Adam voltou duas
horas mais tarde. Desta vez, Demetria estava esperando‐o.
Abriu a porta
dianteira de um puxão antes que ele pudesse sequer bater.
Entretanto, ele nem
mesmo vacilou, somente permaneceu ali com sua postura perfeita, o braço meio
levantado, a mão formando um punho pronto para entrar em contato com a porta.
—OH, pelo amor de
Deus — disse irritada. — Entra.
Adam arqueou as
sobrancelhas.
—Estava me esperando?
—É obvio.
E como sabia que não
podia adiar por mais tempo, partiu para a sala de estar sem olhar para trás.
Ele a seguiu.
—O que quer? —
Exigiu.
—Que boas‐vindas
tão agradáveis, Demetria — disse ele brandamente, estando agora limpo,
engomado, arrumado, absolutamente cômodo e... OH! Desejava matá‐lo.
— Quem esteve a
ensinando boas maneiras? Atila o Huno?
Ela fez chiar os
dentes e repetiu a pergunta.
—O que quer?
—Vim casar contigo, é
obvio.
Era, é obvio o que Demetria
esperou desde o primeiro momento em que o viu.
E nunca em sua vida
se sentiu tão orgulhosa de si mesma como quando disse:
—Não, obrigada.
—Não... Obrigada?
—Não, obrigada —
repetiu descaradamente. — Se isso for tudo, o acompanharei à porta.
Mas quando tentou
deixar o aposento, Adam a agarrou pelo pulso.
—Não tão rápido.
Podia fazê‐lo.
Sabia que podia. Tinha seu orgulho e já não existia uma razão que a compelisse
a casar com ele. E não deveria. Sem importar quanto doesse o coração, não
poderia ceder. Ele não a amava. Nem sequer a apreciava o suficiente para ter se
comunicado com ela uma única vez no mês e meio que passou desde que estiveram juntos
no pavilhão de caça.
Era possível que se
comportasse como um cavalheiro, mas certamente não era um.
—Demetria — disse
sedosamente, e soube que estava tentando seduzi‐la, não para levá‐la
para cama, mas sim para obter sua conformidade.
Ela tomou um profundo
fôlego.
—Veio até aqui, fez o
correto e eu recusei. Já não tem nada porque se sentir culpado, assim pode
retornar a Inglaterra com a consciência tranquila. Adeus, Adam.
—Não acredito, Demetria
— disse, apertando seu pulso. — Temos muitas coisas para discutir.
—Hein, não muito na
realidade. Não obstante, obrigada por sua preocupação.
— O braço formigava
no lugar onde ele a segurava e sabia que se quisesse manter sua resolução,
deveria livrar‐se dele antes o possível.
Adam fechou a porta
com o pé.
—Discordo.
—Adam, não! — Demetria
puxou o braço e tratou de ir para a porta para voltar a abri‐la,
mas ele bloqueou seu caminho. — Esta é a casa dos meus avôs. Não os envergonharei
com nenhum tipo de comportamento impróprio.
—Diria que deveria
preocupar‐se mais com a possibilidade de que escutem o que tenho a dizer.
Ela deu uma olhada a
sua expressão implacável e fechou a boca.
—Muito bem. Diga o
que for que tenha vindo dizer.
Com um dedo, começou
a desenhar preguiçosos círculos na palma da mão dela.
—Estive pensando em
você, Demetria.
—Sério? Isso é muito
adulador.
Ele ignorou o tom
sarcástico e se aproximou.
—Não pensou em mim?
OH, Deus querido. Se
ele soubesse.
—De vez em quando.
—Somente de vez em
quando?
—Raramente.
A puxou e deslizou a
mão sinuosamente pelo braço.
—Quanto tão
raramente? — Murmurou.
—Quase nunca. — Mas
sua voz estava suavizando e soava muito menos segura.
—De verdade? —
Arqueou uma sobrancelha assumindo uma expressão de incredulidade. — Acredito
que toda esta comida escocesa confundiu sua mente. Esteve comendo Haggis?
—Haggis? — Perguntou
ela sem fôlego.
Podia sentir que seu
peito aliviava, como se o ar tivesse se convertido em algo intoxicaste, como se
pudesse embebedar‐se somente respirando na presença dele.
—Mmm—hmm. Acho que é
uma comida horrível.
—Não... Não é tão
ruim.
Do que ele estava
falando? E por que estava olhando‐a dessa forma? Seus olhos
pareciam safiras. Não, eram como o céu iluminado pela lua. OH, céus. Essa que saía
voando pela janela era sua determinação?
Adam sorriu
indolentemente.
