sábado, 20 de abril de 2019

Esplendor da Honra Capitulo 18


Proclamo que o poder é justo, e que a Justiça
é o interesse dos mais fortes.
Platón, A República, 1
Os rigorosos dias do inverno chegaram com temperaturas terrivelmente baixas, liderada por um vento uivante que tomou conta do campo com suas mandíbulas congelantes. O inverno parecia prometer manter o mundo preso em seu glacial esplendor durante toda a eternidade, até que aquela delicada donzela, a primavera, apresentou-se de repente trazendo consigo sua própria promessa. Trazia em dom do renascimento, envolto no cálido resplendor do sol. Seduzido por essa promessa, o vento perdeu seu fio trêmulo e se converteu em suave brisa.
As árvores foram as primeiras a mostrarem o cumprimento da promessa. Os galhos deixaram de ser quebradiços e ficaram maleáveis, agitando-se com graciosos movimentos quando a brisa os tocava. Frágeis brotos e verdes folhas engrossavam cada um deles. Sementes esquecidas, que tinham sido afundadas nas profundidades da terra pela inclemência dos primeiros ventos do outono, floresceram de repente em um estalo de cor e fragrância, inebriante o suficiente para atrair vaidosas abelhas, que zumbiam de um lado a outro.
Foi um tempo realmente mágico para Demétria. E havia tanta alegria no fato de amar Joseph! Parecia um milagre que Joseph também a amasse. As primeiras semanas depois de sua declaração, Demétria ficou um pouco inquieta e preocupada em pensar que Joseph pudesse ficar cheio dela. Ela fez o que pôde para agradá-lo, mas mesmo assim a inevitável discussão acabava chegando. Um simples mal-entendido que poderia ser facilmente resolvido terminava fora de tamanho pelo mau humor de Joseph e o cansaço de Demétria.
Para falar a verdade, Demétria depois nem se lembrava do que havia originado a discussão. Só se lembrava que Joseph tinha gritado com ela. Então ela se escondia imediatamente atrás da salvadora máscara de compostura, mas não demorava muito para que seu marido tirasse sua perfeita tranquilidade. Ela começava a chorar, dizia a Joseph que ele não a amava mais, e fugia para a torre.
Joseph ia atrás dela. Ele ainda gritava, mas o assunto tinha mudado para o hábito de Demétria chegar à conclusões erradas. Quando ela compreendeu que o que realmente o deixava furioso era o fato dela pensar que ele não a amava mais, ela deixava de se importar com os gritos e com aquele feroz cenho que ele franzia. Afinal, Joseph gritava que a amava.
Demétria tinha aprendido uma lição muito importante naquela noite, e agora sabia que não tinha nada de mau gritar de volta. Todas as suas regras mudaram desde que ela conheceu os Wexton. A liberdade que agora lhe permitia usufruir abriu as portas de suas emoções. Demétria já não precisava mais se conter. Quando sentia vontade de rir, ela ria. E quando tinha vontades de gritar, ela seguia em frente, embora tentasse manter com dignidade os modos de uma dama.
Demétria percebeu que ela mesma começava a adquirir algumas das características de seu marido.
Ser previsível dava segurança, e Demétria começava a odiar mudanças tanto quanto seu marido odiava. Quando Nicholas e Kevin partiram para oferecer seus quarenta dias aos seus suseranos, Demétria deixou que todos que estavam ao alcance de seus gritos soubessem do seu descontentamento.
Joseph lhe fez ver a inconsistência de seu raciocínio, e inclusive lembrou-lhe que antes, ela se mostrava a favor de delegar mais responsabilidades a seus irmãos. Demétria, entretanto, não queria ouvir a razões. Converteu-se em uma galinha poedeira e queria que todos os Wexton permanecessem ali onde ela pudesse vê-los.
Joseph entendia a sua esposa melhor do que ela o entendia. Os irmãos de Joseph e Miley eram membros da família de Demétria. Ela esteve sozinha por tantos anos que o prazer de ter tantas pessoas queridas em volta dela, era extremamente confortável para deixá-los ir sem protestar.
Ela também era uma pacificadora. Demétria interferia constantemente quando entendia que alguém estava sendo atormentado. Ela protegia a cada um, e mesmo assim se assustava quando alguém tratava de protegê-la.
Para falar a verdade, Demétria continuava sem entender qual seu real valor. Joseph sabia que ela achava um milagre que ele a amasse. Ele não era um homem de exaltar seus sentimentos, mas ele logo percebeu que Demétria precisava ouvir com frequência suas promessas de amor. Havia um sentido inconsciente de medo e insegurança, compreensível em razão do passado dela, e ele aceitou que levaria tempo para ela para ganhar confiança em suas habilidades.
Os dias que passava com sua nova esposa teriam sido realmente idílios, se Miley não estivesse resolvida a deixá-los loucos. Joseph se esforçava para manter um gesto simpático com sua irmã, mas o comportando de Miley bastava para que ele, secretamente, desejasse estrangulá-la.
