Não
se atrase?
Não
se atrase?!
Por
que, Demetria se perguntou pela décima sexta vez enquanto guardava suas roupas.
Não tinham marcado uma hora. Nem sequer pediu para escoltá‐la a
casa. Ele ordenou e logo, depois de ordenar que dissesse quando estivesse
pronta para ir, não se incomodou em esperar uma resposta.
Estava
tão impaciente de que se fosse?
Demetria
não sabia se ria ou chorava.
—Já
vai?
Era Selena,
saindo do corredor.
—Tenho
que voltar para casa — disse Demetria, escolhendo esse momento para colocar o
vestido pela cabeça. Não desejava especialmente que Selena visse seu rosto.
—
Seu traje de montar está sobre a cama — acrescentou as palavras amortecidas
pela musselina.
—Mas,
por quê? Seu pai não sentirá sua falta.
Que
amável de sua parte mencionar isso, pensou Demetria pouco caridosamente, embora
ela tivesse expressado a mesma opinião a Selena em inumeráveis ocasiões.
—Demetria
— persistiu Selena.
Demetria
ficou de costas para que Selena pudesse fechar os botões.
—Não
desejo ficar mais tempo do que o devido.
—O
que? Não seja idiota. Minha mãe faria que vivesse conosco se fosse possível. É
o que fará, de fato, uma vez que formos a Londres.
—Não
estamos em Londres.
—O
que tem isso a ver?
—
Nada. — Demetria apertou os dentes.
—Discutiu
com Mikey?
—Claro
que não. —Porque na realidade, quem poderia discutir com Mikey? Além de Selena.
—Então,
qual é o problema?
—Não
é nada. —Demetria conseguiu acalmar seu temperamento e começou a por as luvas.
— Seu irmão deseja perguntar a meu pai sobre um manuscrito iluminado.
—Mikey?
—perguntou Selena duvidosamente.
—Adam.
—Adam?
Céu
ficaria alguma vez sem perguntas?
—Sim
— respondeu Demetria. — E planeja ir logo, assim precisa me escoltar agora.
A
última parte era completamente inventada, mas Demetria acreditou estar bastante
inspirada, sob as circunstâncias. Além disso, talvez agora ele tivesse que voltar
para seu lar em Northumberland e o mundo poderia voltar para sua posição normal,
inclinando‐se com satisfação em seu eixo, girando ao redor do sol.
Selena
se inclinou contra o marco da porta, situando‐se de tal modo que Demetria
não podia ignorá‐la.
—Então,
por que esta de um humor tão espantoso? Sempre gostou de Adam, não é?
Demetria
quase riu.
E
logo quase gritou.
Como
se atrevia a lhe dar ordens como a uma teimosa prostituta?
Como
se atrevia a fazê‐la sentir tão miserável aqui, em Haverbreaks, onde era mais um lar
para ela após estes anos do que foi para ele?
Afastou‐se.
Não podia deixar que Selena visse seu rosto.
Como
se atrevia a beijá‐la se não queria.
—Demetria?
—disse Selena brandamente. — Está bem?
—Estou
perfeitamente bem — cortou Demetria, passando rapidamente ao lado dela enquanto
fugia para a porta.
—Não
soa...
—Estou
triste por Camille — soltou Demetria.
E
estava. Qualquer um que fizesse Adam miserável certamente merecia ser
compadecida.
Mas Selena,
sendo Oliva, não se deixaria convencer e enquanto Demetria se
apressava
descendo pelas escadas para o vestíbulo dianteiro, ela estava justa em seus
calcanhares.
—Camille!
—exclamou. — Deve estar brincando.
Demetria
patinou pelo patamar, agarrando forte ao corrimão para evitar sair voando.
—Camille
era uma velha bruxa desagradável — continuou Selena. — Fez Adam espantosamente
infeliz.
Precisamente.
—Demetria!
Demetria! OH, Adam. Bom dia.
—Selena
— disse cortesmente, outorgando uma pequena inclinação de cabeça.
—Demetria
diz que se compadece de Camille. Não é isso insuportável?
—Selena!
—ofegou Demetria.
Adam
podia ter detestado a falecida esposa, o suficiente para dizer inclusive
no
funeral, mas havia certas coisas que estavam além dos limites da decência.
Adam
simplesmente olhou Demetria, uma de suas sobrancelhas se elevou em
uma
maliciosa expressão.
—OH,
tolices. Ele a odiava, e todos nós sabíamos.
—Justa
como sempre, querida irmã — murmurou Adam.
