Demi
se ajoelhou no chão frio do jardim e arrancou algumas ervas daninhas que circundavam
as flores e a folhagem. Durante a rotina de trabalho matinal de Joseph , el aencontrara
outras formas de ocupar seu tempo para o desânimo do jardineiro que voava até
ali duas vezes por semana para cuidar dos jardins.
Desde
aquele desabafo na praia, Joseph deixara de lhe impingir Patrice e o Dr.
Karounis
a cada preocupação com sua saúde. Em vez disso, a enfermeira e o médico se mantinham
nos bastidores para serem acionados se necessário e Joseph lhe permitira transitar
pela escada sozinha.
Apesar
do fato de continuar trabalhando durante as manhãs, ele aparecia para tomar
café da manhã em sua companhia antes de retornar ao escritório. E então,
começava o divertimento de
Demi.
Todas as manhãs, encontrava uma forma de enlouquecê-lo. Quando Joseph saía à sua procura, após a jornada de
trabalho, invariavelmente Demi punha à
prova a promessa que ele fizera em se abster de exigir que descansasse.
Quando
ele a encontrara no jardim, apoiada nas mãos e nos joelhos, Demi pensou que fosse
vê-lo enfartar. No mesmo instante, Joseph erguera nos braços, a carregara para dentro
de casa e pela escada, a despira e a colocara na banheira.
Demi
dera risadinhas da expressão feroz do
noivo, escutara com pretensa seriedade o sermão sobre não se colocar em perigo
daquela forma nunca mais e no mesmo instante tramara incorrer na mesma
travessura, tão logo Joseph se
distraísse com o trabalho.
Aquilo
dera início a um jogo engraçado entre eles, no qual o divertimento ficava exclusivamente
por conta de Demi, porque ele não conseguia achar nenhuma graça em sua contínua
desobediência.
E
então, lá estava ela, esperando, extasiada, o momento em que ele a encontrasse.
Demi
ouviu o suspiro exasperado atrás dela e sorriu, mesmo quando se viu erguida no
ar.
Sua
cabeça colidiu com a solidez do peito largo e um sorriso lhe curvou os lábios
diante da expressão sombria de Joseph, que resmungava durante todo o trajeto
até a casa.
–
Prometi suavizar minhas tendências super protetoras. Parei de insistir para que
descansasse e até permiti que você transitasse sozinha pela escada. – Demi revirou os olhos.
–
Mas você é capaz de desafiar a paciência de um santo.
Como
fizera antes, e com o que ela estava contando, Joseph a despiu e colocou-a em um banho de imersão.
Ele lhe lançava olhares furiosos o que a fazia soltar risadinhas enquanto afundava
na água. Demi se banhava lentamente, e
os olhos âmbar seguiam cada movimento com um desejo feroz.
Deleitando-se
com o fato de deter toda a atenção de Joseph , valeu-se daquela vantagem para,
lânguida, esfregar a esponja sobre cada centímetro de seu corpo.
Quando
terminou, lançou um olhar inocente a Joseph, que a secava com uma toalha.
Demi
conjurou um de seus melhores sorrisos,
mas aquilo não ajudou em nada a suavizar o brilho feroz daqueles olhos
dourados.
–
Sua graciosidade não a livrará de um sermão, pedhaki mou.
–
Bem, ao menos sou graciosa – retrucou atrevida.
–
Por que insiste em me provocar? Meus cabelos estão ficando grisalhos e a culpa
é toda sua. Demi relanceou o olhar aos cabelos negros do noivo que não se
encontravam maculados por um único fio branco e ergueu as sobrancelhas.
–
Pobre querido. Está muito velho para lidar com uma mulher grávida?
–
Eu lhe mostrarei o velho – rosnou ele enquanto a erguia da banheira.
Mal
teve tempo de secá-la, antes de penetrar no quarto com passos duros e
depositá-la na cama. Os olhos de Demi se
arregalaram, apreciativos, quando ele começou a se despir revelando o corpo
musculoso.
