Já
era de noite quando finalmente chegou a casa. Ele ordenou o jantar e pediu a
Richardson que lhe preparasse um banho quente; logo perguntou pela senhorita
Lovato e averiguou se estava na biblioteca.
Estava
amontoada em um dos sofás de coro que havia junto a janela. Estava lendo, com
os pés escondidos embaixo de sua saia e os sapatos no chão. A luz do sol a
iluminava a suave luz do candelabro em cima da mesinha no canto.
Joseph
caminhou até ela. Suas botas não fizeram nenhum ruído ao pisar no fofo tapete
turco. Nunca a tinha visto tão tarde e se surpreendeu ao ver que não tinha o
cabelo preso naquele odioso coque. Em vez disso, tinha feito uma grossa trança,
que, resplandecente, descansava sobre seu ombro.
Estava
tão absorta em sua leitura que nem sequer levantou a vista quando ele se
aproximou, o fato deixou ele muito irritado.
Era
impossível que não se desse conta de que estava parado na frente dela.
Joseph
esperou alguns segundos que ela detectaria sua presença, mas não percebeu e
assim se cansou. Nunca tinha sido um homem paciente, de modo que tossiu.
—Eu
gostaria de falar com a senhorita por um momento. —Ao ver que ela não
respondia, continuou: — Por favor.
Ela
continuou lendo.
—Nosso
acordo não combinava que eu trabalhasse de noite. Dado que agora é de noite
minhas obrigações já foram finalizadas. Poderíamos deixar para amanhã de manhã?
Joseph
se perguntou se estava sonhando. No dia anterior ela teria cumprido sua ordem
sem questionar nada, como qualquer outro membro de seu serviço. Mas agora a
senhorita Lovato já não era a senhorita
Lovato. Numa noite apenas tinha se convertido em uma criatura descarada, capaz
de se demitir de seu trabalho sem se calar, de criticá-lo e inclusive capaz de
dizer-lhe que seu horário já tinha sido finalizado. Quando ainda tinha tanto
por fazer!
«Não sou sua escrava.»
Murmurou
baixinho um monte de palavrões.
Ao
ouvi-lo a senhorita Lovato levantou a vista.
—Disse
algo?
Ele
se deu conta que estava ali em pé, como um idiota, quando o que queria de
verdade era falar com ela. O problema era que ela não cooperava. Tinha decidido
que o melhor modo de convencê-la para que ficasse era fazer que sua vida ali
fosse tão maravilhosa que não quisesse ir embora. Mas até agora não tinha
êxito.
Viu
como ela se concentrava de novo no livro e voltou a tentar.
—Não
quero falar de seu trabalho, que poderia dizer disso? Sempre é impecável.
—Obrigada
—disse ela e passou para outra página. —Mas se acha que me agradando conseguirá
que eu fique, está muito equivocado.
—Senhorita
Lovato, não poderíamos fazer as pazes? —Como ela não respondia, continuou: — Depois
de tudo, vai estar aqui nos próximos três meses. Assim que…
—Dois
meses, três semanas e três dias, — ela não pode evitar corrigir-lhe— e nem um
dia a mais.
Ele
ignorou o comentário, pois não queria que voltassem a discutir.
—Claro.
Só queria dizer que vamos passar tanto tempo juntos e dado que agora nós temos
que acelerar o ritmo de trabalho, poderíamos manter uma relação cordial. Tenho
pensado que para começar, poderíamos falar um momento.
Ela
hesitou por um instante, mas não recusou, mas apenas fechou o livro e tirou os
óculos. Deixou ambas as coisas encima da mesinha que tinha ao lado, se sentou
corretamente no sofá, levantou a vista e se dispôs a conversar com ele. E
esqueceu completamente o que queria dizer.
Ela
tinha lindos olhos. Era a primeira vez que a via sem seus horríveis óculos e a
mudança o deixou sem palavras. A luz das velas, eles estavam escuros, mas se
lembrava que eles eram de uma extraordinária de cor lavanda. Sem os óculos
impedindo, ele pode apreciar também que seus grandes olhos estavam rodeados de
uns cílios longos.
Sempre
tinha pensado que ela não tinha nenhum atrativo, mas vendo-a agora, Joseph
percebeu que estava equivocado. Com os cabelos iluminados pelas chamas e
aqueles enormes olhos mirando-lhe, percebeu que ela era bonita. Talvez não uma
beleza deslumbrante, mas também não era comum.
—Senhoria?
Sua
voz lhe fez retornar a realidade e lembrou o verdadeiro motivo de sua visita.
Se sentou diante dela e se concentrou em procurar um assunto de conversa inócuo
e amável.