—Você
sempre disse que não desfruta da hipocrisia — respondeu.
—Bastante
certo. —Olhou Demetria. — Vamos?
—Vai
levá‐la para casa? —perguntou Selena, embora Demetria acabasse de
dizer.
—Tenho
que falar com o pai dela.
—Não
pode levá‐la Mikey?
—Selena!
—Demetria não estava segura do que a envergonhava mais, que Selena estivesse se
fazendo de casamenteira ou que o estivesse fazendo na frente de Adam.
—Mikey
não precisa falar com o pai dela — disse Adam brandamente.
—Bem,
ele não pode ir?
—Não
em minha caleche.
Os
olhos de Selena se voltaram redondos de desejo.
—Vai
levar sua caleche? —Era recém construída, alta, rápida, de linhas puras e Selena
tinha estado morrendo por segurar as rédeas.
Adam
fez uma careta, e por um momento quase pareceu de novo ele mesmo, o homem que Demetria
conheceu e amou todos aqueles anos atrás.
Isso
funcionou, também. Selena fez um som estranho e borbulhante, como se estivesse afogando‐se
em sua própria inveja.
—Obrigado,
querida irmã! —disse Adam com um sorriso de satisfação.
Deslizou
seu braço pelo de Demetria e a atraiu para a porta. — A verei mais tarde... Ou talvez
você me veja. Quando passar.
Demetria
engoliu uma risada enquanto se dirigiam pelas escadas para a entrada.
—É
terrível — disse.
Ele
deu um encolher de ombros.
—Ela
merecia.
—Não
— disse Demetria, sentindo que devia defender sua mais querida amiga, mesmo que
tivesse se divertido com a cena em um grau impróprio.
—Não?
—Muito
bem, sim, mas ainda assim é terrível.
—OH,
absolutamente — concordou e enquanto Demetria o deixava ajudá‐la a
subir na caleche, perguntou‐se como tinha ocorrido tudo isto, estava sentada ao lado dele e
estava realmente sorrindo e pensando que talvez não o odiasse e talvez pudesse
ser redimido.
Conduziram
em silencio durante os primeiros minutos. A caleche era muito fina, e Demetria
não pôde evitar sentir‐se tremendamente elegante enquanto ia a uma grande velocidade,
alto por cima da estrada.
—Fez
toda uma conquista esta tarde — disse Adam finalmente.
Demetria
ficou rígida.
—Mikey
parece bastante atraído por você.
Ainda
assim, ela não disse nada. Não havia nada que pudesse dizer nada que pudesse
deixá‐la com a dignidade intacta. Poderia negar e soaria como uma
coquete, ou poderia ficar de acordo e soaria presunçosa. Ou zombadora. Ou Deus
a perdoasse, como desejaria deixá‐lo com ciúmes.
—Suponho
que devo te dar minha bênção.
Demetria
virou para olhá‐lo surpresa, mas Adam manteve os olhos no caminho enquanto
acrescentava:
—Certamente
seria um vantajoso matrimônio para você, e indubitavelmente ele não poderia
fazê‐lo melhor. Pode carecer dos recursos que um filho menor necessita,
mas o compensa com sentido comum. E sensibilidade, na realidade.
—OH.
Eu... Eu... —Demetria piscou.
Não
tinha a menor ideia do que dizer. Era um elogio, e nem sequer um ambíguo, mas
mesmo assim, não sortiu o efeito desejado. Não queria que ele desvairasse sobre
suas qualidades primordiais se a única razão era juntá‐la
com seu irmão.
E
não queria ser sensata. Por uma vez queria ser bela, ou exótica, ou cativante.
Céus!
Sensata. Era uma triste denominação.
Demetria
se deu conta de que ele estava esperando que ela finalizasse sua
hesitante
resposta, assim murmurou.
—Obrigada.
—Não
desejo que meu irmão cometa os mesmos enganos que eu.
Ela
o olhou quando disse isso. O rosto estava abatido, os olhos apontando resolutamente
ao caminho, como se um único olhar em sua direção pudesse fazer que o mundo se
derrubasse a seu redor.
—Enganos?
—repetiu brandamente.
—Engano
— disse com voz cortante. — Singular.
—Camille.
—Já estava. Havia dito.
A
caleche foi mais devagar, logo parou. E finalmente, a olhou.
—Efetivamente.
—O
que fez a você? —perguntou brandamente. Era muito pessoal e altamente inapropriado,
mas ela não pôde deter‐se, não quando seus olhos estavam tão intensamente concentrados
nos dela.