Ele cometeu o erro de contar para Demétria como ele se sentia em relação às condutas de Miley e seu desejo de colocar uma mordaça em sua boca. Demétria ficou estarrecida. Ela defendeu Miley imediatamente. Sua esposa sugeriu a Joseph que ele aprendesse a ter um pouco mais de compaixão, e por que, em nome de Deus, ele iria querer fazer tal coisa, estava além de sua compreensão.
Demétria chamou-o de antipático, mas na verdade era exatamente ao contrário. Joseph era muito simpático com o barão Liam. Seu amigo tinha a paciência do Jó e a resistência de aço forjado.
Miley fazia todo o possível para dissuadir seu pretendente. Ela zombava, gritava, chorava. Nada disso parecia ter a menor importância. Liam não se deixava afastar de sua meta de conquistá-la. Joseph pensava que Liam ou era teimoso como uma mula, ou estúpido como um touro. Ele provavelmente tivesse um pouco de ambos.
Joseph não podia ajudar, mas admirava Liam. Tanta determinação era digna de elogio. Especialmente quando se considerava que o prêmio que Liam perseguia havia se transformado em uma megera que gritava.
Joseph realmente preferia poder ignorar toda aquela situação. Demétria, entretanto, não permitia que ele desfrutasse de semelhante privilégio. Ela constantemente o arrastava a participar das disputas familiares, explicando que era seu dever arrumar as coisas.
Ela lhe explicou, muito tranquila e sem se alterar, que ele poderia ser senhor e irmão de uma vez, mas que todas essas tolices de manter uma atitude fria e distante em relação a sua família eram um hábito do passado, do qual ele deveria se livrar.
Demétria também explicou que ele poderia conservar respeito ao mesmo tempo que conquistava a amizade de seus irmãos. Joseph não tentou discutir com ela. Bem sabia Deus que desde que se casaram, ele não tinha conseguido sair vencedor de uma única discussão.
Naquele caso, porém, Demétria estava certa. Joseph não se incomodou em dizer-lhe isso, é óbvio, sabendo que ela imediatamente apontaria algum outro “hábito” que ele deveria descartar.
Ele começou a jantar todas as noites com sua família, porque sabia que isso deixava Demétria feliz, e então descobriu ter um certo prazer na experiência. Durante os jantares sempre se falava sobre diversos assuntos, e ele desfrutava os animados debates que decorriam disso. Seus dois irmãos eram homens sagazes e inteligentes, e não demorou muito tempo para Joseph valorizasse as sugestões de ambos.
Joseph lentamente removeu as barreiras que tinha erguido, separando sua família de si mesmo, e ao fazê-lo descobriu que as recompensas eram muito maiores que o esforço.
Seu pai estava errado. Agora Joseph sabia. Seu pai poderia ter governado rigidamente, a fim de proteger sua posição como senhor das terras. Talvez ele pensasse que mostrar afeto a seus filhos o faria perder o respeito deles. Joseph não tinha certeza de qual tinha sido o raciocínio de seu pai. Só sabia que ele não poderia seguir esses velhos costumes.
Ele tinha que agradecer essa maneira de agir a sua esposa. Demétria havia ensinado que o medo e o respeito não tinham que andar de mãos dadas. Amor e respeito funcionavam tão bem, talvez até melhor Aquilo era bem irônico. Demétria era grata a Joseph por ter-lhe dado um lugar em sua família, quando o reverso era mais verdadeiro. Demétria havia-lhe dado um lugar em sua própria casa. Ela havia lhe mostrado como ser um irmão para Nicholas, Kevin e Miley. Sim, ela o arrastou para dentro do círculo familiar.
Joseph manteve o mesmo programa de atividades com seus homens, mas passou a reservar uma hora a cada tarde para ensinar a sua esposa a montar. Demétria aprendia depressa, e Joseph não demorou a permitir que ela montasse Silenus, até a pequena colina que se elevava além dos muros. Ele ia atrás dela, naturalmente, como precaução. E grunhia, também, ante a teimosia de sua esposa em levar comida para seu lobo imaginário.
Demétria pediu que ele explicasse por que um lado da colina estava nu, enquanto o outro era um bosque de árvores e imensidão.
Joseph explicou que todas as árvores tinham sido derrubadas no lado da colina que dava para a fortaleza. O vigia não podia ver além do topo, por isso não era necessário cortar as árvores que cresciam do outro lado. Quem quisesse entrar no castelo de Joseph, teria antes que escalar a primeira colina, e então o vigia poderia ver se era amigo ou inimigo. E fosse um inimigo, os arqueiros teriam alvos fáceis sem as árvores para proporcionar proteção e lugares onde se esconder.
Sua explicação deixou Demétria impressionada, porque agora percebia que tudo o que fazia Joseph relacionava-se à proteção. Ele sacudiu a cabeça e esclareceu a sua esposa que a proteção era sua responsabilidade como senhor de Wexton.
