segunda-feira, 3 de junho de 2019

ESPLENDOR DA HONRA CAPITULO 24 ULTIMO!!!!


Amor e honra, tesouros acima de seu valor
O mês seguinte foi um período de repouso e tranquilidade para Joseph, e uma época de intensa felicidade para Demétria.
Demétria ficou encantada com os escoceses. Eles pareciam os guerreiros mais assombrosos que havia no mundo, salvo por seu marido, claro. Os escoceses lembravam aos antigos Espartanos em razão de sua existência austera e sua lealdade feroz.
Trataram Joseph como se fosse um dos seus. Catherine também se mostrou encantada de acolher Demétria em seu lar. A irmã de Joseph era bonita e estava apaixonada por seu marido.
Demétria não pôde ver sua prima Edwythe, embora Catherine prometesse que enviaria uma mensagem de saudação da parte de Demétria. Edwythe vivia nas terras altas, a uma considerável distância do lar de Catherine, muito longe, de fato, para fazer-lhe uma visita.
Passaram trinta dias inteiros com os parentes de Joseph, e ele se lembrou da promessa de ensinar a sua delicada esposa como se defender por si mesma. Joseph foi paciente com Demétria, até que a viu estender a mão para seu arco e suas flechas. Então se apressou em deixá-la só, temendo perder a paciência se tivesse que vê-la cometer o mesmo erro outra vez. Demétria sempre errava o alvo. Anthony já havia lhe advertido sobre aquele defeito. A flecha disparada por Demétria sempre passava um metro, talvez um pouco menos, acima do alvo pretendido.
Joseph e Demétria retornaram à fortaleza de Wexton no final de agosto. Foi quando souberam que o rei William II havia morrido. Os relatos não eram muito claros, mas todos os que presenciaram a tragédia juravam ter-se tratado de um acidente. William, junto com seu irmão e seus amigos, tinha ido caçar no bosque. Um soldado disparou sua flecha, mirando um cervo, mas o pescoço do rei atravessou a trajetória da fecha. William já estava morto antes mesmo de seu corpo cair ao chão.
A versão mais aceita e menos crível vinha de uma testemunha ocular que alegava ter visto tudo, do começo ao final. Aquela testemunha declarava que o leal súdito do rei realmente havia apontado sua flecha para o cervo, mas quando ela voou para o animal, a vermelha mão do diabo surgiu repentinamente do chão. A flecha ficou presa no punho do diabo e foi redirecionada ao rei.
A igreja abençoou aquela versão como realmente acontecida, e em seguida foi escrita. Satanás tinha colocado fim à curta vida do rei, e certamente nenhum daqueles que presenciou sua norte foi responsável por ela.
Henry reclamou imediatamente o tesouro real e subiu ao trono.
Demétria agradecia que ela e Joseph tivessem saído da corte antes da tragédia. Seu marido ficou zangado por não ter estado ali, porque acreditava ter podido salvar a vida de seu monarca.
Nenhum dos dois acreditava na história sobre a mão do diabo, e nenhum dos dois estava disposto a admitir que Henry poderia muito bem ter algo a ver com o acidente de seu irmão.
Embora não estivesse tão familiarizada com os assuntos de estado como Joseph, Demétria se lembrava que Henry havia sugerido ao rei William que Joseph passasse um mês com os escoceses. Demétria acreditava que Henry queria tê-lo o mais distante possível de Londres, e também acreditava que Henry havia perdoado a vida de Joseph para que ele fosse enviado para bem longe. Mesmo assim, nunca expressou aqueles pensamentos para seu marido.
Liam e Miley se casaram no primeiro domingo de outubro. O padre Berton acabava de chegar com sua bagagem para assumir a tarefa de salvar as almas dos Wexton. O conde de Grinsteade havia morrido, cinco dias depois da cerimônia de casamento de Demétria.
Joseph tinha enviado soldados por toda Inglaterra para procurassem por Sebastian. Como agora Henry era rei, Sebastian havia se convertido em um proscrito exilado. Henry tinha deixado muito claro quão pouco gostava de Sebastian.
Demétria acreditava que Sebastian havia deixado a Inglaterra. Joseph não tentou discutir com ela, mas estava convencido que Sebastian permanecia escondido, esperando sua oportunidade de vingar-se.
Então chegou uma mensagem, exigindo que Joseph fosse se ajoelhar diante do novo rei, jurando-lhe lealdade. Joseph não podia rechaçar aquela ordem, mas não pôde evitar sentir-se um pouco inquieto por deixar Demétria sozinha.
Estava sentado no salão, com o pedido de Henry ainda nas mãos, quando Demétria desceu para tomar o café da manhã. Joseph já havia feito sua refeição do meio-dia.
