segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Traição Capitulo 5

Na manhã seguinte, Demi se vestiu com um dos trajes elegantes que haviam sido entregues por uma butique especializada em roupas de gestante diretamente na cobertura. Joseph insistira para que ela consultasse um obstetra antes da viagem para a ilha e, assim,acompanhada do noivo e rodeada de vários membros da equipe de segurança, entrou no centro médico, onde ficava localizado o consultório.
Embora se sentisse muito exposta e levemente envergonhada, também vibrava com a constante atenção e a aparente preocupação de Joseph com seu bem-estar.
Para sua surpresa, não tiveram de esperar quando Joseph anunciou sua chegada à recepcionista. A equipe de segurança permaneceu na sala de espera e Demi sorriu diante da imagem dos homens enormes e corpulentos misturados a uma dúzia de mulheres grávidas.
Joseph e ela foram encaminhados rapidamente à sala de exames por uma jovem enfermeira que os assegurou de que o médico os atenderia imediatamente.
Quando a mulher se retirou, Joseph ergueu Demi no colo e a acomodou sobre a mesa de exames. Em vez de se sentar na cadeira ao lado, posicionou-se diante dela e escorregou a mão pelo comprimento dos braços delicados, como a confortá-la.
Demi se recostou aos braços fortes, incapaz de resistir à atração entre os dois. Descansou a lateral do rosto no peito largo e fechou os olhos enquanto as mãos longas a envolveram para lhe acariciar as costas.
A porta se abriu, e Demi recuou rapidamente. Mas Joseph não parecia ter pressa em soltá-la. Envolvendo-lhe os ombros com um braço puxou-a contra o corpo enquanto o médico se apresentava aos dois.
Após algumas perguntas preliminares e uma discussão sobre o estado de Demi, o médico os encarou por sobre a prancheta.
– Gostaria de fazer um ultrassom apenas para me certificar de que tudo está como deveria.
Joseph franziu a testa.
– Tem algum motivo para se preocupar?
O médico negou com um movimento de cabeça.
– Trata-se de pura precaução. Devido ao fato de que farão uma viagem internacional e a
Srta. Lovato sofreu um trauma recente, gostaria de ver a criança e me certificar de que tudo está bem.
Joseph anuiu e segurou a mão de Demi. Quando o médico deixou a sala ele disse:
– Ficarei ao seu lado, pedhaki mou. Não há nada a temer.
Demi sorriu e lhe apertou a mão.
– Não estou preocupada. Nem mesmo me feri no acidente e não há razão para algo estar errado com o bebê.
A expressão de Joseph se tornou indecifrável, mas a mão longa continuou segurando firme a dela.
Após alguns instantes, o médico retornou e instruiu Demi para se reclinar na mesa.
Quando pediu que ela afastasse a calcinha até abaixo da cintura e erguesse a blusa, linhas profundas vincaram a testa de Joseph.
– A barriga tem de estar completamente exposta para que eu possa realizara o exame – explicou o médico com um brilho divertido no olhar.
Foi Joseph a realizar a tarefa, expondo o mínimo do corpo possível e se deteve ao lado dela com uma das mãos pousadas acima do abdômen abaulado.
Quando o transdutor deslizou sobre a barriga e a imagem indistinta apareceu no monitor, ela esticou a mão trêmula para Joseph, que se inclinou sobre ela, com o rosto próximo à orelha de Demi  para ver a tela.
– Gostariam de saber o sexo da criança? – O médico perguntou com um sorriso largo.
Joseph dirigiu o olhar a ela. Demi prendeu a respiração por um momento, o excitamento lhe fazendo a pulsação acelerar.
– Eu quero – sussurrou ela. – E você?
Joseph sorriu e levou a mão delicada aos lábios.
– Se essa é sua vontade, pedhaki mou, eu também gostaria de saber se vamos ter um filho ou uma filha.
Demi girou a cabeça e olhou para o médico.
– Sim, por favor. Diga-nos – disse ela, observando a imagem do monitor mudar, indistinta, enquanto o transdutor se movia sobre seu abdômen. Segundos depois, se tornou clara.
– Parabéns, vocês terão um menino.
A respiração de Demi ficou presa na garganta.
– É um menino? – sussurrou ela enquanto via o que parecia ser duas pernas e uma nádega gorducha.
