Na
manhã seguinte, Demi se vestiu com um dos trajes elegantes que haviam sido entregues
por uma butique especializada em roupas de gestante diretamente na cobertura. Joseph
insistira para que ela consultasse um obstetra antes da viagem para a ilha e,
assim,acompanhada do noivo e rodeada de vários membros da equipe de segurança,
entrou no centro médico, onde ficava localizado o consultório.
Embora
se sentisse muito exposta e levemente envergonhada, também vibrava com a constante
atenção e a aparente preocupação de Joseph com seu bem-estar.
Para
sua surpresa, não tiveram de esperar quando Joseph anunciou sua chegada à recepcionista.
A equipe de segurança permaneceu na sala de espera e Demi sorriu diante da imagem
dos homens enormes e corpulentos misturados a uma dúzia de mulheres grávidas.
Joseph
e ela foram encaminhados rapidamente à sala de exames por uma jovem enfermeira
que os assegurou de que o médico os atenderia imediatamente.
Quando
a mulher se retirou, Joseph ergueu Demi no colo e a acomodou sobre a mesa de exames.
Em vez de se sentar na cadeira ao lado, posicionou-se diante dela e escorregou a
mão pelo comprimento dos braços delicados, como a confortá-la.
Demi
se recostou aos braços fortes, incapaz de resistir à atração entre os dois.
Descansou a lateral do rosto no peito largo e fechou os olhos enquanto as mãos
longas a envolveram para lhe acariciar as costas.
A
porta se abriu, e Demi recuou rapidamente. Mas Joseph não parecia ter pressa em
soltá-la. Envolvendo-lhe os ombros com um braço puxou-a contra o corpo enquanto
o médico se apresentava aos dois.
Após
algumas perguntas preliminares e uma discussão sobre o estado de Demi, o médico
os encarou por sobre a prancheta.
–
Gostaria de fazer um ultrassom apenas para me certificar de que tudo está como
deveria.
Joseph
franziu a testa.
–
Tem algum motivo para se preocupar?
O
médico negou com um movimento de cabeça.
–
Trata-se de pura precaução. Devido ao fato de que farão uma viagem
internacional e a
Srta.
Lovato sofreu um trauma recente, gostaria de ver a criança e me certificar de
que tudo está bem.
Joseph
anuiu e segurou a mão de Demi. Quando o médico deixou a sala ele disse:
–
Ficarei ao seu lado, pedhaki mou. Não há nada a temer.
Demi
sorriu e lhe apertou a mão.
–
Não estou preocupada. Nem mesmo me feri no acidente e não há razão para algo
estar errado com o bebê.
A
expressão de Joseph se tornou indecifrável, mas a mão longa continuou segurando
firme a dela.
Após
alguns instantes, o médico retornou e instruiu Demi para se reclinar na mesa.
Quando
pediu que ela afastasse a calcinha até abaixo da cintura e erguesse a blusa, linhas
profundas vincaram a testa de Joseph.
–
A barriga tem de estar completamente exposta para que eu possa realizara o
exame – explicou o médico com um brilho divertido no olhar.
Foi
Joseph a realizar a tarefa, expondo o mínimo do corpo possível e se deteve ao
lado dela com uma das mãos pousadas acima do abdômen abaulado.
Quando
o transdutor deslizou sobre a barriga e a imagem indistinta apareceu no
monitor, ela esticou a mão trêmula para Joseph, que se inclinou sobre ela, com
o rosto próximo à orelha de Demi para ver
a tela.
–
Gostariam de saber o sexo da criança? – O médico perguntou com um sorriso
largo.
Joseph
dirigiu o olhar a ela. Demi prendeu a respiração por um momento, o excitamento
lhe fazendo a pulsação acelerar.
–
Eu quero – sussurrou ela. – E você?
Joseph
sorriu e levou a mão delicada aos lábios.