Demétria sorriu do sermão de Joseph. Ele havia se acostumado também aos seus sorrisos.
Joseph sabia que Demétria estava preocupada com o futuro de ambos. Ela continuava sem querer lembrar de seu irmão, e agora todos tentavam não mencionar seu nome nas conversas. Como Joseph não era capaz de convencer Demétria de que tudo estava bem, ambos evitavam falar sobre o assunto.
A primavera foi uma época de esclarecimento para Joseph. Ele precisou deixar Demétria durante quase um mês, em razão de assuntos urgentes, e quando retornou, sua esposa chorou de felicidade. Passaram toda a noite acordados, amando-se apaixonadamente, e teriam passado todo o dia seguinte na cama se as questões domésticas não interferissem.
Demétria odiava quando Joseph a deixava. Ele odiava tanto quanto ela, e embora nunca dissesse a Demétria, seus pensamentos eram consumidos pelo desejo de voltar para perto dela.
A primavera deixou atrás de si sua capa de flores e raios de sol. Os cálidos dias de verão, por fim, chegaram às terras de Wexton.
Agora viajar era mais fácil. Joseph sabia que era só questão de tempo para ser chamado a comparecer diante do rei, e manteve suas preocupações escondidas de Demétria, enquanto reunia discretamente seus soldados.
O barão Liam retornou a Wexton nos últimos dias de junho para concluir outra tentativa de ganhar Miley. Joseph recebeu seu amigo no pátio. Cada um tinha novidades importantes a comunicar ao outro. Joseph acabava de receber um mensageiro e aceitou uma carta que levava o selo do rei. O barão de Wexton podia ler, um fato que sua esposa não estava ciente, e a carta que acabava de ler fez com que se mostrasse vivo. Ele estava preocupado para dar a boas vindas a Liam como era devido.
Liam parecia estar em um estado de ânimo similar ao dele. Depois de ter saudado Joseph com uma breve reverência, entregou as rédias de seu cavalo ao jovem Ansel e virou-se para Joseph.
- Acabo de voltar dos Clare - anunciou falando em voz baixa.
Joseph chamou Anthony com um gesto.
- Há muitas coisas para se falar e eu gostaria que Anthony estivesse presente - explicou a Liam.
Liam assentiu.
- Eu estava dizendo a Joseph que acabo de retornar da mansão dos Clare -repetiu -. O irmão do rei, Henry, também estava ali. Ele me fez muitas perguntas a seu respeito, Joseph.
Os três homens andaram lentamente para o salão.
- Eu acredito que ele estava tentando chegar a algum tipo de entendimento quanto a sua posição se ele se tornasse o nosso rei - confessou Liam.
Joseph franziu o cenho.
- Que tipo de pergunta? – ele perguntou.
- A conversa era reservada. Era como se todos estivessem a par de algumas informações que eu não sabia. Eu não estou fazendo muito sentido, estou? - perguntou.
- Há necessidade de defender William? Acredita que Henry poderia chegar a desafiá-lo?
- Não - respondeu Liam, e seu tom não pôde ser mais enfático -. Mas eu achei isso bastante estranho. Você não foi convidado, no entanto, todas as perguntas que me fizeram eram a seu respeito.
- Eram perguntas a respeito da minha lealdade?
- Sua lealdade nunca esteve em julgamento - respondeu Liam -. Mas você comanda um exército dos melhores soldados que há na Inglaterra, Joseph. Você poderia facilmente desafiar nosso rei, se passasse por sua cabeça.
- Henry acredita que eu poderia me voltar contra meu monarca? - perguntou Joseph, claramente assustado pela possibilidade.
- Não, Joseph. Todo mundo sabe que você é um homem honrado. Contudo, não vi muito sentido à reunião. Havia uma atmosfera estranhamente tensa - Liam encolheu os ombros e disse -: Henry admira você, embora eu pudesse perceber que ele estava preocupado por alguma coisa. Só Deus sabe o que seria.
Os três homens subiram o lance de degraus que levava ao salão principal. Demétria estava de pé junto à mesa de jantar, colocando um buquê silvestres dentro de uma grossa jarra. Três garotinhos estavam no chão perto dela, comendo bolo.
Demétria levantou o olhar quando ouviu os homens chegarem, e sorriu ao ver que Liam voltava a visitá-los. Ela saudou os três com uma reverência.
- O jantar será servido dentro de uma hora. Eu me alegro em voltar a vê-lo, Liam. Não é, Anthony? Miley ficará feliz.
Os três homens riram às gargalhadas.
- Eu estou lhes dizendo a verdade - insistiu Demétria, e se voltou para as crianças -. Vão terminar seu lanche lá fora. Willie, faça o favor de procurar lady Miley. Diga-lhe que tem um convidado. Você pode se lembrar desta importante missão? - perguntou.