Sua esposa parecia descansada, mas Joseph sabia que dentro de umas horas ela precisaria tirar um cochilo. Ultimamente, ela se cansava com muita facilidade. Demétria tratava de esconder aquele fato de seu marido, mas ele sabia que a cada manhã ela sofria de enjoos e náuseas.
A doença de Demétria não o preocupava nem um pouco. Não, Joseph estava esperando que ela percebesse que levava seu filho em seu ventre.
Demétria sorriu assim que viu Joseph sentado em uma poltrona perto do fogo. Começava a fazer muito frio e as chamas convidavam a ir para elas. Joseph a sentou em seu colo.
- Joseph, tenho que falar com você. Já quase é meio-dia e acabo de me levantar da cama. Acho que estou doente, mas não quero preocupá-lo. Ontem pedi uma poção a Maude.
- E ela deu isso a você? - perguntou Joseph. Ele tentou não sorrir, porque a expressão de sua esposa beirava a tristeza.
Demétria sacudiu a cabeça. Ela afastou os cabelos de seu ombro, batendo no peito de Joseph em sua pressa.
- Não, não me deu isso - ela disse -. Ela apenas sorriu para mim e foi embora. O que eu devo pensar sobre isso?
Joseph suspirou. Ia ter que contar para ela.
- Você ficaria muito triste se nosso filho fosse ruivo?
Demétria arregalou os olhos e sua mão foi instintivamente para seu ventre. Sua voz tremeu quando ela finalmente respondeu à pergunta de seu marido.
- A pequena terá o cabelo castanho, como o de sua mãe. E eu serei a mãe mais maravilhosa do mundo, Joseph.
Joseph riu e depois beijou Demétria.
- Vejo que minha arrogância contagiou você, esposa. Você me dará um filho e não se fala mais nisso.
Demétria assentiu, fingindo estar de acordo com ele enquanto imaginava a linda garotinha que iria segurar em seus braços.
Sentia-se tão aflita pela alegria, que ela pensou que fosse chorar.
- Você não pode mais alimentar seus animais selvagens. Eu não quero que você vá além dos muros.
- É meu lobo - Demétria provocou. Ela ainda não havia admitido para Joseph que ela realmente pensava tratar-se de um selvagem cão -. Hoje será a última vez que irei deixar a comida - prometeu -. Assim está bom para você?
- Por que hoje? - perguntou Joseph.
- Porque faz exatamente um ano que cheguei aqui. Se você desejar, pode vir comigo quando eu for ali com Anthony. - Fingiu suspirar -. Vou sentir saudade do meu lobo.
Joseph viu um brilho nos olhos de Demétria.
- Vou deixar de alimentá-lo apenas porque você me ordena, marido.
- Eu não acredito nisso nem por um minuto - replicou Joseph -. Você vai me obedecer apenas porque sente isso.
Joseph finalmente prometeu acompanhar Demétria. Ela o esperou, mas quando terminou com seu treino de tiro ao alvo, o sol já estava começando a desaparecer e Joseph continuava sem terminar de cuidar de suas outras ocupações.
Demétria recolheu suas flechas, colocou-as dentro do recipiente de tecido que Ned fez para ela e o pendurou nas costas.
Anthony levou a comida dentro do saco de pano que Demétria usava nessa tarefa. Ela levava seu arco, ostentando ao seu vassalo que poderia caçar ao menos um coelho para o jantar.
Anthony achava totalmente impossível.
Quando chegaram ao alto da colina, Demétria agarrou o saco de comida das mãos de Anthony. Estendeu o pano chão, agora ajoelhada, e arrumou a comida em uma pilha. Um grande osso, gordo de carne, coroou sua pirâmide. Como sabia que não voltaria a alimentar os animais selvagens, Demétria pensou em deixar um último presente que enchesse seus estômagos.
Anthony foi o primeiro a ouvir o ruído atrás deles. Virou-se e escrutinou as árvores atrás de Demétria, no exato instante que uma flecha riscava o ar com um assobio e se alojava em seu ombro. O vassalo foi atingido. Tentou manter o equilíbrio, mas viu que seu inimigo voltava a elevar o arco pela segunda vez.
O vigia gritou uma advertência logo que Anthony caiu. Os soldados se alinharam ao longo do caminho da muralha, com suas flechas já colocadas em seus arcos, e esperaram a que o inimigo revelasse sua presença.
Joseph acabava de montar em seu cavalo, pensando em agradar sua esposa, reunindo-se com ela e a levando de volta na garupa de sua montaria. Ouviu o grito e esporeou seu cavalo em um rápido galope. Seu grito de raiva foi ouvido por toda a fortaleza. Os homens correram para seus cavalos e seguiram seu lord.
