sábado, 8 de dezembro de 2018

ESPLENDOR DA HONRA Capitulo 3


Tratar com injustiça desonra mais que padecê-la.
PLATÃO, Gorgias
Foram para o norte, cavalgando sem parar durante o resto da noite e a maior parte do dia seguinte, detendo-se só em um par de ocasiões para dar uma pausa a seus cavalos da árdua marcha imposta pelo barão. Demétria se permitiu desfrutar de alguns momentos de intimidade, mas o fato de suas pernas apenas conseguirem sustentar seu peso convertia a tarefa de atender suas necessidades pessoais em uma exaustiva prova; além disso, antes que tivesse a ocasião de estirar seus músculos, que não paravam de protestar, voltava a ser içada ao cavalo de Joseph.
Pelo fato de serem muitos a lhes proporcionar segurança, Joseph decidiu seguir pelo caminho principal. Era um péssimo atalho na melhor das hipóteses, com muitos arvoredos e galhos nus, que convertiam a marcha em um desafio permanente, inclusive para o mais acostumado dos cavalheiros. Os escudos dos homens permaneciam levantados durante a maior parte do tempo. Demétria, entretanto, achava-se bem protegida, firmemente abrigada como estava debaixo da capa de Joseph.
Os soldados estavam bem servidos com seus pesados equipamentos, resguardados para aqueles que iam à frente da tropa e cavalgavam com as mãos livres, e graças ao estado de abandono do atalho, não tinha efeito maior sobre eles, que os fazia ir um pouco mais devagar.
A cruel tortura que foi aquela cavalgada prolongou-se durante quase dois dias. Quando Joseph anunciou que iam passar a noite em uma clareira que tinha avistado, Demétria já estava firmemente convencida de que o barão não era humano. Tinha ouvido como os homens se referiam ao líder deles como um lobo e entendeu muito bem aquele odioso paralelismo, porque Joseph luzia o perfil dessa terrível besta de presa em cima de seu brasão branco e azul. Aquilo a levou a fantasiar que a mãe de seu captor tinha que ter sido uma diabinha do inferno e seu pai um enorme e feio lobo, e que essa era a única razão pela qual podia chegar a manter uma marcha tão exaustiva e desumana.
Quando por fim se detiveram para passar a noite, Demétria estava morta de fome. Sentou-se em um penhasco e contemplou como os soldados se ocupavam de suas montarias. Essa era a primeira preocupação de um nobre, decidiu Demétria, sabendo como um nobre perdia toda efetividade sem seu cavalo. Sim, os cavalos vinham primeiro.
Depois, acenderam pequenas fogueiras, de oito a dez homens ao redor de cada uma delas, e quando todos os fogos ficaram prontos, houve ao menos trinta fogueiras, perfilando em todas elas os cansados ombros dos soldados, que ao fim eram inteligentes para descansar. A comida chegou por último, um parco jantar consistente em pão duro e queijo que tinha ficado amarelo. Chifres cheios de uma cerveja com gosto de sal circularam também entre os homens, mas Demétria percebeu que os soldados só bebiam uma pequena porção dela. Pensou que a cautela possivelmente se impusesse sobre o desejo de desfrutar da bebida,  porque certamente precisariam estar o mais sóbrio possível durante aquela noite, acampados como estavam em uma posição tão vulnerável.
Havia sempre o constante perigo dos bandos formados por homens que, tendo perdido seu lar, acabavam por se converterem em abutres que esperavam a ocasião de cair sobre quem fosse mais fraco que eles, e também existiam as bestas selvagens que percorriam os bosques com uma intenção muito parecida.
O escudeiro de Joseph tinha recebido a ordem de ocupar-se em atender as necessidades de Demétria. O moço se chamava Ansel, e Demétria em seguida soube pelo cenho franzido que o trabalho que tinham-lhe atribuído não era muito de seu agrado.
O único consolo de Demétria era saber que a cada légua que iam avançando para o norte, aproximava-se uma légua a mais de seu próprio destino secreto. Antes de o barão de Wexton interferir em seus planos, ela esteve planejando sua própria fuga. Ia para a casa de sua prima Edwythe na Escócia. Agora Demétria compreendia quão ingênua tinha sido ao pensar que seria capaz de concluir semelhante empreitada. Sim, já tinha percebido sua loucura e inclusive admitia que não conseguiria durar mais de um dia, abandonada em seus próprios recursos, montando a única égua do estábulo de Sebastian que não teria feito com que ela caísse de sua sela. A égua, com a garupa bastante caída e já muito velha, não teria a resistência necessária para semelhante viagem. Sem uma montaria robusta e uma roupa adequada, a fuga não teria sido mais que uma forma de suicídio. E o mapa que Demétria tinha desenhado a toda pressa, apoiando-se na memória cheia de buracos de Simon, a teria feito andar em círculos.