–
Certamente tenho de agir como uma menina levada com mais frequência – murmurou
ela.
–
Posso me acostumar facilmente com a punição.
–
Sua feiticeira – disse ele ao se inclinar na direção dos braços que o
aguardavam.
Joseph
sempre determinava a forma como faziam
amor, e ela sabia que sempre fora daquele jeito, mas no momento foi invadida
por um repentino desejo de virar a mesa.
Enlouquecê-lo
da mesma forma como Joseph fazia com ela.
Demi
o empurrou, fazendo-o recuar e erguer o
tronco com a testa franzida. Em seguida, também se ergueu e pousou as mãos nos
ombros largos, forçando-o a se deitar de costas.
Quando
montou sobre os quadris retos com um joelho de cada lado, observou a expressão chocada
com que ele a encarava e um sorriso malicioso lhe curvou os lábios.
–
Quero tocá-lo – disse com voz suave, espalmando as mãos sobre as coxas
musculosas e as movendo lentamente para cima.
Os
olhos âmbar faiscaram como labaredas de fogo.
–
Então, fique à vontade e me toque, agape mou.
Incapaz
de evitar uma pontada de nervosismo, Demi lhe tocou a virilidade e o sentiu se contrair
em resposta. Invadida pela ousadia, fechou os dedos em torno da ereção e o
acariciou suavemente.
Um
gemido escapou da garganta de Joseph e
ela percebeu gotículas de suor lhe brotarem na testa. Ele era um homem lindo.
Forte, viril, exalando força por todos os músculos.
Inclinando
o tronco, Demi pressionou um beijo no abdômen
definido, traçando um caminho eletrizante com os lábios até os mamilos planos.
Uma fileira fina de pelos lhe escurecia alinha média do peito e ela escorregou
os dedos naquele local, gostando da sensação da aspereza em sua pele.
Sabia
o que desejava fazer, mas não tinha certeza de como conseguir. Joseph devia ter
lhe pressentido a incerteza e a hesitação, porque esticou os braços e lhe
envolveu as laterais dos quadris com as duas mãos.
Em
seguida, suspendeu-a e tornou a baixá-la sobre o comprimento de sua ereção, escorregando
para dentro dela.
–
Você está me matando, pedhaki mou – confessou com voz gutural. – Deus! Isso é
muito bom. Você é tão doce!
Encorajada
com a satisfação e a aprovação na voz de Joseph , fez amor com ele, depositando
beijos sobre o peito largo, enquanto as mãos longas guiavam os movimentos de seus
quadris.
Demi
sentiu o próprio corpo estremecer e percebeu que estava se aproximando do
clímax, mas não sucumbiria até que ele também se rendesse ao êxtase. No
instante seguinte, sentiu Joseph enrijecer sob seu corpo e as mãos fortes se
contraírem nas laterais de seus quadris. Ele arqueou, penetrando-a ainda mais
fundo, e, com um grito, Demi sentiu o mundo explodir ao seu redor. Pendeu para
a frente, mas ele a segurou com todo cuidado. Em seguida, Joseph a deitou sobre
o peito arfante e lhe acariciou os cabelos enquanto os dois lutavam para
recuperar o fôlego.
Joseph
girou para acomodá-la ao seu lado e desencaixar os corpos dos dois, suscitando outro
gemido de Demi . No mesmo instante, ela se aninhou ao corpo forte, aquecida e saciada.
–
Eu me saí bem? – perguntou as palavras abafadas pelo peito largo.
Joseph
soltou uma risada que lhe sacudiu o corpo e virou o rosto para que ela pudesse vê-lo.
–
Se tivesse sido melhor, teria feito de mim um velho antes do tempo.
–
Mas você gostou? – questionou ela com voz suave. – Ou acha que me transformei
em uma devassa agora?
