Aos
poucos, os dias do casal começaram a se acomodar em uma rotina, assim como as noites.
Desde que se certificara de que estava tudo bem com a saúde dela e do bebê,
Joseph
fazia amor com ela todas as noites,
possuindo-a com uma paixão que a deixava sem fôlego. Mas nas manhãs ele nunca
se encontrava na cama quando Demi acordava.
Tornara-se
um hábito ela sair à procura de Joseph, aborrecida pelo fato de ele ter se levantado
tão cedo. Na maioria das vezes, o encontrava na biblioteca falando ao telefone,
trabalhando no computador ou analisando contratos e faxes. Quando entrava, ele
erguia o olhar e, por um breve instante, Demi percebia o fogo faiscar nos olhos âmbar, antes
de ele conseguir controlar a expressão. Após murmurar um formal “bom-dia”,
voltava a se concentrar no trabalho, dispensando-a sumariamente dessa forma.
Portanto,
Demi passava a maior parte das manhãs
sozinha ou na companhia de Patrice e do Dr. Karounis, que parecia muito
contente com o tempo que passavam juntos. Na hora do almoço, Joseph aparecia, como se não tivesse passado horas
encerrado na biblioteca.
Para
seu crédito, ele lhe dedicava as tardes.
Demi
conseguira convencê-lo a fazer
caminhadas na praia, embora ele reclamasse da possibilidade de ela tomar
friagem e se cansar. Demi ansiava por
aqueles momentos porque só assim o tinha exclusivamente para si. E ao menos
naquele tempo, ele parecia perder a atitude reservada e cautelosa da qual
raramente abria mão.
Foi
durante um desses passeios que Joseph a
puxou para que se sentasse no tronco onde ela sempre se acomodava para observar
o oceano. Após fixar o olhar no mar por um instante, ele se virou para
encará-la com expressão séria.
–
Deveríamos nos casar logo. – Demi girou
o anel de noivado no dedo com a ponta do polegar e imaginou por que aquela não
era uma conversa animada. – Queria lhe dar um tempo para que recuperasse as
forças. O médico acha que sua saúde está ótima agora.
Demi
relaxou um pouco sob o escrutínio
intenso dos olhos dourados.
–
Para quando está planejando?
–
Logo que conseguir providenciar os papéis. Não quero esperar mais. Não quero
que nosso filho nasça bastardo.
Demi
franziu a testa e virou o rosto na
direção dele. Aquela estava longe de ser uma declaração romântica de amor e
devoção. Mas também não queria que o filho nascesse fora do casamento. De
repente, sentiu-se egoísta por desejar um motivo mais sentimental para apressarem
o casamento.
–
Quer se casar comigo, pedhaki mou? Cuidarei de você e de nosso filho. Juro que
não lhe faltará nada.
Demi
lutou para não franzir a testa mais uma
vez. Quanto mais Joseph falava, menos ela
se empolgava com o casamento. Ele fazia aquilo parecer uma barganha. Não queria
que aquela união fosse fria e racional.
Joseph
lhe ergueu o queixo com um dedo e a
olhou nos olhos.
–
Em que está pensando tão concentrada? – Demi não queria lhe dizer a verdade.
Portanto,
em vez disso, anuiu lentamente. Uma das sobrancelhas de Joseph se ergueu em uma expressão questionadora. –
Isso é um sim?
–
Sim – sussurrou ela. – Eu me casarei com você tão logo possa providenciar os
papéis.
Um
brilho de satisfação iluminou os olhos âmbar enquanto ele se inclinava para
roçar os lábios aos dela.
–
Não se arrependerá disso, pedhaki mou.
Uma
estranha escolha de palavras. Por que razão ela se arrependeria de se casar com
o homem que amava, o pai de seu filho? Demi imaginou se ele sempre fora tão enigmático e
se havia aprendido a amá-lo apesar disso. Era óbvio que sim.
