Demi
se encontrava parada diante da janela do quarto, com o olhar perdido. Àquela altura,
nada que Joseph fizesse deveria feri-la, mas aquele homem ainda exercia tal
poder sobre ela.
–
Demi.
Girando,
ela se deparou com Joseph parado à soleira da porta. Parecia cansado. As feições
abatidas e os olhos preocupados. Havia algo mais naquela expressão. Tristeza
e…medo?
Joseph
entrou no quarto um pouco hesitante.
–
Precisamos conversar.
Demi
sentiu a tensão crescer e, em seguida, se preparou para o que sabia que viria.
O repúdio de Joseph. Ela desviou o rosto, mas anuiu. Sim, precisavam conversar
e colocar um fim naquilo.
Os
dedos longos pousaram sob seu queixo, antes de ele gentilmente lhe virar o
rosto para que o encarasse.
–
Não fique assim, agape mou. Não gosto de vê-la triste.
–
Por favor – suplicou ela. – Apenas diga o que quer. Não prolongue mais isso.
Joseph
baixou a mão para lhe capturar o punho. O polegar lhe roçando a pulsação que acelerou
diante daquele toque.
Demi
permitiu que ele a guiasse até a cama. Joseph a sentou e se acomodou ao seu lado.
O corpo enrijecido e a postura gritando aflição. De repente, ela não queria
esperar para ouvir o que Joseph tinha a dizer. A raiva em ebulição dentro dela.
–
Você mentiu para mim – começou ela. – Tudo que me disse desde aquele dia no
hospital foi uma mentira atrás da outra. Você não gosta de mim. Todas as coisas
que disse não passaram de mentiras. Quando me levava para a cama, me
desprezava, mas ainda assim fez amor comigo e me fez acreditar que se importava
comigo. Que tipo de pessoa age dessa forma? – Demi estremeceu e levou as mãos
ao rosto.
–
Está errada – retrucou Joseph com voz suave, afastando-lhe as mãos e levando
uma delas aos lábios para lhe beijar a palma. – Gosto muito de você. Não a
desprezava quando fazíamos amor. Sim, menti sobre os detalhes. Orientaram-me
para não fazer ou dizer nada que a aborrecesse até que recuperasse a memória.
Eu menti, mas sobre coisas pequenas. Não sobre as importantes. Como, por
exemplo, o quanto gosto de você. S’agapo, pedhaki mou. –Demi baixou a cabeça,
sentindo as lágrimas lhe queimarem os olhos. Como queria acreditar nele. No
entanto, Joseph não fizera nada para merecer sua confiança. – Errei muito com você.
– Demi ergueu a cabeça, encarando-o com expressão chocada. Aquele homem admitindo
que errou? Vergonha e uma dor profunda desbotavam os olhos âmbar. – Há coisas que
deve saber. Nunca recebi nenhum pedido de resgate. Eu teria movido céus e
terras para libertá-la. Nenhuma quantia seria alta o suficiente. Não sabia que
você havia sido sequestrada.
O
queixo de Demi pendeu.
–
Como poderia não saber?
Os
olhos de Joseph se tornaram conturbados.
–
Taylor destruiu os bilhetes com os pedidos de resgate. Estava certa em não
gostar dela e, por ter ignorado sua intuição em relação à minha assistente, eu
a coloquei em grande perigo.
A
mente de Demi parecia arrastada em um redemoinho diante de tudo que ele lhe
dissera.
Ergueu
uma das mãos trêmulas e a levou à boca. Joseph não recebera os pedidos de resgate?
–
Pensei… – Ela se calou e fez um movimento negativo com a cabeça, sufocada pela emoção.
–
O que pensou, agape mou? – perguntou ele, com voz suave.
–
Que você me odiava – sussurrou ela. – Que não queria pagar o resgate porque
pensava que eu o havia roubado. Que eu não valia nem mesmo meio milhão de
dólares.