As crianças se apressaram a levantar e saíram correndo do salão. De repente Willie se virou para Demétria e rodeou suas pernas com os braços. Joseph viu como sua esposa se agarrava à mesa com uma mão e dava tapinhas na cabeça de Willie com a outra.
Sua doçura o encheu de emoção. Todas as crianças gostavam muito de Demétria e a seguiam onde quer que ela fosse. Cada um deles desejava receber seus sorrisos e suas palavras de elogio, e nenhum dos pequenos ficava decepcionado jamais. Demétria conhecia cada um deles pelo nome, um feito considerável tendo em vista haver mais de cinquenta crianças vivendo dentro da fortaleza com seus pais.
Quando Willie finalmente soltou sua esposa e correu para a entrada, o vestido de Demétria estava coberto com as manchas do rosto da criança.
Demétria baixou o olhar para o vestido e suspirou.
Ela chamou a criança.
- Willie, você voltou a se esquecer de se inclinar diante de seu senhor.
O pequeno se deteve em seco, deu meia volta e efetuou uma torpe reverência. Joseph assentiu. O criança sorriu e saiu correndo de novo.
- De quem são essas crianças? - pergunto Liam.
- São filhos dos criados - respondeu Joseph -. Seguem a minha esposa.
Um grito de angústia interrompeu sua conversa. Joseph e Liam suspiraram juntos. Era evidente que Willie acabava de informar a Miley da chegada de Liam.
- Não franza o cenho dessa maneira Liam - disse Demétria -. Miley esteve rondado pela casa como uma alma penada desde a última vez esteve aqui. Acredito que sentia sua falta. Não está de acordo comigo, Anthony?
A expressão que apareceu no rosto de seu vassalo indicou a Joseph que não estava nada de acordo com Demétria, e riu quando Anthony disse:
- Se você pensa assim, então eu vou permitir a remota possibilidade.
Liam sorriu.
- Percebo que está sendo muito diplomático, não é Anthony?
- Eu não quero desapontar minha senhora - anunciou Anthony.
- Eu rezo para que você esteja certa, Demétria - disse Liam. Sentou-se à mesa junto de Joseph e Anthony. Demétria ofereceu-lhe uma taça de vinho e Liam bebeu em um longo gole -. Nicholas e Kevin estão aqui?
Joseph sacudiu a cabeça. Agarrou a taça de vinho que Demétria lhe oferecia, mas não soltou sua mão. Demétria inclinou-se do seu lado e sorriu.
- Joseph. O padre Lawrence, por fim, vai rezar uma missa para nós - anunciou Demétria, e se virou para Liam, explicando sua observação -. O sacerdote queimou as mãos logo depois de casar Joseph e eu. O pobre homem demorou muito a se recuperar. Foi um acidente terrível, embora o padre Lawrence não explicasse como aconteceu exatamente.
- Se o padre Lawrence tivesse permitido que Kevin cuidasse de suas queimaduras, então não teria demorado tanto tempo para se curar - observou Anthony -. Agora Kevin não está aqui, naturalmente – acrescentou, encolhendo os ombros.
- Eu estive pensando em trocar umas palavras com o padre Lawrence - murmurou Joseph.
- Não gosta desse homem? - perguntou Liam.
- Não.
O comentário de seu marido deixou Demétria surpresa.
- Ele nunca esteve por perto, Joseph. Como pode lhe agradar ou desagradar? Você pouco o conhece.
- Esse sacerdote não cumpre seus deveres, Demétria. Esconde-se em sua capela. É muito tímido para meu gosto.
- Não sabia que você era um homem tão religioso - interveio Liam.
- Ele não é - comentou Anthony.
- Joseph só quer que o padre Lawrence faça aquilo que foi enviado para fazer - disse Demétria, estendendo a mão e enchendo com mais vinho a taça de Anthony.
- Esse homem me insulta - avisou Joseph -. Esta manhã chegou uma carta trazida pelo mensageiro de seu monastério. Eu pedi sua substituição. Demétria escreveu a o pedido por mim - concluiu com tom altivo.
Demétria empurrou seu braço com o cotovelo, quase derrubando sua taça de vinho. Joseph sabia que ela não queria que contasse a ninguém que sua esposa podia ler ou escrever. Ele sorriu para ela, divertindo-se por Demétria se envergonhar do notável talento de saber ler e escrever.
- O que dizia a carta? - perguntou Demétria.
- Não sei - respondeu Joseph -. Eu tinha outros assuntos mais urgentes para atender, esposa. Isso pode esperar até depois do jantar.
Então outro grito interrompeu a conversa. Era evidente que Miley conseguiu ficar, realmente, fora de si.
- Demétria, pelo amor de Deus, vá e faça com que Miley cesse esses gritos. Estou começando a temer suas visitas, Liam - disse Joseph a seu amigo.
Demétria se apressou em suavizar o comentário.
- Meu marido não pretendia ser indelicado - disse a Liam -. Ele tem muitos assuntos importantes em que pensar.