– Sim. Bonito como ele só, não acha?
– Ele é lindo – disse Joseph com voz rouca, inclinando-se e roçando os lábios na lateral do rosto de Demi. – Obrigado, pedhaki mou.
Demi girou para encará-lo.
– Por que está me agradecendo?
– Pelo meu filho. – O belo rosto de traços marcantes estava voltado para o monitor e os olhos âmbar brilhavam de felicidade. Joseph estava obviamente encantado com o minúsculo bebê e a emoção a fez sentir um aperto no peito.
– Acabou – anunciou o médico.
Joseph arrumou as roupas de Demi e, amparando-a com um braço em suas costas, ergueu-a para a posição sentada outra vez.
– Está tudo bem? – perguntou ao médico.
– Tudo ótimo. Apenas se certifique de que ela consulte um obstetra na Grécia. Não observei nenhum problema. Ela e o bebê parecem perfeitamente saudáveis, mas é bom que a Srta. Lovato tenha cuidados regulares durante a gravidez.
– Providenciarei para que um médico particular, bem como uma enfermeira, permaneçam na ilha pelo tempo que ficarmos lá – afirmou Joseph . – Ela será bem cuidada.
O médico anuiu em aprovação e, em seguida, sorriu para Demi.
– Cuide-se, minha jovem, e tenha uma excelente gravidez.
Demi retribuiu o sorriso e segurou a mão de Joseph, que a ajudava a descer da mesa.
Momentos depois, ele a guiava para fora do consultório e para o interior da limusine.
– Está se sentindo bem? – perguntou ele quando o carro se pôs em movimento. – O jato está nos esperando no aeroporto, mas, se estiver se sentindo cansada devido à consulta, poderemos partir depois que descanse.
– Nossas malas já estão lá? – Demi perguntou surpresa.
Joseph anuiu.
– Mandei levá-las para o aeroporto enquanto você estava na consulta.
– Podemos partir agora. Descansarei no avião.
Inclinando-se para a frente, ele instruiu o motorista para levá-los direto ao aeroporto e, em seguida, fechou o vidro que os separava do chofer.
Demi olhou para ele, sentindo-se, de repente, tímida.
– Está feliz porque vai ter um filho?
Joseph pareceu perplexo com a pergunta. Em seguida, puxou-a para perto até quase sentá-la em seu colo, espalmou a mão sobre o ventre abaulado e o acariciou com ternura.
– Por acaso lhe dei alguma razão para pensar que não estou feliz com nosso filho?
Demi negou com a cabeça.
– Não, só estava imaginando. Quero dizer, agora que sei o sexo da criança, de repente parece tão real.
– Não poderia estar mais feliz com nosso filho. Adoraria se fosse menina também. Desde que nosso bebê esteja saudável e seguro, fico feliz.
– Sim, eu também – Demi suspirou. – Se eu ao menos pudesse me lembrar, tudo seria perfeito. Este foi um dia tão bom!
Joseph lhe pousou um dedo sobre os lábios.
– Não o estrague se lamentando sobre coisas que escapam ao seu controle. Sua memória voltará. Não a apresse.
As feições de Demi se contraíram.
– Tem razão. Queria apenas…
– O que quer, pedhaki mou?
– Queria me lembrar de amar você – disse ela em tom de voz baixo.
Os olhos âmbar escureceram e, por um instante, o que Demi viu refletido neles fez um arrepio lhe percorrer a espinha. Havia tantas emoções conflitantes naquelas íris douradas!
– Talvez consiga reaprender a me amar – disse ele por fim.
Demi sorriu.
– Está tornando isso muito fácil. – Ela se recostou, feliz, ao corpo forte. Mas, em seguida, um pensamento incômodo a tomou de assalto. Mencionara amá-lo, algo que não conseguia se lembrar, mas que sentia que fora real. Porém, nada foi dito sobre o amor de Joseph por ela. Nem por um instante ele lhe dissera palavras de amor. Não era natural que ele as expressasse espontaneamente?
Quando estava no hospital, não teria sido esperado que ele reafirmasse seu amor depois de um susto como aquele? Joseph não deveria ter procurado tranquilizá-la, assegurando que a amava, quando ela não conseguia se lembrar da vida que tiveram juntos?