Joseph
gemeu e a puxou para seus braços. As mãos longas tremiam enquanto lhe acariciavam
as costas.
–
Eu sou um tolo. Estava errado em acusá-la como fiz. Não há defesa para a minha atitude.
Demi
recuou e ergueu o olhar para encará-lo.
–
Não acredita que eu o tenha roubado?
Joseph
negou com um gesto veemente de cabeça.
–Não.
Foi Taylor. Ela plantou aqueles papéis em sua bolsa para me fazer acreditar que
era você. – Joseph fez uma pausa e passou uma das mãos pelos cabelos. – Embora
pensando que você havia roubado minha empresa, isso pareceu não ter mais importância
depois de seu sequestro. Tudo que me importava era tê-la de volta ao seu lugar.
Ao meu lado. – Os lábios de Joseph se comprimiram. – Naquela noite, quando me
questionou sobre nosso relacionamento… eu fiquei assustado. – Demi ergueu uma
das sobrancelhas. A ideia de assustar Joseph era hilariante. – Pensei que
estava se sentindo infeliz. Que quisesse mais do que eu lhe estava dando –
admitiu ele. – E depois fiquei ainda mais irritado porque aquilo me assustou.
Estava decidido a não permitir que você determinasse nosso relacionamento, portanto
a afastei, afirmando que não tínhamos um, que você não passava de uma amante.
O
coração de Demi disparou diante da vulnerabilidade estampada naquele belo rosto
másculo. Sentiu um aperto no peito e à medida que a pulsação acelerava, mais
difícil se tornava oxigenar os pulmões.
–
O que está dizendo? – sussurrou ela.
–
Que eu a amo, pedhaki mou. S’agapo. – Os olhos azuis se arregalaram quando ela percebeu
o que as palavras que Joseph dissera significavam. Demi se viu incapaz de formular
uma resposta, portanto limitou-se a encará-lo em estado de choque. – Tenho um péssimo
modo de demonstrar isso – disse ele, escarnecendo de si mesmo. – Era orgulhoso,
muito orgulhoso para confessar meus sentimentos. Nem mesmo os conhecia. Sabia
apenas que não queria que você partisse e fiquei com raiva por pensar que
estava insatisfeita com nosso relacionamento. E então, quando vi aqueles papéis
em sua bolsa, tomei um choque e fiquei furioso. Não podia acreditar que você
tivesse sido capaz de me roubar.
–
Mas acreditou – argumentou Demi pesarosa.
Joseph
desviou o olhar. A dor lhe contraindo as feições.
–
Eu estava com raiva. Nunca senti tanta raiva. Pensei que havia me usado para
ajudar meu concorrente. Por isso a mandei embora. – Ele passou uma das mãos
pela nuca. – E Deus me ajude! Eu a entreguei direto nas mãos daqueles
sequestradores.
Demi
fechou os olhos, não querendo recordar o medo e o desespero que experimentou durante
o cativeiro. Embora tivesse recuperado a memória, aquela parte ainda se
encontrava enevoada. Talvez a tivesse bloqueado para sempre.
–
Você me ama? – Demi ainda estava presa àquelas palavras. O restante da conversa
estava meio confuso e ela se fixava naquela declaração.
Mais
uma vez Joseph a puxou para os braços, envolvendo-a como uma delicada peça de
cristal.
–
Não soube demonstrar isso, mas eu a amo de verdade. Quero uma chance para
provar meu amor. Quero que se case comigo. Por favor.
Confusa,
Demi fez um gesto negativo com a cabeça diante da súplica humilde.
–
Ainda quer que eu me case com você?
Joseph
a pressionou contra o corpo até encostar os lábios na testa delicada.
–
Não precisa responder agora. Sei que disse muitas coisas que a chocaram. Mas me
dê uma chance. Prometo-lhe que não se arrependerá. Farei com que volte a me
amar. Nunca mais vou negligenciar seu sentimento precioso como fiz.
Demi
estava convencida de que havia enlouquecido. Finalmente perdera a sanidade.