Embora admitisse que, na realidade, não era mais que um sonho insensato, Demétria decidiu que teria que seguir agarrando-se a ele. Agarrou-se àquele brilho de esperança pela singela razão de que era quão único o que tinha. Joseph certamente vivia perto o bastante da fronteira escocesa para que se pudesse chegar até ela a pé. Quanto mais distante poderia estar a nova casa da prima de Demétria? Possivelmente talvez pudesse ir até ali andando.
Os obstáculos terminariam por vencê-la, caso fosse permitido chegar a encontrar um ponto de apoio. Demétria deixou a razão de lado e se concentrou em fazer uma nota de tudo o que ia precisar. Primeiro um cavalo que pudesse levá-la, logo as provisões e, em último lugar, a bênção de Deus. Depois de ter pensado um pouco, Demétria decidiu que tinha invertido a ordem de importância, e acabava de colocar Deus no primeiro lugar da nota e o cavalo no último, quando viu Joseph dirigindo-se para o centro do acampamento. Santo céu, acaso não era Joseph o maior de todos os obstáculos aos quais teria que enfrentar? Sim, Joseph, parte homem e parte lobo, seria o obstáculo mais difícil de todos que deveria superar.
Joseph não havia dito uma única palavra desde que tinham saído da fortaleza de Sebastian. Durante esse tempo, Demétria esteve a ponto de enlouquecer de preocupação de tanto pensar naquela apaixonada afirmação de que agora lhe pertencia. E o que se supunha que significava isso exatamente? Desejou ter tido a coragem de exigir uma explicação. Mas agora o barão se mostrava tão frio e distante com ela, que Demétria achava muito aterrador para que se sentisse capaz de aproximar-se dele.
Deus, estava esgotada. Não podia se preocupar com ele agora. Quando tivesse descansado, encontraria alguma maneira de escapar. Esse era o primeiro dever de uma prisioneira, não?
Demétria sabia que ela não tinha nenhuma experiência no que dizia respeito a tais questões. De que servia saber ler e escrever? Ninguém chegaria a saber jamais daquela sua insólita habilidade, porque não se considerava aceitável que uma mulher tivesse recebido semelhante tipo de instrução. Mas se a maioria dos nobres nem sequer eram capazes de escrever seus próprios nomes! Confiavam nos clérigos para que se encarregassem de desempenhar aquelas tarefas tão carente de significado para eles.
Demétria não culpava seu tio por sua falta de formação. Aquele sacerdote, a quem sempre tinha querido tanto, sentiu prazer em lhe ensinar todas as histórias da antiguidade. Aquela que contava as aventuras de Ulisses terminou sendo a favorita de Demétria. O guerreiro mitológico se converteu em seu companheiro quando era uma garota que passava todo seu tempo terrivelmente assustada. Demétria fingia que Ulisses estava sentado junto dela durante as longas e escuras noites, ajudando-a a mitigar seu medo de que Sebastian viesse e a levasse de volta para casa.
Sebastian! Seu negro nome bastava para fazer com que formasse um nó em seu estômago. Sim, seu irmão era a verdadeira razão pela qual Demétria agora carecia de todas as habilidades necessárias para sua sobrevivência. Nem sequer era capaz de montar um cavalo, pelo amor de Deus! Disso também Sebastian era culpado. Seu irmão a levou para cavalgar umas quantas vezes, quando ela tinha seis anos, e Demétria ainda lembrava daquelas saídas com tanta clareza como se tivessem acontecido no dia anterior. Como Demétria tinha feito papel ridículo, ou ao menos isso era o que Sebastian havia gritado, saltando em torno da sela como um amontoado de feno mal amarrado no lugar!
E assim que seu irmão se deu conta de quão assustada estava Demétria, o que fez foi amarrá-la à sela de montar e dar uma palmada na garupa do cavalo para que se lançasse em um desenfreado galope através dos campos.
O terror de Demétria tinha excitado seu irmão. Quando ela finalmente aprendeu a ocultar seu medo, Sebastian cessou por fim seu sádico jogo.
Até ali aonde chegava sua memória, Demétria sempre soube que não agradava, nem a seu pai nem a seu irmão, e tinha provado de todas as formas que conhecia para fazer com que a quisessem, ainda que fosse só um pouquinho. Quando Demétria fez oito anos a enviaram para o padre Berton, o irmão mais novo de sua mãe, e o que a princípio seria só uma curta visita, converteu-se em longos anos cheios de paz. O padre Berton era o único parente vivo do lado materno da família. O sacerdote fez o que pôde para criá-la e repetia constantemente, até que finalmente Demétria quase chegou a acreditar nele, que eram seu pai e seu irmão os verdadeiros estúpidos, e não ela.