Joseph
lhe beliscou a ponta do nariz e depositou um beijo no mesmo ponto.
–
Gostei muito. Tanto que estou considerando deixá-la brincar no jardim outra vez
amanhã.
Demi
revirou os olhos e bocejou sonolenta. Ele lhe traçou o contorno da maçã do
rosto com um dos dedos.
–
Durma agora. Eu a acordarei na hora do jantar.
–
Não preciso cochilar – resmungou ela, embora quase adormecida.
Não
desejando parecer totalmente previsível, Demi renunciou ao jardim no dia
seguinte, optando pela piscina aquecida. Desde que chegara à ilha, vinha
observando as águas azuis reluzentes com olhar cobiçoso. Graças às butiques
ávidas por entregarem suas mercadorias na ilha, dispunha de um traje de banho
simplesmente decadente que estava ansiosa por experimentar.
Enquanto
colocava o diminuto biquíni, percebeu que, na essência, estava tentando seduzir
Joseph. Não que já não tivesse conseguido isso, mas estava tentada a fazê-lo se
apaixonar por ela.
Demi
franziu a testa para a imagem que o espelho lhe devolvia. O certo não seria o contrário?
Ele gozava de memória perfeita. Não deveria ser ele a tentar fazê-la se
apaixonar?
Sabia
que o amava, mas não dera voz àquele sentimento. Algo a detivera, e agora Demi ponderava
o que a desestimulava a dar aquele salto.
Havia
uma hesitação em Joseph que a incomodava, como se ele quisesse manter alguma
distância entre os dois. Mas não era isso que ela desejava. Queria que ele a
amasse com a mesma intensidade com que o amava.
Demi
deixou escapar um suspiro. Se ao menos pudesse se lembrar!
Contorcendo
o corpo diante do espelho, ajustou o biquíni até ficar satisfeita com o resultado.
A parte superior lhe erguia os seios pequenos, emprestando-lhes uma aparência mais
avolumada do que realmente tinham. A parte de baixo… Demi sorriu quando se
virou para obter a visão traseira do traje de banho. Não era exatamente uma
tanga, mas chamava atenção para as nádegas levemente arredondadas.
Aprumando
as costas outra vez, Demi acariciou o abaulamento do abdômen. Joseph parecia
gostar de sua gravidez. Tocava e beijava sua barriga com grande frequência e
parecia encantado com o crescimento contínuo. Esperava que ele achasse o
biquíni… e ela… sexy.
Percebendo
que estava muito exposta, esticou a mão para o robe de seda e o vestiu. Não queria
que ninguém mais a visse naquele escandaloso traje. Aquela visão era apenas
para os olhos de Joseph.
Demi
desceu a escada e cruzou a sala de estar sem ser vista. Caminhou até a pequena
área que abrigava a parte interna da piscina e observou a água ondulante em
expectativa.
Com
ou sem Joseph, estava ansiosa por nadar.
Livrando-se
do robe, atirou-o sobre um das espreguiçadeiras e caminhou até a margem para imergir
a ponta de um dos pés. Estava divinamente aquecida. Se encaminhou aos degraus e
desceu para a água.
Ah,
aquela era uma sensação maravilhosa. Nadou na direção até a divisória de vidro
quedava vista para a porção externa da piscina. Ficou tentada a mergulhar sob a
divisória e nadar para o ar livre, mas a brisa fria a desestimulou.
Durante
algum tempo, boiou preguiçosamente sobre a superfície e, em seguida, deu alguns
mergulhos se mantendo de baixo da água pelo tempo que o fôlego permitiu. Veio à
tona comum arquejo e se amparou na margem lateral da piscina. Foi então que se
deparou com um par de mocassins de couro.
Demi
ergueu o olhar para ver Joseph a
observando, com os braços cruzados sobre o peito e uma carranca zombeteira
estampada no rosto. Até mesmo ela podia perceber que os lábios sensuais se
contraíam de maneira suspeita.