—Sua memória é um
pouco escorregadia, querida. Acho que necessita um aviso. — Os lábios dele
desceram suavemente sobre os dela, estendendo rapidamente o fogo por todo seu
corpo. Demetria se afrouxou contra ele, suspirando seu nome.
Ele a apertou mais
firmemente contra seu corpo, pressionando a força de sua ereção contra ela.
—Pode sentir o que me
faz? — Sussurrou. — Pode?
Demetria assentiu
trêmula, apenas consciente de que estava no meio do salão de seus avôs.
—Somente você pode me
deixar assim, Demetria — murmurou com a voz rouca. — Só você.
Esse comentário
alcançou uma corda discordante em seu interior e ficou rígida nos braços dele.
Não acabava de passar mais de um mês em Kent com seu amigo Lorde Harry como—qualqer—que—seja—seu—sobrenome?
E por acaso Selena não lhe disse alegremente que as celebrações incluiriam
vinho, uísque e mulheres? Mulheres fáceis. Um monte delas.
—O que aconteceu
querida?
As palavras foram
sussurradas contra sua pele e uma parte dela desejou voltar a derreter‐se
contra ele. Mas não a seduziria. Não desta vez. Antes que pudesse mudar de
opinião, plantou as palmas das mãos contra o peito dele e o empurrou.
—Não tente fazer isto
comigo — advertiu.
—Fazer o que? —Seu
rosto era a imagem da inocência.
Se Demetria tivesse
um vaso nas mãos, o teria jogado nele. Ou melhor, ainda, uma bolacha meio
comida.
—Me seduzir até que
me dobre a sua vontade.
—Por que não?
—Por que não? —
Repetiu com incredulidade. — Por que não? Porque eu...
—Porque você...Por
que, o que? — Estava sorrindo agora.
—Por que... Oh! —
Fechou as mãos formando punhos aos lados do corpo e de fato golpeou o chão com
o pé. O que a deixou ainda mais furiosa. Ser reduzida a isto... Era humilhante.
—Bom, bom, Demetria.
—Não me venha com
"bom, bom" para o meu lado, seu altivo, despótico...
—Está zangada comigo,
já vejo.
Ela semicerrou os
olhos.
—Sempre foi
inteligente, Adam.
Ele ignorou o
sarcasmo.
—Bom, aqui vai...
Sinto muito. Nunca tive a intenção de permanecer tanto tempo em Kent. Não sei
por que o fiz, mas assim foi e sinto muito. Estava programado para ser uma
viagem de dois dias de duração.
—Uma viagem de dois
dias de duração que durou quase dois meses? —
Zombou ela. —
Desculpa se acho difícil de acreditar.
—Não estive em Kent
todo o tempo. Quando retornei a Londres, minha mãe disse que estava atendendo
um familiar doente. Não foi até que Selena retornou que soube que não era
assim.
—Não me importa
quanto tempo esteve... Onde quer que tenha estado! —
Gritou ela, cruzando
firmemente os braços sobre o peito. — Não deveria ter me abandonado dessa
forma. Posso entender que necessitava de tempo para pensar, porque sei que
nunca quis casar comigo, mas, pelo amor de Deus, Adam. Precisava de sete
semanas? Não pode tratar uma mulher dessa forma! É grosseiro, desconsiderado e...
E francamente pouco cavalheiresco!
Era isso o pior que
lhe ocorria dizer a ele? Adam resistiu ao impulso de sorrir.
Isto não seria nem a
metade do ruim que pensou que seria.
—Tem razão — disse
brandamente.
—E mais ainda... O que?
— Piscou.
—Que tem razão.
—Tenho?
—Não quer ter razão?
Ela abriu a boca,
fechou e então disse:
—Deixa de tentar me
confundir.
—Não estou fazendo
isso. Caso não tenha notado, estou te dando razão. —
Dedicou seu sorriso
mais atraente. — Aceita minhas desculpas?
Demetria suspirou.
Deveria ser ilegal que um homem tivesse semelhante quantidade de encanto.
—Sim, está bem.
Aceito. Mas, o que — perguntou suspicaz, — estava fazendo em Kent?
—Principalmente me
embebedando.
—Isso é tudo?
—Um pouco de caça.
—E?
—E quando Mikey
chegou ali proveniente de Oxford, fiz o possível para evitar que se metesse em
problemas. Essa tarefa me entreteve uma quinzena a mais, para que saiba.
—E?
—Está tentando me
perguntar se havia mulheres lá?
Ela afastou os olhos
do rosto dele.
—Talvez.
—Sim.
Demetria tratou de
engolir o enorme nó que subitamente se formou em sua garganta e se colocou de
lado para desocupar o caminho para a porta.