Mas
foi algo inoportuno a dizer. Claramente, porque a mandíbula esticou e se afastou
dela enquanto disse.
—Nada
que seja adequado para os ouvidos de uma dama.
—Adam...
Virou‐se
para olhá‐la no rosto, os olhos ardentes.
—Sabe
como morreu?
Demetria
estava negando com a cabeça inclusive quando disse:
—O
pescoço. Caiu...
—De
um cavalo — cortou. — Foi jogada de um cavalo...
—Sei.
—Montando
para encontrar‐se com o amante.
Isso,
ela não sabia.
—Também
estava grávida.
Bom
Deus.
—OH,
Adam, sinto...
Cortou‐a.
—Não
o diga. Eu não.
Sua
mão cobriu sua boca aberta.
—Não
era meu.
Ela
engoliu com dificuldade. O que podia dizer? Não havia nada que dizer.
—O primeiro
não era meu, tampouco — acrescentou.
As
narinas se alargaram, seus olhos se estreitaram, e havia uma curva em seus
lábios, quase como se a estivesse desafiando. Desafiando‐a
silenciosamente a responder.
—J...
—Tentou dizer seu nome, porque pensava que devia falar, mas a verdade
era
que esteve benditamente agradecida quando a cortou.
—Estava
grávida quando nos casamos. É o motivo pelo qual nos casamos, se quer saber.
—Riu causticamente por isso. — Se quer saber — disse de novo. — Gracioso,
considerando que eu não sabia.
A
dor em sua voz a atravessou, mas não tanto como sua auto depreciação.
Perguntou‐se
como ele chegou a isto, e agora sabia... E sabia que nunca poderia odiá‐lo.
—Sinto
muito — disse, porque o sentia, e porque algo mais teria sido muito.
—Não
foi você... —Cortou a si mesmo, clareou garganta. E logo, depois de vários
segundos, disse. — Obrigado.
Agarrou
de novo as rédeas, mas antes que pudesse pô‐los em movimento, ela perguntou.
—O
que fará agora?
Ele
sorriu ante isso. Bom, não realmente, mas a comissura de sua boca se moveu um
pouco.
—O
que farei? —repetiu.
—Irá
a Northumberland? A Londres? Voltará a casar?
—O
que farei? — murmurou. — O que me agrade, suponho.
Demetria
clareou a garganta.
—Sei
que sua mãe estava esperando que se apresentasse em Londres durante a temporada
de Selena.
—Selena
não necessita minha ajuda.
—Não.
—Engoliu com dificuldade. Dolorosamente. Era seu orgulho deslizando por sua
garganta. — Mas eu sim.
Virou
e a avaliou com as sobrancelhas elevadas.
—Você?
Pensei que tinha meu irmão menor cuidadosamente envolto com um laço.
—Não
— disse ela rapidamente. — Quero dizer, não sei. É bastante jovem, não acha?
—É
mais velho do que você.
—Por
três meses. —Respondeu no ato. — Ainda está na universidade. Não vai desejar casar‐se
logo.
Ele
inclinou a cabeça e seu olhar ficou penetrante.
—E
você sim? —murmurou.
Demetria
lutou contra o impulso de saltar por um lado da caleche. Com segurança havia
algumas conversas que uma dama não devia ter que aguentar.
Certamente
esta tinha que ser uma delas.
—Eu
gostaria de me casar algum dia, sim — disse hesitantemente, odiando que suas
bochechas estivessem ficando quentes.
Ele
a olhou. E a observou. E logo olhou um pouco mais.
Ou
talvez fosse apenas uma olhada. Realmente já não podia dizer, mas estava mais
que aliviada quando finalmente ele quebrou o silêncio, tanto como tinha durado,
e disse.
—Muito
bem. Considerarei. Devo‐te isso, ao menos.
Bom
senhor, sua cabeça dava voltas.
—Me
dever o que?
—Uma
desculpa, para começar. O que aconteceu a passada noite... Foi imperdoável. Foi
por isso que insisti em te escoltar para casa. — clareou a garganta, e durante
o mais escasso dos momentos afastou o olhar. — Devo uma desculpa, e pensei que
preferiria que o fizesse em particular.
Ela
olhou adiante.
—Uma
desculpa pública requereria que disséssemos a minha família exatamente por que
estava me desculpando — continuou. — Não acredito que quisesse que soubessem.
—Quer
dizer que você não quer que saibam.
Ele
suspirou e passou a mão pelo cabelo.
—Não,
não quero. Não posso dizer que esteja orgulhoso de meu comportamento, e
preferiria que minha família não soubesse. Mas também estava pensando em você.