Oh, sim, seu tio era um homem muito bom e carinhoso cujas amáveis maneiras terminaram formando parte do caráter de Demétria. O padre Berton lhe ensinou muitas coisas, nenhuma das quais era tangível, e a queria tanto como qualquer pai de verdade poderia querer uma filha. Explicou-lhe que Sebastian desprezava todas as mulheres, mas nisso Demétria não acreditou. Seu irmão só importava com suas irmãs mais velhas. Tanto Camille como Sara tinham sido enviadas a magníficas mansões para que fossem adquirindo a educação apropriada, e as duas irmãs contavam com um dote impressionante para contribuir no casamento, embora só Camille tenha se casado.
O padre Berton também havia lhe dito que se o pai de Demétria não queria nada com ela, era porque ela se parecia muito com sua mãe, uma mulher delicada e carinhosa com quem ele se casou, e que depois se converteu quase que imediatamente após trocarem seus votos. Seu tio não sabia qual tinha sido a razão pela qual o pai de Demétria havia mudado de atitude, mas mesmo assim atribuía a culpa a sua alma.
Demétria quase não guardava nenhuma lembrança dos primeiros anos, embora uma sensação agradável envolvesse de todo seu ser, a cada vez que pensava em sua mãe. Naquela época Sebastian não estava ali com muita frequência para zombar dela, e Demétria estava adequadamente protegida pelo amor de sua mãe.
Sebastian era o único que dispunha das respostas às perguntas que Demétria fazia. Seu irmão possivelmente explicaria tudo isso algum dia, e então ela o entenderia. E com a compreensão chegaria a cura, não é?
Deus, decidiu Demétria, tenho que afastar de minha cabeça todos estes pensamentos tão sombrios. Deixou-se escorregar do alto do penhasco e foi dar um passeio pelo acampamento, bem afastada dos homens.
Quando ela virou e entrou no denso bosque, ninguém a seguiu e isso permitiu que Demétria pudesse se ocupar em satisfazer as exigências de seu corpo. Já estava retornando por onde tinha vindo, quando viu um pequeno riacho. A superfície da água estava congelada, mas Demétria utilizou um galho para quebrar o gelo. Ajoelhou-se junto ao riacho, lavou suas mãos e sua face. As águas daquele riacho estavam geladas demais para enrugar as pontas de seus dedos, mas aquele líquido cristalino tinha um sabor maravilhoso.
Então Demétria sentiu que alguém acabava de parar atrás dela. Voltou-se com tanta rapidez que esteve a ponto de perder o equilíbrio. Era Joseph, elevando-se sobre ela.
- Venha, Demétria - disse-lhe -. É hora de descansar.
Não deu tempo para que ela respondesse a sua ordem, porque se inclinou sobre ela e a colocou em pé. Sua calosa mão era tão grande que rodeou as suas. A pegada de Joseph era firme, mas seu contato era suave e não a soltou até que chegaram à abertura de sua tenda, uma estrutura de estranho aspecto consistente em peles de animais selvagens que formavam uma cúpula graças aos grossos e rígidos troncos que as sustentavam. As peles manteriam o vento à raia, já que começava a aumentar. Outra pele cinza tinha sido estendida em cima do chão dentro da tenda, com a óbvia intenção de que foi utilizada como cama de armar. O resplendor da fogueira mais próxima projetava sombras que dançavam sobre as peles, fazendo com que a tenda parecesse cálida e convidativa.
Joseph indicou com um gesto que ela entrasse. Demétria se apressou a lhe obedecer, mas uma vez dentro da tenda descobriu que não conseguia ficar quieta. As peles de animal tinham absorvido uma grande parte da umidade do chão, e Demétria sentiu como se a tivessem deitado em cima de um enorme bloco de gelo.
Joseph ficou imóvel com os braços cruzados na frente de seu enorme peito e a contemplava, enquanto ela tentava de se acomodar. Demétria manteve o rosto impassível, jurando que morreria antes de oferecer uma única palavra de queixa a Joseph.
De repente ele voltou a incorporá-la com um brusco puxão, faltando muito pouco para que derrubasse a tenda em sua pressa. Tirou sua capa dos ombros, então Joseph fincou um joelho no chão e estendeu o objeto em cima das peles de animal.
Demétria não entendia qual poderia ser sua intenção. Tinha pensado que a tenda fosse unicamente para ela, mas, na sequência, Joseph se acomodou no interior e, estendendo seu corpo inteiro, ocupou a maior parte do espaço. Demétria começou a se virar, enfurecida com a maneira com que ele tinha puxado sua capa para sua própria comodidade. Por que não se limitou a deixá-la na fortaleza de Sebastian se tinha intenção de fazê-la morrer de frio, em vez de arrastá-la com ele por meio mundo?
Nem sequer teve tempo de soltar uma exclamação abafada, porque Joseph a prendeu com a celeridade de um raio. Demétria caiu em cima dele e deixou escapar um gemido de protesto. Quase não tinha conseguido meter dentro de seu peito um pouco de ar antes que Joseph rolasse para o lado, levando-a com ele. Então, estendeu sua capa por cima dos dois, deixando Demétria presa dentro de seu abraço. Seu rosto ficou ficado voltado para a base do pescoço de Joseph, e alto de sua cabeça estava justo abaixo do queixo dele.
