela perguntou então: — Foi
sincero o que você disse?
—
Quando?
—
Que não é para evitar o escândalo que você quer se casar comigo?
Joseph
sorriu. Demetria tinha o semblante carregado e apertava muito os olhos na
tentativa de vê-lo melhor. Era evidente que se sentia insegura e que sua
resposta era muito importante para ela.
—
Estar casado com você é o que eu mais quero, querida.
Ela
abriu um largo sorriso que iluminou o seu rosto tal qual o sol que brilha após
uma tempestade. Joseph sentiu um nó na garganta.
—
Então por que não me beija para selarmos nosso compromisso?
Ele
se derreteu diante de pergunta tão direta, mal acreditando no que ouvira:
—
O quê?
—
Adoro quando você me beija — Demetria explicou — e não me importaria nem um
pouco se você quisesse me beijar agora.
—
Melhor não.
—
Por quê? Você não gosta de...
—
Claro que gosto!
—
Então por que não me beija?
Joseph
franziu a testa.
—
Essa é uma pergunta que a maioria das mulheres não faria.
—
Eu não faço parte dessa maioria. Além disso, meu pai sempre diz que quem não pergunta
nunca fica sabendo. E eu quero saber. Por que você não me beija se é o que nós
dois desejamos?
—
Porque, se eu a beijar, vou querer tocar em você.
—
Eu gosto quando você me toca — Demetria não hesitou em dizer.
—
Só que se eu tocar em você — Joseph completou —, vou querer fazer amor com
você.
—
Acho que também vou gostar.
Joseph
levantou uma sobrancelha.
—
Você acha que vai?
—
Bem... — Demetria hesitou por um momento, mas resolveu perguntar: — Não foi
amor o que você fez comigo na noite do incêndio?
—
Não — respondeu Joseph, em um tom hostil ao se lembrar daquela noite. Por um
lado, parecia ter acontecido há muito tempo; por outro, era como se tivesse
sido um minuto atrás. Ainda tinha na boca o gosto dos beijos dela e quase podia
sentir o clamor do corpo se mexendo ao toque de suas mãos. Céus, estava tendo
uma nova ereção só de lembrar. Estava claro que ele não tinha autocontrole
algum quando Demetria estava por perto.
—
Não foi? — Demetria estranhou. — Então o que foi o que fizemos?
—
Foi... foi... — Joseph não sabia por onde começar. — Sim, foi mais ou menos.
Mas não foi... — Ele fez uma pausa e dirigiu um olhar terno para ela. — Será
que ninguém explicou essas coisas para você?
—
Não. — Demetria balançou a cabeça e encolheu os ombros. — Não se preocupe,
milorde. Não precisa falar sobre isso se não se sente à vontade. Tenho certeza
de que Taylor vai me explicar tudo no dia do casamento.
Josep
sentiu-se horrorizado ante essa possibilidade. Aquela mulher faria terrorismo
com Demetria, contando-lhe histórias que a encheriam de medo e ansiedade. A
noite de núpcias acabaria sendo um pesadelo se ele tivesse de passar
acalmando-a e confortando-a. Não poderia permitir que coubesse a Taylor
explicar a Demetria os detalhes do que se passava entre um homem e uma mulher.
Outra pessoa teria de fazê-lo.
—
Vou pedir a minha mãe que converse com você — Joseph decidiu. — Se Taylor tomar
a iniciativa, diga a ela que não há necessidade e não ouça nada do que ela
tenha a dizer.
—
Ah, não — disse Demetria, balançando a cabeça resoluta. — Ficaria muito
sem-graça de conversar com sua mãe sobre essas coisas. Além disso, seria um
insulto para Taylor se eu não a deixasse falar. Sabe, começo a pensar que há
mais motivos para se ter pena de Taylor do que para não se gostar dela.
—
Não vou deixar que ela a assuste com histórias de sangue e dor e...
—
Fazer amor causa sangue e dor? — Demetria perguntou assustada.
—
Não, claro que não — disse prontamente Joseph, com raiva de si mesmo por falar
demais.
—
Por que disse isso então? Há ou não há sangue e dor? Você não quer é que eu
saiba!
—
Droga! — Joseph resmungou.
Demetria
estava visivelmente ansiosa, e ele não sabia como consertar a situação.
—
Demetria ... — Joseph começou a falar, mas foi interrompido por ela.
—
Não, milorde, você não pode me enganar. Preciso saber a verdade, mas não quero
lhe causar qualquer desconforto. Perguntarei a Taylor quando ela e meu pai
voltarem para casa. Talvez isso até nos aproxime e possamos nos tornar amigas.