Demi ergueu a cabeça para lhe perguntar, procurar confirmação para aquele fato, mas a pergunta morreu em seus lábios quando percebeu que a atenção de Joseph estava focada na pequena tela da televisão em um canto do largo compartimento da limusine.
Demi deixou que a pergunta morresse e se contentou com o aconchego remanescente daquele corpo forte e musculoso. Quando se deu conta, estavam chegando ao aeroporto.
– Chegamos – disse Joseph.
Demi anuiu e ele saltou da limusine para ajudá-la a sair. A luz brilhante do sol a fez piscar várias vezes. Ela estremeceu de leve quando uma lufada de vento frio a fustigou.
Joseph lhe envolveu o corpo com um dos braços e se apressou em guiá-la na direção do jato particular. O interior da aeronave estava aquecido e parecia extremamente confortável.
– Há uma cama nos fundos – disse ele enquanto a guiava na direção de um dos assentos. –Tão logo levantemos voo, você poderá se deitar.
– Isso me parece ótimo – respondeu Demi com um sorriso ao mesmo tempo em que ele se sentava a seu lado. Ela girou para olhar pela janela e, em seguida, relanceou o olhar à parte frontal do avião, onde viu vários membros da equipe de segurança de Joseph  dentro da cabine.
– Por que tem tantos seguranças?
Demi sentiu o corpo forte enrijecer ao seu lado.
– Sou um homem muito rico. Há pessoas que têm interesse em me causar algum mal… ou àqueles que são importantes para mim.
– Oh! O risco é muito grande? – perguntou ela ao mesmo tempo em que se virava para encará-lo.
– O trabalho de minha equipe de segurança é assegurar que não haja nenhum risco. Não se preocupe. Cuidarei de sua segurança bem como a de nosso filho.
Demi franziu a testa.
– Não tive intenção de pôr isso em dúvida. Estou apenas tentando compreender seu mundo.
– Nosso mundo. – Joseph a encarou com olhar penetrante. – Este é o nosso mundo. Um do qual você é parte integrante.
Um rubor lhe coloriu as maçãs do rosto.
– Estou tentando. Muito. Mas é difícil quando estou em um lugar do qual não me lembro de fazer parte. Por favor, seja paciente comigo.
– Se fui muito rude, peço-lhe desculpas – retrucou em tom tranquilizador. Em seguida, esticou o braço sobre o colo de Demi para lhe ajustar o cinto de segurança. Com um clique o prendeu no lugar, tentando não se concentrar nas incertezas que se estendiam adiante.
Várias e longas horas mais tarde, aterrissaram em uma pequena pista de pouso em Corinto, e Joseph  a ajudou a descer os poucos degraus para a pista de concreto. No instante seguinte, levava-a em direção ao helicóptero que os aguardava a alguns metros. Quando
Demi lhe lançou um olhar inquiridor, ele se inclinou mais para perto e disse:
– A ilha fica a quinze minutos de helicóptero.
Demi dirigiu um olhar apreciativo além da janela do helicóptero, que começava a se erguer sobre Corinto, rumando para o mar. A distância, avistou as ruínas antigas e virou-se para questionar Joseph  sobre aquelas construções.
Quando não conseguiu fazê-lo ouvir acima do barulho dos rotores, ele lhe ajustou um par de fones de ouvido às orelhas, ligado a um microfone e Demi  foi capaz de ouvi-lo claramente.
– O templo de Apolo – explicou. – Se quiser, poderemos voar de volta e explorar as ruínas quando se recuperar do cansaço da viagem.
– Sim, gostaria.
Demi voltou a atenção à extensão de água azul brilhante, mas a distância já era possível avistar o pequeno ponto de terra.
– É aquela? – perguntou, apontando. Joseph anuiu. – A ilha tem um nome?
–Jonas.
Demi soltou uma risada.
– Deveria ter deduzido. – Ela fez um movimento negativo com a cabeça. Parecia irreal o fato de ele ter uma ilha. Mas ter batizado o lugar com o nome da família não a surpreendeu.
Aquele homem usava a arrogância como a maioria das pessoas usava roupas.
À medida que a ilha se tornava maior no horizonte, Demi fechou os dedos com força. A ansiedade devia ter transparecido porque ele esticou o braço e lhe segurou uma das mãos.