Enquanto
se encaminhavam de volta a casa, Demi escorregou a mão pela dele, necessitando de
conforto. Após um breve segundo de hesitação, os dedos longos se fecharam contra
os dela e os apertaram. Aquecida por aquele pequeno gesto, Demi expulsou as dúvidas que a atormentavam.
Naquela
noite, Demi estava pronta para dormir
quando ele surgiu por trás e lhe envolveu a cintura com os braços. As mãos
grandes descansaram na curva avantajada do abdômen enquanto os lábios sensuais
descreviam uma trilha de fogo do topo do ombro até a região logo abaixo da
orelha de Demi , lhe fazendo a pele arrepiar e o corpo estremecer contra o
dele.
–
Prefiro você nua, pedhaki mou – disse ele, erguendo uma das mãos para puxar a
fita que amarrava a camisola que ela acabara de vestir. As palavras lhe
invadindo a mente e despertando uma distante similaridade. Por um instante, Demi
o viu parado diante dela encarando-a com
olhar ardente e dizendo exatamente as mesmas palavras. Esforçou-se para evocar
mais lembranças, mas a imagem se esvaiu tão rápido quanto aflorou.
A
frustração a fez fechar os olhos, mesmo enquanto se entregava ao prazer do
toque daquele homem.
Joseph
escorregou uma das alças da camisola
pelo ombro delicado, seguindo o movimento
com o toque dos lábios até descê-la pelo braço de Demi . Em seguida, deu o mesmo
tratamento ao outro lado. Enganchando os polegares nas alças finas continuou a
baixá-las até que o tecido acetinado deslizasse pelo corpo de Demi e formasse uma poça no chão.
A
incerteza e a vulnerabilidade a assolaram enquanto permanecia nua, exceto pela
calcinha de renda. Demi se sobressaltou
quando as mãos longas se espalmaram sobre seu abdômen volumoso mais uma vez e,
em seguida, empreenderam uma jornada lenta, subindo por suas curvas, pelas
laterais do corpo sensível e pousando sobre os seios firmes.
Os
lábios sensuais lhe encontraram o pescoço outra vez, fazendo-a estremecer incontrolavelmente
quando submetida às carícias dos polegares nos mamilos rígidos e às mordidas
leves no pescoço.
–
Eu a desejo – sussurrou ele com voz gutural. – Você é tão linda, agape mou!
Venha para acama comigo.
Era
muito fácil esquecer as dúvidas e inseguranças no casulo seguro daqueles braços
fortes.
Quando
faziam amor, se conectavam verdadeiramente. Não havia barreiras, tensão ou relutância.
Demi vivia em função daqueles momentos,
quando ele a possuiria e lhe mostraria com muito mais do que palavras qual era
o significado dela em sua vida.
Demi
virou-se permitindo que as mãos longas
escorregassem por sua pele. Quando estava de frente para ele, se ergueu nas
pontas dos pés e envolveu o pescoço largo com os braços.
–
Beije-me – sussurrou ela.
Com
um gemido rouco, Joseph a puxou contra o
corpo e lhe capturou os lábios, mal conseguindo se conter. Seus movimentos
estavam impacientes naquela noite, como se fosse incapaz de se saciar dela,
como se não pudesse esperar para possuí-la. Demi permitiu que ele a guiasse, apressado, para a
cama, sentindo o corpo virilpressionado ao dela. Joseph a deitou sobre o colchão, sem nunca desprender
os lábiosdos dois. Em seguida, ergueu a cabeça, revelando as labaredas que
inflamavam os olhosâmbar. Como movimentos bruscos, se livrou das próprias
roupas, antes de pairar sobre ela outra vez.
–
Faça amor comigo – pediu Demi , esticando a mão para lhe tocar o rosto.
Sem
esperar por mais nada, ele se inclinou para lhe violar com beijos molhados e
sôfregos a pele da mandíbula, pescoço e mais abaixo dos seios intumescidos. Com
a língua descreveu carícias leves e eróticas nos mamilos rígidos, fazendo
descargas elétricas se espalharem porto do o corpo de Demi , até se
concentrarem no centro pulsante de sua feminilidade.