–
Se essa é sua vontade, pedhaki mou, eu também gostaria de saber se vamos ter um
filho ou uma filha.
Demi
girou a cabeça e olhou para o médico.
–
Sim, por favor. Diga-nos – disse ela, observando a imagem do monitor mudar,
indistinta, enquanto o transdutor se movia sobre seu abdômen. Segundos depois,
se tornou clara.
–
Parabéns, vocês terão um menino.
A
respiração de Demi ficou presa na garganta.
–
É um menino? – sussurrou ela enquanto via o que parecia ser duas pernas e uma
nádega gorducha.
–
Sim. Bonito como ele só, não acha?
–
Ele é lindo – disse Joseph com voz rouca, inclinando-se e roçando os lábios na lateral
do rosto de Demi. – Obrigado, pedhaki mou.
Demi
girou para encará-lo.
–
Por que está me agradecendo?
–
Pelo meu filho. – O belo rosto de traços marcantes estava voltado para o
monitor e os olhos âmbar brilhavam de felicidade. Joseph estava obviamente
encantado com o minúsculo bebê e a emoção a fez sentir um aperto no peito.
–
Acabou – anunciou o médico.
Joseph
arrumou as roupas de Demi e, amparando-a com um braço em suas costas, ergueu-a
para a posição sentada outra vez.
–
Está tudo bem? – perguntou ao médico.
–
Tudo ótimo. Apenas se certifique de que ela consulte um obstetra na Grécia. Não
observei nenhum problema. Ela e o bebê parecem perfeitamente saudáveis, mas é
bom que a Srta. Lovato tenha cuidados regulares durante a gravidez.
–
Providenciarei para que um médico particular, bem como uma enfermeira, permaneçam
na ilha pelo tempo que ficarmos lá – afirmou Joseph . – Ela será bem cuidada.
O
médico anuiu em aprovação e, em seguida, sorriu para Demi.
–
Cuide-se, minha jovem, e tenha uma excelente gravidez.
Demi
retribuiu o sorriso e segurou a mão de Joseph, que a ajudava a descer da mesa.
Momentos
depois, ele a guiava para fora do consultório e para o interior da limusine.
–
Está se sentindo bem? – perguntou ele quando o carro se pôs em movimento. – O
jato está nos esperando no aeroporto, mas, se estiver se sentindo cansada
devido à consulta, poderemos partir depois que descanse.
–
Nossas malas já estão lá? – Demi perguntou surpresa.
Joseph
anuiu.
–
Mandei levá-las para o aeroporto enquanto você estava na consulta.
–
Podemos partir agora. Descansarei no avião.
Inclinando-se
para a frente, ele instruiu o motorista para levá-los direto ao aeroporto e, em
seguida, fechou o vidro que os separava do chofer.
Demi
olhou para ele, sentindo-se, de repente, tímida.
–
Está feliz porque vai ter um filho?
Joseph
pareceu perplexo com a pergunta. Em seguida, puxou-a para perto até quase sentá-la
em seu colo, espalmou a mão sobre o ventre abaulado e o acariciou com ternura.
–
Por acaso lhe dei alguma razão para pensar que não estou feliz com nosso filho?
Demi
negou com a cabeça.
–
Não, só estava imaginando. Quero dizer, agora que sei o sexo da criança, de
repente parece tão real.
–
Não poderia estar mais feliz com nosso filho. Adoraria se fosse menina também.
Desde que nosso bebê esteja saudável e seguro, fico feliz.
–
Sim, eu também – Demi suspirou. – Se eu ao menos pudesse me lembrar, tudo seria
perfeito. Este foi um dia tão bom!
Joseph
lhe pousou um dedo sobre os lábios.
–
Não o estrague se lamentando sobre coisas que escapam ao seu controle. Sua
memória voltará. Não a apresse.
As
feições de Demi se contraíram.
–
Tem razão. Queria apenas…
–
O que quer, pedhaki mou?