—Desculpas
aceitas — disse brandamente.
Adam
deixou escapar um longo e esgotado suspiro.
—Não
sei por que o fiz — continuou. — Nem sequer era desejo. Não sei o que era. Mas
não foi tua culpa.
Ele
a olhou. Não era difícil de decifrar.
—Ah,
merda... —Deixou escapar um irritado suspiro e afastou o olhar. Brilhante trabalho,
Adam. Beijar uma garota e logo lhe dizer que não o fez por desejo. —
Sinto muito, Demetria. Isso soou mal. Estou sendo um imbecil. Mas parece que
não posso evitar, estes dias.
—Talvez
deva escrever um livro — disse glacial. — Cento e uma maneiras de insultar uma
jovem dama. Atrevo‐me a dizer que está pelo menos no número cinquenta por agora.
Ele
inspirou profundamente. Não estava acostumado a desculpar‐se.
—Não
é que não seja atraente.
A
expressão de Demetria se voltou incrédula. Não ante suas palavras, deu‐se
conta,
mas sim ante o mero fato de que tivesse dizendo‐as, de que estava sendo obrigada
a sentar‐se ali e escutar enquanto ele envergonhava a ambos. Deveria parar,
sabia, mas a dor nos olhos dela despertou um doloroso recanto de seu coração
que manteve fechado durante anos e tinha a estranha compulsão de fazer as
coisas certas.
Demetria
tinha dezenove anos. Sua experiência com os homens consistia em
Mikey
e ele mesmo. Os quais tinham sido até agora figura fraternais. A pobre garota
devia
estar infernalmente confusa. Mikey de repente tinha decidido que ela era
Vênus,
rainha Isabel e a Virgem Maria tudo em uma, e Adam virtualmente fez de tudo
exceto
forçá‐la. Não era exatamente um dia normal na vida de uma senhorita do campo.
E
mesmo assim aqui estava ela. As costas retas. O queixo alto. E não o odiava.
Deveria,
mas não o odiava.
—Não
— disse, tomando de verdade sua mão na dele. — Deve me escutar. É atraente.
Totalmente.
Olhou
no rosto dela e pela primeira vez em anos lhe deu uma boa olhada. Não tinha uma
beleza clássica, mas havia algo, em seus enormes olhos marrons, que era bastante
atraente. A pele era perfeita e elegantemente pálida, lhe proporcionando um contraste
luminoso com o cabelo negro, que era, notou de repente Adam, espesso, com
apenas a mais ligeira tendência a enrolar. Parecia suave, também. Havia tocado
a noite anterior. Por que não recordava como era ao tato? Certamente se deu
conta de sua textura.
—Adam
— disse Demetria.
Estava
olhando‐a. Por que estava olhando‐a?
Seu
olhar se moveu para baixo até os lábios quando ela disse seu nome. Tinha uma
boca sensual. Lábios cheios, para beijar.
—Adam?
—Totalmente
— disse ele brandamente, como se estivesse chegando a uma incrível compreensão.
—Totalmente
o que?
—Totalmente
atraente. —Sacudiu a cabeça ligeiramente, saindo do feitiço que de algum modo
ela lhe jogou. — É completamente atraente.
Ela
deixou escapar um suspiro.
—Adam,
por favor, não minta para não ferir meus sentimentos. Isso mostra uma falta de
respeito a minha inteligência, e isso é mais insultante que tudo que possa dizer
sobre minha aparência.
Ele
encostou para trás e esboçou um sorriso.
—Não
estou mentindo. —Soou surpreso.
Demetria
agarrou o lábio inferior nervosamente entre os dentes.
—OH.
—Soou tão surpreendida como ele. — Bem, obrigada então. Acho.
—Eu
não costumo ser tão desajeitado com os elogios que não podem ser identificados.
—Estou
segura de que não — disse ela asperamente.
—Bom,
por que de repente me sinto como se estivesse me acusando de algo?
Os
olhos dela se abriram. Tinha sido seu tom tão frio?
—Não
sei do que está falando — disse rapidamente.
Por
um momento pareceu como se quisesse lhe perguntar algo mais, mas então deve ter
se decidido ao contrario, já que agarrou as rédeas e lhe ofereceu um sorriso
calmo enquanto dizia.
—Vamos?
Seguiram
adiante durante vários minutos, Demetria olhando Adam furtivamente quando
podia. Sua expressão era indecifrável, inclusive plácida, e era mais que um
pouco irritante, quando seus próprios pensamentos estavam tão confusos. Disse
que não a tinha desejado, mas então, por que a beijou? Qual foi a razão? E
então deixou escapar.