A
jornada sensual prosseguiu com a exploração do abdômen abaulado, que ele
emoldurou com ambas as mãos em um gesto tão reverente que trouxe lágrimas aos
olhos de Demi. Em seguida, Joseph pressionou os lábios contra a pele retesada
com um beijo suave.
A
emoção formou um nó na garganta de Demi , dificultando-lhe a respiração. Se ao
menos pudessem ficar assim. Ali, onde não havia palavras nem defesas, se sentia
amada e venerada.
Não
existiam muralhas, barreiras ou segredos.
A
boca experiente se moveu, fazendo-a ofegar quando Joseph lhe afastou as pernas para lhe beijar o centro
da feminilidade que pulsava com a excitação.
–
Joseph ! – gritou ela enquanto a língua quente e ágil lhe estimulava o ponto
mais sensível.
–
Você é tão doce, agape mou – disse ele ao se mover para cima, roçando o corpo
de
Demi
.
Com
um movimento preciso, Joseph se
posicionou contra o calor úmido e convidativo de Demi escorregando para dentro daquele corpo
excitante e acolhedor. Ela fechou os olhos e esticou os braços na direção dele
com um suspiro de prazer. Os dedos se enterrando nos cabelos curtos da nuca de Joseph
e descendo pelo pescoço que acariciava
enquanto ele se movia para a frente e para trás com extrema suavidade.
E
então, os lábios exigentes se apossaram dos dela outra vez, absorvendo-lhe o
grito abrupto quanto ele se enterrou dentro dela ainda mais.
–
Mostre-me seu prazer – sussurrou ele contra os lábios intumescidos de Demi . –
Apenas para mim.
Diante
dos primeiros espasmos do clímax, ela arqueou os quadris, sentindo o corpo enrijecer,
antes de explodir em milhões de partículas que se espalhavam em todas as
direções.
O
grito suave que Demi deixou escapar
cortou o silêncio da noite enquanto ele a puxava contra o corpo. A mão longa
lhe acariciando a lateral do corpo, o quadril e a curva da barriga abaulada.
–
Não consigo me saciar de você – admitiu ele com uma voz que soou estranhamente vulnerável.
Demi
descerrou as pálpebras para se deparar
com os olhos dourados fixos nela. A expressão do belo rosto másculo feroz e
assombrada. E então, ele começou a se mover com mais força e exigência. Sem
dizer mais uma palavra, Joseph a levou a
indescritíveis alturas. Ela flutuou livre, o corpo envolto em um casulo de
prazer.
E
assim começou a noite. Demi mal
completava a jornada descendente de um pico para que ele a levasse a outro
ainda mais alto. Joseph a possuía de
modo incansável, comandando seu corpo com uma facilidade que a deixava sem
fôlego. Durante toda a noite, ele se mostrou insaciável e pouco antes da
madrugada, os dois se rederam à exaustão e adormeceram.
Mesmo
envolta na euforia do pós-sexo, o sono de Demi era agitado. Havia uma familiaridade na forma
exigente como Joseph fazia amor. Era
como se, pela primeira vez, tivesse lhe mostrado parte da vida que levavam no
passado.
No
sonho, Demi lutava para abrir uma porta
firmemente fechada, sabendo que do outro lado se encontrava sua história de
vida. Ela a puxou com força e, em seguida, bateu desesperada, soluçando para
que a porta se abrisse e lhe revelasse o que estava do outro lado.
Demi
unhou a superfície e, por fim, conseguiu
entreabri-la alguns milímetros. Uma luz forte incidiu através da abertura e, em
seguida, tão repentinamente quanto brilhara, se apagou diante do medo e do
desespero. Sabia, sem a menor sombra de dúvida, que não queria ver o que se
encontrava do outro lado.
Em
choque, perdeu a força e a porta bateu com um estrondo, deixando-a recostada, ajoelhada
e trêmula, contra a madeira fria.
Não!
Precisava saber. Tinha de saber. Quem era ela e o que lhe acontecera?