—Acho que deveria ir
— disse tranquilamente.
Adam a segurou pela
parte superior dos braços e a forçou a olhá‐lo.
—Nunca toquei em
nenhuma delas, Demetria. Nenhuma.
A intensidade de sua
voz foi suficiente para que ela sentisse vontade de chorar.
—Por que não? —
Sussurrou ela.
—Sabia que ia casar
contigo. Sei o que se sente ao ser traído. – Clareou a garganta. — Não te faria
algo assim.
—Por que não? — As
palavras foram apenas um suspiro.
—Porque me preocupo
com seus sentimentos. E a tenho na mais alta estima.
Separou‐se
dele e caminhou para a janela. Era a primeira hora da tarde, mas durante o
verão escocês os dias eram longos. O sol estava alto no céu, ás pessoas ainda
seguiam indo e vindo, terminando seus afazeres diários como se não tivessem nenhuma
única preocupação no mundo. Demetria desejava ser uma dessas pessoas, desejava
caminhar pela rua afastando‐se de seus problemas e nunca retornar.
Adam queria casar‐se
com ela. Tinha sido fiel. Deveria estar dançando de alegria. Mas não podia
deixar de lado a sensação de que estava fazendo isto por obrigação, não por que
sentisse amor ou afeto por ela. Além do desejo, é obvio. Estava absolutamente
claro que a desejava.
Uma lágrima desceu
por seu rosto. Não era suficiente. Poderia ser, se ela não o amasse tanto. Mas
isto... Era muito desigual. Lentamente a debilitaria, até que não fosse mais
que uma triste e solitária casca.
—Adam, eu... Eu
aprecio o incomodo que teve ao vir até aqui para me ver. Sei que foi uma longa
viagem. E foi realmente... — Procurou a palavra adequada. —...
Honrável de sua parte
se manter afastado de todas essas mulheres em Kent. Estou certa de que eram
muito bonitas.
—Nem a metade de sua
beleza — sussurrou ele.
Demetria engoliu
compulsivamente. Isto estava ficando mais difícil com cada segundo que passava.
Agarrou‐se ao parapeito da janela.
—Não posso me casar
contigo.
Silêncio de morte. Demetria
não se virou. Não podia vê‐lo, mas podia sentir a fúria emanando de seu corpo. Por favor, por
favor, só saia do recinto, suplicou silenciosamente. Não venha até aqui. E por
favor... OH, por favor, não me toque.
Suas preces não foram
atendidas e as mãos dele desceram brutalmente sobre seus ombros, fazendo‐a
girar para enfrentá‐lo.
—O que foi que disse?
—Disse que não posso
me casar contigo — replicou trêmula.
Baixou o olhar ao
chão. Seus olhos azuis estavam perfurando‐a com ardor.
—Olhe para mim,
maldita seja! No que está pensando? Deve se casar comigo.
Negou com a cabeça.
—Sua pequena tola.
Demetria não sabia
que dizer a isso, assim não disse nada.
—Esqueceu disto? — A
agarrou com força puxando‐a contra ele e saqueou seus lábios com os dele. — Esqueceu?
—Não.
—Então, esqueceu que
disse que me amava? — Exigiu.
Demetria desejava
morrer ali mesmo.
—Não.
—Isso deveria servir
de algo — disse sacudindo‐a até que algumas mechas de cabelo saíram das forquilhas. — Não é
assim?
—Disse alguma vez que
me amava? – Contra atacou ela. Ele a olhou emudecido. —Me ama? —Tinha as
bochechas ardendo de fúria e vergonha. — Diga?
Adam engoliu com
força, subitamente sentindo que se afogava. As paredes pareciam mais próximas e
não pôde dizer nada, não podia pronunciar as palavras que ela queria ouvir.
—Já vejo — disse ela
em voz baixa.
Um músculo saltou
espasmodicamente em sua garganta. Por que não podia dizer? Não estava seguro de
amá‐la, mas tampouco estava seguro de não fazê‐lo.
E certo como o inferno que não queria feri‐la, assim, por que
simplesmente não dizia essas duas palavras que a fariam feliz?
A Camille havia dito
que a amava.
—Demetria — disse
vacilante. — Eu...
—Não diga se não
sente! — Estalou, enfatizando as palavras com a voz.
Adam girou sobre os
calcanhares e cruzou o recinto para onde tinha visto uma garrafa de brandy.
Havia uma garrafa de uísque na prateleira que estava debaixo desta e sem pedir
permissão, serviu‐se de um copo. O tomou de um veemente gole, mas não o fez sentir
muito melhor.