Demétria sabia que não tinha tempo para correr. Quase vinte homens saíram lentamente de seus esconderijos trás das árvores, formando um semicírculo. Demétria também sabia que o vigia e os arqueiros não poderiam ver aqueles homens até que eles tivessem chegado ao alto da colina.
Ela não teve escolha. Demétria estendeu a mão para uma de suas flechas, ajustou a beira denteada em seu arco e apontou cuidadosamente.
Reconheceu o homem que estava mais perto dela. Era um dos três que havia testemunhado as mentiras de Sebastian, e então soube que Sebastian não estava longe.
Saber disso fez que se sentisse mais furiosa que assustada. Lançou a flecha, e já estendia a mão para outra antes de que aquele inimigo caísse ao chão.
Joseph não subiu até o alto da colina. Cavalgou ao redor da base da colina e indicou com um gesto que outros fossem para o lado oposto. Queria interromper a passagem do inimigo, interpondo-se entre eles e sua esposa.
Uns minutos depois, os soldados de Joseph já estavam liderando batalha com o inimigo. Demétria deixou cair seu arco e se virou, pensando em ajudar Anthony. O vassalo tinha rodado ladeira abaixo, mas já estava de pé e subia pouco a pouco pela colina para voltar a se reunir com ela.
- Abaixe-se, Demétria! - gritou Anthony de repente.
Ela ouviu sua ordem e ia fazer o que ele mandava, quando de repente foi agarrada por trás. Ao se virar, Demétria gritou ao se deparar cara a cara com Sebastian. Ele tinha um olhar enlouquecido. Seu puxão era insuportável. Ela desceu seu pé sobre o dele, causando-lhe um desequilíbrio. Lembrou-se das lições de defesa de Joseph, e lhe deu uma joelhada na virilha. Sebastian caiu ao chão, arrastando Demétria com ele.
Ela rolou para o lado, assim como Sebastian, que titubeava em seus joelhos. Ele deu um murro em Demétria, sua direita bem abaixo do queixo dela. A dor foi intensa demais para aguentar.
Sebastian deu um pulo quando viu que Demétria não se movia. Olhou para a base da colina, e viu que seus homens fugiam em disparada. Eles o abandonavam, e agora tentavam escapar da ira de Joseph.
Sebastian soube que esta vez não conseguiria fugir de Joseph.
- Você vai me ver matá-la! - gritou.
Joseph tinha desmontado e correu colina acima. Sebastian sabia que só lhe restavam alguns segundos e percorreu freneticamente o chão com o olhar em busca de uma faca. Iria afundá-la no coração de Demétria, antes que Joseph pudesse detê-lo.
Sebastian deu uma obscena gargalhada, quando avistou sua adaga em cima de um monte de resto de comida. Ajoelhou-se perto daquilo e estendeu a mão para sua arma.
Cometeu o erro de tocar na comida.
A mão de Sebastian pousou sobre o punho de sua adaga. Tinha começado a se virar quando foi detido por um surdo grunhido. O som se intensificou até que ficou intenso o suficiente para fazer o chão tremer.
Joseph também ouviu aquele som. Então, viu como Sebastian levava as mãos diante do rosto, e um instante depois um raio de cor marrom saltou sobre sua garganta.
Sebastian desabou para trás; morreu afogado em seu próprio sangue.
Joseph indicou com um gesto que seus homens que não se movessem de onde estavam. Manteve o olhar fixo naquele enorme lobo, enquanto estendia lentamente a mão para seu arco e sua flecha. O lobo permanecia imóvel sobre Sebastian. Os dentes do animal eram perfeitamente visíveis, e um rosnado ameaçador permeou o silêncio.
Rezou para que Demétria não despertasse, então Joseph avançou lentamente querendo chegar a um lugar que pudesse disparar contra a besta.
De repente o lobo foi até Demétria e se inclinou sobre ela. Joseph deixou de respirar.
Joseph pensou que o aroma de Demétria parecesse familiar ao animal, porque o lobo pôs fim rapidamente a sua curiosidade e voltou para a comida. Joseph contemplou como o lobo agarrava o osso entre seus dentes, voltou-se novamente e desapareceu descendo pelo outro lado da colina.
Atirou ao chão seu arco e sua flecha, e correu para sua esposa. Demétria acabava de despertar, quando ele se ajoelhou ao lado dela, pegando-a delicadamente em seus braços para levantá-la.
Demétria esfregou o queixo com a mão, comprovando o mal sofrido. Podia movimentá-lo, embora ainda doesse o suficiente para ela pensar que deveria estar quebrado. Então reparou que Sebastian estava ali.