–
Queria me lembrar de amar você – disse ela em tom de voz baixo.
Os
olhos âmbar escureceram e, por um instante, o que Demi viu refletido neles fez
um arrepio lhe percorrer a espinha. Havia tantas emoções conflitantes naquelas
íris douradas!
–
Talvez consiga reaprender a me amar – disse ele por fim.
Demi
sorriu.
–
Está tornando isso muito fácil. – Ela se recostou, feliz, ao corpo forte. Mas,
em seguida, um pensamento incômodo a tomou de assalto. Mencionara amá-lo, algo
que não conseguia se lembrar, mas que sentia que fora real. Porém, nada foi
dito sobre o amor de Joseph por ela. Nem por um instante ele lhe dissera
palavras de amor. Não era natural que ele as expressasse espontaneamente?
Quando
estava no hospital, não teria sido esperado que ele reafirmasse seu amor depois
de um susto como aquele? Joseph não deveria ter procurado tranquilizá-la,
assegurando que a amava, quando ela não conseguia se lembrar da vida que
tiveram juntos?
Demi
ergueu a cabeça para lhe perguntar, procurar confirmação para aquele fato, mas
a pergunta morreu em seus lábios quando percebeu que a atenção de Joseph estava
focada na pequena tela da televisão em um canto do largo compartimento da
limusine.
Demi
deixou que a pergunta morresse e se contentou com o aconchego remanescente daquele
corpo forte e musculoso. Quando se deu conta, estavam chegando ao aeroporto.
–
Chegamos – disse Joseph.
Demi
anuiu e ele saltou da limusine para ajudá-la a sair. A luz brilhante do sol a
fez piscar várias vezes. Ela estremeceu de leve quando uma lufada de vento frio
a fustigou.
Joseph
lhe envolveu o corpo com um dos braços e se apressou em guiá-la na direção do
jato particular. O interior da aeronave estava aquecido e parecia extremamente
confortável.
–
Há uma cama nos fundos – disse ele enquanto a guiava na direção de um dos
assentos. –Tão logo levantemos voo, você poderá se deitar.
–
Isso me parece ótimo – respondeu Demi com um sorriso ao mesmo tempo em que ele
se sentava a seu lado. Ela girou para olhar pela janela e, em seguida,
relanceou o olhar à parte frontal do avião, onde viu vários membros da equipe
de segurança de Joseph dentro da cabine.
–
Por que tem tantos seguranças?
Demi
sentiu o corpo forte enrijecer ao seu lado.
–
Sou um homem muito rico. Há pessoas que têm interesse em me causar algum mal…
ou àqueles que são importantes para mim.
–
Oh! O risco é muito grande? – perguntou ela ao mesmo tempo em que se virava
para encará-lo.
–
O trabalho de minha equipe de segurança é assegurar que não haja nenhum risco.
Não se preocupe. Cuidarei de sua segurança bem como a de nosso filho.
Demi
franziu a testa.
–
Não tive intenção de pôr isso em dúvida. Estou apenas tentando compreender seu
mundo.
–
Nosso mundo. – Joseph a encarou com olhar penetrante. – Este é o nosso mundo.
Um do qual você é parte integrante.
Um
rubor lhe coloriu as maçãs do rosto.
–
Estou tentando. Muito. Mas é difícil quando estou em um lugar do qual não me
lembro de fazer parte. Por favor, seja paciente comigo.
–
Se fui muito rude, peço-lhe desculpas – retrucou em tom tranquilizador. Em
seguida, esticou o braço sobre o colo de Demi para lhe ajustar o cinto de
segurança. Com um clique o prendeu no lugar, tentando não se concentrar nas
incertezas que se estendiam adiante.