Joseph suspirou, prolongando o som por tempo suficiente para sua esposa voltar a olhá-lo.
- Não precisa desculpar minha conduta. Agora vá ver Miley.
Demétria assentiu.
- Eu também convidarei o padre Lawrence para que jantar conosco - disse a Joseph -. Não virá, mas eu o convidarei de qualquer maneira. Se nos conceder sua presença, peço-lhe que seja amável com o pobre homem até terminar o jantar. Depois você pode gritar com ele tudo o que quiser.
As palavras escolhidas correspondiam a um pedido, mas tinham sido articuladas em tom de ordem. Joseph olhou para Demétria e franziu o cenho. Ela sorriu para ele.
Assim que Demétria saiu do salão, Liam murmurou em voz muito baixa:
- Nosso rei voltou para a Inglaterra.
- Estou ciente - comentou Joseph.
- Vou com você quando chegar o requerimento - disse Liam.
Joseph sacudiu a cabeça.
- Com certeza, você não pode acreditar que nosso rei vá ignorar seu casamento, Joseph. Você terá que justificar suas ações. E eu tenho tanto direito a desafiar Sebastian como você, inclusive ainda mais. Estou decidido a matar esse bastardo.
- Meia Inglaterra gostaria de matá-lo - interveio Anthony.
- A requisição já chegou - comentou Joseph, falando em um tom tão aprazível e cheio de calma que Liam e Anthony demoraram um instante para reagir.
- Quando? - quis saber Liam.
- Justo na hora que você chegou - respondeu Joseph.
- Quando partimos? - perguntou Anthony.
- O rei ordena que eu parta imediatamente para Londres - disse Joseph -. Depois de amanhã será breve o bastante. Esta vez você não virá comigo, Anthony.
O vassalo não mostrou nenhuma reação visível à decisão de seu senhor. Ficou um pouco perplexo, não obstante, porque o normal era ele que cavalgasse ao lado de seu senhor.
- Vai levar Demétria com você? - perguntou Liam.
- Não, Demétria estará mais segura aqui.
- Da ira do rei ou de Sebastian?
- De Sebastian. O rei iria protegê-la.
- Sua fé é maior que a minha - admitiu Liam.
Joseph voltou o olhar para Anthony.
- Deixo meu maior tesouro em seus mãos, Anthony. Isso poderia ser uma armadilha.
- O que está sugerindo? - perguntou Liam
- Que Sebastian tem acesso ao selo real. As instruções que estão na carta não foram dadas pela voz do rei. É isso é que estou sugerindo.
- Quantos homens você vai levar e quantos deixará aqui para cuidarem de Demétria? - perguntou Anthony. Ele estava pensando na proteção à fortaleza -. Isto poderia ser um plano para afastar você daqui, permitindo assim que Sebastian pudesse atacar. Eu acredito que ele saiba que você não levará Demétria com você.
Joseph assentiu.
- Sim, já pensei nessa possibilidade.
- Agora só tenho cem homens comigo - interveio Liam -. Vou deixá-los aqui, com Anthony, se você desejar, Joseph.
Liam e Anthony começaram a falar da questão dos efetivos, enquanto Joseph se levantou, dirigiu-se para o fogo e se deteve diante dele. Aconteceu de ele se virar a tempo de ver Demétria sair do castelo. Provavelmente iria falar com padre Lawrence, pensou. O garotinho Willie se agarrou a suas saias e corria ao lado dela para não ficar atrás.
Joseph deixou de pensar em sua esposa quando Anthony e Liam se reuniram novamente com ele Dez bons minutos se passaram em um acalorado debate sobre a defesa da fortaleza de Wexton. Anthony e Liam trouxeram um par de cadeiras, e Joseph também se sentou no assento que Demétria tinha declarado pertencer a ele.
De repente, Willie entrou correndo no salão. A criança parou com uma derrapagem quando viu Joseph. Willie trazia uma expressão de intenso terror nos olhos.
Joseph pensou que a criança parecia ter acabado de ver o diabo. Não afastou um só instante seu olhar da criança. Willie foi timidamente para o assento de Joseph e terminou parando ao lado dele.
- O que houve, rapaz? Deseja falar comigo? - perguntou Joseph.
Sua voz era suave, assim o pequeno poderia não ficar tão assustado.
Anthony abriu a boca para fazer uma pergunta a Joseph, mas seu barão levantou uma mão pedindo que ficasse em silêncio.
Joseph se virou em seu assento até ficar de frente para a criança Inclinou-se para frente e gesticulou a Willie para que se aproximasse. Willie começou a choramingar, mas finalmente deslizou entre as pernas de Joseph e começou a chupar o polegar, enquanto elevava o olhar para seu senhor.
Joseph estava perdendo a paciência. De repente Willie se tirou o polegar da boca e murmurou:
- Ele está batendo nela.
Joseph saltou de seu assento, deixando-o cair, e ele já havia cruzado a metade do salão antes que Liam e Anthony soubessem o que estava acontecendo.