– Não há com que se preocupar, pedhaki mou. Gostará da ilha, e será bom para você ter tempo para relaxar e se concentrar em recuperar as forças.
Demi não argumentou quanto à sua condição física, pois sabia que seria um dispêndio inútil de energia. Porém, não tinha intenção de passar aquele tempo na ilha “descansando”.
Pousaram em um pequeno heliponto situado nos fundos da casa suntuosa. Joseph escorregou um braço protetor sobre seus ombros enquanto se afastavam do helicóptero, com as cabeças inclinadas para evitar o vento.
Tocando-lhe o ombro, ele indicou que Demi aguardasse enquanto ele falava com o piloto.
Durante aquele tempo, ela ergueu o olhar à extensa casa, esperando por algum lampejo de reconhecimento. Uma brisa fria soprava, vinda da água, e um arrepio lhe percorreu os braços.
Ainda assim, Demi se deteve, observando esperançosa. Por fim, se convenceu de que nunca estivera naquele lugar.
– Venha – disse Joseph segurando-lhe a mão. – Você está pegando friagem.
Enquanto o helicóptero se erguia outra vez, ela seguiu Joseph, mas logo depois voltou a estacar. Ele girou com um olhar inquiridor.
– O que há de errado?
Demi engoliu em seco enquanto continuava a olhar ao redor. Experimentava uma sensação de admiração como se estivesse penetrando em algum paraíso não desbravado, mas não havia nenhum sentimento de familiaridade, de que tivesse algum conhecimento daquele lugar. E aquilo a aterrorizava.
Joseph fechou a distância entre os dois e lhe tocou o rosto preocupado. Quando a percebeu estremecer, soltou um xingamento.
– Nunca estive aqui – afirmou ela com um fio de voz, erguendo o olhar para obter a confirmação dele.
Joseph anuiu.
– É verdade. Esta é sua primeira visita à ilha.
– Não entendo – disse Demi ainda com voz fraca. – Estamos noivos e nunca vim ao lugar que você chama de lar?
Os lábios de Joseph se apertaram em uma linha tensa.
– Fizemos da cobertura de Nova York nosso lar. Eu lhe contei isso.
A nuvem de incompreensão se avolumou ao redor dela. Não teriam nem ao menos visitado a ilha juntos? Nem uma vez? Demi permitiu que ele lhe segurasse a mão enquanto cruzavam o caminho longo e sinuoso que levava à casa. Quando se aproximaram do portão, ela distinguiu as águas reluzentes de uma piscina, que ficava encravada no meio do extenso pátio nos fundos. Para sua surpresa, a piscina penetrava na casa por meio de uma elaborada arcada.
– É aquecida – explicou Joseph enquanto a guiava para dentro da casa. – Essa época do ano é muito fria para nadar do lado de fora, mas pode aproveitá-la na parte interna da casa se o médico a liberar.
Demi revirou os olhos e permitiu que ele a levasse para dentro de uma sala enorme que parecia ser, na realidade, um conjunto de três áreas separadas. Estacaram na sala de estar, que se abria para a sala de jantar e a cozinha, parecendo evoluir de uma para outra sem separações.
O olhar de Demi vagou pelas portas de vidro que levavam a um pátio onde ficava situada outra piscina com vista para o oceano a distância. Para lhe aumentar a perplexidade, uma mulher trajada em um biquíni minúsculo apareceu à entrada e penetrou na casa.
Demi a reconheceu como a assistente de Joseph, mas por que aquela mulher estaria ali? E certamente estava muito frio para permanecer do lado de fora com um traje de banho.
Taylor ergueu o olhar e pareceu a Demi que ela estava fingindo surpresa em vê-los.
Embora tivesse um roupão pendurado em um dos braços, não fez nenhum movimento para vesti-lo enquanto se precipitava na direção de Joseph.
– Sr.  Jonas, não o esperava antes de amanhã! – Os longos cabelos loiros cascateavam sedutoramente sobre as costas, e Demi ofegou quando constatou que a parte de baixo do biquíni da assistente era uma diminuta tanga. – Espero que não se importe de eu ter aproveitado suas instalações – Taylor se apressou em dizer enquanto tocava o braço do patrão com dedos que ostentavam unhas pintadas e bem cuidadas.
– Claro que não. –respondeu Joseph tranquilizando-a. – Disse-lhe para ficar à vontade.