–
Demi . Demi ! – A voz ansiosa de Joseph lhe penetrou o sonho. – Tem de acordar, pedhaki
mou. É apenas um sonho. Você está segura. Está aqui comigo.
Demi
abriu os olhos para se deparar com Joseph
assomando sobre ela, os olhos arregalados
de preocupação. Ele havia acendido a luz do abajur ao lado da cama, e Demi ficou
grata por isso. Sentia-se sufocada pela escuridão que povoava seu pesadelo.
O
rosto estava molhado, um sinal de que havia chorado no sonho. O coração ainda estava
disparado por causa do pânico e ela não conseguia se livrar da tenebrosa
sensação do mau presságio que a assolara. Tentou falar, dizer a Joseph que estava bem, mas em vez disso deixou
escapar um grito. Ele a envolveu com força nos braços e a segurou enquanto o
corpo de Demi sacudia com os soluços.
–
Isso vai fazer mal à sua saúde. Tem de parar. – Durante um longo tempo, ela se
agarrou aos braços musculosos para impedi-lo de se afastar. Quando, por fim,
conseguiu recuperar o auto controle, Joseph a recostou com cuidado aos travesseiros. – O
que a assustou tanto, agape mou?
As
imagens do sonho voltaram com força total, mas Demi se forçou a entendê-las.
Felizmente,
o pânico inicial se dissipara, possibilitando-lhe respirar com tranquilidade.
–
Eu estava diante de uma porta – explicou, com voz trêmula. – Sabia que do outro
lado estavam minhas lembranças, mas não conseguia abri-la por mais que
tentasse. Por fim, consegui entreabri-la e então…
–
E então, o quê? – perguntou Joseph com
voz suave.
–
Medo – sussurrou ela. – Muito medo. Eu estava com medo, larguei a porta e ela
se fechou com força.
Joseph
se deitou ao lado dela, puxando-a para
seus braços.
–
Foi apenas um sonho, pedhaki mou. Apenas um sonho. Não pode fazer mal algum a
você. Está temendo o desconhecido. Isso é natural.
Lentamente,
Demi começou a relaxar contra o corpo
quente e forte. Ele lhe afagava as costas, a palma da mão escorregando para
cima e para baixo sobre toda a extensão da espinha de Demi.
–
Está melhor agora? Quer que eu chame o Dr. Karounis?
Demi
negou com a cabeça contra o peito largo.
–
Não. Eu estou bem. Sério. Estou me sentindo tão tola agora!
–
Não é tola. E tente voltar a dormir. Receio tê-la deixado acordada por muito
tempo essa noite.
A
voz de Joseph tinha um timbre rouco e
grave e lhe fez o corpo enrijecer outra vez diante das lembranças do que a
deixara acordada.
Com
um bocejo, ela se enterrou com o máximo de força possível contra o corpo de
Joseph
e se entregou ao que dessa vez foi um
sono sem sonhos.
Joseph
se levantou com o raiar do dia. Não dormira desde que Demi acordara devido ao pesadelo. Após
tranquilizá-la, ela cedera a um sono reparador, mas ele permanecera acordado,
com o olhar fixo no teto, refletindo sobre o absurdo da situação em que se encontravam.
Com
cuidado para não acordá-la, tomou um banho e se vestiu. Após se certificar de
que ela não fora incomodada, desceu a escada em silêncio e passou direto pelo
escritório, embora fosse seu costume começar lá o dia de trabalho.
Naquela
manhã, algo o impeliu para a praia, na direção do local que Demi costumava visitar. O ar soprava frio, vindo do
oceano, mas aquilo não o incomodava enquanto permanecia parado, observando as
ondas quebrarem na areia e retornarem ao mar.
O
passado de Demi , o passado de ambos, ameaçou visitá-la durante o sono. As lembranças
travavam batalhas nos momentos em que ela estava mais vulnerável e o que ele faria
se fossem recuperadas?