- Eles se foram? - perguntou a Joseph, ela foi espremida com tanta força contra seu peito, que mal conseguia sussurrar sua pergunta.
- Sebastian morreu.
Demétria fechou os olhos e disse uma prece pela alma de seu irmão. Não acreditava que fosse servir muito a Sebastian, mas mesmo assim a rezou.
- Anthony está bem? Devemos cuidar de sua ferida, Joseph - disse depois, tentando se livrar do abraço de seu marido -. Levou uma flecha no ombro.
Joseph deixou de tremer. Demétria deliberadamente falava sem parar, porque sabia que seu marido precisava de uns minutos para se recuperar. Quando os braços de Joseph deixaram de apertá-la com tanta força, Demétria sorriu.
- Agora já acabou tudo? - ela perguntou.
- Acabou - disse Joseph -. Seu lobo salvou sua vida.
- Eu sabia que você o faria, meu amor. Você sempre vai me proteger - respondeu Demétria.
- Você não entendeu, Demétria - disse Joseph, franzindo o cenho -. Seu lobo matou Sebastian.
Demétria sacudiu a cabeça, pensando em como seu marido se deixou levar pela imaginação naquele momento aterrador. Sabia que Joseph estava zombando dela apenas para aliviar suas preocupações.
- Tem força suficiente para se levantar? - Perguntou Joseph -. Sente-se…?
- Eu estou bem. Não, nós estamos bem - corrigiu Demétria, acariciando o ventre para dar maior ênfase a suas palavras - Ainda não posso senti-la, Joseph, mas sei que nada lhe aconteceu.
Quando Joseph a ajudou a se levantar, Demétria tentou olhar para Sebastian. Joseph moveu-se para a frente dela, impedindo-a de ver alguma coisa.
- Não precisa olhar para ele, Demétria. Só iria deixá-la angustiada.
A garganta de Sebastian tinha sido retalhada pelas presas do lobo, e Joseph decidiu que aquela não era uma visão que Demétria esqueceria facilmente se ela visse.
Anthony veio se juntar a eles. Parecia mais incrédulo que machucado.
- Anthony, seu ombro…
- Não é uma ferida muito profunda - disse Anthony -. Baronesa, você atravessou o coração de um deles - balbuciou.
Joseph não acreditou.
- Foi a flecha de Demétria?
- Foi.
Os dois homens se voltaram para Demétria e a olharam. Pareciam totalmente atônitos. Demétria ficou um pouco irritada pela falta de fé que eles demonstraram em sua capacidade. Durante um fugaz segundo, ela pensou que poderia ficar em silêncio. A verdade, entretanto, veio à tona.
- Eu estava apontando para o pé dele.
Tanto Joseph como Anthony ficaram contentes com a confissão de Demétria. Joseph a tomou em seus braços e começou a descer pela colina.
- O lobo salvou sua vida - voltou a dizer, pensando em explicar toda a verdade.
- Eu sei, querido.
Joseph se deu por vencido. Teria que explicar tudo mais tarde, quando a cabeça de Demétria não estivesse tão teimosamente decidida a acreditar que ele havia sido seu salvador.
- Você nunca mais vai alimentar esta besta, Demétria. Vou me encarregar deste trabalho. Agora o lobo merece viver uma vida mais fácil. Ele fez por merecer.
- Quer parar de me provocar, Joseph? - pediu Demétria, claramente exasperada -. Acabo de passar por uma prova muito dura.
Joseph sorriu. Que grande mandona ela era, e que delícia. Ele esfregou suavemente o alto de sua cabeça com o queixo, enquanto a ouvia se queixar de seu novo machucado.
O barão de Wexton estava impaciente para levar Demétria para casa, tanto, pensou, como deveria ter ficado Ulisses ao voltar para casa para ficar com sua esposa.
O futuro lhes pertencia. Demétria gostava de chamá-lo de seu lobo, mas ele era apenas um homem, ainda que mesmo mais poderoso que o mágico Ulisses.
Porque embora Joseph fosse um mero mortal, igualmente com defeitos, tinha conseguido uma façanha ousada. Sim, tinha capturado um anjo. E ela pertencia a ele.
Fim






SIM ACABOU
NAO É TROLLAGEM
PROXIMA FIC É DE REALEZA TAMBEM BUT....JA FALEI AQUI... OU NO FACE? NAO LEMBRO
MAS O QUE IMPORTA É QUE AMO A HISTORIA
SIM É ADAPTADA TAMBEM.
POR QUE?
PORQUE AINDA NAO CONSEGUI TERMINAR MINHAS FICS =\
MAS SEMPRE DAREI UM JEITO DE POSTAR FICS AQUI

BJEMI

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