Organizou meu escritório da maneira que lhe pedi?
– Claro. Espero que não seja um incômodo minha permanência aqui por mais uma noite? O helicóptero só virá me buscar amanhã pela manhã.
Os olhos arregalados e inocentes da assistente não enganaram Demi, cujas têmporas começarem a latejar. Ela soltou a mão que Joseph segurava e simplesmente se afastou, sem disposição para ouvir o ronronar da assistente por mais tempo.
– Não se preocupe, Taylor. Espero podermos contar com sua companhia no jantar. –respondeu ele em um tom formal enquanto Demi  subia a escada.
Não tinha a menor ideia para onde estava indo, mas o andar superior lhe parecia o lugar que a colocaria a uma boa distância da fonte de sua irritação. Havia quase atingido o topo quando Joseph a alcançou.
– Deveria ter esperado por mim.–repreendeu ele. – Não gosto da ideia de você subir a escada sozinha. E se sofresse uma queda? Daqui em diante, alguém a acompanhará na subida e na decida.
O queixo de Demi quase caiu.
– Não está falando sério!
Joseph franziu a testa, claramente contrariado com o tom de incredulidade em sua voz.
– Levo tudo muito a sério quando se trata do bem-estar de nosso filho.
Demi deixou escapar um suspiro de frustração enquanto ele a acompanhava pelo corredor até um espaçoso quarto.
Obviamente aquela era a suíte principal. Ela deixou de lado os protestos que tinha na ponta da língua e dirigiu um olhar questionador a Joseph.
– Este é o meu quarto?
– O nosso quarto.
Um calor intenso subiu às maçãs do rosto de Demi. A garganta de repente seca quando imaginou dividir aquela enorme cama com Joseph.
A satisfação faiscava nos olhos âmbar ao lhe observar a reação.
– Tem alguma objeção? – perguntou ele em tom de voz suave.
Demi fez um movimento negativo com a cabeça.
– Ne… nenhuma.
Um sorriso lento curvou os lábios sensuais de Joseph. Um brilho predatório lhe iluminando o olhar.
– Isso é ótimo. Estamos de acordo, então.
– Eu… be… bem, não exatamente – gaguejou ela.
Uma das sobrancelhas espessas se ergueu com arrogância.
– Não estamos?
Demi sacudiu a cabeça para dispersar o feitiço que aquele homem parecia lançar sobre ela. O mesmo que a havia reduzido a uma massa trêmula e idiota. Demi empinou o queixo em uma atitude desafiadora.
– Não preciso de escolta para subir ou descer escadas. Não sou uma inválida, portanto não quero ser tratada como tal.
– E eu prefiro que tenha uma pessoa a seu lado. – A voz de Joseph soou implacável como o aço e a determinação o fez franzir a testa.
– Não passarei o tempo que ficarmos aqui como uma prisioneira, só tendo permissão de me locomover quando alguém estiver disponível para me levar para lá e para cá. –Demi cruzou os braços sobre o peito e o encarou com olhar furioso. Para sua surpresa, os ombros largos relaxaram e uma risada escapou dos lábios de Joseph. – O que há de tão engraçado?
– Você, pedhaki mou. Está agindo como sempre agiu. Sempre discutindo comigo. Sempre me acusando de ser obstinado em fazer as coisas a meu modo – explicou com um dar de ombros que deixava claro o conformismo com o próprio jeito de ser.
– Muito bem, já que estamos discutindo, o que aquela mulher está fazendo aqui, andando pela casa quase nua?
Demi não pretendera utilizar aquele tom. Queria ter parecido mais casual e não uma bruxa ciumenta, mas falhara miseravelmente.
A expressão de Joseph endureceu.
– Você nunca gostou de Taylor, mas gostaria que não fosse rude com ela.
Demi ergueu uma das sobrancelhas.
– Nunca? E não imagina por quê? – Dando-lhe as costas, ela se encaminhou à janela que dava vista para a piscina e o jardim na ala esquerda que separava as duas áreas das piscinas.
– Por que ela parece tão à vontade nesta casa e, no entanto, esta é a primeira vez que venho aqui?
Demi enrijeceu o corpo quando as mãos de Joseph pousaram em seus ombros.