Demétria, horrorizada ante uma posição tão íntima, tratou de se separar. Empregou até o último grama de energia que possuía, mas a pressão de Joseph era muito forte para que pudesse soltá-la.
- Não posso respirar - murmurou junto ao pescoço de Joseph.
- Pode sim - respondeu ele.
Demétria acreditou ouvir diversão em sua voz. Isso a enfureceu quase tanto como a arrogância de sua atitude. Como ele se atrevia a decidir se ela podia respirar ou não?
Demétria estava muito irritada para ter medo. De repente percebeu que suas mãos continuavam livres de amarras, e começou a dar tapas nos ombros de Joseph até que suas palmas da mão arderam. Joseph tinha tirado a cota de malha antes de entrar na tenda, por isso agora seu peito só estava coberto por uma camisa de algodão. O fino tecido ficava tensamente estirado sobre seus largos ombros, marcando os músculos fortes. Demétria podia sentir a força que irradiava de seu corpo através da suavidade do algodão. Deus, não havia nem um só grama de gordura para agarrar e beliscar! A pele de Joseph era tão inflexível como sua natureza teimosa.
E, entretanto, havia uma diferença muito clara. O peito de Joseph em contato com sua bochecha era uma presença cálida, quase quente, e terrivelmente convidativa no que se referia a aconchegar-se junto dele. Além disso, cheirava muito bem, a couro e masculinidade, e Demétria não pôde evitar reagir. Estava esgotada. Sim, essa era a razão pela qual a proximidade de Joseph tinha um efeito tão inquietante sobre ela. Mas por que seu coração estava acelerado?
A respiração de Joseph esquentava seu pescoço, reconfortando-a. Como podia estar sentindo aquilo? Demétria estava tão confusa que nada mais parecia ter sentido para ela. Sacudiu a cabeça, decidida a espantar aquela sensação de sonolência que estava invadindo suas boas intenções, e logo fechou as mãos sobre a camisa de Joseph e começou a puxá-la.
Joseph deve ter ficado aborrecido por ela se debater. Demétria o ouviu suspirar uns instantes antes de ele agarrar suas mãos e colocá-las debaixo da camisa, fazendo com que suas palmas da mão ficassem sobre seu peito. A grossa capa de pelo que cobria a cálida pele de Joseph fez com que Demétria sentisse uma suave comichão nas pontas dos dedos.
Demétria se perguntou como era possível que estivesse sentindo tanto calor, quando lá fora estava tão frio. A proximidade de Joseph era como um puxão erótico e sensual que pesava sobre seus sentidos, alagando-a com umas sensações que Demétria nunca soube possuir. Sim, aquilo era erótico, o que sem sombra de dúvida também o tornava pecaminoso e obsceno, porque a pélvis de Joseph estava pressionada contra a união das pernas de Demétria. Agora Demétria podia sentir a dureza de Joseph precisamente ali, intimamente aninhada junto a ela. A camisola que tinha colocado demonstrava ser uma proteção totalmente inadequada contra a virilidade de Joseph, e a falta de experiência de Demétria no que dizia respeito àquelas questões não proporcionava nenhum tipo de amparo contra as estranhas sensações, capazes de deixá-la totalmente perplexa, que aquela situação estava lhe provocando. Por que não sentia raiva do contato de Joseph? O certo era que Demétria não sentia raiva, mas falta de ar.
Então um pensamento espantoso se infiltrou na mente de Demétria e fez que exalasse um arquejo de horror. Não era precisamente aquela posição que um homem adotava quando se acoplava com uma mulher? Demétria se afligia com aquele pensamento durante uns minutos intermináveis e logo se apressou a descartar esse temor. Lembrava-se de que a mulher tinha que estar deitada sobre suas costas, e embora não estivesse muito certa de qual seria a maneira exata em que se fazia aquilo, não acreditava que estivesse correndo um perigo autêntico. Em uma ocasião tinha ouvido Marta, enquanto falava com as outras criadas durante uma visita, e lembrava que aquela mulher tão tosca sempre começava cada uma das luxuriosas aventuras que relatava com a observação de que ela estava deitada de costas. Sim, lembrou Demétria com um intenso alívio, Marta tinha sido muito precisa. «Tombada sobre minhas costas estava eu», começava sempre. Agora Demétria lamentava não ter ficado para escutar o resto das atrevidas histórias daquela mulher.
Deus, essas era outra das áreas de sua educação que tinha sido descuidada infelizmente! Então Demétria ficou muito zangada, porque uma dama decente deveria ter este tipo de preocupação de qualquer maneira.