Várias
e longas horas mais tarde, aterrissaram em uma pequena pista de pouso em
Corinto, e Joseph a ajudou a descer os
poucos degraus para a pista de concreto. No instante seguinte, levava-a em
direção ao helicóptero que os aguardava a alguns metros. Quando
Demi
lhe lançou um olhar inquiridor, ele se inclinou mais para perto e disse:
–
A ilha fica a quinze minutos de helicóptero.
Demi
dirigiu um olhar apreciativo além da janela do helicóptero, que começava a se erguer
sobre Corinto, rumando para o mar. A distância, avistou as ruínas antigas e
virou-se para questionar Joseph sobre
aquelas construções.
Quando
não conseguiu fazê-lo ouvir acima do barulho dos rotores, ele lhe ajustou um
par de fones de ouvido às orelhas, ligado a um microfone e Demi foi capaz de ouvi-lo claramente.
–
O templo de Apolo – explicou. – Se quiser, poderemos voar de volta e explorar
as ruínas quando se recuperar do cansaço da viagem.
–
Sim, gostaria.
Demi
voltou a atenção à extensão de água azul brilhante, mas a distância já era
possível avistar o pequeno ponto de terra.
–
É aquela? – perguntou, apontando. Joseph anuiu. – A ilha tem um nome?
–Jonas.
Demi
soltou uma risada.
–
Deveria ter deduzido. – Ela fez um movimento negativo com a cabeça. Parecia
irreal o fato de ele ter uma ilha. Mas ter batizado o lugar com o nome da
família não a surpreendeu.
Aquele
homem usava a arrogância como a maioria das pessoas usava roupas.
À
medida que a ilha se tornava maior no horizonte, Demi fechou os dedos com
força. A ansiedade devia ter transparecido porque ele esticou o braço e lhe
segurou uma das mãos.
–
Não há com que se preocupar, pedhaki mou. Gostará da ilha, e será bom para você
ter tempo para relaxar e se concentrar em recuperar as forças.
Demi
não argumentou quanto à sua condição física, pois sabia que seria um dispêndio inútil
de energia. Porém, não tinha intenção de passar aquele tempo na ilha
“descansando”.
Pousaram
em um pequeno heliponto situado nos fundos da casa suntuosa. Joseph escorregou
um braço protetor sobre seus ombros enquanto se afastavam do helicóptero, com as
cabeças inclinadas para evitar o vento.
Tocando-lhe
o ombro, ele indicou que Demi aguardasse enquanto ele falava com o piloto.
Durante
aquele tempo, ela ergueu o olhar à extensa casa, esperando por algum lampejo de
reconhecimento. Uma brisa fria soprava, vinda da água, e um arrepio lhe
percorreu os braços.
Ainda
assim, Demi se deteve, observando esperançosa. Por fim, se convenceu de que
nunca estivera naquele lugar.
–
Venha – disse Joseph segurando-lhe a mão. – Você está pegando friagem.
Enquanto
o helicóptero se erguia outra vez, ela seguiu Joseph, mas logo depois voltou a estacar.
Ele girou com um olhar inquiridor.
–
O que há de errado?
Demi
engoliu em seco enquanto continuava a olhar ao redor. Experimentava uma
sensação de admiração como se estivesse penetrando em algum paraíso não
desbravado, mas não havia nenhum sentimento de familiaridade, de que tivesse
algum conhecimento daquele lugar. E aquilo a aterrorizava.
Joseph
fechou a distância entre os dois e lhe tocou o rosto preocupado. Quando a percebeu
estremecer, soltou um xingamento.
–
Nunca estive aqui – afirmou ela com um fio de voz, erguendo o olhar para obter
a confirmação dele.
Joseph
anuiu.
–
É verdade. Esta é sua primeira visita à ilha.
–
Não entendo – disse Demi ainda com voz fraca. – Estamos noivos e nunca vim ao
lugar que você chama de lar?
Os
lábios de Joseph se apertaram em uma linha tensa.
–
Fizemos da cobertura de Nova York nosso lar. Eu lhe contei isso.