O
terrível conflito que o corroía por dentro o estava desgastando. Podia sentir
raiva e de vez em quando sentia, mas também era muito fácil esquecer. Ali na
ilha, protegido do resto do mundo, era muito fácil fingir que existiam apenas Demi,
ele e o filho que ainda não nascera.
Nenhuma
traição do passado, nenhuma mentira ou falsidade.
Joseph
enfiou as mãos nos bolsos da calça e
baixou a cabeça, resignado. Nunca antes, tanto na vida profissional quanto na
pessoal, se sentira tão perdido, tão indeciso. Seria capaz de perdoá-la por ter
tentado destruí-lo e aos seus irmãos? Aquela era a pergunta que valia um milhão
de dólares, porque se não fosse capaz, não seria possível um futuro para os
dois.
Quando
Demi recuperasse a memória, as coisas
mudariam radicalmente. E a ele restaria se agarrar ao sabor amargo da traição
ou seguir em frente e lhe conceder seu perdão.
Theos
mou! Não tinha a resposta para aquele impasse. Não sabia se seria capaz de
tanta generosidade. Não havia dúvida de que a desejava. Sentia-se atraído por Demi
, mesmo ciente de seus pecados. Ela estava gerando um filho seu, mas poderia
afirmar com toda a honestidade que, se não estivesse grávida, a dispensaria
facilmente?
Um
par de braços pequenos lhe envolveu a cintura e um corpo quente se recostou ao
dele.
Joseph
baixou o olhar para ver as mãos de Demi unidas em seu abdômen e as cobriu coma dele em
um gesto automático.
O
abraço era apertado e ele podia sentir a face macia pressionada contra sua
espinha. Era uma sensação… de perfeição.
Lentamente,
Joseph lhe retirou as mãos para que
pudesse girar no círculo dos braços delgados. Ela ergueu um olhar afetuoso e
receptivo, antes de se atirar nos braços fortes e aconchegar o rosto ao peito
largo.
–
Bom dia – disse ele, incapaz de impedir a onda de desejo que invadiu cada
célula de seu corpo.
–
Passei em seu escritório e não o encontrei. Fiquei preocupada – disse ela
recuando.
Joseph
inclinou a cabeça para o lado.
–
Preocupada?
–
Está sempre em seu escritório a esta hora – retrucou Demi em um tom de voz leve. –
Quando
não consegui encontrá-lo em mais nenhum lugar da casa, pensei… pensei que
talvez tivesse partido.
As
mãos longas pousaram nos ombros de Demi e os apertaram em um gesto tranquilizador.
–
Não partiria sem avisá-la, pedhaki mou. – Estivera tão distante, tão arraigado
em seus esforços em evitá-la que a fizera esperar uma atitude como aquela da
parte dele? Se esse fosse o caso, não poderia culpá-la. Incluindo a Srta.
Cahill e o Dr. Karounis, havia colocado um verdadeiro arsenal de pessoas entre
eles.
–
Gostaria de fazer uma caminhada comigo? – perguntou ela. – Sempre passeio de
manhã pela praia enquanto você está trabalhando. Isto é, se não estiver muito
ocupado?
Joseph
lhe segurou a mão e a levou aos lábios.
–
Nunca estou muito ocupado para você e para o nosso filho. Mas não deveria
descansar?
Um
suspiro exasperado escapou dos lábios de Demi enquanto ela soltava a mão e levav aos dois
punhos cerrados aos quadris.
–
Pareço estar precisando de descanso? – A raiva e o desapontamento lhe faziam
brilhar os olhos. – Ouça, se não quiser me fazer companhia, é só dizer, mas
pare de repetir o mantra “você precisa descansar” – dizendo isso, ela se virou
e saiu pisando duro pela areia, deixando-o parado lá, como se tivesse recebido
um soco no peito.
Joseph
passou uma das mãos pelos cabelos e a
observou se afastar, apressada, para só então a seguir. Os pés espalhando areia
para todos os lados na tentativa de fechar a distância entre os dois.