Tudo era culpa de Joseph, naturalmente. Será que ele a abraçava de uma maneira tão íntima, única e exclusivamente para zombar dela? Demétria estava perto dele o bastante para que pudesse sentir a força de seus fortes músculos. Se quisesse, Joseph podia chegar a esmagá-la. Demétria estremeceu diante semelhante imagem e imediatamente afastou seus temores. Não queria provocar o bárbaro. Ao menos agora, a nova posição de suas mãos protegia seus seios, e Demétria agradeceu que fosse assim. Sua gratidão teve uma vida muito curta, entretanto, porque logo que acabava de pensar que no fundo devia agradecer essa pequena misericórdia, Joseph mudou de posição e então os seios de Demétria ficaram presos a ele. Seus mamilos endureceram, envergonhando-a ainda mais.
De repente Joseph voltou a se mexer. - Que diabos...? - disse, rugindo a pergunta inacabada junto à orelha de Demétria. Ela não soube o que tinha provocado aquele desabafo por parte dele, só que ia ficar surda o resto de sua vida.
Quando Joseph deu um salto, resmungando um juramento que ela não pôde evitar ouvir, Demétria se apressou a se separar. Olhou para Joseph pela extremidade do olho. Seu captor se incorporou sobre um cotovelo e estava procurando algo debaixo dele.
Então, e precisamente no mesmo instante em que a mão de Joseph levantava a arma, Demétria se lembrou da adaga que pertencia ao escudeiro, que ela havia escondido no forro de sua capa.
Ela não pôde evitar franzir o cenho.
Joseph não pôde evitar sorrir.
Demétria ficou tão surpresa por aquele sorriso tão cheio de espontaneidade, que faltou pouco para devolvê-lo. Em seguida, ela notou que seu sorriso não alcançava seus olhos, e decidiu que, afinal de contas, seria melhor não sorrir.
- Para ser uma criatura tão tímida está demonstrando ter muitos recursos, Demétria - disse Joseph.
Sua voz não poderia ser mais doce e suave. Acabava de elogiá-la ou estava zombando dela? Demétria não sabia o que pensar, por isso decidiu não contar que tinha se esquecido da existência da arma. Se chegasse a admitir aquela verdade diante de Joseph, então não haveria dúvida de que ele a tomaria por uma estúpida.
- Foi você quem me capturou - lembrou-lhe -. Se demonstrei ter recursos, é apenas porque a honra me obriga a escapar. Este é o dever de uma prisioneira.
Joseph franziu o cenho.
- Ofende-se com minha honestidade, milord? - Perguntou Demétria -. Possivelmente seja melhor eu não lhe dirigir a palavra. Agora eu gostaria de dormir - acrescentou -. E vou tratar de esquecer, inclusive, o fato de que está aqui.
Para demonstrar que tinha falado a sério, Demétria fechou os olhos.
- Venha cá, Demétria.
Aquela ordem pronunciada em um tom tão suave fez com que um calafrio de medo descesse rapidamente pelas costas de Demétria, e um nó de tensão se formou dentro de seu estômago. Ele estava fazendo isso outra vez, decidiu, porque conseguia assustá-la a tal ponto que não conseguia nem respirar. E Demétria já estava cheia de tudo isso. Não acreditava que houvesse muito mais medo dentro dela. Abriu os olhos para olhar Joseph, e quando viu que a adaga agora estava apontada em sua direção, deu-se conta de que pensando melhor ainda ficava uma reserva de medo afinal de contas.
Que covarde eu sou, pensou enquanto se ia aproximando lentamente de Joseph. Ela parou ao seu lado, de frente para ele, apenas a poucos centímetros de distância.
- Pronto, já está satisfeito? - perguntou.
Um instante depois supôs que ele não estivesse nada satisfeito, quando se viu deitada sobre suas costas, com Joseph elevando-se em cima dela. Demétria o tinha tão perto que podia ver os pontinhos prateados que reluziam dentro do cinza de seus olhos.
Demétria tinha ouvido dizer que os olhos refletiam os pensamentos que passavam pela mente, mas nem mesmo assim pôde saber o que se passava na cabeça de Joseph. Isso a preocupou.
Joseph observou Demétria. A confusão de emoções, que ela estava mostrando sem querer, acabava por diverti-lo ao mesmo tempo em que o irritava. Sabia que Demétria tinha muito medo dele, no entanto não chorava nem suplicava. E que bonita era, Santo Deus! Um respingo de sardas cobria a ponta de seu nariz. Joseph achou aquele pequeno defeito do mais atraente. Sua boca também era atraente. Joseph se perguntou qual seria o sabor daquela boca e sentiu-se excitado só por aquele pensamento.
- Vai passar a noite toda me olhando? - perguntou Demétria.
- Possivelmente o faça - respondeu Joseph -. Se eu desejasse fazê-lo - acrescentou, sorrindo pela maneira com que ela tentou não franzir o cenho diante de sua resposta.
- Então eu terei que ficar olhando para você durante toda a noite - respondeu Demétria.
- E a que se deve isso, Demétria? - ele perguntou com doçura.
- Se pensa que vai poder se aproveitar de mim enquanto durmo, barão, está muito equivocado.