A
nuvem de incompreensão se avolumou ao redor dela. Não teriam nem ao menos visitado
a ilha juntos? Nem uma vez? Demi permitiu que ele lhe segurasse a mão enquanto
cruzavam o caminho longo e sinuoso que levava à casa. Quando se aproximaram do
portão, ela distinguiu as águas reluzentes de uma piscina, que ficava encravada
no meio do extenso pátio nos fundos. Para sua surpresa, a piscina penetrava na
casa por meio de uma elaborada arcada.
–
É aquecida – explicou Joseph enquanto a guiava para dentro da casa. – Essa
época do ano é muito fria para nadar do lado de fora, mas pode aproveitá-la na
parte interna da casa se o médico a liberar.
Demi
revirou os olhos e permitiu que ele a levasse para dentro de uma sala enorme
que parecia ser, na realidade, um conjunto de três áreas separadas. Estacaram
na sala de estar, que se abria para a sala de jantar e a cozinha, parecendo
evoluir de uma para outra sem separações.
O
olhar de Demi vagou pelas portas de vidro que levavam a um pátio onde ficava
situada outra piscina com vista para o oceano a distância. Para lhe aumentar a
perplexidade, uma mulher trajada em um biquíni minúsculo apareceu à entrada e
penetrou na casa.
Demi
a reconheceu como a assistente de Joseph, mas por que aquela mulher estaria ali?
E certamente estava muito frio para permanecer do lado de fora com um traje de
banho.
Taylor
ergueu o olhar e pareceu a Demi que ela estava fingindo surpresa em vê-los.
Embora
tivesse um roupão pendurado em um dos braços, não fez nenhum movimento para vesti-lo
enquanto se precipitava na direção de Joseph.
–
Sr. Jonas, não o esperava antes de
amanhã! – Os longos cabelos loiros cascateavam sedutoramente sobre as costas, e
Demi ofegou quando constatou que a parte de baixo do biquíni da assistente era
uma diminuta tanga. – Espero que não se importe de eu ter aproveitado suas
instalações – Taylor se apressou em dizer enquanto tocava o braço do patrão com
dedos que ostentavam unhas pintadas e bem cuidadas.
–
Claro que não. –respondeu Joseph tranquilizando-a. – Disse-lhe para ficar à
vontade.
Organizou
meu escritório da maneira que lhe pedi?
–
Claro. Espero que não seja um incômodo minha permanência aqui por mais uma
noite? O helicóptero só virá me buscar amanhã pela manhã.
Os
olhos arregalados e inocentes da assistente não enganaram Demi, cujas têmporas começarem
a latejar. Ela soltou a mão que Joseph segurava e simplesmente se afastou, sem
disposição para ouvir o ronronar da assistente por mais tempo.
–
Não se preocupe, Taylor. Espero podermos contar com sua companhia no jantar.
–respondeu ele em um tom formal enquanto Demi subia a escada.
Não
tinha a menor ideia para onde estava indo, mas o andar superior lhe parecia o
lugar que a colocaria a uma boa distância da fonte de sua irritação. Havia
quase atingido o topo quando Joseph a alcançou.
–
Deveria ter esperado por mim.–repreendeu ele. – Não gosto da ideia de você
subir a escada sozinha. E se sofresse uma queda? Daqui em diante, alguém a
acompanhará na subida e na decida.
O
queixo de Demi quase caiu.
–
Não está falando sério!
Joseph
franziu a testa, claramente contrariado com o tom de incredulidade em sua voz.
–
Levo tudo muito a sério quando se trata do bem-estar de nosso filho.
Demi
deixou escapar um suspiro de frustração enquanto ele a acompanhava pelo
corredor até um espaçoso quarto.
Obviamente
aquela era a suíte principal. Ela deixou de lado os protestos que tinha na
ponta da língua e dirigiu um olhar questionador a Joseph.
–
Este é o meu quarto?
–
O nosso quarto.