Pestanejando
com ar inocente, ela sorriu e o cumprimentou. Joseph se agachou e com aponta de
um dedo lhe ergueu o queixo.
–
Divertindo-se, pedhaki mou?
–
Muito – respondeu ela.
–
E pensar que estava ansioso por arrebatá-la de seu jardim hoje – murmurou ele.
Demi
sentiu o rosto ferver ao se lembrar do que acontecera no dia anterior depois
que
Joseph
fizera exatamente aquilo. Em seguida, estendeu a mão.
–
Pode me ajudar a sair?
Joseph
lhe segurou a mão ao mesmo tempo em que ela fechou os dedos da outra sobre o pulso
largo, plantou os pés na lateral da piscina e o puxou com toda a força que
possuía. Comum grito de surpresa, ele pendeu para a frente e caiu, espirrando
água para todos os lados.
Joseph
voltou à superfície se debatendo e, por um instante ela pensou que estivesse de
fato furioso. Ele a encarou com olhar irado, antes de baixar o olhar às
próprias roupas e soltar uma risada que ecoou no ambiente.
Antes
que ele pudesse pensar em retaliação e desejando que Joseph visse seu biquíni, ela
nadou até os degraus e saiu da piscina com movimentos deliberadamente lentos.
Em seguida, olhou por sobre o ombro para ver o queixo de Joseph quase cair aos
pés enquanto observava a parte de trás de seu biquíni.
Quando
alcançou o topo, ela se virou para lhe proporcionar uma visão de seu perfil e o
ouviu prender a respiração. Em seguida, girou mais uma vez, se encaminhando à espreguiçadeira
onde deixara o robe.
–
Ah, não fará isso, sua provocadora – rosnou ele.
Demi
pestanejou, confusa, com a velocidade com que ele saiu da piscina. Soltou um guincho
de surpresa quando ele a ergueu nos braços e voltou para a piscina.
–
Suas roupas!
–
Como se agora isso tivesse alguma importância! Você as arruinou.
–
Sinto muito.
Joseph
soltou uma risada.
–
Não, não sente. – Ele se inclinou na lateral da piscina e a depositou com
cuidado na água.
Em
seguida, se dirigiu a ela com olhar austero. – Não se mexa.
Demi
soltou uma risadinha que logo morreu em sua garganta quando o viu começar a se despir.
Primeiro se livrou da camisa, revelando o peito musculoso. Em seguida, atirou
os sapatos para o lado e arrancou as meias molhadas. Quando levou a mão à
braguilha da calça comprida, Demi corou, mas se viu incapaz de desviar o olhar
nem que disso dependesse sua vida.
O
volume patente contra o tecido da cueca boxer enquanto Joseph descia a escada
lhe dizia que havia conseguido o intento de deixá-lo enlouquecido de desejo.
Porém, agora imaginava o que fazer quanto àquilo.
Com
um mergulho preciso que quase não espalhou água, ele surgiu ao lado dela. Em seguida,
a puxou contra o corpo, capturando-lhe os lábios com um beijo faminto.
–
Deveria ser considerado ilegal usar um biquíni como esse – disse ele lhe
explorando o pescoço com beijos eróticos.
–
Não gostou? – Demi perguntou, fingindo inocência. – Posso me desfazer dele.
–
Ah, gostei – murmurou ele. – E vou gostar ainda mais de arrancá-lo de seu
corpo.
Demi
se soltou e mergulhou, nadando para o mais longe possível. Após uma curta distância,
emergiu, mas não o viu de imediato. Quando baixou o olhar era tarde demais. O corpo
de contornos prefeitos se encontrava muito próximo debaixo da água e ele lhe
puxou as pernas, fazendo-a imergir outra vez.
Os
lábios sensuais cobriram os dela enquanto Joseph dava impulso para que os dois emergissem
da água. Demi lhe envolveu o pescoço com os braços e lhe sorriu.