—Demetria — disse,
desejando que sua voz soasse um pouco mais firme. — Não sou perfeito.
—Imaginava que seria!
— Gritou. — Sabe quão maravilhoso foi para mim quando era pequena? E nem sequer
se esforçava. Foi simplesmente... Simplesmente você. E fazia com que eu me
sentisse como se não fosse essa coisinha torpe. E em seguida mudou, mas pensei
que pudesse voltar a te mudar. E tentei, Oh, como tentei, mas não foi
suficiente. Eu não fui suficiente.
—Demetria, não é
você...
—Não invente
desculpas para mim! Não pude ser o que necessitava e te odeio por isso! Está me
ouvindo? Odeio você! — Esgotada, virou‐se e abraçou a si mesma, tratando
de controlar os tremores que sacudiam seu corpo.
—Você não me odeia. —
Sua voz era suave e estranhamente tranquilizadora.
—Não — disse,
afogando um soluço. — Não o odeio. Mas odeio Camille. Se já não estivesse
morta, eu mesma a mataria. — Ele elevou a comissura de sua boca formando um
sorriso inclinado. —Faria lenta e dolorosamente.
—Realmente tem uma
veia maligna, menina — disse, oferecendo um sorriso satisfeito.
Ela tentou sorrir,
mas seus lábios se negaram a obedecê‐la. Houve uma longa pausa
antes que Adam falasse outra vez.
—Tentarei de fazê‐la
feliz, mas não posso ser tudo o que você quer que seja.
—Eu sei — disse amargamente.
— Pensei que poderia, mas estava equivocada.
—Mas mesmo assim
podemos ter um bom casamento, Demetria. Melhor que a maioria.
"Melhor que a
maioria" podia significar unicamente que falariam um com outro ao menos
uma vez ao dia. Sim, talvez pudessem ter um bom casamento. Bom, mas vazio. Não
achava que conseguiria suportar viver com ele sem seu amor. Sacudiu a cabeça.
—Maldição, Demetria!
Deve se casar comigo! — Quando não atendeu seu estalo, gritou. — Pelo amor de
Deus, mulher, está grávida do meu filho!
Aí estava. Sabia que
essa tinha que ser a razão de que tivesse viajado tão longe e com um propósito
tão determinado.
E por mais que
apreciasse seu sentido da honra, mesmo que fosse um tanto tardio, não havia
forma de ignorar o fato de que o bebê já não existia. Tinha sangrado e em
seguida retornou seu apetite, e sua bacia voltou a recuperar seu uso habitual.
A mãe dela tinha
contado a respeito disso, disse que ocorreu com ela exatamente a mesma coisa
duas vezes antes de ter Demetria e três vezes depois. Talvez tenha sido um
assunto pouco adequado para uma jovenzinha que nem sequer tinha saído da sala
de aula ainda, mas Lady Cheever sabia que estava morrendo e desejou passar a
filha tanto conhecimento de sua feminilidade quanto fosse possível. Havia dito
a Demetria que não se lamentasse se ocorresse o mesmo a ela, que sempre sentiu que
esses bebês perdidos não estavam destinados a nascer.
Demetria umedeceu os
lábios e engoliu com força. E em seguida, em voz baixa e solene, disse:
—Não estou grávida.
Estava, mas já não estou.
Adam não disse nada.
E logo:
—Não acredito.
Demetria ficou
aturdida.
—Desculpe?
Ele deu um encolher
de ombros.
—Não acredito em
você. Selena disse que estava grávida.
—Estava, quando Selena
esteve aqui.
—Como sei que não
está simplesmente tentando se desfazer de mim?
—Porque não sou
idiota — disse com brutalidade. — Pensa que recusaria me casar contigo se
estivesse grávida?
Adam pareceu
considerar por um momento e logo cruzou os braços.
—Bom, ainda assim sua
virtude está comprometida, por isso se casará comigo.
—Não — disse irônica.
— Não o farei.
—Oh, sim o fará —
disse, com os olhos brilhando cruelmente. — Só que ainda não sabe.
Separou‐se
dele.
—Não vejo como poderá
me forçar.
Ele deu um passo
adiante.
—Não vejo como poderá
me deter.
—Gritarei pedindo
ajuda ao MacDownes.
—Não acredito que o
faça.
—Farei. Juro. — Abriu
a boca e então o olhou de lado para ver se compreendia sua advertência.
—Vá em frente —
disse, dando um encolher de ombros casualmente. — Desta vez não me pegará despreparado.
—Mac...
Pôs a mão sobre a
boca com assombrosa velocidade.