Joseph
a segurava nos braços, declarando seu amor e desejando que se casasse com ele.
Dessa
vez, para valer. Sem fingimentos. Sem mentiras ou meias verdades entre os dois.
Gentilmente,
ele a afastou e depositou um beijo suave em seus lábios.
–
Pense nisso, agape mou. Esperarei o tempo que for preciso por sua resposta.
Joseph
se ergueu como se lhe sentisse a necessidade de ficar sozinha e se encaminhou à
porta, estacando apenas para lhe voltar um último olhar, antes de desparecer de
vista.
Demi
permaneceu sentada por um longo tempo, com o olhar pregado na agora vazia soleira
da porta. As mãos tremiam e o peito se comprimia. Ele a amava? Taylor plantara
os papéis incriminatórios em sua bolsa e depois destruíra os pedidos de
resgate?
Um
tremor lhe varou o corpo. A assistente de Joseph a odiaria a tal ponto? Ou
apenas desejava o patrão desesperadamente? Talvez os dois. Ou talvez Taylor
estivesse trabalhando para o concorrente de Joseph durante todo o tempo.
Os
acontecimentos dos últimos dias ainda pesavam sobre ela. Não podia simplesmente
esquecer tudo porque ele lhe pedira desculpas e lhe oferecera seu amor e um
casamento, certo? Nem mesmo pudera reciprocar aquela declaração, porque Joseph não
acreditaria se lhe dissesse isso agora.
Demi
suspirou e se deitou de lado, encolhendo os joelhos até que lhe tocassem o abdômen.
Estava
tão cansada! Desgastada, tanto física quanto emocionalmente. Acariciou a
barriga, sorrindo quando o filho se mexeu e chutou sob seus dedos.
–
O que devo fazer? – sussurrou. Temia dedicar seu amor a Joseph outra vez. Mas também
a assustava a ideia de ficar sem ele. Por mais estrago que aquele homem havia
lhe causado ao coração, experimentava uma dor profunda só de pensar em
deixá-lo.
Demi
fechou os olhos por um breve instante. A exaustão transbordava por todos os
seus poros. Não podia tomar uma decisão tão importante em questão de minutos.
Havia muita coisa em jogo. Tinha um filho para levar em consideração. E a si mesma.
Nos
dias que se seguiram, Joseph lhe satisfez todas e quaisquer necessidades. Ele
amimava, a enchia de atenções e se esmerava nos cuidados com Demi. Repetia incessantemente
que a amava, embora mantivesse uma distância respeitável entre ambos.
Ao
que parecia, Joseph se sacrificava ao máximo para não a pressionar em nenhum sentido.
Não era capaz de usar a paixão eletrizante que existia entre os dois para
persuadi-la e Demi se sentia grata por isso.
Dois
dias depois de Joseph a pedir em casamento, os dois irmãos vieram visitá-los.
Demi
tentou se retirar pensando em deixar que os três discutissem seus negócios à
vontade, mas, para ser sincera, ainda se sentia constrangida e envergonhada na
presença dos dois, embora nada tivesse feito para merecer qualquer censura.
Entretanto,
era com ela que os dois irmãos desejavam falar, e Demi encarou, confusa, os semblantes
sérios à sua frente.
–
Agimos de maneira imperdoável com você, irmãzinha – disse Kevin.
Nick
anuiu em concordância.
–
Compreenderemos se nunca nos perdoar. Fomos grosseiros. Não há defesa para o
modo como a tratamos, principalmente quando está esperando um sobrinho nosso.
O
sentimento de culpa e o arrependimento era patente nas duas expressões, mas Demi
não tinha ideia do que dizer para aliviar a situação.
Kevin
deu um passo à frente, pousou as mãos com suavidade nos ombros de Demi e lhe deu
um beijo de cada lado do rosto. Quando recuou, foi a vez de Nick fazer o mesmo.