–
Acho que terei de retirar o comentário de que você é muito sério.
–
Parece que sim.
–
Não me oporia à ideia de você me tirar da piscina e me levar lá para cima –
declarou ela, com pretensa inocência.
Joseph
se apossou da boca macia mais uma vez com um beijo quente e de tirar o fôlego.
As mãos longas deslizando pelas laterais do corpo de Demi para se espalmarem
nas nádegas arredondadas. Em seguida, suspendeu-a e ela enroscou as pernas nos
quadris retos.
–
Segure-se em mim, pedhaki mou – murmurou ele. – Eu a tirarei da piscina agora
mesmo.
Joseph
subiu os degraus com cuidado e saiu da piscina. Quando se aproximaram das espreguiçadeiras,
ela percebeu que havia duas toalhas os aguardando. Ao que parecia,
Joseph
tinha a intenção de entrar na piscina durante o tempo todo. Demi exibiu um sorriso
travesso. Seu noivo não era tão sério afinal.
Depois
de pousá-la em uma das espreguiçadeiras, ele esticou a mão para uma das
toalhas.
Em
seguida, lhe secou os cabelos, o corpo, permitindo se deter nos pontos mais
sensíveis do corpo de Demi, tocando-a e a acariciando até que ela estivesse se
contorcendo na cadeira.
–
Quem está provocando agora? – perguntou ela ofegante.
Joseph
montou sobre a espreguiçadeira e baixou o corpo até encostá-lo ao dela.
–
Hummmm, você está quente.
–
Está com frio? – questionou ele com voz rouca. – Estou imaginando o que posso
fazer para aquecê-la.
Demi
o puxou para perto, lhe envolveu o corpo com os braços, enterrou os dedos nos cabelos
negros molhados e o beijou. Um som de puro contentamento lhe emergiu da
garganta quando ele correspondeu ao beijo com igual ardor.
A
ereção lhe comprimia o ventre, quente e rígida como o aço. Uma onda de calor
varou o corpo de Demi, deixando-a corada e excitada. Desejava aquele homem. Com
toda a força de seu ser.
–
Leve-me para o quarto – sussurrou ela contra os lábios sensuais que lhe
exploravam o pescoço e a curva do seio.
O
som de uma porta se fechando os surpreendeu. Joseph deixou escapar um
xingamento enquanto rolava para o lado e erguia uma toalha para cobri-la. Demi enrijeceu
quando viu Taylor por sobre o ombro largo.
Logo
sua surpresa se transformou em raiva. Aquela mulher invadia a casa e a
privacidade dos dois, sem nem ao menos um telefonema para avisar que estava a
caminho da ilha. Não ouviram sequer o ruído do helicóptero pousar. O que não
era de se admirar, já que estavam ocupados com outros assuntos.
–
O que está fazendo aqui? – Joseph questionou em um tom de voz frio como o gelo.
–
Desculpe-me a interrupção, Sr. Jonas – começou Taylor, embora a expressão não refletisse
nenhum arrependimento. O olhar vagou por Demi com um triunfo que logo ocultou quando
voltou a atenção a Joseph. – Há vários assuntos que requerem sua atenção e pensei
que seria melhor trazê-los pessoalmente do que relatá-los por telefone ou
e-mail.
–
Certamente esses meios nunca falharam no passado – retrucou Joseph com voz
tensa.
–
Se nos der licença, acho que é melhor me esperar no escritório.
–
Sim, claro, Sr. Jonas. Mais uma vez peço-lhe desculpas pelo incômodo.
Demi
estremeceu, dessa vez em virtude de um frio mais profundo. Aquela mulher tinha uma
cronometragem impecável.
–
Sinto muito – disse Joseph enquanto a ajudava a se erguer da espreguiçadeira.
Em seguida, lhe envolveu o corpo trêmulo com a toalha e a colou à lateral do
corpo. – Vou acompanhá-la até o quarto para que possa vestir algo mais quente.