Ela estava muito indignada.
- E como vou me aproveitar de você, Demétria?
Agora ele estava sorrindo e agora sim tratava-se de um autêntico sorriso, porque refletia a profundidade de seus olhos.
Demétria desejou ter ficado em silêncio. Deus, agora era ela mesma quem estava colocando ideias obscenas na cabeça dele!
- Preferia não falar nesse assunto - conseguiu balbuciar finalmente -. Sim, esqueça o que eu disse, rogo-lhe isso.
- Mas não quero esquecer - respondeu Joseph -. Pensa que esta noite vou satisfazer minha luxúria e que vou tomá-la enquanto descansa?
Joseph baixou a cabeça até que ficou a um escasso sopro de distância do rosto de Demétria. Sentiu prazer em ver como ela se ruborizava, e inclusive chegou ao extremo de expressar sua aprovação com um grunhido.
Demétria permanecia tão imóvel como uma corça, presa por suas próprias preocupações.
- Você não vai me tocar - balbuciou subitamente -. Certamente você está cansado demais para pensar em tais coisas... e além disso acampamos em uma clareira... Não, não me tocará - concluiu.
- Possivelmente.
E o que podia significar aquilo exatamente? Demétria viu o brilho misterioso que reluzia nos olhos de Joseph. Estaria sentindo um autêntico prazer sobre sua óbvia inquietação?
Decidiu que não ia permitir que Joseph se aproveitasse dela sem que antes houvesse uma boa briga. Com esse pensamento na cabeça, atingiu-o, dirigindo seu punho justo abaixo de seu olho direito. O murro acertou totalmente o alvo escolhido, mas Demétria pensou que ela tinha recebido mais dor do que ele. De qualquer maneira, foi Demétria quem gritou de dor, porque Joseph nem sequer chegou a pestanejar. Deus, ela provavelmente havia quebrado a mão e por nada!
- É feito de pedra - murmurou Demétria.
- Por que fez isso? - perguntou Joseph, em um tom cheio de curiosidade.
- Para você saber que lutarei com você até a morte se tentar me forçar - balbuciou Demétria. Pareceu-lhe ser um discurso muito valente, mas a força que suas palavras pudessem ter ficou arruinada pelo tremor de sua voz. Suspirou, sentindo-se muito desanimada.
Joseph voltou a sorrir.
- Até a morte, Demétria? - perguntou depois.
Ao observar a expressão realmente horrível que acabava de aparecer no rosto dele, Demétria decidiu que a ideia lhe parecia agradável.
- Você se apressa em tirar conclusões - comentou Joseph -. Isso é um defeito.
- Você me ameaçou - contra-atacou Demétria -. Isso é um defeito ainda maior.
- Não - ele arguiu -. Foi você quem sugeriu isso.
- Sou a irmã de seu inimigo - recordou-lhe Demétria, sentindo-se muito satisfeita com a carranca que o lembrete provocou -. Não pode mudar esse fato - acrescentou, como advertência.
A tensão desapareceu imediatamente dos ombros de Demétria. Ela deveria ter pensado neste argumento mais cedo.
- Mas com os olhos fechados, eu não saberei se é a irmã de Sebastian ou não - disse Joseph -. Há rumores de que você vivia com um padre depravado e que você servia de prostituta para ele. Mas na escuridão, isso não me incomodaria. Todas as mulheres são iguais quando se trata de cama.
Ela desejou poder voltar a atingi-lo. Demétria ficou tão indignada com aquelas palavras venenosas, que seus olhos se encheram de lágrimas. Queria gritar, dizer que o padre Berton estava em boas relações com seu Deus e sua igreja, e que além disso casualmente era seu tio. O sacerdote era a única pessoa que se importava com Demétria, o único que a amava. Como Joseph ousava sujar a reputação de seu tio?
- Quem lhe contou essas histórias? - perguntou, com a voz transformada em um murmúrio enrouquecido.
Joseph pode ver até que ponto suas palavras acabaram por feri-la. Então soube que todas as histórias eram justamente o que ele tinha suspeitado que eram, meras falsidades. Demétria não podia esconder sua dor. Além disso, ele já tinha percebido sua inocência.
Demétria estava destroçada com suas palavras cheias de malícia.
- Você acha que eu vou tentar convencê-lo de que os falatórios que você ouviu sobre mim não são verdadeiros? - Perguntou Demétria -. Bem, reflita outra vez, Barão. Acredite no que quiser. Se você acha que eu sou uma prostituta, então eu sou prostituta.
Seu acesso de cólera não pôde ser mais veemente
ira que Joseph tinha presenciado desde que a tornou prisioneira. De repente, sentiu-se fascinado por aqueles
incríveis olhos azuis que estavam cintilando com tamanha indignação. Sim, não restava dúvida de que Demétria era inocente.
Decidiu colocar fim naquela conversa para assim Demétria seria poupada de mais sofrimento.