Por
Deus! Joseph endireitou o corpo e disse com firmeza:
—
Não permito que você fale com Taylor.
—
Ainda não somos casados, milorde. Não preciso que me permita o que quer que
seja.
Joseph
arregalou os olhos diante do pouco caso dela a uma ordem sua.
—
Você pretende me desobedecer e me desafiar dessa maneira quando estivermos
casados?
—
Receio que sim — Demetria admitiu, quase que se desculpando, e então
acrescentou: — Mas não é para desafiá-lo, é só quando não concordar com o que
você me pede.
Joseph
soltou urna gargalhada, e Demetria o encarou, curiosa.
—
Você não está zangado comigo?
—
Não — disse Joseph, rindo. — Na verdade, desconfio que muito poucas mulheres
tenham a intenção de obedecer ao se casarem. Só achei graça de você admitir com
tanta franqueza.
—
Ora, tento sempre ser honesta, milorde.
—
Certo. — Joseph suspirou e endireitou os ombros. — Se eu mesmo lhe contar, você
me promete que não vai permitir que Taylor a assuste?
—
Prometo.
—
Muito bem, então vou pensar na melhor maneira de explicar tudo para você. — Ele
recostou-se e refletiu por onde deveria começar. Pensou... e pensou... e
pensou.
—
Milorde, não vai me dizer nada?
Joseph
suspirou constrangido e balbuciou:
—
Estou pensando.
E
estava mesmo quebrando a cabeça. Não cabia ao homem explicar sexo a uma
donzela. Mas se não o fizesse, tinha certeza de que Taylor transformaria sua
noite de núpcias em um tormento.
—
Talvez eu possa ajudar, milorde.
Joseph
piscou os olhos diante da sugestão, fitando-a curioso. — Como?
—
Bem, não sou tão ignorante assim — disse Demetria, acrescentando: — Cresci no
campo e vi muitos garanhões cobrirem éguas.
—
Não é bem assim que acontece entre homens e mulheres — Joseph apressou-se a
esclarecer.
—
Como não? Certa vez, surpreendi o cocheiro que cuida do estábulo com a criada
que fora buscar leite em cima de um fardo de feno no celeiro e...
—
Por favor, pare, Demetria — Joseph sussurrou, pois sua mente dera um salto, projetando
uma imagem de Demetria vestida de criada debruçada sobre um fardo de feno, com
a saia levantada até a cintura e ele envolvendo-a por trás. Afastando a imagem
da mente, ele respirou várias vezes fundo e procurou corrigir o que dissera,
explicando: — Pode ser desse jeito, mas não na primeira vez. Na primeira vez é
melhor que os dois estejam um de frente para o outro.
—
Entendo — Demetria murmurou e ele estava quase respirando aliviado por terencerrado
o assunto quando ela perguntou: — Por quê?
Joseph
pigarreou e respondeu:
—
Porque a primeira vez talvez não seja muito confortável para você.
—
A sua primeira vez foi desconfortável? — Demetria quis saber.
—
Não.
—
Então por que a minha seria?
Era
uma pergunta mais que razoável, só que Joseph não tinha a menor intenção em
entrar em detalhes. Não sabia por onde começar e não queria nem sequer tentar,
até que ela disse:
—
Está bem, milorde. Vou mesmo perguntar para Taylor.
Rapidamente
ele endireitou o corpo e disse:
—
Você tem uma... Há uma... É melhor mesmo perguntar a Taylor — finalmente
admitiu, sentindo-se um completo idiota. Seria mais fácil fazer a demonstração
prática, muito mais do que tentar explicar. A parte de seu cérebro que continha
tudo de impróprio, de indecoroso começou a provocá-lo para que fizesse a
demonstração naquela noite mesmo, assim não teria mais de se preocupar que
Demetria pudesse se recusar a se casar na semana seguinte.
—
Desse jeito?
—
Hum? — Tirado de seus pensamentos, Joseph viu que Demetria o fitava.
—
Ficaríamos nos encarando assim? — ela perguntou.
—
Não, você deitada de costas na cama e eu em cima de você —Joseph respondeu
automaticamente, já lhe passando pela cabeça a expressão dela cheia de
excitação como naquela outra noite.
—
Por que eu devo estar deitada de costas?
Joseph
olhou para ela, tentando se concentrar e lutando para tirar as imagens que lhe
vinham à mente.
hey gente
Hahahahahaha Socorro
ResponderExcluirEssa conversa deles foi sensacional, tô rindo muito
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