Isso não levará muito tempo e logo estarei de volta.
Demi
anuiu, mas para ela o momento fora arruinado. O humor adorável e divertido que
Joseph
demonstrava minutos atrás havia se dissipado. A paixão que eletrizava a atmosfera
entre os dois agora se transformara em um cobertor frio atirado sobre eles pela
leal assistente.
Joseph
a guiou até o quarto e a apressou a entrar debaixo do chuveiro. Quando Demi saiu
do banho, ele já havia se vestido e descido.
Com
um suspiro desanimado, ela envolveu o corpo com a toalha e se sentou na beirada
da cama.
A
irritação havia substituído o bom humor de minutos atrás quando Joseph entrou
no escritório. Dirigiu um olhar austero a Taylor, que se afastou para que ele
passasse.
–
Essa intrusão não me agradou – começou em tom áspero. – Não me telefonou, não
avisou nem pediu permissão para vir até a ilha. – Taylor empalideceu e
arregalou os olhos. – Essa é minha residência particular, e aqui você não tem o
livre acesso do qual desfruta em meus ambientes de trabalho. Estamos
entendidos?
–
Sim, senhor – retrucou a assistente, tensa.
–
E então, o que há de tão importante que não justificou ao menos um telefonema
prévio? –perguntou ele.
–
Descobri que outro projeto foi roubado – respondeu Taylor com voz suave.
–
O quê? – Joseph começou a praguejar e
demorou um instante para se dar conta de que estava falando em grego, portanto
a assistente não estaria entendendo. Espalmou as duas mãos sobre o tampo da
mesa, balançando a cabeça em negativa.
–
Que projeto? Conte-me tudo.
A
expressão de Taylor endureceu.
–
Um antigo que o senhor havia jogado fora. Era o planejamento original para o
hotel do Rio de Janeiro. Mas ainda assim ela deve tê-lo vendido para Marcelli,
com os outros, o hotel que ele está erguendo em Roma tem as mesmas
características. Vi as provas pessoalmente dois dias atrás.
A
raiva era como ácido corroendo as veias de Joseph .
–
Meus irmãos já sabem disso?
Taylor
negou com a cabeça.
–
Achei melhor lhe contar primeiro.
Joseph
anuiu e fechou os olhos enquanto se virava para olhar a praia, além da janela.
Sempre
que pensava ter aceitado a traição de Demi, o passado voltava para assombrá-lo.
Por
mais que quisesse esquecer, seguir em frente, colocar aquele episódio para
trás, sempre o via retornar, insidioso e implacável.
Esforçou-se
para se lembrar de como Demi poderia ter tido acesso aos planos para o hotel.
Certamente não se protegia em casa. Por mais cuidadoso que fosse no escritório
e em todos os outros aspectos de sua vida, sempre agira de maneira relaxada e
despreocupada com ela, nunca pensara em resguardar seus interesses de Demi.
Como
seria capaz construir uma vida ao lado de Demi se não podia confiar nela?
Estaria sendo tolo em começar um relacionamento temporário, sabendo que tudo
iria por água abaixo no instante em que ela recuperasse a memória? Quando
tivesse de encarar seus pecados e arcar com as consequências da traição que lhe
fizera?
Em
meio a tudo aquilo, Joseph só conseguia se lembrar de uma coisa: a expressão de
Demi
no dia em que a confrontara em seu apartamento. O choque e o horror absolutos estampados
em seu rosto. Poderia alguém fingir tal reação com tanta perfeição?
Pela
primeira vez, Joseph fez uma análise profunda da mulher que ela fora durante
todo tempo em que estiveram juntos, antes do sequestro, e da mulher que se
mostrara desde então.
Não
havia nenhuma grande diferença. A única inconsistência era a traição.