- Durma - ele ordenou.
- Como posso dormir com o medo de que você e aproveite de mim durante a noite? - perguntou ela.
- Realmente pensa que seria capaz de continuar dormindo enquanto eu fizesse isso com você? - perguntou Joseph em um tom cheio de incredulidade. Deus, ela acaba de insultá-lo, mas mesmo assim ele compreendeu que Demétria era muito ingênua para saber disso. Joseph sacudiu a cabeça -. Se eu decidisse me aproveitar de você, tal como você o descreve, eu prometo acordá-la antes. Agora feche os olhos e durma.
Atraiu-a para seus braços, obrigando suas costas a ficarem unidas a seu peito. O braço de Joseph a envolveu de uma maneira que não podia ser mais íntima, repousando sobre a curva de seu seio. E depois estendeu a capa por cima dos dois, resolvido a expulsar Demétria de sua mente.
Dizê-lo foi mais fácil que fazê-lo. O aroma de rosas envolvia Demétria, e o corpo dela parecia tão suave perto dele. Sua proximidade era quase inebriante. Joseph soube que o sono demoraria um bom tempo para reclamá-lo.
- Como você o chamaria?
A pergunta de Demétria chegou até ele debaixo da capa que os cobria. Sua voz soou um pouco abafada pelo tecido, mas Joseph ouviu até a última palavra do que havia dito. Depois teve que repassar mentalmente toda a conversa que tinham mantido, antes de ele entender sobre o que ela estava perguntando.
- Aproveitar-me de você? - perguntou, esclarecendo sua pergunta.
Um instante depois sentiu como ela assentia com a cabeça.
- Violação - disse Joseph, murmurando aquela palavra tão execrável no alto da cabeça de Demétria.
Demétria se incorporou de repente, atingindo o queixo de Joseph com a cabeça em sua pressa. A paciência dele começava a se esgotar. Decidiu que nunca deveria ter falado com ela.
- Nunca possuí nenhuma mulher pela força, Demétria - disse -. Sua virtude está a salvo. E agora, durma.
- Nunca? - disse Demétria, sussurrando sua pergunta.
- Nunca! - disse Joseph, gritando sua resposta.
Demétria acreditou. Era muito estranho, mas agora se sentia a salvo e sabia que não lhe faria mal enquanto dormisse. Sua proximidade já estava começando a reconfortá-la de novo.
O calor de Joseph não demorou a agir como uma droga para fazê-la dormir. Aconchegou-se um pouco mais a Joseph, ouviu-o gemer quando acomodou suas costas junta ao corpo de Joseph para ficar mais cômoda, e se perguntou o que estaria incomodando-o, agora. Quando Joseph a segurou pelo quadril e a manteve imóvel, Demétria percebeu que seus movimentos mantinham-no acordado.
Seus sapatos tinham caído de seus pés, e Demétria os deslizou lentamente entre as panturrilhas de Joseph para pegar um pouco mais de seu calor. Teve muito cuidado para não se mexer demais por medo de voltar a irritá-lo.
A cálida respiração de Joseph roçava seu pescoço. Demétria fechou os olhos e suspirou. Sabia que deveria resistir à tentação, mas o calor de Joseph a agitava ao mesmo tempo em que a tranquilizava. Lembrou-se de uma de suas histórias favoritas a respeito de Ulisses, aquela que contava suas aventuras com as sereias. Sim, o calor de Joseph parecia cortejá-la assim como a canção que aquelas ninfas mitológicas cantaram para atrair Ulisses e seus soldados a uma destruição certa. Ulisses soube ser mais inteligente que as sereias e colocou cera nos ouvidos de seus homens para bloquear aquele som irresistível.
Demétria desejou ser tão ardilosa e cheia de recursos como o épico guerreiro.
O vento assobiava ao redor dela choramingando uma triste melodia, mas Demétria estava bem protegida, firmemente estreitada entre os braços de seu captor. Fechou os olhos e então aceitou a verdade. A canção da sereia a tinha capturado.
Só despertou uma vez durante a noite. Suas costas tinham suficiente calor, mas seu peito e os braços estavam ficando gelados. Sempre se movendo muito devagar para não perturbar o sono de Joseph, Demétria se virou entre seus braços. Apoiou a bochecha no ombro de Joseph para que lhe servisse de travesseiro e deslizou as mãos debaixo de sua camisa.
Não estava completamente acordada quando Joseph começou a esfregar sua frente com o queixo, Demétria suspirou satisfeita e se aninhou um pouco mais. As costeletas de Joseph faziam cócegas em seu nariz. Demétria jogou a cabeça para trás e foi abrindo os olhos lentamente.
Joseph olhava para ela fixamente. Sua expressão, tão cálida e cheia de ternura, tinha renunciado às defesas de antes. Mas sua boca parecia ter uma dura firmeza, e Demétria se perguntou o que sentiria caso Joseph finalmente a beijasse.