- O que está acontecendo? - perguntou Liam a Anthony quando o vassalo correu atrás de seu senhor.
Liam foi o último a perceber o perigo.
- Demétria!
Anthony gritou seu nome. Liam se levantou de um salto e correu atrás de Anthony. Sua espada já estava desembainhada antes de chegar aos degraus.
Joseph foi o primeiro em chegar à capela. A porta tinha sido trancada para impedir a passagem, mas só precisou de um espaço para fazê-la em pedaços. A raiva lhe deu novas forças.
O ruído alertou o padre Lawrence. Quando Joseph entrou no vestíbulo, o sacerdote já estava usando Demétria como seu escudo. Ele a segurava na frente dele e apontava a ponta de uma adaga do lado de seu pescoço.
Joseph não olhou para Demétria. Ele não se atreveu, porque sua raiva explodiria naquele instante. Manteve sua atenção totalmente concentrada no demente que o desafiava.
- Se você se aproximar ainda mais, eu cortarei o pescoço dela! - gritou o sacerdote, retrocedendo lentamente, e meio arrastando, meio puxando sua refém.
Cada passo que o sacerdote retrocedia, Joseph dava um passo a frente.
O sacerdote foi retrocedendo lentamente para uma mesinha quadrada que estava cheia de velas acesas.
Lançou um rápido olhar para trás, obviamente calculando a distância que teria que percorrer ao redor do obstáculo até poder chegar à lateral, aquele foi o erro de cálculo que Joseph esperava.
Então atacou. Joseph separou a faca do rosto de Demétria, forçando o lado sem corte da lâmina através do pescoço do padre em um rápido, movimento mortal. O sacerdote se viu subitamente impulsionado para trás no mesmo instante em que Joseph liberava Demétria de sua presa com um brusco puxão.
O padre Lawrence já estava morto antes de seu corpo se chocar com o chão.
A mesa se chocou com a parede do fundo com um impacto que fez cair as velas. As chamas começaram a lamber imediatamente a madeira ressecada.
Joseph não prestou nenhuma atenção ao fogo. Levantou delicadamente Demétria do chão, tomando-a em seus braços, e sua esposa se aconchegou contra seu peito.
- Você demorou uma eternidade para chegar - sussurrou junto a seu pescoço. Sua voz soou entrecortada, e estava chorando suavemente.
Joseph respirou profundamente, tratando de se acalmar. Ele estava tentando se livrar da sua ira, assim ele poderia ser gentil com ela.
- Você está bem? - conseguiu perguntar finalmente, embora sua voz soasse áspera pela fúria que sentia.
- Já vi momentos melhores - murmurou Demétria.
A ironia de sua resposta acalmou Joseph. Então Demétria elevou o olhar para ele. Quando Joseph viu os danos que o rosto de sua esposa tinha sofrido, tornou a se enfurecer. O olho esquerdo de Demétria já estava inchado. Um dos cantos de sua boca estava ensanguentado e havia numerosos arranhões em seu pescoço.
Joseph quis poder matar ao sacerdote outra vez, e Demétria pôde sentir o estremecimento que percorreu todo o corpo de seu marido. Os olhos de Joseph refletiam a ira que sentia. Demétria levantou sua mão para ele e acariciou sua bochecha com as pontas dos dedos.
- Já terminou, Joseph.
Liam e Anthony entraram correndo na igreja. Liam viu o fogo e saiu imediatamente, correndo enquanto gritava ordens pedindo ajuda aos homens que já tinham começado a se reunir.
Anthony ficou ao lado de seu senhor. Quando Joseph deu meia volta e andou para o vão da porta, Anthony afastou de seu caminho uma das tábuas, a única remanescente da porta, que Joseph não tinha destruído.
Demétria podia ver quão preocupado Anthony estava. O vassalo franzia o cenho tão sombriamente como Joseph. Tratou de tranquilizá-lo, de dizer que ainda estava inteira.
- Você já percebeu, Anthony, como meu marido gosta de atravessar portas? - perguntou.
Anthony ficou estupefato por um instante, e então um lento sorriso iluminou seu rosto.
Joseph se inclinou, protegendo a cabeça de Demétria enquanto passava pelo vão da porta. Ela apoiou a bochecha em seu ombro. Somente quando eles chegaram às portas do Castelo, Demétria percebeu que ainda estava chorando. Um resto do medo que acabava de passar, pensou com um estremecimento.
Quando chegaram aos aposentos de Joseph, Demétria batia os dentes.
Joseph a envolveu em mantas e a segurou em seu colo enquanto cuidava de seu rosto arroxeado.
Ele suava por causa do calor do fogo, aceso na lareira para Demétria.
- Joseph? Você viu o olhar de loucura que havia em seus olhos? - Demétria tremeu ao lembrar -. Ele ia... Joseph? Você ainda iria me amar se ele tivesse me violado?