–
Joseph – Taylor o chamou com voz suave. Os olhos âmbar se estreitaram ao ouvir
a assistente se referir a ele pelo seu primeiro nome. Nunca tolerara aquele
tipo de tratamento de seus funcionários, embora não soubesse dizer por que se
sentia incomodado escutá-lo de alguém que trabalhava tão intimamente ligada a
ele há bastante tempo. – Não permitirá que ela faça nada de errado, certo?
Joseph
girou para encará-la.
–
Não. Isso não se repetirá – respondeu com a voz tensa. A raiva lhe percorrendo
a espinha como uma serpente. Mas aquela raiva não se concentrava somente em Demi.
Por alguma razão, irritou-o o fato de Taylor se achar no direito de preveni-lo
contra a noiva.
A
assistente parecia desconfortável.
–
Espero apenas que ela não estrague mais uma vez seus acordos para esse novo
hotel. Não outra vez. É um negócio muito importante.
–
Acho que isso não é de sua conta. Demi é problema meu.
Taylor
se encolheu diante do tom do patrão.
–
Peço-lhe desculpas, mas essa empresa e esse emprego são muito importantes para
mim. Trabalhei duro para o senhor e me empenhei muito no projeto do hotel de
Paris.
Joseph
permitiu que um pouco da raiva se esvaísse em um profundo suspiro. Taylor trabalhara
duro e era compreensível que tivesse certa animosidade em relação a Demi mesmo
que ele não estivesse disposto a tolerar isso. Mesmo que não sentisse que
aquela animosidade era justificada. Tal pensamento o atingiu como uma bala de
revólver, porque aquilo significava que, de algum modo, não acreditava que Demi
fosse capaz de cometer um crime.
–
Aprecio muito sua preocupação, porém esse não é um problema seu. Se isso era
tudo que tinha a dizer, então pedirei que o helicóptero a leve até o
continente.
Taylor
pareceu querer protestar, mas em seguida concordou.
Trinta
minutos mais tarde, Joseph a acompanhou até o heliponto e, tão logo o helicóptero
decolou, ele retornou para dentro da casa.
A
raiva e as dúvidas evaporaram quando entrou no quarto e encontrou Demi sentada
na cama, envolta apenas por uma toalha, com expressão tristonha e distante.
Joseph
se ajoelhou diante dela e lhe tocou o rosto.
–
O que é, agape mou? Você está bem?
O
sorriso de Demi não se refletiu no olhar. Naqueles lindos olhos azuis que
faiscavam minutos atrás enquanto ela ria. Queria ver aquele brilho outra vez.
Desejava ter de volta aquele momento roubado na piscina. Antes da chegada de Taylor
e das notícias que poderiam mudar tudo entre os dois. Mais uma vez.
–
Estou em uma situação muito desagradável – confessou ela.
A
incompreensão o fez franzir a testa. A tristeza e a resignação no tom de voz de
Demi não o agradavam.
–
O que quer dizer com isso? – perguntou com voz suave enquanto lhe traçava o
contorno da lateral do rosto com um dedo.
Demi
o encarou.
–
Não me agrada o modo como ela tem livre acesso às nossas vidas. Esta é a nossa
casa.
Deveríamos
ter a liberdade de fazer amor, nos divertir juntos sem temer sermos
surpreendidos em uma situação comprometedora por uma estranha. Mas se der voz a
isso, disser que não gosto dela e não a quero aqui, temo parecer mesquinha. Não
há nenhuma forma de eu sair vencedora e todas de sair perdedora nesta situação.
– Ela baixou o olhar por alguns instantes e voltou a erguê-lo. A emoção lhe
fazendo os olhos faiscar. – Não gosto da forma como você se retrai todas as
vezes que ela aparece. Essa mulher entra aqui com um pretexto profissional e, quando
vai embora, você se torna distante. As últimas semanas têm sido maravilhosas, e
agora ela aparece e já posso senti-lo se distanciando de mim. Não sei se posso
suportar isso.