—Pequena tola. Além
do fato de que não tenho nenhum desejo de que seu velho mordomo pugilista
interrompa minha privacidade, parou para considerar que sua irrupção aqui só
apressaria nosso matrimônio? Não quer ser apanhada em uma situação
comprometedora, ou sim?
Demetria resmungou
algo contra a mão dele e logo lhe deu murros no quadril até que a afastou. Mas
não voltou a gritar chamando MacDownes. Por muito que resistisse a admitir, ele
tinha um pouco de razão.
—Então, por que não
me deixou gritar? — Provocou. — Hmmm? Não é um matrimônio o que deseja?
—Sim, mas pensei que
poderia preferir entrar nele com um pouco de dignidade.
Demetria não tinha
uma resposta a isso, assim que cruzou os braços.
—Agora quero que me
escute — disse em voz baixa, tomando o queixo dela com a mão e forçando‐a a
olhá‐lo. — E me escute com cuidado, porque só direi isto uma vez. Vai
casar comigo antes que termine esta semana. Já que convenientemente fugiu para
Escócia, não necessitamos uma licença especial. Tem sorte de que não a arraste
a uma igreja neste preciso instante. Consiga um vestido e algumas flores porque,
carinho, vai obter um novo nome.
Ela o fulminou com um
olhar mordaz, incapaz de pensar em nenhuma palavra adequada para expressar toda
sua fúria.
—E nem sequer pense
em fugir outra vez — disse preguiçosamente. — Para sua informação, aluguei
aposentos só a duas portas daqui e farei que vigiem a casa as vinte e quatro
horas do dia. Não conseguirá chegar nem ao final da rua.
—Deus — suspirou. —
Ficou louco.
Ele riu ante isto.
—Pense nessa
declaração, se quiser. Se trouxesse dez pessoas a este recinto e lhes
explicasse que tomei sua virgindade, e pedi que se casasse comigo e você
recusou a quem acha que consideraria louca?
Estava tão
encolerizada, que pensou que poderia explodir.
—Não a mim! — Disse
ele vivamente. — Agora seja otimista menina e olhe o lado bom. Faremos mais
bebês e o passaremos esplendidamente bem os fazendo, prometo nunca bater em
você, nem proibi‐la de fazer nada a não ser que seja algo absurdo e finalmente será
irmã de Selena. O que mais poderia desejar?
Amor. Mas não pôde
pronunciar a palavra.
—Considerando tudo, Demetria,
poderia te encontrar em uma situação muito pior.
Continuou calada.
—Muitas mulheres
estariam encantadas de trocar de lugar contigo.
Perguntou‐se
se haveria alguma forma de apagar a expressão satisfeita de seu rosto sem lhe
provocar um dano permanente.
Ele se inclinou para
frente sugestivamente.
—E posso prometer que
estarei muito, muito atento as suas necessidades.
Ela entrelaçou as
mãos nas costas porque estavam começando a tremer pela frustração e ira.
—Algum dia me
agradecerá por isso.
E isso foi muito.
—Aaaaargh! — Gritou
incoerentemente, lançando‐se contra ele.
—Que demônios? — Adam
se virou, tentando afastar ela e seus punhos dando golpes nele.
—Nunca, nunca volte a
dizer, "Algum dia me agradecerá por isso" —demandou, golpeando‐o
furiosamente no peito.
—Acalme‐se,
querida. Prometo que nunca voltarei a usar esse tom condescendente contigo.
—Está usando agora —
assegurou‐a.
—Não, não é assim.
—Sim, estava.
—Não, não estava.
—Sim, estava.
Bom Deus, isto estava
ficando entediante.
—Demetria, nós
estamos agindo como crianças.
Ela pareceu crescer e
seus olhos adquiriram um olhar selvagem que deveria ter lhe causado temor.
Sacudindo a cabeça cuspiu:
—Não me importa.
—Bom, talvez se
começar a agir como uma adulta deixará de falar no que você chama de tom
condescendente.
Ela semicerrou os
olhos, e grunhiu do fundo da garganta.
—Sabe de uma coisa, Adam?
Às vezes age como um completo imbecil.
Dizendo isto, formou
um punho com a mão, puxou o braço para trás e o deixou voar.
—Santo maldito
inferno! —Adam levou a mão ao olho e tocou a ardente pele sem poder acreditar.
— Quem demônio te ensinou a dar um soco?
Demetria sorriu
satisfeita.
—MacDownes.
demorei mas postei
e entao o que acharam desse final?
bjemi
Adam sendo Adam, charmoso e imbecil como sempre kkk
ResponderExcluirAdorei o capítulo, nao demora a posta.
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Posta maiiisss por favor
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