—Que
está lendo? —perguntou finalmente.
—Uma
biografia de Cleópatra.
—Verdade?
—Então olhou o delgado livro vermelho que tinha encima da mesa. As letras
douradas do título brilhavam a luz das velas. —Esse estudo sobre sua vida é
bastante chato. Realmente queria entender Cleópatra, acredito que em algum
lugar tenha uma biografia muito melhor.
—Que
tem de mal nesta?
—Não
tem valor histórico só fala de sua vida pessoal.
—Isso
é exatamente o quero saber. Eu sei tudo sobre o valor histórico dela. Eu
quero saber como ela era como mulher.
—Eu
vejo.
Ela
não deixou escapar o tom irônico dele, mas mordeu a língua e desviou o olhar.
Passado alguns segundo, voltou a lhe olhar e disse:
—Todos
falam que… o quero dizer é que…, ela não era uma mulher bonita, mas tinha
certo… certo… bom…
—Atrativo
sexual? —ajudou ele e lhe encantou ver como ela corou com suas palavras. Deus,
a senhorita Lovato tinha se ruborizado.
Normalmente se mantinha inalterável, mas depois desses últimos dois dias,
Joseph se perguntava se debaixo dessa fria aparência não havia uma mulher,
afinal.
—Isso
está claro — concordou ela tentando ser séria e acadêmica. —Mas devia ter algo
mais. Algo indescritível. Algo mágico e cativante.
—Isso
é tudo que quer senhorita Lovato? — perguntou — Ser mágica e cativante?
De
repente, ela ficou tensa e se sentiu incomodada.
—O
senhor está me provocando? —perguntou em voz baixa.
A
pergunta o surpreendeu, já que a ideia de provocá-la nem lhe tinha passado pela
cabeça.
—Não.
— respondeu em seguida. —Não estou provocando a senhorita. Simplesmente sentia curiosidade.
Ela
não acredita, mas encolheu os ombros como se não tivesse importância e
continuou.
—César
sabia que as pessoas não o apoiariam e transformou Cleópatra em rainha, mas a
queria tanto que mesmo assim se casou com ela. Ele foi assassinado por causa
dessa paixão.
—Não.
— a corrigiu Joseph. —César foi assassinado porque era estúpido. A paixão que
sentia por essa mulher só foi o causador de sua morte.
—Talvez,
mas é certo que sentia por ela era algo muito forte. Está bem, Repare então
Marco Antonio. Na batalha de Actium jogou todo o que tinha por recuperar o
reino de Cleópatra e poder assim conquistá-la. Por quê?
—Realmente
importa? Marco Antonio foi tão estúpido como Cesar. Quais foram seus
sentimentos, nunca devia lutar nessa batalha. Foi um suicídio.
—Um
suicídio? Quase ganhou.
Antes
que pudesse responder-lhe alguma coisa a interrompeu desde o outro lado da
habitação.
—Desculpe
incomodar-lhe, senhoria, mas o senhor Richardson me mandou dizer-lhe que já tem
o banho preparado e que seu jantar estará pronto em breve.
Joseph
olhou e viu o lacaio que esperava sua resposta.
—Só
demorarei um momento.
O
servente fez uma reverencia, saiu da habitação e Joseph voltou a se concentrar
na mulher que estava sentada em sua frente.
—Na
guerra, senhorita Lovato, o fato de estar prestes a ganhar não significa nada.
Marco Antonio era um brilhante general e deveria ter se dado conta de que em
Actium perderia. Tinha todo o exército de Octavio avançando sobre ele.
Retirar-se era a única opção lógica.
—No
que faz pensar que a lógica tivesse algo a ver com tudo isso? Ele a amava e o
amor não entende de lógica.
—Bem
próprio de uma mulher por os sentimentos em frente da razão — respondeu ele
impaciente.
—Bem
próprio de um homem negar o poder do amor.
Ele
cruzou os braços e se reclinou no sofá.
—O
amor nunca deveria prevalecer sobre a razão.
nao ia postar hoje, mas dedos coçando...
Joe ta babando ja pela Demi só que nao percebeu ainda o que ta rolando...so quero ver quando perceber, vai pirar
bjemi
Ele aos poucos lá se vai apercebendo como a Demi é bonita, mas ele ainda tem de penar xD
ResponderExcluirAdoro esta história :)
Joe é cabeça dura mas ja ta percebendo que a demi é uma mulher bonita e ele com certeza vai penar muito kkk
ResponderExcluirVAI TROUXAO!!! TA VENDO A MAQUINA AGORA, IDIOTA?? POSTA OOOUTRO
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