Demi
relanceou o olhar a Joseph, percebendo a expressão séria em seu olhar. O rosto estava
abatido e parecia mais fino, como se tivesse perdido peso. Parecia… infeliz.
Não se tratava de culpa, embora a atmosfera estivesse repleta daquele
sentimento. Dava a nítida impressão de ter perdido a única coisa que lhe
importava. Ela?
O
pensamento quase a paralisou. Demi exibiu um sorriso trêmulo para Kevin e Nick
e, em seguida, se desculpou, quase correndo na pressa de se retirar daquela
sala.
Escancarou
a porta que dava para o pátio e recebeu de bom grado o ar frio que a recepcionou.
Inspirou várias vezes, tentando acalmar as emoções conturbadas.
A
mente passou por todos os sentimentos que a invadiram nos últimos dias.
Traição.
Haviam
mentido para ela. Demi impediu a progressão daqueles pensamentos, porque agora imaginava
se Joseph realmente havia mentido sobre seus sentimentos.
A
aparência dele refletia o modo como ela se sentia. Perdida. Ambos estavam
obviamente feridos. Se Joseph a odiasse de verdade, por que teria se dado ao
trabalho de representar um papel tão elaborado quando ela perdera a memória?
Por que sentira qualquer obrigação em relação a alguém que o havia roubado?
–
Está esperando um filho dele – murmurou ela. E, sim, tinha ideia do quanto a
mãe de um filho de Joseph seria digna de cuidados, mas por que ele não fizera o
que Kevin sugerira e a colocara simplesmente em um apartamento qualquer? Por
que a paparicara, fizera amor com ela, agira como se gostasse dela?
De
fato a amava? Tal declaração lhe devia ter sido muito custosa. Joseph não era
um homem inclinado a dar voz aos próprios sentimentos. Durante todo o tempo em
que estiveram juntos, antes do sequestro, ele nunca lhe revelara nenhum deles.
Mas demonstrara de muitas formas que gostava dela.
Poderia
voltar a confiar em Joseph? Tal pensamento a assustava e ao mesmo tempo lhe oferecia
certa paz. A escolha seria dela. Ela determinaria o próprio futuro.
Mesmo
enquanto as opções se alternavam na mente de Demi, ela sabia o que faria. Tinha
plena ciência do que queria, mesmo sabendo que talvez não fosse a melhor
escolha. O coração nem sempre fazia a escolha mais sábia, pensou com expressão
pesarosa.
Ainda
assim, descobriu-se entrando na casa e indo à procura de Joseph. A preocupação lhe
dava um nó nas entranhas, mas ela sabia que estava tomando a decisão certa,
mesmo que não lhe parecesse tão certa assim no momento.
Demi
o encontrou na sala onde o deixara, olhando pela janela com um drinque na mão.
Os irmãos haviam partido e o silêncio tornava a atmosfera pesada. Ela estacou
por um instante, reunindo coragem. Joseph tinha a aparência de quem não dormia
havia dias. A calça comprida estava amarfanhada e as mangas da camisa enroladas
até os cotovelos. A sombra de uma barba lhe escurecia a mandíbula e os cabelos
estavam desgrenhados.
Ainda
assim, era extremamente desejável. Demi teve ímpetos de cruzar a sala em disparada
e se atirar naqueles braços fortes. Queria que ele a abraçasse e lhe dissipasse
os medos e as dúvidas. O nó que sentia na garganta se agigantou e Demi soube
que tinha de falar naquele momento ou arriscar não ser mais capaz.
–
Joseph – chamou em tom de voz suave.
Girando,
ele pousou o drinque e se precipitou na direção dela.
–
Você está bem, agape mou? Há algo que eu possa fazer por você? Desculpe se meus
irmãos a aborreceram.
Demi
tentou soltar uma risada, mas o som terminou em um soluço. Respirou profundamente
e tentou se recompor.
–
Eu me casarei com você.