– Taylor sempre viaja comigo. Desta vez, tomei providências para que ela fique em Corinto e esteja disponível se eu precisar de seus serviços. Mas a presença dela não será um problema para você. – Os lábios sensuais roçaram a têmpora de Demi. – Quanto ao motivo de você nunca ter estado aqui, só posso lhe dizer que não houve oportunidade. Quando eu retornava de Nova York, após semanas fora, estava mais interessado em passar o tempo a seu lado e não desperdiçá-lo viajando.
Demi virou-se e, sem pensar, fechou os braços em torno do torso forte e enterrou o rosto no peito musculoso.
– É que me sinto tão frustrada! No entanto, não me desculparei por não gostar que a assistente do meu noivo desfile pela casa dele com uma linha a lhe cobrir os atributos. Ou que ela se sinta perfeitamente à vontade em um lugar em que eu deveria me sentir, mas não me sinto.
– Se isso a faz se sentir melhor, nem notei os atributos de Taylor. – O tom de divertimento na voz de Joseph serviu apenas para lhe aumentar a irritação.
Quando ela tentou se afastar dos braços fortes, ele a segurou pelos ombros e a prendeu junto ao corpo. Os olhos faiscavam com um desejo que fez o coração de Demi dar saltos ornamentais dentro do peito. Em um gesto de nervosismo, ela umedeceu os lábios, fazendo-o gemer antes de lhe capturar a boca. Demi sentiu como se lhe tivessem atirado um fósforo na pele coberta de querosene. Ah, sim, seu corpo se recordava e ansiava pelo toque daquele homem. A língua experiente exigindo que seus lábios se abrissem. Com um suspiro, ela cedeu e logo se deleitou com a invasão quente e eletrizante. Sentindo as pernas enfraquecerem, se recostou ao corpo forte e Joseph a comprimiu contra o peito. Um gemido baixo escapou da garganta de Demi e foi abafado pela boca ávida que explorava a dela. As mãos delicadas apertando os ombros largos, necessitando da força daquele homem.
Os mamilos se enrijeceram e formigaram quando uma das mãos longas escorregou por baixo da bainha da blusa de gestante para acariciar com a suavidade de uma pena a pele de seu abdômen até se espalmar sobre o bojo do sutiã. Antes que ela pudesse processar a intenção de Joseph, sentiu o sutiã afrouxar e o polegar longo lhe roçar o mamilo intumescido.
Tremores incontroláveis lhe abalavam a estrutura delicada enquanto os lábios quentes imprimiam uma trilha de fogo em seu pescoço e mais abaixo até a curva de um dos seios.
Quando Joseph lhe capturou um dos mamilos na boca, ela quase se despedaçou no círculo seguro daqueles braços.
– Por favor – ofegou ela.
A súplica o fez erguer a cabeça. O choque refletido nos olhos âmbar.
– Theos mou! Estava a ponto de violá-la neste chão – disse em tom desgostoso, apressando se em lhe ajeitar o sutiã e recompor a blusa.
A mão de Demi tremia quando ela a ergueu para tocar os lábios intumescidos. Cada terminação nervosa de seu corpo berrando de desejo. Sua reação a Joseph a assustava.
Era tão intensa! Volátil. Com que facilidade se incendiava no instante em que ele a tocava.
– Não me olhe dessa maneira – disse ele. A voz quase um rosnado.
– Como? – Demi perguntou.
– Como se tudo que desejasse fosse que eu a levasse para nossa cama e fizesse amor com você a noite toda. Não tenho tanto controle assim.
Uma risada rouca e repleta de desejo escapou da garganta de Demi. Em uma tentativa de acalmar a reação do próprio corpo àquelas palavras, escorregou as mãos de modo suave pelas laterais do corpo.
– E se eu tivesse desejando exatamente isso?
Joseph ergueu uma das mãos e lhe segurou o queixo.
– O médico chegará dentro de alguns instantes. Quero que ele a examine para nos certificarmos de que a viagem não a prejudicou. Sua saúde é minha prioridade.
– Acho que acabo de ser repelida – murmurou ela tristonha.
Joseph se moveu com a rapidez de um piscar de olhos. Em um momento, ele se encontrava a trinta centímetros de distância, e no outro, Demi se descobriu comprimida contra o peito largo. Os olhos dourados queimando os dela.