Nenhum dos dois disse uma única palavra, mas quando Demétria foi para Joseph, ele a recebeu na metade do caminho.
Demétria tinha um gosto tão bom como ele sabia que ela teria. Deus, que suave e convidativa era! Não estava completamente acordada e por isso não resistiu, embora por esta razão sua boca não estivesse aberta o suficiente para que ele pudesse penetrá-la. Joseph resolveu aquele problema rapidamente fazendo-a baixar o queixo com o polegar, e então colocou sua língua dentro da boca de Demétria antes que ela pudesse adivinhar sua intenção.
Capturou o arquejo afogado que saiu dela e então deu seu próprio gemido.
Quando Demétria utilizou timidamente sua própria língua para acariciar a dele, Joseph a deitou sobre suas costas e se colocou entre suas pernas. Suas mãos sustentavam os lados de sua face, mantendo-a imóvel para que recebesse seu delicado ataque.
As mãos de Demétria estavam presas debaixo da camisa de Joseph. Então seus dedos começaram a acariciar seu peito, fazendo com que a pele de Joseph ficasse febril.
Joseph queria chegar a conhecer todos seus segredos e satisfazer seu desejo ali mesmo e naquele preciso instante, e tudo porque Demétria se mostrava tão maravilhosamente disposta à presença dele.
O beijo chegou a ficar tão intenso e abrasador que Joseph soube que corria perigo de perder o controle. Sua boca moveu-se uma e outra vez sobre a de Demétria para penetrar, tomar e acariciar com sua língua. Deus, era como se nunca pudesse chegar a saciar-se dela!
Foi o beijo mais incrível que ele alguma vez experimentou, e Joseph não teria colocado fim nele se, de repente, ela não começasse a tremer. Um suave gemido escapou das profundezas da garganta de Demétria, e aquele som tão sensual quase conseguiu fazer com que ele perdesse a razão.
Quando Joseph se separou bruscamente dela, Demétria ficou muito atônita para que pudesse reagir. Ele deitou sobre suas costas com os olhos fechados, e a única indicação que ele deu sobre aquele beijo foi sua áspera e entrecortada respiração.
Demétria não sabia o que fazer. Deus, quão envergonhada de si mesma ela se sentia! Que estranho impulso se apoderou dela? Havia agido de uma maneira tão indecorosa, tão... vulgar. E o cenho franzido que havia no rosto de Joseph estava lhe dizendo que não tinha-lhe agradado.
Demétria teve vontade de chorar.
- Joseph? - perguntou, pensando que sua voz soava como se já estivesse chorando.
Ele não respondeu, mas seu suspiro lhe disse que ele havia escutado ao pronunciar seu nome.
- Sinto muito.
Seu pedido de desculpa deixou Joseph tão surpreso que ele se virou de lado para olhá-la. O intenso desejo que ardia dentro dele era dilacerante e não pôde manter afastado o cenho franzido de seu rosto.
- O que é que você sente? - quis saber, irritando-se ante a aspereza com que soou sua voz.
Soube que havia tornado a assustá-la, porque Demétria em seguida lhe deu as costas. Estava tremendo de uma maneira bastante violenta para que Joseph também percebesse disso. Queria estender suas mãos para ela para voltar a atraí-la para os seus braços, quando Demétria finalmente lhe respondeu, dizendo:
- De ter-me aproveitado de você.
Joseph não podia acreditar no que acabava de ouvir. Aquilo foi a desculpa mais ridícula que jamais recebeu.
Um lento sorriso foi impondo-se pouco a pouco ao franzido do cenho que tinha escurecido seu semblante. Deus, de repente, teve vontade de voltar a rir, e não teria se importado em ceder também a esse outro impulso, se Demétria não tivesse sido tão profundamente sincera quando lhe falou. Mas o desejo de não ferir seus sentimentos conteve sua risada. Joseph não entendia qual era a razão que o impulsionava a querer proteger os sentimentos de Demétria, mas o caso era que estava ali e ia consumindo-o por dentro.
Deixou escapar um prolongado gemido. Demétria o ouviu, e em seguida chegou à conclusão de que Joseph estava profundamente aborrecido com ela.
- Prometo-lhe que não voltará a acontecer, Joseph - apressou-se em dizer.
Joseph rodeou a cintura da moça com o braço e a atraiu para ele.
- E eu lhe prometo que voltará a acontecer, Demétria - disse então.
Ela pensou que aquilo soava como um juramento.


opaaaaa, algo tem ai
bjemi

3 comentários:

  1. Eita que eu não tava esperando um beijo já nesse capítulo...
    Tô amando

    POSTA LOGO POR FAVOR

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  2. Meu Deuuuuus que capítulo e esse gente, posta mais logo to doida pra saber o que vai acontecer entre eles

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  3. Eiiiittaaaaa Brasil abaixa que é tiro
    To amando,faz uma maratona de fim de ano
    PORFAAVVOOOORRRRR

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