–
Demi ! Espere. – Ele chamou, segurando-lhe o cotovelo. Quando a girou, foi atingindo
em cheio pelas lágrimas que rolavam pelo rosto delicado. Demi virou a cabeça para o lado, limpando as
lágrimas às cegas com a outra mão.
–
Por favor, vá embora – disse ela com voz engasgada. – Vá fazer o que quer que
faça como seu tempo. Aguardarei minha hora marcada com você à tarde.
As
palavras soaram amargas, repletas de mágoa e deixaram claro que ele não
conseguira enganá-la com toda aquela distância que colocara entre os dois.
Joseph
esticou o braço e lhe tocou o queixo,
erguendo-o até que ela o encarasse. Com aponta do polegar, limpou uma lágrima
que corria pelo rosto delicado.
–
Não temos hora marcada.
–
Não? – Demi se soltou e recuou até
colocar uma respeitável distância entre eles. –
Tenho
tentado ser paciente e compreensiva, embora não consiga entender nada do que
está acontecendo. Nem a você nem mesmo a mim. Não consigo decifrá-lo, Joseph, e
estou cansada de tentar. Esforcei-me para ser forte e tolerante, mas não posso
continuar assim. Estou apavorada. Não sei quem sou. Acordei e me descobri
grávida, com um estranho em minha cama que afirma ser meu noivo e pai do meu
filho. Qualquer um pensaria que isso seria o suficiente para me julgar amada e
tratada com carinho, mas todas as suas ações só conseguiram me deixar ainda
mais confusa. Você alterna entre quente e frio e nunca sei qual dos dois
esperar. Não posso suportar isso.
Um
frio aterrorizante se espalhou pelo peito de Joseph, comprimindo-o até lhe dificultar
a respiração.
–
O que está dizendo? – Ele quis saber.
Demi
lhe dirigiu um olhar cansado.
–
Por que está se casando comigo? É apenas por causa da criança?
Linhas
profundas vincaram a testa de Joseph . Não o agradava ser pressionado daquela forma.
–
Está cansada e transtornada. É melhor voltarmos para casa e continuarmos essa
conversa em um lugar mais aqueci…
Demi
o cortou com um gesto brusco de mão.
–
Não estou cansada. Não estou transtornada e quero que pare com essa
superproteção.
Nem
mesmo acredito que se preocupe tanto. Isso não passa de uma conveniente
barreira atrás da qual se esconde quando começo a lhe fazer perguntas.
Joseph
abriu a boca para refutar aquelas
palavras, mas paralisou. Não poderia negar a verdade. Ainda assim, não queria
que ela se aborrecesse. Certamente aquilo não faria bem para o bebê.
–
O que há no meu passado que tanto me assusta? – sussurrou ela. – A noite
passada me aterrorizou. Acordei esta manhã com a sensação daquele medo e não
por não poder me lembrar, mas por ter medo de me lembrar. – Demi o encarou, ansiosa, com uma súplica estampada
no olhar. – Conte-me. Preciso saber. Como era nossa relação antes? Como nos conhecemos?
Estávamos de fato apaixonados?
Joseph
virou-se na direção do mar e enfiou as
mãos nos bolsos de trás da calça.
–
Você trabalhava para mim – disse em tom áspero.
Demi
se moveu até se posicionar ao lado dele,
sem tocá-lo, mas perto o suficiente para que ele lhe escutasse a respiração
alterada.
–
Trabalhava? No hotel?
Joseph
negou com um gesto de cabeça.
–
Nos escritórios da empresa. Era minha assistente.
Demi
o encarou chocada.
–
Mas Taylor é sua assistente e parece muito adaptada ao cargo. Como se o
ocupasse há anos.
Um
sorriso breve curvou os lábios de Joseph .
–
Não foi minha assistente por muito tempo. Eu estava determinado a tê-la em
minha cama. Convenci a pedir demissão e ir morar comigo. Você significava uma
distração à minha concentração no trabalho.
Demi
não pareceu lisonjeada com a revelação.
A testa se encontrava enrugada em uma expressão preocupada e os lábios se
curvavam para baixo.