Um
calor intenso subiu às maçãs do rosto de Demi. A garganta de repente seca
quando imaginou dividir aquela enorme cama com Joseph.
A
satisfação faiscava nos olhos âmbar ao lhe observar a reação.
–
Tem alguma objeção? – perguntou ele em tom de voz suave.
Demi
fez um movimento negativo com a cabeça.
–
Ne… nenhuma.
Um
sorriso lento curvou os lábios sensuais de Joseph. Um brilho predatório lhe iluminando
o olhar.
–
Isso é ótimo. Estamos de acordo, então.
–
Eu… be… bem, não exatamente – gaguejou ela.
Uma
das sobrancelhas espessas se ergueu com arrogância.
–
Não estamos?
Demi
sacudiu a cabeça para dispersar o feitiço que aquele homem parecia lançar sobre
ela. O mesmo que a havia reduzido a uma massa trêmula e idiota. Demi empinou o
queixo em uma atitude desafiadora.
–
Não preciso de escolta para subir ou descer escadas. Não sou uma inválida,
portanto não quero ser tratada como tal.
–
E eu prefiro que tenha uma pessoa a seu lado. – A voz de Joseph soou implacável
como o aço e a determinação o fez franzir a testa.
–
Não passarei o tempo que ficarmos aqui como uma prisioneira, só tendo permissão
de me locomover quando alguém estiver disponível para me levar para lá e para
cá. –Demi cruzou os braços sobre o peito e o encarou com olhar furioso. Para
sua surpresa, os ombros largos relaxaram e uma risada escapou dos lábios de Joseph.
– O que há de tão engraçado?
–
Você, pedhaki mou. Está agindo como sempre agiu. Sempre discutindo comigo.
Sempre me acusando de ser obstinado em fazer as coisas a meu modo – explicou
com um dar de ombros que deixava claro o conformismo com o próprio jeito de
ser.
–
Muito bem, já que estamos discutindo, o que aquela mulher está fazendo aqui, andando
pela casa quase nua?
Demi
não pretendera utilizar aquele tom. Queria ter parecido mais casual e não uma
bruxa ciumenta, mas falhara miseravelmente.
A
expressão de Joseph endureceu.
–
Você nunca gostou de Taylor, mas gostaria que não fosse rude com ela.
Demi
ergueu uma das sobrancelhas.
–
Nunca? E não imagina por quê? – Dando-lhe as costas, ela se encaminhou à janela
que dava vista para a piscina e o jardim na ala esquerda que separava as duas
áreas das piscinas.
–
Por que ela parece tão à vontade nesta casa e, no entanto, esta é a primeira
vez que venho aqui?
Demi
enrijeceu o corpo quando as mãos de Joseph pousaram em seus ombros.
–
Taylor sempre viaja comigo. Desta vez, tomei providências para que ela fique em
Corinto e esteja disponível se eu precisar de seus serviços. Mas a presença
dela não será um problema para você. – Os lábios sensuais roçaram a têmpora de Demi.
– Quanto ao motivo de você nunca ter estado aqui, só posso lhe dizer que não
houve oportunidade. Quando eu retornava de Nova York, após semanas fora, estava
mais interessado em passar o tempo a seu lado e não desperdiçá-lo viajando.
Demi
virou-se e, sem pensar, fechou os braços em torno do torso forte e enterrou o
rosto no peito musculoso.
–
É que me sinto tão frustrada! No entanto, não me desculparei por não gostar que
a assistente do meu noivo desfile pela casa dele com uma linha a lhe cobrir os
atributos. Ou que ela se sinta perfeitamente à vontade em um lugar em que eu
deveria me sentir, mas não me sinto.
–
Se isso a faz se sentir melhor, nem notei os atributos de Taylor. – O tom de
divertimento na voz de Joseph serviu apenas para lhe aumentar a irritação.