Lágrimas
banharam os olhos azuis, o que o deixou sem palavras. Tudo o que Demi dizia era
verdade. Não pensara em como ela se sentia. Achava que conseguia esconder as
emoções conflitantes que experimentava sempre que se lembrava do fato de que
ela o roubara, traíra e lhe mentira.
Joseph
tomou-lhe uma das mãos, levou-a à boca e a pressionou sobre os lábios.
–
Desculpe, agape mou. Sinto muito se a presença dela a tem incomodado e eu não
percebi. Isso não se repetirá. Já informei Taylor de que, sob nenhuma condição,
deve aparecer aqui sem dar ao menos um telefonema.
–
Eu poderia suportar a presença dela. Não vou mentir e dizer que simpatizo com
essa mulher, mas poderia tolerá-la. O que não posso suportar é o modo como você
se retrai todas as vezes que sua assistente aparece. Sem nenhuma lembrança para
me fortalecer a autoconfiança, não tenho nada que me diga: Demi, você está
sendo ridícula. Claro que há algo se passando entre você e Taylor.
A
surpresa quase fez o queixo de Joseph despencar.
–
Acha que estou tendo um caso com ela? – perguntou não conseguindo evitar o
arrepio de repugnância que lhe percorreu a espinha.
Demi
negou com a cabeça enfática.
–
Oh, transformei isso em um caos. Estou apenas tentando dizer que, para mim,
tudo isso é novo. Nosso relacionamento é novo. Não consigo me lembrar do tempo
que vivemos juntos, portanto, para todos os efeitos, estamos construindo um
novo relacionamento. Recomeçando.
Não
posso evitar a insegurança quando vejo que ela está tentando minar nosso
convívio.
Joseph
a envolveu nos braços, sem ideia do que responder. Não podia negar que provavelmente
Taylor queria afastá-lo dela. A assistente sabia que Demi havia roubado a empresa,
à qual era devotada e para a qual passara longas horas preparando o acordo que havia
desaparecido com os projetos para o hotel de Paris. E agora, ele ficara sabendo
que mais um dos projetos da Jonas seria apresentado sob a assinatura de
Marcelli. Não importava que fosse um que ele havia descartado. Demi não poderia
saber disso na ocasião.
Que
situação absurda! Mas o que mais o surpreendia era a raiva que as palavras de Taylor
lhe suscitaram. Sua primeira reação fora defender Demi e repreender a
assistente por acusá-la.
Mas
como poderia fazer isso se Taylor estava coberta de razão?
Tudo
o que sabia era que não queria magoar Demi. Por mais estúpido que aquilo parecesse,
dado o estrago que ela causara, queria afastar a tristeza daqueles olhos azuis.
Embora
não pudesse fazer nada para apagar o passado, podia se certificar de que Taylor
não fosse uma fonte de discórdia entre os dois. Iria satisfazer a vontade de Demi
naquele aspecto, porque refletia a dele. Não queria que nada se interpusesse
entre os dois naquela ilha.
Taylor
não voltaria àquela casa.
Toda vez que essa Taylor aparece, acaba com a alegria da Demi
cara eu sei que voces querem me matar por postar esses gifs, mas amo essa serie, sorry
bjemi
Joseph tava tão gracinha e continuou depois, mas essa puta que veio trazer discórdia de novo, ninguém merece
ResponderExcluirQuero que ela se ferre logo!!!
Posta Logo!!!
Quero que a Demi recupere logo a memória, pq eu tenho certeza de quem vendeu esse projetos foi a Taylor e alguém precisa descobrir isso.
ResponderExcluirMds eu amei o capítulo, pf posta outro logo ou faz uma maratona pf ��❤
Tenho certeza que foi a Taylor que roubou os projetos,não vejo a hora que a demimprensa recuperar a memória e o joe sofre um pouquinho por ter achado que foi ela que roubou ele faz uma maratona please
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