- Não fale, meu amor - acalmou-a Joseph -. Eu a amarei para sempre. Esta foi uma pergunta muito tola.
Demétria foi reconfortada por sua resposta abrupta, e descansou em silêncio sobre o peito de Joseph durante vários minutos. Havia muitas coisas que ela precisava dizer a Joseph, mas precisava de forças para aquele dever.
Joseph pensou que ela tivesse adormecido, quando de repente Demétria balbuciou:
- Ele foi enviado aqui para me matar.
Demétria se virou em seus braços até ficar frente ele. A expressão que havia nos olhos de Joseph a deixou gelada.
- Ele foi enviado?
Sua voz era suave, e Demétria pensou que ele poderia estar tentando esconder sua ira. Não estava funcionado, mas ela não podia dizer isso.
- Fui à igreja para dizer ao padre Lawrence que ele estava convidado para o jantar. Peguei-o desprevenido, porque não usava seus hábitos. Ele estava vestido como um camponês, mas você também deve ter percebido isso. Suas mãos também não estavam cobertas de bandagens.
- Continue - pediu Joseph quando Demétria olhou para ele com expectativa.
- Não havia nenhuma cicatriz. O sacerdote havia queimado suas mãos, lembre-se. O padre Lawrence não podia rezar a missa por causa dos seus ferimentos. Só que não havia nenhuma cicatriz.
Joseph assentiu para que sua esposa continuasse falando.
- Eu não disse nada a respeito de suas mãos. Fingi que nem tinha percebido, mas pensei em me lembrar disso para lhe contar - ela prosseguiu -. Eu contei que havíamos acabado de receber uma carta de seu monastério e que queria falar com ele depois do jantar. Esse foi meu grande erro, embora nesse momento eu não soubesse a razão - acrescentou -. Então o sacerdote ficou furioso. Ele me disse que Sebastian havia enviado ele para cá. Sua missão consistia em me matar, se o rei lhe concedesse seu favor em vez de conceder a Sebastian. Joseph, como é possível que um homem de Deus tenha a alma de um demônio? Suponho que o padre Lawrence sabia que seu jogo tinha terminado. Ele disse que ia fugir daqui, mas não sem antes me matar.
Demétria voltou a se apoiar no peito de Joseph.
- Você estava assustado, Joseph? - Demétria perguntou, sussurrando.
- Eu nunca me assusto - Joseph respondeu. Ele estava tão furioso com a traição do sacerdote, que mal podia se concentrar.
A brusca afirmação de seu marido fez Demétria sorrir.
- Eu queria perguntar se você estava preocupado, não assustado - corrigiu-se.
- O quê? - perguntou Joseph. Sacudiu a cabeça, obrigando-se a deixar sua ira de lado. Agora Demétria precisava ser tranquilizada -. Preocupado? Por todos os diabos, Demétria, eu estava furioso.
- Eu poderia afirmar que você estava furioso - respondeu Demétria -. Você lembrava o meu lobo, quando encarava meu captor.
Joseph deixou que ela se incorporasse para poder beijá-la. Foi muito delicado e suave, porque os lábios de Demétria estavam muito inchados para que pudessem permitir uma autêntica paixão.
Demétria se levantou de seu colo. Ela segurou a mão dele, puxando-o até que ele se levantou e a seguiu pelo quarto. Ela se sentou na cama e deu uns toquezinhos com a palma da mão sobre o espaço livre que havia junto dela.
Joseph tirou sua túnica. O calor que fazia no quarto o deixou empapado de suor. Sentou-se ao lado de sua esposa, passou seu braço pelo ombro dela e a puxou para ele. Queria estreitá-la em seus braços e dizer o quanto a amava. Por Deus, Joseph acreditava ter mais necessidade de dizer aquelas palavras do que ela tinha de escutar.
- Você teve, Demétria?
- Um pouco - replicou Demétria.
Ela teria encolhido os ombros, mas o peso do braço de Joseph não permitiu o gesto. Demétria mantinha a cabeça inclinada para um lado e estava desenhando círculos ao redor da coxa de Joseph, e ele supôs ser uma tentativa de distraí-lo.
- Só um pouco?
- Bem, eu sabia que você viria me socorrer, então eu não estava terrivelmente assustada. Mesmo assim, comecei a me sentir um pouco irritada quando você não apareceu imediatamente na porta. Aquele homem estava rasgando meu vestido...
- Ele poderia ter matado você - disse Joseph. Sua voz tremia de raiva.
- Não, você não teria permitido que ele me matasse - disse Demétria.
Deus, ela tinha tanta fé nele! Joseph estava constrangido com aquela confiança.
Os lentos círculos que Demétria estava desenhando com as pontas de seus dedos foram avançando para o lugar em que se uniam as pernas de seu marido. Joseph agarrou a mão dela e a colocou sobre sua coxa. Sua esposa provavelmente ainda estava tão afetada pelo acontecido que não percebia o que estava fazendo, ou como aquilo estava começando a afetá-lo.