–
Então, tornou um hábito me colocar onde lhe era mais conveniente – murmurou
ela.
Joseph
xingou em silêncio, porém, mais uma vez,
não podia negar que sempre tivera a sedução em mente no que se relacionava a
ela.
–
E eu permiti isso? – Demi perguntou. –
Simplesmente pedi demissão e fui morar com você?
Joseph
deu de ombros.
–
Parecia tão feliz em estar em minha companhia quanto eu em estar ao seu lado.
As
linhas que vincavam a testa de Demi se
aprofundaram enquanto ela envolvia o abdômen saliente com as mãos em um gesto
protetor.
–
Nosso bebê foi planejado?
Joseph
inspirou profundamente. Aquele era um
ponto nevrálgico que tinha de contornar com cuidado.
–
Não diria planejado, mas a notícia de sua gravidez certamente não foi mal
recebida.
Se
aquilo era possível, a resposta a deixara ainda mais entristecida. Os ombros de
Demi se curvaram para a frente enquanto ela virava de costas, mas não sem que
antes ele percebesse a nova leva de lágrimas que lhe banhava os olhos.
Com
um suspiro, Joseph a puxou e a envolveu
nos braços.
–
Por que está tão triste esta manhã, pedhaki mou? O que posso fazer ou dizer
para fazê-la se sentir melhor?
Demi
ergueu os olhos úmidos pelas lágrimas.
–
Pode parar de me evitar, de usar a preocupação com minha saúde e a do bebê como
desculpa para me tratar como uma inválida. Pode parar de tratar o meu passado
como se fosse algo do qual não tenho direito de saber.
Os
lábios sensuais se comprimiram.
–
Tentarei ser menos zeloso com sua… saúde, embora me reserve o direito de me preocupar.
E
então, um sorriso curvou os lábios de Demi , atingindo-o como um golpe certeiro
que quase o fez cambalear para trás. Não havia percebido o quanto a felicidade
de Demi era importante para ele. Seria
louco por se preocupar tanto, quando ela não se importara nem um pouco com sua
felicidade no passado?
Inclinando-se
para beijá-lo, ela se viu pressionada ao corpo forte enquanto os lábios eram devorados
pelos dele.
–
Obrigada – disse ela quando recuou. – Só quero… – Demi se calou sem conter a ansiedade no olhar,
antes de desviá-lo.
–
O que quer, pedhaki mou?
Demi
voltou a encará-lo.
–
Quero que sejamos felizes – respondeu com voz rouca. – Quero ter certeza do
lugar que ocupo em sua vida. Quero me lembrar, porém mais do que isso, quero
sentir que tenho mais do que uma pequena porção de você e do seu tempo.
Joseph
a observou pensativo. Demi nunca fora tão direta antes da amnésia.
Mostrava-se tímida e hesitante em dar voz a seus desejos e anseios. Mas teria
ela se sentido assim antes? Teria se ressentido de suas longas ausências? Do
modo como a encaixava em sua vida como lhe conviesse? Teria sido aquele o
motivo que a levara a agir de forma tão leviana? Fora aquele ato uma forma de
lhe chamar atenção?
–
Também quero muito que você seja feliz, Demi . E embora não possa convencê-la
do lugar que ocupa em minha vida com meras palavras, talvez possa provar isso
ao longo do tempo.
O
sorriso de Demi o aqueceu por inteiro.
Era como ver o sol surgir no horizonte. Ela esticou as mãos para segurar as
dele.
–
Venha caminhar comigo – convidou.
Incapaz
de lhe negar qualquer coisa naquele momento, ele a puxou para perto e os dois começaram
a passear pela praia.
sorry demora, eu nao estava muito legal segunda. bjemi
meu otp oriental fave.amoooooo
Tadinha da Demi, ela já está se sentindo mal e ainda tem que aturar o Joseph sendo bipolar...
ResponderExcluirEspero que ele quebre a cara logo
POSTA LOGO
Seguidora nova
ResponderExcluirAmei o capitulo