Labaredas
escuras faiscaram nos olhos âmbar, tornando-os da cor de ouro velho. As mãos fortes
seguraram os ombros de Demi enquanto ele a encarava.
–
É verdade? – perguntou com voz rouca. Demi anuiu. Joseph fechou os olhos e, em seguida,
a puxou contra o corpo. Por um longo instante, apenas a abraçou. Em seguida,
deu um passo atrás, e a olhou nos olhos. – Está falando sério? Você se casará
comigo?
Demi
umedeceu os lábios em um gesto nervoso.
–
Quero uma cerimônia discreta. Sem festejos. O mais reservada possível.
Joseph
anuiu e lhe segurou o queixo.
–
Tudo que você quiser.
–
E quero… – Demi desviou o olhar e prendeu o lábio inferior entre os dentes.
–
O que você quer, agape mou? Diga-me. Não há nada que eu não faça por você. Tudo
que tem a fazer é pedir.
–
Não quero ficar aqui – disse ela em tom de voz calmo. – Gostaria de voltar para
a ilha. –Demi cerrou os punhos com tanta força, que as juntas dos dedos se
tornaram esbranquiçadas.
A
expressão de Joseph suavizou e ele cobriu a mão delicada com a dele,
abrindo-lhe os dedos e os entrelaçando aos seus.
–
Voaremos para lá assim que nos casarmos.
O
alívio teve um efeito calmante nas veias de Demi.
–
Está falando sério? Não se importa?
–
Sua felicidade é tudo para mim. Pediu algo tão simples. Como não lhe satisfazer
a vontade? Tornarei aquela ilha nosso lar se for esse o seu desejo.
Demi
anuiu.
–
Isso me agradaria.
–
Então, tomarei as providências imediatamente.
Joseph
não perdeu tempo em finalizar os preparativos para o casamento e organizar a viagem
para a ilha. Sozinho, rearranjou sua agenda de trabalho, providenciou para que
tudo que Demi precisasse fosse comprado, embora já tivessem comprado o vestido
de noiva.
Demi
não pôde deixar de se admirar com tudo que ele providenciara em tão pouco
tempo.
As
autoridades a interrogaram agora que ela recuperara a memória e Demi teve de
passar várias e exaustivas horas fornecendo-lhes os detalhes que conseguia se
lembrar. Os sequestradores não a haviam machucado e mostraram até mesmo um
pouco de consideração quando sua gravidez ficou evidente. Eles a haviam
observado, sabendo que era próxima a Joseph e a atacaram quando surgiu
oportunidade. Optaram por uma quantia modesta para o resgate, esperando
consegui-la sem muito alarido. Quando viram que não conseguiriam seu intento,
abortaram o plano do sequestro e tomaram providências para que Demi fosse encontrada.
O fato de saber que Joseph ignorara o pedido de resgate fora a gota d’água que
transbordara o copo. Fora naquele momento que Demi bloqueara seu passado, tão abalada
ficara com aquela traição. A emoção devastadora a levara à amnésia. O medo de
ser abandonada pelos sequestradores, o terror de ser deixada sozinha, sem ter
para onde ir ou ninguém a quem recorrer.
Demi
ficara transtornada durante o relato e Joseph sofreu a agonia de ser
confrontado com tudo que ela havia passado. Por sua causa, pensou ele. Durante
todo o depoimento, ele se manteve ao lado dela em atitude protetora e pediu que
parassem quando percebeu que Demi não poderia mais suportar.
A
polícia ficou de posse dos contatos de Joseph para que a chamassem caso
fizessem prisões ou necessitassem de seu testemunho.
Dois
dias depois, estavam casados. Kevin e Nick compareceram, e Patrice foi a única testemunha
da cerimônia.
Após
os trâmites legais, Nick lhe desejou as boas-vindas à família de maneira
reservada enquanto Kevin foi mais efusivo.
–
Você o faz muito feliz, irmãzinha – murmurou ele enquanto a puxava para um
abraço.