- Deus, que calor começou a fazer aqui dentro - sussurrou Demétria -. Por que você foi acender o fogo com este tempo, Joseph?
- Você estava tremendo - lembrou Joseph.
- Agora já estou melhor.
- Então, eu vou descer e pegar aquela carta do monastério. Tenho muita curiosidade em saber o que têm a nos dizer seus superiores - anunciou Joseph.
- Não quero que você desça ainda - disse Demétria.
Joseph se mostrou imediatamente solícito.
- Você tem que descansar uma hora ou duas - disse.
- Não quero descansar - respondeu Demétria -. Você pode me ajudar a tirar estas roupas? - pediu a seu marido, falando em um tom de voz tão inocente que Joseph em seguida suspeitou de alguma coisa.
Demétria ficou de pé entre as pernas de seu marido e não moveu um dedo para ajudá-lo, quando ele foi começou a tirar sua roupa.
- O que o fez ir à igreja naquele momento? - ela de repente se lembrou de perguntar.
- O menino de Maude viu quando o bastardo bateu em você. Ele veio me dizer - respondeu Joseph.
- Eu não sabia que Willie havia me seguido até igreja. Ele deve ter saído sair correndo antes de que o sacerdote fechasse a porta, e tenho certeza que ele, sim, teve muito medo. Ele só tem cinco verões. E você deve recompensá-lo por ele ter ido lhe buscar.
- Maldição, isso tudo é culpa minha - declarou Joseph -. Eu deveria ter cuidado dos assuntos da minha casa a mesma atenção que dedico ao treinamento dos meus homens.
Demétria colocou as mãos sobre seus ombros.
- Sou eu quem tem a obrigação de cuidar da sua casa. Embora, agora que eu penso nisso, nada disto teria acontecido se...
O suspiro de Joseph não deixou que Demétria terminasse a frase.
- Eu sei. Nada disto teria acontecido se eu estivesse ali para protegê-la.
Sua voz se encheu de angústia e Demétria sacudiu a cabeça.
- Eu não ia dizer isso - replicou -. Você não deve chegar à conclusões apressadas, Joseph. É um defeito deplorável, acredite em mim. Além disso, você tem assuntos mais importantes para tratar.
- Você vem antes de todos e de tudo - declarou Joseph enfaticamente.
- Bem, eu só ia dizer que isto não teria acontecido se eu soubesse como me proteger, a mim mesma.
- O que você está sugerindo? - perguntou Joseph.
Ele realmente não tinha nem ideia do que passava pela cabeça de Demétria e de repente sorriu, porque acabava de perceber que raramente ele sabia o que ela pensava.
- O padre Lawrence não era muito maior que eu - disse ela -. Ansel tem minha estatura.
- Como meu escudeiro entrou nesta conversa? - perguntou Joseph.
- Ansel está aprendendo a se defender - informou Demétria -. Portanto, você também poderia me ensinar a me defender, eu mesma. Você vê como é sensato, não?
Joseph não isso, mas decidiu não discutir com ela.
- Falaremos sobre isso mais tarde - anunciou.
Demétria assentiu.
- Então agora deve atender minhas necessidades, Joseph. Eu ordeno isso.
Joseph reagiu ao tom subitamente malicioso que havia na voz de Demétria.
- E qual é essa ordem que você se atreve a dar a seu marido? - perguntou.
Demétria explicou soltando lentamente a fita que mantinha no lugar a regata que usava. O objeto escorregou de seus ombros. Joseph sacudiu a cabeça, tentando negar o que ela estava pedindo.
- Você está cheia de hematomas para pensar em...
- Você encontrará uma maneira - interrompeu Demétria -. Sei que agora não estou muito bonita. Eu estou um horror, não estou?
- Você está machucada, tão feia como um de seus Ciclopes, e eu mal posso olhar para você.
As palavras de Joseph a fizeram rir. Demétria sabia que seu marido só estava brincando, porque tentava colocá-la em cima dele e tirar sua regata ao mesmo tempo.
- Então, nesse caso você terá que fechar os olhos quando fizer amor comigo - sugeriu.
- Eu vou suportar - ele prometeu.
- Eu ainda posso sentir as mãos dele me tocando - murmurou Demétria e sua voz continha um novo tremor -. Preciso que você me toque. Você me fará esquecer. Voltarei a me sentir limpa, Joseph. Você entende isso?
Joseph respondeu, beijando-a. Demétria não demorou a esquecer tudo aquilo devolvendo-lhe seus beijos. Em poucos minutos, só os dois importavam.
E dessa maneira, Demétria foi limpa em corpo e coração.

 (Jessica dando o ar da graça)
faltam 6 Capitulos para acabar e ai colocarei a fic que ganhou a votaçao daquela vez. eu sei la o que fiz que troquei a ordem das historias e so na metade que percebi... mas ja era tarde...
meio spoiler da proxima fic: realeza tambem, mas nada de idade medieval, atual.....
bjemi



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