– Não confunda minha hesitação com desinteresse – disse ele em um tom letal. – Pode ter certeza de que, tão logo o médico nos tranquilize sobre seu estado de saúde, você estará em minha cama. – Lentamente, ele a soltou, e Demi deu um passo vacilante atrás. – Acho que estou ouvindo o barulho do helicóptero. Deve ser o médico e a Srta. Cahill. Por que não lava o rosto e se coloca à vontade? Enviarei o médico para examiná-la.
Demi anuiu como uma pateta e o observou se retirar. Tão logo Joseph desapareceu pela porta, ela se deixou afundar sobre a cama e fechou os dedos com força sobre o colo.
Como era capaz de reagir de forma tão inflamada a um homem que, para todos os efeitos, lhe era um estranho?
Joseph tinha razão. Seu corpo o reconhecia mesmo quando a mente era incapaz.
Deveria encontrar algum consolo nisso, mas a intensidade da atração que sentia por ele a assustava. Mais alguns instantes e teria se perdido naquele toque ígneo.
Lembrando-se de que o médico subiria a qualquer momento e não desejando lhe dar motivos para deixá-la em repouso, jogou um pouco de água no rosto, em uma tentativa de se livrar do rubor que ainda lhe queimava a pele.
Passou uma das mãos pelos cabelos cacheados e franziu a testa diante da própria aparência.
Seus cabelos não pareciam penteados da maneira adequada. Uma imagem pipocou em sua mente. Era ela, rindo, mas com os cabelos mais curtos. Os cachos lhe emoldurando o rosto como uma boina rebelde. Mesmo diante daquele breve lampejo na memória, sabia que preferia seus cabelos curtos. Então por que os deixara crescer? Com um gesto negativo de cabeça, Demi jurou que os cortaria assim que tivesse oportunidade.
Uma batida na porta a fez sair apressada do toalete. Joseph entrou, acompanhado de perto por um homem mais velho. Patrice os seguia e sorriu para Demi da outra extremidade do quarto.
– Este é o Dr. Karounis. É chefe de um setor de obstetrícia em Atenas e teve a gentileza de concordar cuidar de você enquanto estiver na ilha – Joseph  disse enquanto lhe cingia a cintura.
– Srta. Lovato, é um prazer lhe dar a assistência que for necessária – disse o médico em tom formal.
Um sorriso nervoso curvou os lábios de Demi.
– Obrigada. Joseph se preocupa demais. Estou certa de que não havia necessidade de fazê-lo viajar até aqui.
– Ele deseja o melhor para a senhorita e para a criança. – O Dr. Karounis retrucou com um sorriso genuíno. – E não posso culpá-lo por isso.
Demi exibiu um sorriso tristonho.
– Suponho que não. Faça o que for necessário para persuadi-lo de que estou bem. – Ela dirigiu um olhar penetrante a Joseph. – E que sou perfeitamente capaz de subir e descer escadas sozinha.
A expressão de Joseph não se alterou.
– Fará isso por mim, pedhaki mou. Não estou lhe pedindo muito. Ter alguém a seu lado para subir e descer a escada não a atrasará e me tranquilizará.
Ah, aquele homem sabia como fazê-la se sentir alguns centímetros mais alta. Demi deixou escapar um suspiro.
– Está bem. – Fixou o olhar no médico e gesticulou para que Joseph e Patrice os deixassem.
Antes de sair, Joseph levou as mãos pequenas aos lábios e lhe beijou as palmas.
– Depois que o médico terminar, por que não toma um banho relaxante e descansa antes do jantar? Eu virei buscá-la quando estiver na hora de descer.
Demi anuiu, e os olhos âmbar faiscaram em triunfo. Em seguida, ele se retirou, fechando a porta.



Joe é taaaaaaaaaaaaoooooooooooooooooooo idiota, nao percebe coisas que estao na cara
(eu amo essa cena, coitada dela kkkkk)
por hoje é só!bjemi

3 comentários:

  1. Aposto que foi a taylor que a raptou e tb aposto q a demi ainda vai ser empurrada das escadas.

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  2. Joesph sendo amorzinho quando viu o filho e depois um tirano por causa de escadas, caramba cara é só uma escada. Essa puta da Taylor me da uns ódio dela e Joseph nem percebe que a mulher é escrota hahaahahahah

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