Quando
ela tentou se afastar dos braços fortes, ele a segurou pelos ombros e a prendeu
junto ao corpo. Os olhos faiscavam com um desejo que fez o coração de Demi dar
saltos ornamentais dentro do peito. Em um gesto de nervosismo, ela umedeceu os
lábios, fazendo-o gemer antes de lhe capturar a boca. Demi sentiu como se lhe
tivessem atirado um fósforo na pele coberta de querosene. Ah, sim, seu corpo se
recordava e ansiava pelo toque daquele homem. A língua experiente exigindo que
seus lábios se abrissem. Com um suspiro, ela cedeu e logo se deleitou com a
invasão quente e eletrizante. Sentindo as pernas enfraquecerem, se recostou ao
corpo forte e Joseph a comprimiu contra o peito. Um gemido baixo escapou da
garganta de Demi e foi abafado pela boca ávida que explorava a dela. As mãos
delicadas apertando os ombros largos, necessitando da força daquele homem.
Os
mamilos se enrijeceram e formigaram quando uma das mãos longas escorregou por baixo
da bainha da blusa de gestante para acariciar com a suavidade de uma pena a
pele de seu abdômen até se espalmar sobre o bojo do sutiã. Antes que ela
pudesse processar a intenção de Joseph, sentiu o sutiã afrouxar e o polegar
longo lhe roçar o mamilo intumescido.
Tremores
incontroláveis lhe abalavam a estrutura delicada enquanto os lábios quentes imprimiam
uma trilha de fogo em seu pescoço e mais abaixo até a curva de um dos seios.
Quando
Joseph lhe capturou um dos mamilos na boca, ela quase se despedaçou no círculo seguro
daqueles braços.
–
Por favor – ofegou ela.
A
súplica o fez erguer a cabeça. O choque refletido nos olhos âmbar.
–
Theos mou! Estava a ponto de violá-la neste chão – disse em tom desgostoso, apressando
se em lhe ajeitar o sutiã e recompor a blusa.
A
mão de Demi tremia quando ela a ergueu para tocar os lábios intumescidos. Cada terminação
nervosa de seu corpo berrando de desejo. Sua reação a Joseph a assustava.
Era
tão intensa! Volátil. Com que facilidade se incendiava no instante em que ele a
tocava.
–
Não me olhe dessa maneira – disse ele. A voz quase um rosnado.
–
Como? – Demi perguntou.
–
Como se tudo que desejasse fosse que eu a levasse para nossa cama e fizesse
amor com você a noite toda. Não tenho tanto controle assim.
Uma
risada rouca e repleta de desejo escapou da garganta de Demi. Em uma tentativa
de acalmar a reação do próprio corpo àquelas palavras, escorregou as mãos de
modo suave pelas laterais do corpo.
–
E se eu tivesse desejando exatamente isso?
Joseph
ergueu uma das mãos e lhe segurou o queixo.
–
O médico chegará dentro de alguns instantes. Quero que ele a examine para nos certificarmos
de que a viagem não a prejudicou. Sua saúde é minha prioridade.
–
Acho que acabo de ser repelida – murmurou ela tristonha.
Joseph
se moveu com a rapidez de um piscar de olhos. Em um momento, ele se encontrava
a trinta centímetros de distância, e no outro, Demi se descobriu comprimida contra
o peito largo. Os olhos dourados queimando os dela.
–
Não confunda minha hesitação com desinteresse – disse ele em um tom letal. –
Pode ter certeza de que, tão logo o médico nos tranquilize sobre seu estado de
saúde, você estará em minha cama. – Lentamente, ele a soltou, e Demi deu um
passo vacilante atrás. – Acho que estou ouvindo o barulho do helicóptero. Deve
ser o médico e a Srta. Cahill. Por que não lava o rosto e se coloca à vontade?
Enviarei o médico para examiná-la.
Demi
anuiu como uma pateta e o observou se retirar. Tão logo Joseph desapareceu pela
porta, ela se deixou afundar sobre a cama e fechou os dedos com força sobre o
colo.