Demi
exibiu um sorriso tímido, mesmo sabendo que Kevin não se deixaria enganar
comisso.
Pouco
depois, os dois irmãos de Joseph partiram. Kevin, para a Inglaterra, e Nick, para
o Rio de Janeiro, a fim de supervisionar os planos para a construção do novo
hotel.
Patrice
retornou a Atenas, onde se encontraria com o Dr. Karounis. Embora Joseph quisesse
esperar mais um dia, antes de viajarem para a Grécia, Demi não abriu mão
departirem tão logo a cerimônia acabasse. Queria retornar à ilha, ao lugar onde
fora feliz mesmo que por um curto período de tempo. Nova York guardava muitas
lembranças desagradáveis e queria apenas se afastar dali.
Joseph
a acomodou no jato particular e insistiu para que ela dormisse durante toda a viagem.
Era tarde quando aterrissaram e ainda mais tarde quando o helicóptero tocou o
solo da ilha.
Entretanto
Demi se sentia aliviada por estar em casa.
Joseph
a carregou nos braços para dentro da casa e não a soltou até que estivessem no quarto.
Sentou-a sobre a cama e, em seguida, se ocupou em despi-la e colocá-la debaixo
das cobertas.
Quando
se deitou ao lado dela e se limitou a segurá-la nos braços com delicadeza, como
se estivesse com medo de tocá-la, Demi franziu a testa na escuridão. Ergueu o
corpo e esticou o braço por sobre Joseph para acender a luz do abajur que ele
apagara momentos antes.
–
O que há de errado? – perguntou quando ela baixou o olhar para encará-lo.
Demi
o estudou, observando as linhas que lhe vincavam os cantos dos lábios e a preocupação
estampada nos olhos dourados. E então, naquele momento, percebeu que
Joseph
estava com medo.
–
Faça amor comigo – sussurrou Demi. Os olhos de Joseph faiscaram como ouro líquido
e um suspiro sonoro lhe escapou dos lábios. – Preciso que faça amor comigo.
–
Tem de estar certa disso, agape mou. Não quero pressioná-la a fazer nada que não
esteja preparada.
–
Tenho certeza do que estou dizendo.
Com
um gemido rouco, Joseph a deitou e a fez cativa sob seu corpo. Cada beijo, cada
toque expressava extrema ternura. Ele a tocava e acariciava com um cuidado
reverente.
A
camisola foi removida e, instantes depois, Joseph deslizou a cueca boxer pelas pernas
musculosas, em um movimento suave e preciso. O corpo forte, quente e excitado, cobriu
o dela. O prazer a inundou em ondas, quando os lábios experientes se fecharam
em torno de seu mamilo. Joseph o sugou de leve, roçando a língua pela
protuberância intumescida para, em seguida, aplicar o mesmo tratamento ao
outro.
Uma
das mãos longas se espalmou, protetora, sobre o abdômen avantajado e em seguida
a puxou contra o corpo enquanto a boca quente e sensual imprimia uma trilha de
beijos ardentes pelo pescoço, até lhe capturar os lábios.
–
S’agapo, pedhaki mou, S’agapo – murmurou ele com uma voz tão rouca e com tanta emoção
que fez lágrimas brotarem nos olhos de Demi.
–
Por favor – suplicou ela enquanto Joseph se movia por seu corpo. – Preciso de
você.
Com
uma única e lenta investida, ele a penetrou. Os movimentos cuidadosos e
calculados.
Mas
ela não queria ser tratada com tanto zelo. Desejava-o por completo. Portanto,
arqueou os quadris e enroscou as pernas em torno da cintura reta.
Soluços
de desejo e prazer lhe escapavam da garganta e, pela primeira vez, a dor minimizou
a uma lembrança distante. Era como se existisse apenas aquele momento e o homem
que amava.
Com
uma velocidade alucinante, ela escalou a montanha do prazer e despencou em
queda livre no êxtase. Joseph estava lá para segurá-la, puxando-a de encontro
ao corpo e murmurando palavras de amor contra seus lábios.