—Por
que me beijou?
Por
um momento pareceu como se Adam estivesse afogando‐se,
embora com o que, Demetria não podia imaginar. Os cavalos desaceleraram um
pouco, sentindo a falta de atenção de seu condutor e Adam a olhou com evidente
surpresa.
Demetria
viu sua angústia e decidiu que ele não podia encontrar a maneira de responder a
sua pergunta.
—Esquece
o que perguntei — disse rapidamente. — Não importa.
Mas
ela não esquecia o que ela perguntou. O que tinha a perder? Ele não ia zombar
dela e não ia contar histórias. Tinha só o abafado deste único momento, e isso não
podia comparar‐se com a vergonha da noite anterior, assim...
—Fui
eu — disse ele de repente. — Só eu. E você estava infelizmente perto o bastante
de mim.
Demetria
viu a desolação em seus olhos azuis e colocou a mão em sua manga.
—Está
tudo bem que esteja zangado com ela.
Ele
não fingiu não saber do que estava falando.
—Está
morta, Demetria.
—Isso
não quer dizer que não fosse uma pessoa excepcionalmente horrível quando estava
viva.
Olhou‐a
com estranheza e logo começou a rir.
—OH,
Demetria, às vezes diz as coisas mais impossíveis.
Ela
sorriu.
—Definitivamente
tomarei isso como um elogio.
—Me
lembre de nunca te propor o posto de professora da escola dominical.
—Nunca
dominei totalmente a virtude cristã, temo.
—OH,
de verdade? —Pareceu divertido.
—Ainda
guardo rancor da pobrezinha Fiona Bennet.
—E
ela é?
—A
garota horrível que me chamou feia na festa do décimo primeiro aniversário de Selena
e Mikey.
—Deus
querido, quantos anos faz disso? Me recorde de não te zangar.
Ela
arqueou repentinamente uma sobrancelha.
—Ocuparei
de que não o faça.
—Você,
minha querida moça, tem decididamente carências no que se refere à natureza caridosa.
Encolheu
os ombros, maravilhando‐se de como ele conseguiu fazê‐la sentir tão despreocupada
e feliz em tão curto espaço de tempo.
—Não
o diga a sua mãe, acredita que sou uma Santa.
—Comparada
com Oliva, estou seguro que é.
Demetria
meneou o dedo para ele.
—Não
fale mal de Selena, se for tão amável. Sou bastante leal a ela.
—É
tão fiel como um cão, se me perdoar à comparação.
—Adoro
cães.
E
foi então quando chegaram à casa de Demetria.
Adoro
cães. Esse seria seu comentário final. Maravilhoso. Durante o resto de sua
vida, ele a associaria com cães.
Adam
a ajudou a descer e logo olhou o céu, que havia começado a escurecer.
—Espero
que não se importe se não a acompanho para dentro — murmurou.
—É
obvio que não — disse Demetria.
Era
uma garota prática. Era uma tolice que ele se molhasse quando ela era perfeitamente
capaz de entrar em sua própria casa.
—Boa
sorte — disse ele, saltando de volta a caleche.
—Com
o que?
—Londres,
a vida. – deu um encolheu de ombros. — Com o que deseje.
Ela
sorriu tristemente. Se ele soubesse.
19
de Maio de 1819
Chegamos
a Londres hoje. Juro que nunca vi algo assim. É grande barulhenta e
cheia
de pessoas. Na realidade, bastante fedorenta.
Lady
Rudland diz que chegamos tarde. Muitas pessoas já estão na cidade, e a
temporada
começou faz um mês. Mas não há nada a fazer, Livvy teria parecido
terrivelmente
mal educada por sair quando deveria estar de luto por Camille. Ainda
assim,
fizemos um pouco de besteira e viemos antes, embora só para as provas e os
preparativos.
Não iremos a nenhum evento até que o luto esteja terminado.
Graças
a Deus só se requeriam seis semanas. O pobre Adam devia guardar um ano.
Já o
perdoei, tenho medo. Sei que não deveria, mas não posso me obrigar a
desprezá‐lo. Certamente devo ter
alguma espécie de recorde pelo período mais longo
de
amor não correspondido.
Sou
patética.
Sou
um cão.
Sou
um cão patético.
E
desperdiço papel incrivelmente.
essa mulher arrasa
Amei o capítulo
ResponderExcluirPOSTA LOGO
Adorei, quero mais beijo Jemi
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