Como
era capaz de reagir de forma tão inflamada a um homem que, para todos os
efeitos, lhe era um estranho?
Joseph
tinha razão. Seu corpo o reconhecia mesmo quando a mente era incapaz.
Deveria
encontrar algum consolo nisso, mas a intensidade da atração que sentia por ele
a assustava. Mais alguns instantes e teria se perdido naquele toque ígneo.
Lembrando-se
de que o médico subiria a qualquer momento e não desejando lhe dar motivos para
deixá-la em repouso, jogou um pouco de água no rosto, em uma tentativa de se livrar
do rubor que ainda lhe queimava a pele.
Passou
uma das mãos pelos cabelos cacheados e franziu a testa diante da própria
aparência.
Seus
cabelos não pareciam penteados da maneira adequada. Uma imagem pipocou em sua mente.
Era ela, rindo, mas com os cabelos mais curtos. Os cachos lhe emoldurando o
rosto como uma boina rebelde. Mesmo diante daquele breve lampejo na memória,
sabia que preferia seus cabelos curtos. Então por que os deixara crescer? Com
um gesto negativo de cabeça, Demi jurou que os cortaria assim que tivesse
oportunidade.
Uma
batida na porta a fez sair apressada do toalete. Joseph entrou, acompanhado de perto
por um homem mais velho. Patrice os seguia e sorriu para Demi da outra
extremidade do quarto.
–
Este é o Dr. Karounis. É chefe de um setor de obstetrícia em Atenas e teve a
gentileza de concordar cuidar de você enquanto estiver na ilha – Joseph disse enquanto lhe cingia a cintura.
–
Srta. Lovato, é um prazer lhe dar a assistência que for necessária – disse o
médico em tom formal.
Um
sorriso nervoso curvou os lábios de Demi.
–
Obrigada. Joseph se preocupa demais. Estou certa de que não havia necessidade
de fazê-lo viajar até aqui.
–
Ele deseja o melhor para a senhorita e para a criança. – O Dr. Karounis
retrucou com um sorriso genuíno. – E não posso culpá-lo por isso.
Demi
exibiu um sorriso tristonho.
–
Suponho que não. Faça o que for necessário para persuadi-lo de que estou bem. –
Ela dirigiu um olhar penetrante a Joseph. – E que sou perfeitamente capaz de
subir e descer escadas sozinha.
A
expressão de Joseph não se alterou.
–
Fará isso por mim, pedhaki mou. Não estou lhe pedindo muito. Ter alguém a seu
lado para subir e descer a escada não a atrasará e me tranquilizará.
Ah,
aquele homem sabia como fazê-la se sentir alguns centímetros mais alta. Demi deixou
escapar um suspiro.
–
Está bem. – Fixou o olhar no médico e gesticulou para que Joseph e Patrice os deixassem.
Antes
de sair, Joseph levou as mãos pequenas aos lábios e lhe beijou as palmas.
–
Depois que o médico terminar, por que não toma um banho relaxante e descansa
antes do jantar? Eu virei buscá-la quando estiver na hora de descer.
Demi
anuiu, e os olhos âmbar faiscaram em triunfo. Em seguida, ele se retirou,
fechando a porta.
Joe é taaaaaaaaaaaaoooooooooooooooooooo idiota, nao percebe coisas que estao na cara
por hoje é só!bjemi
Aposto que foi a taylor que a raptou e tb aposto q a demi ainda vai ser empurrada das escadas.
ResponderExcluirJoesph sendo amorzinho quando viu o filho e depois um tirano por causa de escadas, caramba cara é só uma escada. Essa puta da Taylor me da uns ódio dela e Joseph nem percebe que a mulher é escrota hahaahahahah
ResponderExcluirPOSTA LOGO
Postaaa logoo.
ResponderExcluirAmando!