Demi
se aninhou no casulo protetor daquele abraço quase se fundindo a ele. Precisava
daquela proximidade. Precisava dele.
–
Não me deixe – sussurrou ela.
–
Nunca, agape mou – prometeu Joseph, acariciando lhe os cabelos, as costas, o abaulamento
do abdômen enquanto ela flutuava para o sono. A última coisa que ouviu foi ele dizer
que a amava.
Demi
escorregou para fora da cama e vestiu o robe para cobrir a nudez. Joseph ainda dormia
profundamente. O braço esticado como se o estendesse para segurá-la.
Haviam
feito amor durante quase toda a noite. Por fim, imergiram em um sono exausto pouco
antes da madrugada. Demi ainda sentia o corpo formigar com o toque, os lábios e
as carícias ternas daquele homem. Observando-o, soube que não poderia esperar
mais. Não poderia continuar torturando os dois. Suas incertezas haviam se
dissipado. Os temores teriam o mesmo destino com o tempo.
Demi
desceu a escada com um sorriso tristonho ao se lembrar da comoção que
Joseph
faria pelo fato de não tê-lo esperado.
Após
uma parada na cozinha, onde comeu uma rosquinha e bebeu um copo de suco, se aventurou
até a sala de estar para apreciar a vista do oceano.
Foi
lá que Joseph a encontrou. Deslizou os braços em torno do corpo de Demi, espalmando-as
sobre o abdômen protuberante e lhe beijou a curva do pescoço.
–
Levantou-se cedo, agape mou.
–
Estava pensando – murmurou ela, girando nos braços fortes para encontrar o
olhar preocupado de Joseph.
Os
dois se olharam nos olhos por um longo tempo e, por fim, ele disse com voz
rouca:
–
Acha que terei a chance de ser amado por você? Ou arruinei essa possibilidade
para sempre?
O
olhar de Demi suavizou e o coração se inundou mais uma vez com o amor que transbordava
em seu peito. Amor e perdão.
–
Eu já o amo – retrucou com voz suave. A surpresa varou o semblante de Joseph, seguida
de perto pela dúvida. – Sempre o amei. Desde o instante em que o vi pela primeira
vez, jamais existiu outro homem para mim. E nunca existirá.
–
Você me ama? – perguntou ele, maravilhado. A esperança florescendo nos olhos
âmbar.
–
Não podia revelar meus sentimentos antes – explicou ela. – Não em Nova York,
quando tudo estava tão confuso. Não teria acreditado se eu tivesse confessado
meu amor logo depois que revelou o seu. Queria voltar para cá, onde fomos
felizes. Queria que nossa vida começasse aqui.
Joseph
a envolveu nos braços, puxando-a contra o corpo trêmulo. A voz embargada pela
emoção quando murmurou palavras de amor em grego. Ele alternava entre a língua
natal e o inglês enquanto professava seu amor e lhe dizia o quanto lamentava a
dor que lhe causara.
Em
seguida, ergueu-a nos braços e a carregou pela escada de volta para a cama,
onde fez amor com Demi de forma doce e apaixonada outra vez. Mais tarde,
encostou-a ao corpo e lhe acariciou os cabelos.
–
Eu a amo tanto, yineka mou. Não mereço seu amor, mas sou muito grato por tê-lo.
Passarei
o resto da vida zelando por esse sentimento. Eu lhe juro.
Demi
o abraçou.
–
Eu também o amo. Muito. Seremos muito felizes juntos. Eu o farei feliz.
E
Demi cumpriu a promessa.
cabouuuuuuuuu
ou nao
sim, tem epilogo, e posso postar ainda hoje se tiver bastante comentarios
sobre proxima fic
ja tem a escolha. quem votou ja deve saber que quem ganhou foiiiiiiiiiiii
Awn!!! Que lindo eles dois juntos.
ResponderExcluirAmei a fic
Esperando pela próxima!!